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❦Chapter VII - Where do I meet a dragon with a head problem


Galeraaaa, to montando playlist de todas as minhas fanfics, então me ajudem aí, qual música tem que ter na playlist dessa fic??? O que combina com Beatrice e Leo?

Quero a opinião de vocês <3




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Capítulo Sete: ONDE EU CONHEÇO UM DRAGÃO COM PROBLEMAS NA CABEÇA

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Beatrice

Atualmente


TODOS ESTAVAM TÃO OCUPADOS COM A DESCOBERTA DO parente divino de Piper, que ninguém reparou em Leo Valdez, que fugia discretamente da fogueira, atraindo imediatamente minha atenção.

Como eu já havia atingido o meu limite de tempo em que aguentava ficar em lugares ridiculamente lotados, decidi seguir o filho de Hefesto.

Manti uma distância considerável, vi ele parar um momento antes de seguir para dentro do bosque, corujas piavam alto, e ouvia-se ao longe, algo como um coro de cobras, se estivesse correta, as cobras eram o animal da minha madrasta: Perséfone.

Leo andou até estarmos longe dos chalés, de forma que fosse impossível qualquer um o ver, coloquei as mãos nos bolsos da jaqueta enquanto o seguia e chamei as sombras, me ocultando nas mesmas enquanto andava atrás do projeto de elfo fugitivo do Papai Noel.

E então ele parou, mas o que veio a seguir me surpreendeu: as mãos de Leo estavam pegando fogo.

— Porra.

Leo pulou pelo susto e no minuto seguinte, uma bola de fogo voava em minha direção, entrei na sombra mais próxima antes que me atingisse e sai ao lado do semideus, que respirava fundo, tentando se recuperar.

Ele me encarou acusadoramente.

— O que infernos você achou que estava fazendo? Eu poderia ter matado você!

Reviro os olhos, completamente entediada.

— Oh, por favor, vai precisar de mais do que uma bolinha de fogo para conseguir me matar, elfo do Papai Noel — resmunguei — principalmente numa floresta escura cheia de sombras que eu controlo, dã.

Leo bufou.

— O que você está fazendo aqui? Não deveria estar grudada em Jason ou sei lá?

— Atingi meu limite de tempo que consigo ficar em lugares com muita gente, esses semideuses são tão... Cheios de emoção, é um pouco sufocante, para ser sincera.

O elfo do Papai Noel estreitou os olhos na minha direção.

— Aí você decidiu me seguir?

— Basicamente, parecia mais divertido e solitário... Então, desde quando consegue fazer suas mãos pegarem fogo? Achei incrível.

O olhei esperando ansiosamente a resposta, mas ele apenas desviou o olhar e se moveu para longe de mim, como um bichinho assustado e machucado, o que imediatamente me preocupou.

— Não é incrível, está mais para maldição.

— Você realmente está falando isso para a garota que vê gente morta?

— Eu...

Revirei os olhos e me aproximei, parando em sua frente e cutucando sua bochecha.

— Seu poder é incrível e só a minha opinião importa, Leo. Você nunca machucaria alguém com quem se importa por querer, tenho certeza disso.

Uma expressão amarga passou por seu rosto.

— Como saberia? Você nem me conhece.

— Isso é por causa do lance da Hera ter colocado memórias falsas na sua cabeça onde nós dois namoramos?

Ele bufou novamente.

— Eu já entendi que foi Hera brincando com minhas memórias, obrigado.

O encarei incrédula.

— Não foi isso que eu quis dizer.

— Tanto faz.

Agarrei seu pulso, o forçando a me encarar.

— Olha, eu sei que a gente não se conhece direito e começamos isso da maneira mais bizarra possível, mas eu quero que a gente seja amigo — digo séria — ok? Então me diz o que veio fazer aqui e eu ajudo.

Leo respirou fundo e passou as mãos pelo rosto.

— Beleza. Sabe o dragão que o meu chalé estava procurando?

— Perigoso e que cospe fogo? Aham.

Ele forçou um sorriso.

— Nós dois vamos atrás dele — explicou, seu sorriso logo mudou para um malicioso — a menos que você queira voltar para seu melhor amigo, Jason.

Reviro os olhos.

— Você vai aprender algo sobre mim: eu não fujo do perigo, Valdez.

— Incrível, então vamos?

— Vou fingir que você não tinha esperanças de que eu fosse embora, se não eu ficaria chateada aqui.

Leo fez a ponta de seus dedos pegarem fogo para iluminar o caminho, minha visão era estranhamente ótima naquela escuridão, mas decidi não falar nada sobre, pois ele já não parecia muito feliz com a minha presença ali.

Depois, no centro de uma clareira, encontramos uma armadilha: uma cratera de trinta metros de circunferência, rodeada de pedregulhos. No centro do buraco havia um barril de metal do tamanho de um ofurô cheio de um líquido escuro borbulhante: molho de tabasco e óleo de motor. Em um pedestal suspenso na cratera, um ventilador girava, espalhando o cheiro do líquido pelo bosque.

— Dragões de metal podem sentir cheiros?

Ele fez uma careta.

— Eu não tenho certeza, mas é uma pergunta válida.

O barril não parecia estar sendo vigiado.

Leo se aproximou lentamente, ele parecia observar atentamente o que quer que tivesse achado, me aproximei devagar, sem conseguir conter a minha curiosidade.

— Preciso desarmar essa armadilha, não se aproxima.

Ele pulou para lá antes que eu pudesse impedir, me fazendo bufar, alguns minutos depois, ouço o suspiro frustrado do projeto de elfo fugitivo do Papai Noel.

— Me deixa adivinhar, sem sucesso aí?

— Se você me conseguisse um galho ao invés de ficar aí com esse tom sarcástico, minha vida seria mais fácil — reclamou.

Olhei ao redor procurando um galho ou qualquer coisa assim, eu não encontro o galho que ele queria, mas minha visão acaba notando outra coisa, que era definitivamente maior que o pedido de Leo.

— Hã... Má notícia.

— Sério? A gente está no meio de um bosque e você não encontrou nenhum galho?

— Er, não, não é sobre o galho — murmuro lentamente — Se vira lentamente e olha para trás, mas não entre em pânico, eu acho que ele pode farejar nosso medo.

Na margem oposta da cratera, a quinze metros de distância, dois olhos vermelhos brilhantes nos observavam com interesse, tinha mais ou menos dezoito metros de comprimento, do focinho à cauda, e seu corpo era feito de placas de bronze interligadas. Suas presas eram do tamanho de cutelos de açougueiro e sua boca se abria revelando centenas de dentes de metal, parecidos com adagas afiadíssimas.

Leo apagou a chama que tinha na mão quando viu do que eu estava falando.

Você não tem asas.

Soltei uma risadinha incrédula.

— Essa coisa pode acabar com a nossa raça e a sua maior preocupação é que ele não tem a porra de asas? Você precisa redefinir urgentemente suas prioridades, Valdez.

— Olha, eu não quis ofender — disse Leo me ignorando completamente — Você é incrível! Meu deus, quem construiu você? Você é movido a força hidráulica ou energia nuclear? Se eu o tivesse feito, teria posto asas em você. Que espécie de dragão não tem asas? Talvez você seja pesado demais para voar. Eu devia ter pensado nisso.

O elfo fugitivo do Papai Noel enlouqueceu de vez.

O dragão bufou, estava ainda mais confuso como se realmente entendesse as palavras de Leo. Quando ele deu um passo à frente, Leo gritou:

— Não!

O dragão bufou mais uma vez.

— Isto é uma armadilha, cérebro de bronze! Eles querem pegar você.

— Eles não me incluem, ok? Eu sou totalmente a favor de enormes dragões de bronze que poderiam me matar facilmente. Você até que é fofinho... Com todo o respeito.

O dragão abriu a boca e lançou fogo. Uma coluna de chamas brancas e quentes foi na direção Leo me fazendo soltar um grito de susto, quando as chamas pararam eu pulei na direção dele, com medo que ele houvesse virado espetinho queimado bem na minha frente e eu não ter conseguido o proteger.

Eu não tinha noção do porquê, mas havia aquele pânico crescente dentro de mim, sobre ter falhado com mais uma pessoa.

— LEO!

Porém para a minha surpresa total, ele estava muito bem. Mesmo suas roupas estavam em perfeito estado, me fazendo o encarar em choque.

— Estou bem, estou bem — murmurou surpreso — nada de espetinho de Valdez.

— Eu quase tive que visitar meu pai mais cedo por sua culpa!

— Sim, você ia sentir falta do Valdez aqui, já estão tão apegada, gatinha?

Sem pensar duas vezes, dei um soco em seu ombro, fazendo ele arregalar os olhos e dar um passo para trás, massageando o olhar enquanto me encarava incrédulo.

— Você tem uma mãozinha pesada.

O ignorei, me virando para o dragão que nos encarava sem entender porque Leo não havia virado churrasquinho, aparentemente ele estava decepcionado.

— Menino mau! — ralhei séria — É feio queimar os amiguinhos, entendeu? Muito feio.

Vi uma fagulha sair do seu pescoço, como se o dragão estivesse a ponto de sofrer um curto-circuito.

— Você não pode me queimar — disse Leo, tentando ficar calmo — Quieto, menino. Não se aproxime mais. Não quero que você caia nesta armadilha. Eles acham que você está estragado, que precisa ser destruído. Mas eu não acredito nisso. Posso consertá-lo, se você deixar...

O dragão rangeu os dentes, rugiu, e atacou, para a surpresa de um total de zero pessoas.

A armadilha foi acionada, e o piso da cratera fez um barulho como se mil lixeiras se abrissem de uma vez. A poeira e as folhas voaram, a rede de metal reluziu. Leo tropeçou, caiu de cabeça para baixo e ficou sujo de gotas de tabasco e óleo enquanto eu simplesmente usava as sombras para voltar para onde estava antes de achar que ele havia virado churrasquinho de Valdez.

Leo estava encurralado entre o líquido asqueroso e o dragão, tentando livrar-se da rede que prendia eles dois, enquanto me mandava olhares claramente irritados. O dragão lançava chamas em todas as direções, iluminando o céu e incendiando as árvores, eu tinha que manter atenta para não acabar sendo queimada.

— Uau, obrigado pela sua grande ajuda, Trice! — gritou — Chega!

A última parte havia sido para o dragão, mas eu sorri envergonhado por não ter pensado em o puxar junto na hora que pulei dentro da sombra.

— Ops?

O dragão continuava a cuspir fogo e se ele continuasse assim, logo os dois iriam cair da armadilha.

— O que eu faço para ajudar vocês?

Mas ele já tinha conseguido escapar da armadilha e do dragão caminhando pela rede. Leo correu em direção à cabeça do dragão, que tentou pisoteá-lo, lançando fogo mais uma vez, mas parecia estar perdendo força. As chamas ganharam um tom laranja, e se extinguiram antes de chegar ao rosto de Leo.

— Ouça, cara — disse Leo —, assim todo mundo vai saber onde você está. Eles virão até aqui e irão derramar ácido em você. É o que você quer?

O dragão fez um barulho com a mandíbula, como se tentasse falar.

— Certo — disse Leo — Você precisa confiar em mim e na Beatrice, que é a garota com cara de raiva ali.

— Eu não estou com cara de raiva, Valdez.

— Então essa é só a sua cara normal? — tinha um sorrisinho irônico em seu rosto.

Se não tivéssemos o enorme problema do dragão, Leo teria ganhado um soco bem no meio da cara naquele momento.

E Leo pôs mãos à obra.

— O que você está procurando?

— O painel de controle, mas ele não para quieto — resmungou.

Chamei as sombras ao nosso redor e fiz elas passarem ao lado do dragão, o mantendo parado no lugar sem que ele ficasse se agitando.

Leo me encarou surpreso.

— Como você...?

— Uh, as sombras me obedecem — respondo lentamente — acho que é coisa de filhos de Hades?

Ele decidiu não discutir, felizmente.

Leo enfim conseguiu achar o painel de controle, que estava bem atrás da cabeça do dragão. Ele examinava os fios em sua cabeça, mas foi interrompido por um som vindo do bosque, mas era só um espírito das árvores — uma dríade. Ela estava apagando as chamas de alguns galhos.

Felizmente, o dragão não tinha queimado todo o bosque, mas mesmo assim a dríade não parecia muito contente. Seu vestido estava fumegando. Ela apagava as chamas com um lençol de seda, e quando notou que Leo a observava fez um gesto que deveria ser algo bem ofensivo que me fez rir, mas parei no segundo em que ela me mandou uma expressão mal humorada. Depois desapareceu em uma névoa verde.

Leo voltou sua atenção para os cabos.

— Ah — disse. — Bem, já imaginava.

— Seu disco de controle está corroído. Isso, provavelmente, regula os círculos de raciocínio superiores, certo? Cérebro enferrujado, cara. Não me admira que esteja um pouco... confuso. Seria ótimo se eu tivesse um disco sobressalente, mas... Essa peça de circuito é complicada. Vou ter que retirar tudo e limpar. Só vai levar um minuto.

E tirou o disco, deixando o dragão completamente parado. O brilho dos olhos do animal desapareceu. Leo desceu das costas do dragão e começou a polir o disco.

Observei tudo com grande tédio, as mãos enfiadas no bolso da minha jaqueta enquanto estava sentada em cima de uma enorme rocha, naquele momento todos os outros campistas já deveriam ter ido dormir.

Tinha regras sobre o horário de dormir?

Não sei se causava uma boa impressão quebrar as regras assim logo no primeiro dia para passar a noite em um bosque com um cara que pegava fogo e um dragão com sérios problemas na cabeça.

— Você acha que aqui tem alguma punição para quem passa do horário pra dormir?

Leo levantou os olhos do circuito que limpava, me encarando confuso.

— É sobre isso que você está preocupada?

— Nah, eu estava com tédio e parei para me perguntar sobre isso.

— De acordo com o loirinho que saiu de um comercial de propaganda de pasta de dente, tem horário sim.

Fiz uma careta e em seguida dei de ombros.

— Eu não sou o tipo que segue regras, de qualquer forma.

— Garota rebelde.

Pulei da pedra e me aproximei de Leo, observando o negócio que ele tentava limpar e arrumar.

— Todos me encararam com medo quando descobriram que eu sou filha do cara do mundo inferior — murmuro entediada — algo me diz que não foi a primeira vez que passei por algo assim. Então porque vou perder meu tempo tentando agradar esse tipo de gente?

Ele não me respondeu, parecendo ficar pensativo.

Mãos limpas, equipamento sujo — ele murmurou quando terminou.

Recolocou o disco, conectou o último fio e fagulhas saíram da máquina. O dragão tremeu. Seus olhos voltaram a brilhar.

— Está se sentindo melhor? — perguntou Leo.

O dragão fez um som como se fosse uma furadeira em alta velocidade. Abriu a boca e todos os seus dentes giraram.

— Acho que isso é um sim. Aguente firme, vou soltar você.

— Deixa essa parte comigo.

Leo me encarou confuso, as sombras que o seguravam no lugar cresceram até o cobrirem totalmente e no segundo seguinte, ele estava parado na nossa frente ao invés de estar dentro da rede.

O animal soltou um rugido de triunfo e lançou fogo aos céus.

— Falando sério. Será que você é mesmo incapaz de um pouco de discrição?

Creak? — perguntou o dragão.

— Você precisa de um nome. Vou chamá-lo de Festus.

Olhei incrédula para Leo.

— Festus? Sério?

Ele deu de ombros.

O dragão fez um barulho com os dentes e sorriu, Leo me encarou feliz como se isso provasse que o dragão havia gostado do seu novo nome.

— Legal — disse Leo. — Mas ainda temos um problema, pois você não tem asas.

Festus balançou a cabeça e fumegou. Depois baixou as costas, num movimento inconfundível: queria que a gente montasse nele.

— Para onde vamos?

Leo subiu sem pensar duas vezes, fiquei um momento parada, tentando considerar o quão seguro aquilo era.

— Er...

— Vai amarelar agora?

Reviro os olhos e subo no dragão, ignorando o sorrisinho irritante de Valdez.

Parecia impossível que o bosque fosse tão grande e selvagem, mas o dragão seguiu para uma área onde as árvores eram altas como arranha-céus, com copas que encobriam a luz das estrelas. Nem mesmo o fogo nas mãos de Leo era suficiente para iluminar aquele local, mas os olhos vermelhos e brilhantes do dragão davam conta do trabalho, funcionando como faróis.

Finalmente, cruzamos um riacho e chegamos a um caminho sem saída, uma colina de calcário de trinta metros de altura, uma massa sólida que o dragão não poderia escalar.

Festus parou na base da colina e levantou uma perna, como um cachorro apontando uma direção.

— O que é isso? — perguntou Leo, descendo das suas costas.

O imitei, agradecendo mentalmente pelos meus pés estarem firmes no chão novamente ao invés de um passeio ao luar montada num enorme e perigoso dragão de metal.

Ele se aproximou da colina: não havia nada além de rocha sólida.

O dragão continuava apontando.

— Isso não vai se mover sozinho.

O fio solto no pescoço do dragão soltou uma faísca, mas ele continuou parado. Leo colocou as mãos na colina. De repente seus dedos começaram a arder em fogo lento. Linhas de fogo subiam pelas pontas de seus dedos como rastros de pólvora, serpenteando seus contornos. As linhas de fogo percorreram a parede da colina, desenhando uma porta vermelha brilhante duas vezes mais alta que nós.

Leo afastou-se e a porta se abriu, de uma forma incrivelmente silenciosa, já que se tratava de um pedaço de pedra.

Uau.

— Balanceamento perfeito... — ele murmurou. — Isso é o que chamo engenharia de primeira qualidade.

— Eu ia dizer que isso sim era um esconderijo na floresta.

Leo sorriu.

O dragão voltou a se mexer e marchou para dentro, como se estivesse voltando para casa. Assim que entramos, a porta começou a se fechar, me fazendo agarrar o braço do elfo fugitivo do Papai Noel por garantia, mas luzes se acenderam — eram uma combinação de fluorescentes elétricas e tochas presas às paredes.

— Festus — murmurou. — Que lugar é este?

O dragão ficou parado no centro da sala, deixando seus rastros no chão poeirento. Estava em cima de uma grande plataforma circular.

A caverna tinha o tamanho de um hangar de avião, com várias mesas de trabalho e caixas de armazenagem, além de escadas que levavam a plataformas superiores. Havia equipamentos por todos os lados: elevadores hidráulicos, soldadoras, pistolas de ar, empilhadeiras, além de uma coisa que parecia suspeita, como se fosse uma câmara de reator nuclear. Quadros de avisos cobertos de papéis com inscrições apagadas. E armas, armaduras e escudos — artefatos de guerra por todo lado, muitos deles inacabados.

Pendendo de correntes sobre a plataforma onde estava o dragão havia uma bandeira com um desenho apagado, que mal podia ser lido. As letras eram gregas, mas consegui entender o que dizia: bunker 9.

— Isso aqui é antigo — sussurro passando a mão pela parede — velho.

Leo me encarou.

— Coisa de crianças do submundo?

— É uma sensação.

Ele concordou.

Claramente, aquele local fora abandonado havia décadas. Camadas de poeira cobriam tudo. O chão não tinha qualquer marca além das deixadas por eles dois. Eram os primeiros a entrar naquele bunker desde... muito tempo.

O bunker 9 fora abandonado com muitos projetos inacabados em suas mesas. Trancado e esquecido, mas por quê?

— Você está certa, nesse mapa diz 1864.

Leo repentinamente correu até à mesa de trabalho, o segui e vi um desenho que mal podia ser reconhecido: era um barco grego, de vários ângulos diferentes. Letras muito apagadas na parte de baixo diziam: profecia? Impreciso, voa?

— O que é?

Ele ficou tenso, apontando para a proa do navio onde tinha uma cabeça de dragão.

— Parece com o Festus — ele murmurou. — Isso é muito esquisito.

Festus apontou para algo à sua frente, um cinto de ferramentas de couro que fora deixado ao lado de sua plataforma. Depois o dragão virou os olhos brilhantes e iluminou o teto. Leo e eu olhamos para cima, para onde os olhos do dragão apontavam, ouvi ele engolir em seco ao reconhecer as formas dependuradas na escuridão.

— Festus — ele disse, quase sem voz. — Temos muito trabalho pela frente... Espero que você saiba o que é uma chave de fenda, Trice.

Eu mal sabia meu nome hoje de manhã.

EM ALGUM MOMENTO DA MADRUGADA, onde Leo e eu trabalhamos em conjunto, comigo alcançando todas as ferramentas que ele precisava, notei que ele estava estranho.

— Você quer fazer uma pausa?

Ele suspirou.

— Não acho que temos exatamente tempo para isso, Trice.

— Você parece cansado.

Leo parou o que estava fazendo e me encarou, tenso.

— Minha cabeça está cheia.

— Quer falar sobre isso?

Não.

Sua voz havia saído dura, me fazendo lhe dar um olhar nada impressionado.

— Eu sinto que a culpa parece ser minha?

— Bom, desculpe, mas o mundo não gira ao seu redor, Beatrice.

Revirei os olhos.

— Oh, sério? Eu nunca teria imaginado — retruquei com sarcasmo — Para de ficar na defensiva comigo, isso não é nada além de chato.

Leo bufou.

— Não estou na defensiva.

— Então que tal dizer o que está te incomodando para que eu possa te ajudar? Eu já faço as pessoas se sentirem desconfortáveis o suficiente por saberem que posso falar com gente morta, não quero que você se sinta assim também por um motivo que eu nem sei qual é.

Ele mordeu o lábio inferior, os dedos batucando nervosamente na bancada em que eu estava sentada.

— A conversa não vai sair daqui?

O encarei com tédio.

— Eu tenho cara de quem sai por aí espalhando informações alheias?

Leo quase sorriu.

— É só que... É frustrante, eu tenho tantas memórias da gente juntos, lembro perfeitamente com todos os detalhes da gente se beijando na detenção depois de você ter se metido numa briga — murmurou sem me encarar — E eu nunca me senti tão feliz e então... Eu descubro que nada daquilo realmente aconteceu.

O encarei surpresa, não imaginei que ele fosse realmente desabafar após ficar tão na defensiva sobre aquilo.

— Como é a memória do primeiro beijo?

Ele me olha surpreso pela pergunta, mas logo volta a desviar o olhar e focar nas peças em suas mãos.

— Estávamos na sala de detenção, seu cabelo estava num coque mal feito exatamente como está agora, você estava tão furiosa e eu estava tentando fazer umas piadas realmente ruins para lhe fazer rir e então você agarrou a gola da minha camiseta e eu jurei que iria socar minha cara, mas... Você me beijou.

Por um momento, encaro meus pés que balançavam sem encostar no chão por estar sentada na bancada alta, Leo estava trabalhando ao meu lado, os olhos focando em qualquer coisa que não fosse em mim.

Suspirei baixinho e movi minha mão até o seu ombro, o apertando.

— Sinto muito que Jun... Hera, tenha brincado assim com suas memórias e sentimentos, ninguém deveria se sentir assim.

Leo bufou.

— Não preciso da pena de ninguém.

— Não é pena, é empatia — corrigi — sei como é ter alguém brincando com a sua cabeça, não é legal.

Ele me encarou pelo canto do olho, pensativo.

— Você gosta do Jason, não é? O estereótipo de herói poderoso e tal.

Revirei os olhos, com tédio.

— Jason e eu somos só amigos, sinto como se... Ele fosse minha família, sabe? E eu precisasse o proteger do mundo enquanto ele tenta bancar o herói que salva todos de qualquer ameaça que apareça.

— Sem sentimentos românticos? Mas o Jason é... Sei lá, perfeito.

— Caras perfeitinhos definitivamente não fazem meu tipo — resmunguei — perfeição é chato.

Leo gargalhou.

— Eu não acho que Piper concorde.

Nah.

Ele havia relaxado visivelmente e não estava mais tão tenso, aproveitei o momento e agarrei a gola da sua camisa, Leo arregalou os olhos pela surpresa e usei apenas um segundo para tomar a decisão relativamente estúpida.

Eu o beijei.

Leo havia congelado quando encostei nossos lábios, pareceu demorar uma eternidade até que ele timidamente segurou minha cintura, retribuindo o beijo lentamente, como se não tivesse certeza sobre o que estava fazendo. Segurei seu rosto com cuidado enquanto minha outra mão se perdeu nos cabelos cachos dele, o puxando mais para perto.

Era algo calmo e carinhoso, nenhum de nós queria apressar aquele momento, estava... perfeito.

Até que eu senti uma leve ardência na minha cintura, resmunguei um palavrão e me afastei, notando as pontas dos dedos de Leo criando pequenas chamas, ele arregalou os olhos e se afastou num pulo, balançando as mãos no ar desesperadamente tentando apagar as chamas.

— Merda, merda, eu fiquei nervoso, desculpe.

Sem conseguir me conter, comecei a gargalhar enquanto tirava a jaqueta pra apagar os chamuscados que havia na mesma.

— Relaxa, elfo do Papai Noel — respondo divertida — É bom saber que apenas um beijinho meu pode fazer você pegar fogo, literalmente.

Leo me encarou incrédulo, pensei que fosse me xingar, mas começou a rir.

— Você é louquinha de pedra.

Dou de ombros, sorrindo timidamente.

— Ao menos agora uma de suas memórias não são falsas — digo lentamente — mas acho que não saiu como a ideia original, foi muito mais marcante.

— Você nunca vai me deixar esquecer isso, não é?

Nunquinha.

Ele sorriu, se apoiando na bancada ao meu lado.

— Então nós... Somos amigos que tivemos um começo realmente muito estranho?

— E já nos beijamos, mas essa última parte foi totalmente para fortalecer nossa amizade recém criada.

Leo concordou lentamente.

— Acho que posso lidar com isso.

— A menos que você se sinta tentado a me beijar de novo, eu não iria lhe julgar, sou irresistível.

Dou um sorrisinho malicioso, mas ele apenas gargalhou.

— Temos que ter uma conversa séria sobre essa sua autoestima, está se tornando meio sufocante, acho que ela está ocupando todo o Burker.

— Engraçadinho.

— Temos trabalho para fazer, Trice — retrucou divertido — me alcança aquela ferramenta ali.

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