13 | drugs
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HOPE MOORE POV'S
Segundo a Wikipédia, a viagem de ácido pode durar entre 9 e 16 horas. Recuperar meu passaporte sem a ajuda do Forty é minha prioridade.
Andava pelo corredor procurando por Dimitri até que vejo Love caminhando em minha direção. Estou viajando ou é você?
Love: Oi, você. - ela cheira a bebida, sinceramente.
Hope: O que está fazendo aqui? - pergunto olhando para a garota com um sorriso fraco.
Love: Eu estava esperando encontrar você, o Forty mencionou que talvez viesse escrever aqui no fim de semana. Aquela carta que escreveu me destruiu por completo, você vai mesmo embora de LA?
Ver ela triste, decepcionada comigo me deixava quebrada por completo.
Love: Bem, se tem mesmo que ir, me encontra amanhã. Para o almoço, está bem? Nós passamos por muita coisa... em tão pouco tempo e eu me importo com você.
Parei de prestar atenção em suas palavras quando comecei a alucinar com ela em minha frente, seus olhos aumentavam de tamanho e tudo ficou estranho até Love vomitar arco-íris no chão.
Dottie: Vem cá. Sujou seu cabelo, querida. - disse segurando os cabelos da filha. - Lamento se ela ligou para você.
Os olhos de Dottie estavam totalmente pretos, tudo começou a ficar colorido e via várias criaturas mágicas andando pelo hotel.
Está tudo na minha cabeça, já andei em montanha-russas piores.
Hope: Aonde vamos? - me viro de costas e me vejo criança com uma pelúcia em seu braços.
A minha intuição está dizendo para ir por ali oi todos os fãs de terror do mundo estão gritando agora para eu não seguir a criança?
Ando pelos corredores e parecia que eu me teletranspotava, aquilo não parecia ser ácido, e sim um show do Grateful Dead.
Vou para um corredor e vejo Amber que caminha em minha direção, quando Amber se aproxima reparo que era o segurança que me nocauteia ao ver que não estava no quarto.
Acordo lentamente e vejo que estava deitada no sofá com Forty mexendo na lousa, aquilo era real ou apenas mais uma ilusão?
Forty: O que a Beck quer? O que ela sentiu? Com o que ela sonhou? Beck, a pobre garota que perdeu a vida para nos dar esta história, o que ela estava procurando naquele mar de homens?
Ele me envenenou e acabei morrendo, e agora estava em meu inferno. Eu preciso que a terra se abra e me engula por inteira.
Forty: Tudo bem, você é o Dr. Nicky, eu sou a Beck. - olho para ele totalmente confusa. - Eu era sua paciente, por que você se aproveitou de mim? Por que você se aproveitou de mim?!
Hope: Não era esse o objetivo. - digo vendo Forty todo embaraçado em minha frente.
Forty.: Eu precisava de um terapeuta, não de uma babá psicotica fingindo ser a Princesa Encantada.
Hope: Tudo bem, eu te entendo. - falo sentindo um grande nó se formando em minha garganta.
Beck: O que lhe dá o direito? Achou que eu ficaria grata?
Hope: Sua vida era uma bagunça! - exclamo me levantando do sofá.
Beck: Mas era a minha vida! Eu não precisava de uma sociopata num cavalo branco para me arrumar!
Hope: Eu não consigo fazer isso! - digo ao sentir lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
Amber: Anda, Hope! Se esforça! Não seja covarde. - fala me balançando agressivamente.
Hope: Não posso! - fecho os olhos e assim que abro novamente vejo minha mãe me segurando.
Mary: Você não é especial, você é perturbada. - olho para todos os lados e vejo todos que me magoaram.
Beck: Eu jamais poderia amá-la, você é a coisa ruim. - diz apontando para mim. - Você é a coisa eu deveria ter matado.
Aperto o pescoço de Beck e a empurro fazendo ela cair no chão, continuo enforcando o pescoço da garota até eu sentir um tapa em meu rosto.
Acordo pra realidade e percebo que não era Beck quem eu estava engordando, e sim Forty. Enquanto o garoto recuperava o fôlego, eu chorava tudo que tinha pra chorar.
Forty: Isso foi... método ao melhor estilo Joaquin. Isso que é entrar no personagem. - ele me olha e percebe que eu estava chorando. - Ei, regra número três, lembra? Você tem que comprar o suco de ar.
Hope: Que porra de suco de ar? Não temos suco de ar. - grito me mexendo no chão até Forty me abraçar. - Vá até a Anavrin e compra o suco de ar, talvez uns chips de aipim e até umas maçãs.
Hope: E quanto ao Dimitri? Ele tá lá fora na porta. - falo chorando no peito do rapaz.
Forty: A senha é "Mama Ru" pra sair, se disser isso, ele te deixará sair.
Hope: Então tinha a porra de uma código? - grito me afastando do abraço às pressas.
Forty: Claro que sim, eu não sou maluco, tá legal? - me levanto ainda chorando de tristeza e raiva. - Vice consegue, Hope!
Saio do quarto e grito várias vezes a senha para não ter que levar outro soco do Dimitri.
Abro os olhos novamente e percebo estava no banheiro do hotel, olho para baixo e me assustou ao me deparar com minhas mãos cheias de sangue.
Ligo a pia e começo a lavar as minhas mãos mas logo tenho um flash onde minhas mãos não estavam mais sujas de sangue.
O sangue era real? Eu lavei tudo? Sujou minha camisa? Era de verdade?
Tiro o meu casaco ficando apenas com meu moletom branco, saio do banheiro indo até o quarto me deparando com várias anotações sobre Beck que Forty fez.
Hope: Como eu fui até a Anavrin? - questiono me aproximando do garoto. - Ou voltei?
Forty: Como eu vou saber? Estou contando uma história, mana. Eu mergulhei de cabeça no Dr. Nicky, como ele escondeu a sociopatia por tanto tempo?
Hope: Quanto tempo eu fiquei fora? - falo olhando várias sacolas da Anavrin.
Forty: Me responde primeiro que eu te respondo. - fala analisando a lousa em sua frente.
Hope: Por que ele seria a merda de um sociopata? Talvez ele seja um homem que faria tudo por amor. Sua vez, por quanto tempo eu fiquei fora?
Forty: Uma hora, por aí. - pouco tempo para comprar isso e fazer algo ruim.
Eu precisaria de mais de uma hora para fazer algo ruim, não que uma hora não dê mas vai saber.
Forty: Ou três, é difícil dizer porque eu estava concentrada. Entre uma e três horas. Você chegou repetindo que havia sangue nas suas mãos.
Hope: E havia? - pergunto olhando para o moreno que pensava por alguns segundos.
Forty: Não sei te dizer, eu olhava para as suas mãos e só via lagostas.
Quem mais pode ter me visto? Dimitri!
Vou até a porta e abro em seguida, no meio do corredor percebo uma pessoa sendo triturada por Dimitri, fecho a porta assustada com a cena.
Hope: Não, isso não é real. - sussurro para mim mesma. - Nada disso é real, ok?
Abro a porta novamente e vejo Dimitri sentado em uma mesa jantando normalmente, ia fechar a porta mais escuto uma notificação do meu celular.
Hope: Merda! Você pode me dar o meu celular? - ele balança a cabeça negativamente. - Por favor, é importante!
Forty aparece ao meu lado e mostra um bloco de dinheiro para o segurança que rapidamente me entrega o celular.
Assim que pego meu celular, saio correndo em direção ao banheiro onde eu posso ficar sozinha e conferir se era mensagem de Love.
Entro no banheiro trancando a porta para não ser interrompida e entro dentro da banheira.
Love: Uau, você está péssima! Você está no banheiro? - questiona olhando para o fundo atrás de mim.
Hope: Estou, eu... me desculpe... se eu pareci estranha mais cedo no corredor. Eu estava... muito triste com a despedida.
Love: Foi por isso que liguei, está tudo bem? - respiro fundo olhando para a morena. - Escuta, nada de despedida, eu recuso a sua despedida. Você foi a primeira coisa em tanto tempo que pareceu certa, eu cresci com amor tóxico e condicional, e eu não aguento mais. Eu perdoo sua mentira idiota, eu só quero ficar com você, quero uma vida com você . Você também quer isso?
Hope: Mais é claro que sim, Love. - abro um sorriso bobo ao ouvir a declaração dela. - Mais do que tudo no mundo!
Love: Tudo bem, do que quer que esteja fugindo, podemos resolver isso juntos.
Quem dera, Love... só que é mais complicado do que você pensa. Quando a Delilah estiver livre, não poderemos ficar aqui.
Hope: E se... fugirmos juntas? Recomeçar? Só nós duas, longe dos seus pais e você pode estudar gastronomia em Paris, ou onde você quiser.
Love: Isso parece incrível, mas... e o Forty? Sabe que não posso deixá-lo com eles.
Hope: Sim, eu sei. Nós o levaremos conosco para onde formos.
Love: Obrigada, de verdade. - fala abrindo o maior sorriso no rosto. - Eu to tão feliz! Mal posso esperar, pode me encontrar amanhã de manhã?
Hope: Tenho algo para resolver mas depois prometo ficar com você. - abro um sorriso para a mesma que fica toda boba. - Eu te lobo.
Love: Eu te lobo mais. - sorrimos uma para a outra e desligamos a ligação.
Mesmo com vários desastres nessa noite, pelo menos teve um lado bom que foi você. Vamos fazer dar certo, vou negociar com a Delilah, comprar o silêncio dela, vamos estar em outro país e não precisaremos ter medo.
Vai ficar tudo bem...
Paul: Filhinha... - abro os olhos e vejo meu pai encostado na parede do banheiro. - Aí está você, não entendo porque você está fugindo de mim.
Hope: Você não está aqui, você morreu. - me encolho ficando com medo dele.
Paul: Ah, Hope, acha mesmo que sua história de amor vai ter um final feliz? - ele se senta na borda da banheira, seu pescoço estava cortado.
Hope: Me deixa em paz. - falo olhando para o outro lado.
Paul: Pessoas como nós não mudam. - olho para ele com os olhos lacrimejando.
Hope: Eu mudei, eu não sou mais aquela pessoa. - ele solta uma risada nasal sem evitar os olhos de mim.
Paul: Se você mudou, por que matou o Hendy e o Milo? - diz me encarando esperando pela resposta.
Hope: Eles dois eram pessoas horríveis, eles machucaram pessoas que eu me importo.
Paul: Claro que você vai matar o Forty e a Delilah, era fato consumado quando a prendeu na jaula. Ela já tava morta.
Hope: Está errado, eu deixei a Cassidy sair e vou libertar a Delilah também.
Paul: Tem certeza? Não se esqueça que você tem meu sangue em suas veias, ouviu?
Ele desaparece como um espírito que veio para me assombrar, abaixo minha cabeça mas me assusto ao ver minhas mãos encharcadas de sangue.
Saio do banheiro pensando que o sangue era real, que eu tinha feito algo terrível nessas três horas mas saio dos meus pensamentos ao ver Forty que fumava enquanto olhava para sua lousa.
Forty: Eu descobri tudo, ele não era um sociopata. - fala soltando a fumaça de seu cigarro. - Foi um crime passional cometido por alguém que a amava.
Aonde ele vai com isso?
Forty: O Dr. Nick não a amava, ela era apenas um passatempo mas a ex-namorada dela a amava.
Hope: Que ex-namorada? - pergunto sentindo um frio no estômago.
Forty: Ela a menciona algumas vezes no livro, casualmente, nunca pelo nome. Ela parece inofensiva mas ele matou ela numa crise de ciúmes e culpou o Dr. Nicky.
Me aproxima da mesa de jantar e pego um dos cacos afiados de vidros, não sabia o quanto ele sabia mas tinha que estar preparada.
Forty: Ninguém suspeitou dela, ela é apenas uma mulher normal como você ou... Love. Quer saber como eu descobri?
Estava bem próxima do rapaz e encarava o pescoço dele esperando o momento perfeito para atacá-lo. Sinto uma mão na minha nuca e olho para o lado vendo minha mãe que estava suja de sangue.
Mary: Faça isso, ele vai acabar com você se não o matá-lo. - aperto fortemente o pedaço de vidro mas paro ao ouvir Forty.
Forty: Porque foi exatamente o que eu fiz. Eu estava apaixonado pela Sofia, a nossa babá. Meus pais disseram que eu era novo demais, mas não era. Eu a amava e ela me amava, não era só uma quedinha pois era amor. Quando descobri que ela estava namorando um universitário, senti um enorme ódio dentro de mim como um animal feito de dentes e fogo.
Largo o pedaço de vidro e me sento ao lado do rapaz que estava chorando enquanto me contava a história por completo.
Forty: Acabei matando ela, meus pais fizeram parecer que foi suicídio e seguiram em frente. Tem noção de como tem sido difícil? Carregar um segredo assim?
Hope: Você era só uma criança, uma criança confusa e você está perdoado. - digo segurando no ombro do cara.
Forty: Você não acha que eu sou um monstro? - limpo as lágrima do rosto dele.
Hope: Não, você tem um futuro brilhante e isso que você acabou de me contar é genial! Apenas escreva com base na sua visão que teve ao descobrir isso.
O moreno me puxa para um abraço fazendo eu retribuir o gesto e faço carinho nos cabelos castanhos do rapaz.
Forty: Não sei o que está rolando entre você e minha irmã, mas... ela seria louca de deixá-la escapar.
Hope: Nós vamos ficar bem. - falo olhando para a lousa com as respostas de Forty.
Na manhã do outro dia, abro meus olhos lentamente e pego meu celular para ver se ainda tinha tempo de fugir, me restavam apenas 1 hora e 20 minutos.
Se passaram 11 horas, com certeza o efeito da droga deve ter melhorado e ainda dá tempo. Estou sóbria e livre.
Usei o banheiro e fui em direção ao quarto de Ellie conferir como ela estava.
Ellie: O que foi? - pergunta bocejando ainda com sono.
Hope: Oi, acha que consegue voltar sozinha para casa? Até que eu te levaria mas tenho um compromisso importante.
Ellie: Está perguntando se eu consigo pegar meu celular e chamar um Uber? Sim, acho que consigo. - ela fecha a porta na minha cara.
Só preciso ir até a Delilah antes que as algemas a libertem.
Em outra realidade, eu estaria indo para o aeroporto, mas... eu estou reescrevendo o nosso filme, Love, por sua causa.
Faltava apenas dois minutos para Delilah ser liberta, para não perder tempo devido correr o mais rápido que eu podia. Levanto a porta da garagem e entro, ansioso para libertar Delilah e começar o resto da minha vida.
Quando olhei para a caixa onde a morena estava pude me deparar com o pior cenário possível, Delilah estava morta.
Quais eram as chances de eu ter matado Delilah? O que eu vou fazer com a Ellie? O que vai acontecer agora?
NOTAS DA AUTORA
Dois capítulos em um dia?! SIM
Estava ansiosa demais para aguentar e postar só amanhã.
• TikTok: angelwitch_wp
• não seja um leitor fantasma!
Obrigada<3
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