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002 | COOKIES & PIPOCA


Beirando às 19h da noite, Taylor e suas amigas participavam de uma chamada de vídeo em conjunto enquanto a loira terminava de arrumar os últimos detalhes da sua vestimenta até a chegada do atleta que receberia em sua casa.

O jantar estava praticamente pronto, frutos do mar e vinho branco selecionados à dedo pela cantora, especialmente para aquela noite. Sua casa, aconchegante como sempre, tinha um aroma suave de jasmim e a mesa estava repleta de taças, talheres e pratos.

Tudo parecia estar perfeito, tanto quanto o clima fresco do lado de fora e as coordenadas de seus seguranças, indicando que o tight end dos Chiefs estava, agora, a poucos minutos de chegar até a sua casa.

— Meninas, por favor, precisamos ser mais ágeis! — com um tom desesperado, Taylor despertou a atenção das amigas. — Argolas ou…?

— Gosto da ideia das argolas, você geralmente não usa elas com frequência e dá um realce lindo no seu rosto. — Blake apontou, observando as joias que Taylor exibia para que as amigas a ajudassem a escolher. — Fique com as médias. Assim, os piercings ainda terão o seu devido destaque.

— Blake está certa, use as argolas. — Cara ajudou, enfiando uma colher de cereal na boca e voltando a falar, ainda com a boca cheia. — E o seu colar?

— Onde está a sua joia da Tiffany? Ela ficaria perfeita. — tirando a invalidez do seu silêncio, Selena analisou em sua mente o colo da amiga. — Use a de Ouro Rosa, você vai ficar deslumbrante. Todos os três.

— Pare de olhar, eu ainda estou arrependida de ter que usar isso. — ajeitando os próprios seios na roupa, Taylor suspirou e se olhou no espelho. — Isso não está muito extravagante não?

Ela fez uma análise. Segundo a sugestão de suas amigas, Taylor optou por um cropped corset de renda na cor vinho, perfeito para ludibriar olhares até a pele branca e reluzente, principalmente pelo decote nada decente no topo dos seios, deixando-os espremidos e empinados demais para o ponto de vista dela.

Usando uma saia curta na cor preta, Taylor deixava uma parte considerável da cintura e coxas de fora, assim também como as pernas torneadas estavam visíveis e à mostra, já que a peça lhe cobria apenas o essencial do corpo.

Nos pés, uma bota da mesma cor da saia, de salto alto e cano médio, indo somente até a metade da panturrilha. O cabelo estava preso em um penteado de rabo de cavalo e tranças discretas por entre as laterais, franja levemente ondulada e fios soltos. Seu rosto, marcado por um delineado bem desenhado, máscara de cílios e batom bordô, fazia com que os olhos azuis não fossem apenas estonteantes, mas um complemento extraordinário.

— Amiga, você está perfeita. Nada menos do que isso! — Selena a acalmou.

— Não sei… Ah, não há mais nada que eu possa fazer. — tentando se manter tranquila, Taylor se prontificou a colocar as argolas e fechar o trinco do colar ao redor do pescoço. — Ele já está vindo. Não acredito que estou nervosa por uma coisa tão boba.

— Porque não é bobo. — Cara sorriu de lado. — Você está recebendo o homem que você gosta em casa. sau

— Inclusive, proteja-se. — Selena levantou a palma da mão.

— É mais fácil o mundo acabar antes que eu engravide. — pensando alto, ela deixou escapar com uma velocidade preocupante e curiosa. — E, vejam bem, Travis e eu não vamos transar. Bom, é o que eu espero.

— Eu não vou contar o que você realmente espera… — soltando uma risada forte, Blake cutucou.

— Ah, Santo Deus. — a loira revirou os olhos. — Tudo bem, muito obrigada, amo vocês. Preciso ir. E, sim, eu conto tudo depois.

Assim que conseguiu se despedir, Taylor rapidamente desligou o celular e tratou de organizar, o mais rápido possível, as coisas que havia tirado do lugar. Desceu as escadas da casa e foi até a cozinha, remexeu e revistou a comida e respirou fundo.

Apesar de ansiosa, afinal, fazia um tempo considerável desde o último e primeiro encontro com Travis, Taylor estava estranhamente — para ela — tranquila.

Muita coisa havia mudado naquele período, onde eles, através de suas mensagens e interesses um para com o outro, haviam aprofundado ainda mais o seu vínculo, beirando à algo que ela ainda não sabia definir, mas que estava, constantemente, arrancando-a da sua zona de conforto.

E, desde então, ela não era mais a mesma. Não enquanto estava, silenciosamente, desejando mais e mais da companhia do atleta para si. Então, tê-lo agora, tão próximo, tão perto de estar junto a ela novamente, perto de tocá-la e fazê-la estremecer e desabar diante das próprias resistências, era como estar a beira de um precipício junto a uma mente vazia. O desejo de se afundar era maior do que qualquer outro receio.

O barulho do alarme acionado soou como uma campainha sutil e ela teve um espasmo. Só aí então notou que o celular estava vibrando constantemente sobre o balcão, pegou o aparelho e rapidamente conferiu o que acontecia.

— Senhorita, estamos subindo. — a voz do segurança soou imponente e respeitosa. — Podemos continuar? Prefere que deixemos ele ir sozinho ou…

— Vocês podem se ausentar, obrigada pela disponibilidade. — expressando gentileza, Taylor tentou disfarçar a animação na voz quando soube que ele já havia chegado. — Deixe ele vir.

E, então, ela desligou o aparelho novamente, limpou as mãos suadas e quase mordeu os lábios, antes de se lembrar que estava usando batom, e sorriu sozinha.

Que coisa ridícula.

Balançando a cabeça, ela deu alguns passos até chegar em frente à porta de entrada do apartamento e esperou. Depois de um minuto e meio, ele bateu a porta, mesmo que não precisasse. Ela sorriu por aquilo ser engraçado e antigo demais para alguém como o atleta e automaticamente relaxou o corpo, lembrando-se que não deveria ficar tensa ou temerosa por qualquer coisa.

Travis, sendo do jeito que era, não a deixaria desconfortável, mesmo que ela estivesse usando uma saia tão pequena ao ponto de sentir timidez por si mesma. Sendo assim, tratou de organizar os próprios pensamentos antes de abrir a porta e, com cada passo que ele desse à frente, cada um daqueles pensamentos também fossem bagunçados novamente.

Ela pôs a mão sobre a maçaneta, girou-a e puxou para frente. Quando a brisa do lado de fora soprou contra ela, Taylor sentiu que a casa havia tido os seus ares renovados, ou, então, talvez fosse apenas o cheiro do perfume exalando e impregnando tudo ao redor, emanando dele uma essência do qual ela jamais esqueceria.

O primeiro golpe havia sido pelo seu aroma, o segundo; no coração dela.

— Boa noite, Taylor.

Tulipas e uma jaqueta de couro. Foi o que conseguiu notar de imediato, enquanto ele segurava um buquê maior do que o normal nas mãos e estava vestido de preto. Calça de alfaiataria, uma blusa justa contra os músculos e sapatos convencionais. Se divagando nos detalhes da jaqueta, ela notou um recorte moderno na peça simples e, em seu pensamento, ela precisou reunir forças para não dizer qualquer coisa indecente.

— Boa noite, Travis.

E, diante de toda aquela análise, ela olhou para cima e encontrou o rosto dele. A barba estava diferente, mais curta e polida, assim como o bigode e uma curta camada das sobrancelhas. Seu rosto parecia mais visível, chamativo e atraente para ela. O cabelo recém cortado lhe encheu os olhos à vista, já provocando-lhe uma vontade nada indiscreta de passar as mãos por ali e sentir a textura dos fios.

Ele sorria e, uma vez que o fazia, sua face inteira se iluminava. Os olhos cheios de pigmentação faziam de sua íris um paraíso pintado por um arco colorido, tão profundos e brilhantes como esmeraldas reluzentes. As linhas adoráveis que surgiam em seu rosto a fizeram, sem perceber, sorrir simultaneamente diante daquilo, mesmo balançada por tudo o que via à sua frente.

— Isso é inacreditável.

Descendo o olhar dos olhos até a boca dela, Travis firmou os pés em uma só posição e respirou fundo. Depois, foi ainda mais para baixo até conseguir visualizá-la por completo, vestida de um jeito que ele nunca poderia sequer imaginar, mas que agora nunca mais conseguiria extinguir aquela visão de sua mente.

— Como você pode ter ficado ainda melhor desde a última vez? — retomando o fôlego, ele tentou dizer, mas a voz saiu sussurrada e baixa demais para que ela conseguisse ouvir com clareza. — Que mulher maravilhosa.

A última frase soou com uma flecha que atingiu, diretamente, o peito da cantora. Ele ainda estava com os olhos presos nela, tão hipnotizado que não conseguiu notar o jeito que as bochechas dela ficaram vermelhas e o canto dos lábios tremeram em um sorriso tomado de graciosidade e calor.

Ele estava admirando-a com tanto desejo e despreocupação que ela não teve outra reação a não ser sentir o corpo arder e um arrepio descomunal se espalhar por sua espinha. Ela só conseguiu tomar alguma atitude quando Travis tocou o seu braço e retirou a sua mão da maçaneta, apenas para segurá-la entre a sua e levá-la até os lábios.

— Deus. — a voz doce chamou em uma súplica.

Ela acompanhou o movimento da boca dele até chegar à sua pele e, quando ele finalmente o fez, tudo dentro dela estremeceu.

— Você é. — então, ele beijou de novo e a frase que saiu de sua boca soprou como uma brasa na epiderme dela. — Uma Deusa.

Levantando a cabeça, ele se aproximou e estendeu o buquê de tulipas brancas para ela. Taylor lhe dirigiu um sorriso tão bonito e sincero que Travis sentiu orgulho de si mesmo por ter pensado no gesto.

— Deixe-me ver… — puxando o cartão delicadamente entre as flores, ela o abriu e leu em voz alta. — “Do seu não-namorado/não-ficante e admirador declarado, Travis. Ou, melhor, o seu cafajeste da NFL.” Isso é sério?

Quase perdendo toda a magia do momento, Taylor emitiu uma gargalhada alta e jogou a cabeça para trás. Ele acharia graça de sua risada contagiante, mas estava preocupado com outra coisa.

— Ainda tem mais coisas embaixo.

Deixando a questão no ar, ele a olhou com esperteza e Taylor decidiu, daquela vez, não compartilhar sua leitura. Pelo o que via, Travis havia escrito a dedicatória à mão no cartão e, por sua letra não ter exatamente a melhor das caligrafias, ela precisou se esforçar apenas um pouco para ler corretamente. Era um texto grande, mais do que imaginava poder caber em uma carta como aquela.

Estive sonhando com esse reencontro desde quando mencionamos fazer o primeiro. Desde o momento que percebi que teria a chance de te ver pela primeira vez, a segunda nunca foi uma mera opção. Eu já havia decidido que não iria admitir que você escapasse de mim, pois eu já estava completamente arruinado e preso à ideia de ter você.

Trouxe flores porque não consigo imaginar nada mais simples que te agrade. Espero que goste e que essa noite seja tão especial quanto todas as pétalas embrulhadas e escolhidas a dedo nesse buquê. Quando for o momento certo, também espero poder te dá-las junto a um diamante.

Honestamente, T.K.

Cruzando os braços atrás do próprio corpo, Travis parou para observar o sorriso dela se perdendo no meio de um olhar sereno e concentrado. Antes mesmo que ela dobrasse novamente o cartão para fechá-lo, o rosto dela corou e ele sentiu, em seu coração, que estava completamente fodido da cabeça. Nada no mundo poderia ser mais bonito do que aquilo.

Quando Taylor olhou nos olhos dele, foi como se a imensidão azul transbordasse para fora das orbes dela. Ela não sabia o que dizer, só sentia uma sensação diferente no peito e o coração acelerando mais e mais a cada segundo passado. Sendo assim, tomada pelo impulso e emoção, ela simplesmente o desnorteou com um beijo.

Os lábios dela, na bochecha dele, eram macios e mornos. Ele estava tão surpreso que não teve tempo de reagir mais do que simplesmente abraçá-la e agachar o corpo para que ela alcançasse melhor o seu rosto. Nesse meio tempo, Travis conseguiu sentir melhor o cheiro que emanava da pele dela e quase perdeu o controle. Tudo nela parecia ser extraordinário.

— Obrigada. — se afastando, ela sorriu novamente e passou por ele, fechando a porta e deixando o buquê delicadamente sobre a superfície mais próxima que havia conseguido encontrar. — Vou guardar com carinho quando achar um vaso que caiba todas elas. São lindas.

— Escolhi pensando em você. — sem querer que parecesse um flerte, Travis foi sincero e continuou a olhá-la intensamente. — Aliás, você está incrível. Até mais do que isso.

Livre de qualquer preocupação anterior, com o calor do olhar dele e a constatação de suas palavras, Taylor não poderia achar, de maneira alguma, que aquilo era um simples blefe. Então, com confiança e graça, ela reduziu o seu sorriso largo a um no canto dos lábios, olhando-o de uma forma totalmente capaz de desestabilizá-lo.

— Pelo jeito que você está me devorando com os olhos desde que chegou, vou precisar acreditar. — sendo atirada, ela o alfinetou e Travis ergueu as sobrancelhas. — Olhe nos meus olhos, por favor.

— Você não teria vestido isso se não quisesse que eu olhasse. — alternando o olhar entre o decote e o rosto dela, Travis conseguiu achar um ponto de foco nos olhos azuis. — Mas tudo bem. Vou olhar para o seu rosto, assim eu posso ficar com mais vontade ainda de agarrar você agora.

Revirando os olhos, Taylor arrastou a ponta da língua na parte inferior da boca e respirou fundo. Aquele sorriso e a postura relaxada de Travis, em conjunto com as suas falas desinibidas, estavam fazendo com que ela ficasse abalada por dentro.

Estava tudo tão tardio e demorado, de um jeito agradável e tosco ao mesmo tempo, que ela não conseguia pensar direito no que fazer. E, talvez, fosse melhor assim. Deus saberia o que ela faria caso realmente estivesse considerando executar todos os pensamentos e ideias que rondavam a sua mente.

— Quer me dar a sua jaqueta? — tentando burlar a própria mente, ela sugeriu à Travis, se prontificando a pendurar a peça no ganho ao lado. — Não está tão frio aqui dentro. Mas se preferir assim, tudo bem.

— Eu quero beijar você. — rebatendo e ignorando a pergunta dela, Travis a pegou desprevenida.

Primeiro, a expressão dela parecia ser de surpresa. Depois, se tornou pura travessura e presunção. Ela não ia admitir que estava querendo a mesma coisa que ele desejava, afinal, era e estava sendo óbvio, diante de toda aquela tensão sexual, que os dois almejavam o tão ansiado beijo. Porém, sendo um pouco mais resistente e ardilosa, Taylor decidiu não ceder tão rápido.

Ela caminhou em passos lentos até ele e, na ponta dos pés, mesmo com os saltos altos, ela alcançou a gola da jaqueta e a dobrou para trás, arrastando a peça para baixo até chegar nos ombros dele.

— Engraçado… — próximo ao rosto dela, enquanto Taylor retirava a sua jaqueta, Travis mirou os lábios carnudos da loira e sua cabeça explodiu por alguns segundos. — Acho que estou tendo um deja-vu.

— Verdade? — chegando centímetros mais perto, o corpo dela resvalou-se contra o dele e a jaqueta desceu ainda mais, até os bíceps. — Não lembro de ter vivido nada disso antes.

— Não se lembra, é? — não se abalando, Travis descruzou os braços atrás das costas e deixou que ela continuasse deslizando a peça de couro. — Acho que você se lembra exatamente dessa cena. Quer me compensar por ter tirado o seu casaco? Ou quer ter o prazer de passar a mão nos meus braços de novo e fingir que nada aconteceu depois?

— Quero te compensar por me deixar louca ao ponto de não conseguir deixar a lembrança morrer. — com a ponta das unhas, ela fez um desenho na pele dele sobre os músculos e Travis se arrepiou debaixo do toque dela. — Você não é o único. Eu nunca vou esquecer o dia em que te beijei.

A jaqueta caiu ao chão. E, assim como ele estava despido daquela peça, agora o seu desejo se revelava para ela com mais força e avidez. O rosto dela estava totalmente tomado por uma expressão de cobiça e seus olhos tinham um brilho de ambição do qual ele não conseguiu desviar.

— Não precisa esquecer. — levando uma de suas mãos para as costas dela, Travis a trouxe para mais perto com suavidade. — Sabe disso, não sabe?

— Eu sei. — a voz soou tranquila, diferente da reação corporal que obteve ao sentir o corpo colado ao de Travis e a mão que, agora, rodeava a sua cintura. — Não quero esquecer.

Com atenção e vigor, as mãos dela o acariciaram até que ela chegasse à altura dos ombros e se apoiasse nele.  Travis a circundou entre os seus braços e ela mal conseguiu respirar bem quando sentiu o aperto do abraço dele, fazendo com que os seus seios ficassem em atrito em objeção ao peitoral dele.

— O que você quer?

Roçando a boca diretamente contra a dela, Travis provocou um calor que subia diretamente do peito dela até o pescoço e as bochechas. Ela tentou movimentar os lábios, movida pelo desespero e desejo, mas ele não deixou que ela o beijasse. Então, com uma mão livre da cintura dela, Travis a segurou pela nuca e a fez olhar diretamente para ele.

— Quero que me lembre.

O sussurro dela chegou até a ponta da língua e molhou os lábios dele. Com os dentes, ela o mordiscou antes que Travis emitisse um grunhido e juntasse, de uma vez por todas e em completa totalidade, suas bocas uma à outra.

Sentir o gosto do beijo dela foi como tomar várias doses de dopamina, subindo por suas veias como uma solução energética e alucinógena. Era algo como cafeína e heroína, mas semelhantemente, nada comparado a nenhuma dessas tais coisas. O sabor da sua boca era característico como a perdição e a textura suave como um plantio de algodão, sobressaindo entre os espinhos.

Com uma atitude inesperada, Taylor o abraçou pelo pescoço e, repleta de sensualidade, puxou o lábio inferior do atleta entre os dentes, deixando cair um curto e abafado gemido na boca daquele que, agora, massageava a sua cintura com afinco e firmeza.

O corpo dela tinha um atrito tão bom e prazeroso contra o seu que Travis não resistiu a ideia de pressioná-la um pouco mais até sentir o calor que a pele dela emitia em contato com a sua.

As mãos desceram velozes pelo quadril dela e ele desejou descer mais quando Taylor sorriu com malícia e segurou nas mãos dele, guiando dos glúteos até a parte inferior, na barra da saia curta. Os dedos adentraram e sentiram a pele macia dela, descendo pelas coxas e trazendo o corpo dela mais para cima.

O momento parecia maravilhoso. Mais do que isso. Perfeito, até que, de um beijo avassalador, uma nova surpresa interrompeu aquele ansiado átomo.

— Mas o que é isso? — parando quase que abruptamente com o beijo, Travis se separou dos lábios dela e se lamuriou. — Ai.

— Olivia!? — ainda desconcertada e com o corpo amolecido, Taylor olhou para baixo e viu sua gatinha batendo as patas na panturrilha do jogador. — Eu não acredito nisso.

Escondendo o rosto no peito do atleta, Taylor se lamentou pelo momento interrompido e, ao mesmo tempo, sorriu com humor, principalmente depois de Travis ter iniciado uma sequência de risos quando percebeu que, mesmo tentando fazer qualquer sinal para que a gata se afastasse, a felina de pelos brancos não o obedecia. Muito pelo contrário, Olivia parecia cada vez mais irritada.

— Ela está desse jeito porque não me conhece, provavelmente. — tentando achar alguma explicação plausível, Travis sorriu e balançou a cabeça. — Pronto, já fui negado por um dos filhos.

— Ela está enciumada. — com bastante certeza no tom de voz, Taylor afirmou e olhou para a gata. — Olívia não gosta de dividir, mas ela se acostuma, apesar de continuar odiando o fato de me ver com qualquer outra pessoa ou bichinho que não sejam os seus irmãos.

— Tudo bem, agora estou com medo dos seus gatos. — retirando as mãos das coxas da loira, ele a abraçou com carinho e ouviu um miado que parecia mais um rugido feroz em resposta ao ato dele. — Ela vai continuar fazendo isso ou tem alguma mágica que faça ela se acalmar?

— Oli, vem com a mamãe. — se desvencilhando do abraço, Taylor agachou para pegar a gata no colo e a acariciou no topo da cabeça. — Eles vão reagir estranho no início, mas acho que será mais fácil pois o seu cheiro já está em mim. Entretanto, eu diria pra você tomar cuidado com a Meredith. Ela sim não gosta de pessoas novas, mas se souber conquistar ela, nunca irá te largar. Agora o Benjamin, aquele malandro me abandona por qualquer um.

— Tenho certeza que ele nunca te abandonaria por qualquer outra pessoa. — Enquanto falava, Travis observava a maneira como a gata ficava cada vez mais relaxada entre os braços da loira. — Tenho certeza que você é a mãe de gato mais dedicada do mundo.

— Talvez eu realmente seja, faço jus aos rótulos. — lançando-lhe uma piscadela, Taylor se aproximou e estendeu a gatinha para ele. — Você sabe. Senhora-gato sem filhos.

Um pouco sem jeito, Travis pegou a felina no colo e, como se estivesse segurando um bebê recém nascido, seus braços se travaram em uma posição que fosse distante de qualquer perigo para a gata, rindo em contraparte à fala de Taylor e o jeito abobalhado que ela sorria para ele.

De um jeito cômodo e carinhoso, ela ergueu o rosto para dar um selinho demorado nos lábios do atleta e se afastou para pegar o buquê que havia deixado ao lado. Enroscou o braço direito dele ao seu e o impulsionou a andar e acompanhá-la pelo espaço exposto de sua casa.

— Seja bem-vindo. — e, com a voz doce e um sorriso afável, ela completou. — A casa é sua.

***

A mesa de jantar estava decorada abaixo da luz de um lustre alaranjado. As luzes, mais baixas do que o comum, deixavam o ambiente mórbido e sensual, intensificando a energia poderosa que se estendia entre ambos os presentes desfrutando daquela refeição.

Além do vinho, Martini e limão eram o acompanhamento da lagosta e da salada frutada feita especialmente para o complemento do prato. O buquê de tulipas estava, agora, devidamente bem posicionado em um jarro de vidro posto no centro da mesa, emoldurando aquele instante em um verdadeiro momento cósmico. 

— Eu não acredito que preparou tudo isso sozinha. — sem disfarçar o quanto estava impressionado, Travis olhou ao redor. — Digo, já ouvi falar que você cozinha bem. Mas não imaginava que era nesse nível. 

— Você gostou? — um pouco apreensiva, ela segurou o talher com mais força. 

— Se eu gostei? — como se ela tivesse lhe feito uma pergunta boba, Travis incitou um riso. — Se eu não precisasse regrar tudo o que eu como, eu pediria pra levar a panela inteira pra casa. Estou brincando, eu não faria isso. Digo, eu não levaria as suas panelas, mas enfim, você entendeu, eu comeria tudo, não tudo ao ponto de acabar com literalmente tudo, mas…

— Travis, eu entendi. — segurando o riso, ela relaxou o corpo e se limitou a apenas sorrir. — Fico feliz que tenha gostado. E, por mim, não acho que tenha que se preocupar tanto. Você está ótimo assim. 

Puxando um guardanapo para limpar a própria boca, ela o olhou com travessura e se divertiu com o fato de ter conseguido desarmá-lo. Travis, acanhado e orgulhoso pelo mero elogio dela, sorriu e a imitou ao pegar a folha do papel macio e levar até a boca. 

— Acha mesmo? — não contente com a mera menção, ele provocou até ouvir o que tanto queria. — É surpreendente ouvir um elogio seu. 

— Você sabe o que eu acho. — dando em ombros, Taylor recolheu o martini e tomou o último gole de bebida restante. — Mas, diferente de você, não vou ficar exaltando o seu ego o tempo inteiro.

— Não faça isso comigo, princesa. — com um tom charmoso, ele chamou a atenção dela. — Tem medo de admitir que eu sou atraente pra você? 

— Eu diria que sim, se não soubesse que você tem ainda mais medo de que eu admita o contrário. — jogando as farpas na mesa, Taylor lhe deu um olhar de sabichão e Travis fez sinal para desistir da provocação. — Aliás, pare de me chamar de princesa. 

— Já disse, você se parece com uma. E, ainda por cima, tem todos os ideais. — refutando a palavra dela, Travis arrumou a postura e a olhou nos olhos. — Mas se realmente não gostar disso, eu paro. 

— Que ideais seriam esses? — erguendo uma sobrancelha, ela perguntou com curiosidade.

— Você é linda. De corpo e aparência. Seu rosto é delicado, olhos azuis, cabelo loiro… — fazendo uma listagem das qualidades da cantora, Travis cativou o interesse de Taylor. — Além da voz incrível, sua gentileza e todo esse jeitinho delicado, apesar da inteligência excepcional e a atitude bruta. Sendo realista, você só é uma mulher que precisa ser forte e demonstrar confiança. Não que você não seja forte e confiante. Mas, no fundo, o que prevalece é a doçura que faz você ter um coração de uma adolescente apaixonada. Para mim, isso soa exatamente como uma princesa da Disney. 

Extremamente tímida, Taylor pigarrou e balançou os próprios pés debaixo da mesa, sem saber o que responder. Travis era sempre muito bom em fazer com que as palavras dela faltassem, mesmo que Taylor fosse a pessoa mais falante e de pensamento rápido com quem pudesse conviver. Deixá-la quieta ou sem palavras era o mesmo que parar, por alguns segundos, o circuito de sua vida. 

— Ah, isso. Você tímida, é uma das coisas mais adoráveis de se ver. — ele apontou, fazendo o rosto dela ter um rubor ainda mais violento. — É impossível não te visualizar como alguém digna de um trono da realeza. 

— Você sendo clichê faz com que o meu estômago se revire aqui dentro. — tentando sem sucesso algum disfarçar o seu entusiasmo, Taylor brincou com humor, fazendo Travis rir e voltar a pegar a sua taça. — Sendo sincera, eu gosto. Mas, a forma que você diz isso pra mim me dá a impressão de uma intimidade muito… Profunda. 

— Está querendo dizer que eu pareço estar falando como seu namorado. — ele afirmou, antes dela rebater como se fosse uma pergunta. 

— Eu não sei, só me parece um pouco demais. — falando calmamente, suas palavras saíram pausadas e lentas. — Aliás, já que tocou no assunto, acho que precisamos conversar sobre nós dois. 

— Sinceramente, eu também acho. — depois de alguns goles, ele cruzou as mãos sobre a mesa e a observou. — Eu sei que concordei em seguir o seu ritmo, mas preciso entender, ao menos, como ele funciona. Você não quer ser a minha namorada, mas não quer ser apenas uma ficante. Pra mim, me dá a impressão de que você quer que eu te trate com um compromisso que você mesma não quer firmar. É como esperar algo do qual você nunca poderá me assegurar que irá acontecer. 

Respirando fundo, Taylor empurrou o prato para frente e bebeu um pouco de água que estava ao seu lado. Olhou para Travis, todos os seus detalhes e também a expressão de dúvida e ansiedade que saía no movimento veloz da subida e descida de seus ombros. 

Assim como um relâmpago que chega rápido e corta o céu em um estrago estrondoso, o assunto havia chegado na mesma de jantar, abalando, de repente, toda aquela mesa.

— Eu sei que, mesmo aceitando viver esse período confuso comigo, você não está totalmente contente com a minha escolha. — usando a maior das franquezas, Taylor buscou ser correta quanto às suas palavras. — Eu sei qual é o sentimento de gostar de alguém, demonstrar interesse, viver ao lado dela e nunca ser retribuído da maneira que tanto anseia. Acredite, foram seis anos esperando por algo que nunca veio. É como estar em um trem, seguindo sempre em frente, mas nunca parando na estação desejada. Então, de repente, os trilhos mudam, a máquina não funciona mais e a viagem é cancelada. Eu sei o que é viver uma desilusão, Travis. 

Ele não disse nada. Ela estava certa. Ele sabia e ela também. O foco do seu olhar e de sua mente eram totalmente para ela, ele só esperou para escutar o que viria após aquilo. 

— Eu aprecio o seu esforço. Na verdade, não consigo imaginar o porquê de ter continuado a insistir tanto mesmo com todas as minhas dúvidas e receio contra nós dois. — baixando o tom de voz, ela respirou fundo novamente e fez esforço para seguir. — Eu não quero que seja em vão. O fato de você estar quase se humilhando por mim toda vez que nos falamos, eu não me sinto confortável em saber que, querendo ou não, alimentei uma esperança dentro de você do qual eu não tenho controle. Eu gosto de você, Travis. Gosto muito mesmo. Mas eu nunca estive do outro lado da moeda. 

— Ouvir que, ao menos, você tem um interesse maior em mim do que apenas atração física me deixa aliviado, falando a verdade. Não vou mentir dizendo que eu realmente estava seguro de continuar encontrando você dessa maneira, como se fossemos apenas duas pessoas querendo saciar as vontades um do outro. — tomando a frente da conversa, Travis descruzou as mãos e a contou exatamente o que se passava em sua mente, alimentando seus pensamentos sobre ela. — Nunca quis que fosse dessa maneira porque nunca te vi como alguém que vive dessa maneira, e nem alguém que mereça viver. E isso me interessou ainda mais, você não é nenhum pouco rasa para não entender o que eu quero dizer com isso. Eu não quero te pressionar, mas também não quero continuar sendo apenas um homem do qual você decide deixar vir na sua casa, passar as mãos no seu corpo e, no outro dia, continuar dizendo que não temos nada. Se for pra exigir algo de mim, exija tendo a consciência de que eu preciso ser seu antes de qualquer coisa.

— O que eu quero dizer é que eu nunca fui a pessoa desejada. Eu nunca fui a que não queria um relacionamento sério, a que não sonhava com uma família grande e casamento. Eu nunca deixei de ser a mais interessada. — pegando a taça vazia nas mãos, ela balançou o material de vidro na mão e o virou de cabeça para baixo na mesa. — E eu não estou dizendo que é sobre desinteresse. Eu me interesso por você. Eu penso em você. Eu gosto das nossas conversas, de me sentir confortável ao seu lado, de me sentir desejável. De te desejar. Mas a questão é: não acho que consigo fazer isso de novo. 

Os olhos dela fitaram a taça de cabeça para baixo e a última gota de vinho caiu sobre a toalha branca, fazendo uma pequena mancha no tecido. 

Assim como aquele pouquíssimo resquício de vinho, Taylor sentia que o último grão de areia da ampulheta da sua esperança havia caído ao lado oposto. Dali, cessou-se todo o anseio e expectativa do seu maior sonho adolescente de viver um amor puro e digno de suas fantasias. 

Quando Travis observou a cena e prestou atenção aos detalhes ao redor, ele entendeu exatamente o que se passava na cabeça dela. A respiração de Taylor estava tensa, apesar de seguir um ritmo calmo, claramente forçado por ela. Os olhos presos na taça e naquela mancha que ainda se espalhava e ela, talvez por já estar conformada e desacreditada, parecia sequer se importar com o estrago feito no tecido nobre. 

— Princesa, olhe pra mim. — escorregando os braços pelo espaço da mesa, Travis alcançou as mãos dela. — Eu também não estou pronto para um relacionamento, Taylor. 

Ela não soube se foi a reação diante da confissão dele ou então o frenesi do toque de suas mãos juntas, segurando a sua palma entre os dedos grandes e calorosos, cheios de conforto e posse. 

Ele intensificou o aperto e, de alguma maneira, o corpo dela entrou em estado de choque, quase como um despertar depois de um coma pela perda de consciência. Sendo assim, ela ergueu os olhos para ele e Travis viu a íris azul marejada e, de repente, vazia. 

— Você acha mesmo que eu me sinto pronto pra tentar de novo? Olhe para o nosso cenário. Seria louco para cada um de nós aguentar tudo o que viria junto se decidirmos ter algo mais sério do que apenas encontros e bebedices. — os lábios pintados tremeram, mas ela não conseguiu dizer nada. Então, ele continuou. — Nenhum de nós se acha, realmente, preparado. Eu entendo o seu medo. Mesmo não estando satisfeito, eu aceitei tudo isso porque eu compreendo você e eu sei que, se continuarmos bem, talvez isso possa mudar. Minha única e maior satisfação é a de que você me deixe continuar tentando. Mas eu preciso de explicações. Eu me importo demais para simplesmente vir aqui, fazer uma bagunça em você e ir embora sem ter a certeza de que você está feliz com ela. Se você preferir, nós podemos arrumar. 

— E se não der certo? — a seriedade rugiu com a dúvida em sua voz. — E se, por acaso, você desistir de tentar antes que eu consiga mudar de ideia? Você vai cansar e eu não vou querer dar o braço a torcer. Somos bons um para o outro. Mas, nas condições que estamos, temo que não seja bom a longo prazo. 

— Eu não vou cansar. — firme e direto, ele levantou a mão dela entre a sua e curvou o corpo até conseguir beijá-la. — Por que você está sempre presumindo o fato de que eu irei fazer um grande estrago na sua vida? Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas você não me conhece tão a fundo para poder constatar isso por conta própria. O único que estou dizendo é que eu quero uma posição. Quero saber se você quer apenas se divertir comigo ou então, aproveitar o tempo para finalmente conhecer o homem que, futuramente, quer pedir a sua mão. Se não quiser rotular, não o faça. Só me diga qual opção você escolhe e se, genuinamente, vale a pena ir embora. Você sabe que eu não vou ficar se eu não puder fazer aquilo que você merece. Então, apenas me diga. Eu devo ir? 

Ela fez um sinal negativo com a cabeça, mas Travis não entendeu aquilo como uma resposta que pudesse aliviar sua apreensão quanto à decisão dela. Ela não estava escolhendo, só estava ainda mais turva e confusa. 

— Por que? — a pergunta dela soou como um fiasco de voz. O atleta franziu o cenho e Taylor, tomada pela inquietação, desatou a falar. — Por que você está sempre acabando com todos os meus argumentos? Por que você está sempre insistindo em tentar? Por que não consegue deixar que eu termine com tudo? Por que me trouxe flores? Por que você me beija desse jeito? O que eu tenho pra te fazer não desistir? 

Como se nada mais importasse ou existisse ao seu redor, Travis se levantou e, ao rodear a mesa, a retirou de sua cadeira para que ela fizesse o mesmo. Ela o olhou de cima para baixo, embasbacada com a velocidade de sua reação, enquanto Travis curvava o seu corpo de uma maneira que fazia Taylor segurar com força nas bordas laterais da mesa. 

— Quer que eu te mostre? — a voz dele soprou quente e rouca. Taylor, com a boca entreaberta e a garganta seca, assentiu com a cabeça e apenas ansiou. — Eu vou fazer você provar. 

Segurando-a com as mãos em suas bochechas, Travis trouxe a boca dela para grudar com a sua em um beijo quase violento. Forte, insaciável e maduro. Os lábios dela arderam e, movida pela surpresa e aspereza, ela se agarrou a ele quando as mãos que ainda estavam no seu rosto começaram a descer pelo seu corpo. 

Apertando a cintura, ele ergueu o tronco dela até que Taylor estivesse sentada no meio da mesa, afastou os pratos, copos e talheres, deixando apenas o vaso das tulipas e aquela taça intacta. Então, com atitude e potência, ele circundou o pescoço dela com uma força mínima, apenas para fazê-la olhar diretamente para ele. 

Embasbacada, Taylor arfou quando Travis deixou um beijo na ponta de sua orelha e, em seguida, uma marca em seu pescoço, destacada pelas joias. Então, com cuidado, ele empurrou o corpo dela para trás e a fez deitar sobre o forro, segurando em suas coxas e a trazendo para enroscar na cintura dele. Quando Travis segurou as mãos dela, acima da cabeça, Taylor sentiu todo o corpo vibrar e queimar. 

O jeito que ele friccionou o corpo no dela, naquela exata posição, fez com que a mente da loira fosse tomada pela concupiscência.  Os lábios dele voltaram para a boca dela e, de alguma maneira, ela almejou senti-lo mais profundamente do que aquilo. 

Então, a mão que agora acariciava a sua coxa, Taylor segurou-a para que Travis voltasse a subir com a mesma, caminhando do abdômen até o decote que ela exibia somente para ele. Com um aperto generoso, Travis fez com que os olhos da cantora rolassem para cima e o seu rosto assumisse um rubor voluptuoso. 

— Confesse, você vestiu apenas para mim, não é? — apertando novamente, o atleta sentiu a maciez do seio empinado e quase enlouqueceu quando ela, mesmo enérgica e afobada pela excitação, acenou positivamente com um sorriso maldoso. — Eu sempre notei o quanto o seu corpo é bonito, mas usando isso aqui e debaixo dessa saia curta… Você é gostosa pra caralho, Taylor. 

A mente dela quase entrou em colapso, mas ele abandonou e interrompeu a brincadeira entre as linhas do corset, se concentrando em outra coisa além disso. A língua lambeu o vão marcado e, após aquele ato audacioso, ele depositou falsos inocentes selinhos por cima da peça vermelha, descendo do abdômen até o umbigo, esfregando as mãos pelas laterais do corpo dela até fazê-la sentar-se novamente.

— Você é incrível. Estonteante. A mulher mais inteligente, doce e libertina que eu já tive o prazer de conhecer. Você tem o poder de deixar qualquer homem aos seus pés.  — desviando o foco dos lábios dela, Travis afundou o rosto no pescoço da loira e mirou a taça, ainda de cabeça para baixo, ao lado dos dois. — É isso o que não me deixa desistir. Eu estou aos seus pés. E estou disposto a não sair daqui enquanto você não disser o que eu devo fazer pra você tomar uma atitude. 

Uma garrafa de vinho estava aberta pela metade a poucos centímetros dos dois. Travis despejou o líquido na taça e estendeu para ela, fazendo-a tomar outro choque de surpresa e curiosidade. Quando Taylor tomou o primeiro gole, a bebida desceu fervilhando por sua garganta, assim como o sangue que borbulhava em suas veias e a deixava com o corpo febril de desejo. 

— Eu a enchi para você. — apontando para a taça, Travis fez com que ela prestasse atenção para o que ele realmente estava dizendo. — Não precisa se lamentar por algo que já acabou. Se você puder permitir a si mesma um novo começo, comigo, eu nunca vou deixar o vinho faltar. 

— Travis… — sussurrando o nome dele, Taylor deixou a taça ao lado novamente e o segurou pelas maçãs do rosto. — Você não existe. 

— Posso te provar o contrário disso também. Existo, estou aqui e estou aqui unicamente para você. — segurando os braços dela, ele não impediu que ela continuasse com a carícia, apenas apreciou o seu toque. — Mas, se quer que eu continue aqui, você precisa deixar que eu fique. 

— Não quero que você vá embora. — lambendo os lábios molhados de vinho, ela suspirou. 

— Então me peça para ficar. — o atleta sugeriu, sem deixar a esperança morrer, apesar de aflito por dentro. — Vamos deixar isso para trás. Nós podemos seguir um ritmo tranquilo, podemos experimentar, conhecer, testar… Me peça para tentar. 

— Fique. — ouvindo a última voz de sua consciência perturbada e desesperada, ela finalmente cedeu. — Vamos tentar. 

Saindo diretamente de seu coração, o anseio por mais e pelo inesperado sobressaiu ao medo. Ela queria tentar. Queria poder experimentar, conhecer e testar os seus limites. Queria fazer de tudo se pudesse continuar sentindo aquela mesma intensidade de energia e felicidade que desregulava cada parâmetro de seu corpo. 

Se fosse para continuar recebendo toda a atenção e devoção que nunca sentiu um dia ter sido dedicada, então ela continuaria, mesmo sem nenhuma certeza de que aquela era a escolha certa. Quando olhava para Travis, nada parecia ser realmente certo. E, de uma forma apavorante, aquilo a deixava ainda mais entregue. 

— Sem compromisso?

Contendo a euforia que chegou ao peito dele com a confissão dela, Travis se refreou e tratou de sanar sua última dúvida. Taylor fechou os olhos, tentando pensar além do receio e preocupação. Quando ela os abriu, tudo o que via eram os olhos brilhantes do tight end em sua direção, como se a primavera estivesse recaída em suas orbes atraentes e apaixonantes. 

— Até assumir um.

Com um sorriso velado, ela reprimiu a agitação dentro do próprio peito quando sentiu o coração acelerando de um jeito vergonhoso para o próprio ego. Porém, quando Travis a pegou desprevenida em outro beijo, ela simplesmente não deu a mínima e se lançou totalmente para ele. 

— Estou feliz. — ele segredou entre os lábios dela. — Podemos brindar?

— Na verdade, acho melhor parar com a bebida. — olhando para si mesma e o cenário onde estavam, Taylor sorriu e balançou a cabeça. — Eu ainda estou sentada na minha mesa de jantar e esse vinho está quente. Eu também estou feliz, ainda temos o resto da noite para aproveitar.

— Tudo bem, sem mais bebidas por hoje. O que quer fazer? — acariciando os fios de cabelo soltos no rabo de cavalo da loira, Travis esperou que ela desse a sua posição. — Podemos arrumar as coisas e perder um tempo em frente a TV, se preferir ficar um pouco quieta. 

— Um filme, talvez? — sugerindo, ela o mirou com tranquilidade e entusiasmo. Travis concordou e, após ajudá-la a descer da mesa, beijou novamente as mãos da cantora. — Vou fazer a pipoca.

Deixando que ele, por pura insistência do mesmo, terminasse de tirar a mesa, Taylor foi até o compartimento da cozinha. E, enquanto vasculhava a própria dispensa, vários pensamentos surgiam como alardes ansiosos que, a partir daquele momento, ela silenciou com a força do sentimento novo que tomava conta de si. 

A empolgação crua e a ingenuidade que voltaram a fazer corar o seu rosto foi instantânea. Ela não entendia, mas as pernas tremiam de um jeito estranho e engraçado. Estava tão leve depois de ter finalmente confessado o que sentia em relação à Travis que, olhando para ele agora, não era mais tortuoso ou torturante. Era clareza e, se tudo corresse bem, sustentabilidade. 

Não, não estava alimentando expectativas. Sabia que aquele havia sido apenas o primeiro passo. O primeiro empurrão para que ela tomasse coragem para descobrir até onde chegaria com a ideia de se afundar nas brincadeiras e risos de um jogador de futebol e cair na tentação da perdição de seu sorriso malicioso e mãos firmes. 

As probabilidades eram tamanhas. Porém, a resposta, apenas uma. A que mais temia: ela não fazia ideia. Não podia se assegurar, não podia planejar, não podia fantasiar além do que a realidade lhe permitia. Não podia sonhar. Não podia querer além do que podia ter. E, mesmo assim, ela estava fazendo tudo o que não deveria. Assim como naquele exato momento. 

Não. Não. Não. 

Era tudo o que soava em sua mente. Nenhuma afirmação positiva quanto ao fato de que ela estaria perdendo todas as estribeiras dali por diante. Entretanto, no meio de toda a negação, ele havia conseguido plantar uma semente de esperança no coração dela. 

E, agora, de um pequeno broto, crescia-se uma raiz forte e poderosa, ainda que insegura. As flores, antes jogadas sobre o caixão do enterro de suas mágoas e amargura, celebravam o nascimento de um novo tempo repleto de emoções a serem descobertas e renovadas. 

O selo havia sido feito. E, no final, só uma constatação restou: Vinho e Tulipas não são sobre álcool e flores

***

— Qual o seu tipo favorito de cookies? — sentada ao sofá, Taylor trouxe a travessa repleta de biscoitos recém-assados para o meio do assento. — Prefere os tradicionais ou então os de chocolate puro? Apesar de que, existem diversas variedades e receitas de cookies.

— Para ser sincero, não sou muito adepto a doces. Mas eu gostei desse. — mordendo um dos biscoitos, Travis prestigiou o gosto da guloseima e sorriu diante da satisfação dela pela positividade dele. — Quando você disse que iria preparar algo para comermos durante o filme, pensei que seria apenas a pipoca. Eles já estavam prontos ou você realmente conseguiu assá-los nessa velocidade toda?

— Eu fiz a massa hoje durante a tarde. Gosto de comer doces quando estou ansiosa ou, então, só realmente quero sentir o gosto do açúcar. — explicando-se, ela parou para assoprar o cookie em sua mão e mordeu uma pequena quantidade da borda. — Então, como ainda tinha uma quantidade da massa reservada, eu pensei que não teria problema fazer um pouco agora. Aliás, não demora tanto assim para assar.

— Cookies e pipoca. — dando de ombros de uma maneira divertida, Travis finalizou o biscoito e, em seguida, pegou a tigela com o milho estourado. — É uma ótima combinação estranha.

— Assim como nós. — roubando um grão das mãos dele, antes que Travis levasse a boca, Taylor sorriu com travessura e mastigou a pipoca. — Estranhamente ótimo.

As luzes estavam desligadas na sala de estar. Meredith, conhecida a pouco tempo por Travis, estava deitada confortavelmente sobre a poltrona e dormia calmamente diante do ruído que vinha da televisão. De vez em quando, ela ronronava pedindo o carinho da loira que, prontamente, sempre se colocava à disposição para acariciar sua primogênita.

Star Wars não era exatamente o forte da cantora no quesito cinema, mas ela não se importava em assistir. Afinal, Travis e ela estavam mais interessados em discutir sobre coisas aleatórias enquanto o filme passava apenas em cenas perdidas para os dois.

— Por que estava ansiosa? — intrigado, Travis fez a pergunta com cuidado.

— Por que acha que eu estava ansiosa ao invés de, simplesmente, estar com vontade de comer doces? — colocando as mãos na cintura, ela o olhou torto.

— Porque seria mentira se você dissesse o contrário. — ele incitou, deixando-a sem saída. — Não precisa mentir. Se te conforta, eu também estava nervoso antes de chegar até aqui. Saber que eu veria você de novo, depois de tanto tempo, me fez perder metade de todo o meu sono durante a noite.

— Eu também não dormi direito. As meninas vieram aqui em casa ontem, foi ótimo e, da mesma forma, foi uma bagunça e tanto. — rindo descontraída, Taylor recordou-se dos momentos do dia anterior e a própria ansiedade que a acompanhou até o momento daquele reencontro. — Acho que só fiquei preocupada. Pensando na conversa que tivemos, como seria, como você aceitaria e como as coisas ficariam depois disso. Mas, já que estamos sendo sinceros, eu também estava animada.

— Mas, ei, não precisa ficar mais ansiosa por isso, não é? — delicadamente, ele perguntou enquanto passava um braço em torno da cintura dela. — Está tudo bem agora.

— Sim. — visivelmente e também, afortunadamente, internamente tranquila, Taylor afirmou, retirando os biscoitos do meio do caminho entre os dois. — Está tudo bem agora.

— Isso é ótimo. — compartilhando do mesmo sentimento de tranquilidade, Travis puxou o corpo dela para perto do seu. — Realmente ótimo.

— Você tem razão, mas… — olhando para os dois, próximos demais novamente, com o rosto dele se inclinando para ela em busca de um beijo, Taylor provocou. — Não vamos repetir aquela cena do sofá, não é?

— Ao menos que não queira, então a resposta é não. — Travis sorriu de lado, subindo com as mãos para as costas dela. — Você não está bêbada dessa vez e eu vou continuar mantendo a minha sobriedade. Mas o meu colo sempre estará disponível para você.

— Travis! — esmurrando-lhe pelos ombros, Taylor jurou estar provocando algo além das cócegas que as mãos dela faziam nos músculos dele comparado à pouquíssima força que ela tinha contra o atleta. — Eu vou matar você.

— Eu sei exatamente como você pode fazer isso. — avançando devagar contra ela, Travis a beijou no pescoço e, subindo com os lábios úmidos, chegou até ao pé do ouvido da loira. — Mas não. Hoje não.

Quando ele beijou a boca dela, a combinação doce e salgada fez do beijo um agridoce estonteante. A língua dela se movia com suavidade sobre a sua, assim como os suspiros doces que escapavam da boca totalmente arruinada pelo batom borrado. Travis a acariciou nas costas antes que o ar dela faltasse e eles precisassem terminar o beijo com curtos e demorados encostos de lábios.

— Vem aqui. — voltando a abraçá-la, Travis a pôs ao seu lado e ofereceu o ombro para a cantora. — Não é o meu colo, mas deve compensar.

— Ah, compensa sim. — vendo os músculos do braço à total mercê dela, Taylor se agarrou aos bíceps do atleta e ele sorriu orgulhoso. — É ótimo.

Após a aparição da princesa Leia, a sala acabou por recair em um silêncio cômodo. O conforto da posição dos dois, com os corpos enroscados e os pés descalços sobre o móvel acolchoado, era uma pura e atrativa representação de aconchego. Até que ela, de tão imersa no toque que ele ainda fazia continuamente sobre as suas costas, não notou os olhos fechando e caindo, a si mesma, em um sono despreocupado.

— Tay? — sussurrando, Travis a chamou com um beijo no topo de sua cabeça. — Princesa…

— Hum. — resmungando, ela abraçou o braço do jogador com mais força e voltou ao estado de sono profundo.

— Tay, o filme já acabou. — sorrindo, ele tentou chamá-la novamente.

— Oi? O que foi? — quase que assustada, ela levantou a cabeça rapidamente, os olhos cerrados e cansados. — O que aconteceu?

— Nada, se acalma. — acariciando o rosto dela, Travis afastou a franja bagunçado e sorriu de novo. — Você dormiu. Durante o filme todo. Eu não queria ter te acordado, mas não tinha como ir embora assim, de repente.

— Ah, meu Deus, sinto muito por isso. — ela esfregou o rosto, olhando para a TV e o filme que já havia se encerrado. — Me desculpe, eu não sabia que estava com tanto sono assim.

— Não precisa se desculpar, você só estava cansada. — descartando a culpa dela, Travis se aproximou e beijou a ponta do seu nariz. — Você estava tão tranquila que me deu pena de ter que te chamar. Mas acho melhor deixar você descansar agora.

— Eu perdi a última parte da nossa noite, eu realmente estou chateada por isso. — ela riu envergonhada, mas suspirou conformada logo depois. — Te deixei sozinho assistindo uma luta com bastões fluorescentes. Que péssimo.

— Diga por você, eu não perdi nada. — exibindo convencimento e astúcia, Travis se aproximou novamente e capturou a bochecha rosada com mais um beijo. — A noite foi incrível.

Ousado como sempre era, Travis depositou pequenos selinhos por toda região que encontrava abaixo do queixo dela, desde o pescoço até a clavícula e os ombros da loira, respirando o perfume doce e envolvente que a pele macia transpirava e o enlouquecia, a cada vez, um pouco mais.

— Vou sentir falta disso. — descendo do ombro esquerdo, os lábios do atleta continuaram fazendo uma trilha sobre a epiderme da cantora, até chegar nos braços e, finalmente, nas costas da mão. — De beijar você.

— Sendo assim… — contendo um suspiro diante do arrepio que abateu o seu corpo, Taylor respirou fundo e olhou para ele. — Por que não me beija de novo, antes que você sinta a minha falta?

Mostrando a ele um falso sorriso inocente, Taylor se iluminou e foi quase como se ela não estivesse, minutos atrás, caindo de sono nos braços daquele mesmo homem à sua frente.

O polegar do tight end foi até o queixo da cantora e a trouxe de volta para si. O encaixe de suas bocas foi calmo, carinhoso e lento. Uma serenidade sofisticada de se sentir, ao tempo em que os primórdios da despedida e saudade começavam a martelar entre os dois. Entretanto, naquele momento, só aquele único beijo importava.

— Vou sentir sua falta. — ela confessou, entre uma pausa curta do beijo.

— Eu já estou sentindo a sua. — ele respondeu, voltando a beijá-la novamente.

Quando o beijo chegou ao final, ela o abraçou com força e, mesmo se lamentando, levantou-se e precisou reorganizar a mente antes de decidir o que deveria fazer primeiro. Havia pedaços de biscoito e milhos de pipoca no chão; Meredith, curiosamente, ainda dormia e a TV permanecia ligada.

— Já avisou onde ficaria hospedado? — procurando o celular pelo cômodo, Taylor buscou o aparelho para falar com os seguranças. — Vou pedir pra te busquem aqui e levem até lá.

— Puta merda. — com um assombro evidente no rosto, Travis arregalou os olhos. — Porra.

— Travis, você se esqueceu de fazer a reserva? — adivinhando a gafe cometida pelo jogador, Taylor levou a mão até o rosto. — Meu Deus.

— Eu me esqueci completamente. Eu estava tão focado em só vir pra cá que me esqueci que deveria ter reservado antes. — se sentindo culpado, ele levantou e se pôs ao lado dela, puxando o próprio celular do bolso. — Sério, eu realmente me esqueci. Isso ocorre sempre, mas sei que não deveria ter ocorrido agora. Eu posso consertar, vou buscar um lugar próximo.

— Nem pensar. — com a voz firme e clara, Taylor puxou o celular da mão dele. — Já viu que horas são? Está tarde demais pra você simplesmente pesquisar um hotel e ir pra lá. Além disso, você não é uma pessoa comum, Travis. Você é um atleta da NFL, seria muito curioso você chegar com um modelo de carro igual ao meu em qualquer hotel por aqui. Não pode fazer isso, seria arriscado demais.

— Então eu dou um jeito de sair daqui de outra forma, certeza que consigo encontrar um lugar tranquilo. — fielmente convicto de que seu plano daria certo, Travis falou esperançoso. — O que foi?

— Travis, você é louco? Você queria que eu risse com isso, não é? Acha mesmo que conseguiria sair daqui desse jeito? Por acaso você sabe que existem pessoas que, literalmente, revistam o meu lixo? — com a voz soando minimamente histérica e sarcástica, Taylor expressou sua preocupação. — Não tem como. Se tivesse resolvido isso antes, minha equipe te levaria com segurança e sem alardes maiores. Mas agora, isso não vai ser possível. A única solução é que você fique.

Ele arregalou os olhos e ela, ainda raciocinando o fato de que teria a presença do atleta em sua casa durante toda a noite e que ele estaria dormindo debaixo do mesmo teto que ela, justamente naquele momento, respirou fundo antes de ter uma taquicardia.

— Olha, me desculpe mesmo, eu não queria ter causado esse transtorno todo. — retraído, ele tentou se desculpar novamente. — Não quero que pense que fiz isso de propósito, eu nunca faria isso, acredite em mim.

— Eu sei que não, Travis. Você é, no mínimo, desatento. Mas eu sei que você não é maldoso nesse nível. — acalmando sua breve reação quase explosiva, Taylor restaurou os seus ânimos e devolveu o aparelho celular que o pertencia. — Não há problema em você ficar. Há vários quartos de hóspedes na casa, tenho certeza de que você vai ter conforto em qualquer um que escolher.

— Espera aí, quarto de hóspedes? — falsamente ressentido, Travis levantou uma sobrancelha. — Eu não vou dormir com você?

— Felizmente, esse não é um romance onde só há uma cama e você é o mocinho que decide dormir no chão ou no sofá da sala e eu a garota carente que te chama pro colchão. — cruzando os braços, ela sorriu incrédula. — Você não pensou que iria dormir na minha cama, pensou?

— Não só pensei como vou. — decidido, ele fez charme ao tentar se aproximar dela, tocando a sua cintura enquanto ela ainda estava com os braços cruzados. — É a única oferta aceitável. Eu vou embora e, segundo você mesma, corro o risco de arruinar tudo ou, então; Eu fico e te faço companhia no seu quarto.

— Você é um cafajeste mesmo, não é? Por mim, a decisão é sua. Vá, arruine tudo e nunca mais olhe na minha cara. Ou então, fique e eu posso pensar em não te deixar dormir no corredor. — se esquivando do beijo que ele tentou roubar dela, Taylor também retirou as mãos dele de sua cintura e começou a organizar a bagunça que haviam feito na sala. — Vá buscar a sua mala no carro, Travis. Quando você voltar, vamos escolher um quarto pra você.

— Eu já escolhi. — não cessando a insistência, ele a provocou. — O seu.

— Não vai rolar. — ela deixou claro.

— Ótimo. — não se abalando, ele foi além. — Assim podemos achar uma posição perfeita para passar a noite.

— Você tem treze segundos para sair da minha frente e ir buscar sua mala antes que eu desista de deixar você ficar. — tentando transparecer a maior seriedade possível, Taylor o olhou feio e Travis calou a boca. — Entendido, Travis Michael Kelce?

Fazendo um sinal de zíper a ser fechado na boca, Travis assentiu e deu meia volta para ir buscar suas coisas no carro da cantora — tendo que retornar, após esquecer de pedir as chaves para a dona — e fazendo Taylor rir pelo jeito ridiculamente bobo que aquele homem de praticamente dois metros de altura conseguia se comportar.

Quando ele voltou, Taylor já havia arrumado a sala e guardado os biscoitos restantes na cozinha, esperando ele para subir as escadas. Eles seguiram em silêncio e, sem querer parecer abusado demais, Travis escolheu o primeiro quarto que ela mostrou.

Então, a cantora o apresentou à suíte e deixou ele acomodar-se sozinho, alegando que, naquelas situações, privacidade seria uma boa alternativa.

Ela subiu para o próprio quarto e, ainda um pouco nervosa, decidiu se deveria ou não mandar uma mensagem para as amigas sobre o fato de que o atleta passaria a noite no apartamento dela.

No final das contas, ela decidiu não dizer nada por enquanto. Afinal, ninguém poderia afirmar ou assegurar à ela quais coisas poderiam acontecer ainda naquela noite, que agora se estendia para uma madrugada.

Depois do banho e da retirada de maquiagem e recolhimento das joias, Taylor soltou e escovou os fios de cabelo loiro, prendendo-os de uma maneira que não lhe causasse nós futuros. Terminou a rotina de cuidados com a pele e se vestiu. Como ainda estava um pouco aflita e ansiosa, decidiu descer um degrau e ir conferir se a sua visita estava realmente se sentindo bem no lugar onde havia escolhido, a contragosto, repousar.

Ela bateu duas vezes na porta e, na terceira, Travis abriu para que ela entrasse. Ele estava vestido com um shorts confortável e folgados e uma regata branca que, junto ao corpo úmido, deixava os rastros de seu corpo totalmente transparentes.

— Está tudo bem? — engolindo em seco, ela fingiu não ter reparado na marca do abdômen dele sobre a regata. — Conseguiu tomar o banho tranquilamente?

— Você quer os detalhes? — sorrindo de lado, Travis conseguiu fazê-la ficar ainda mais sem jeito. — Mas sim, princesa, está tudo perfeitamente bem. Até o banho.

— Ah. Ótimo, então. — mordendo os lábios, ela desviou os olhos para a cama e assentiu, dentro de si, que era melhor fugir o mais rápido possível dali. — Bom descanso. Eu vou ir agora, mas se precisar, meu quarto é o último do corredor acima. Pode vasculhar a cozinha se você for do tipo que faz lanches de madrugada. Não que eu faça isso. Não com frequência. Enfim…

— Entendi. Obrigada pela gentileza. — se divertindo com o evidente nervosismo da loira, Travis sorriu e passou as mãos pelo cabelo recém lavado, sem saber que aquilo não ajudaria em nada à mulher à sua frente. — E, sobre o quarto, estou indo para lá agora.

— Travis, você não vai dormir junto comigo. — duvidando da própria fala, Taylor não gostou da reação que ela mesmo teve ao dizer aquilo. — Seria… perigoso demais.

Perigoso… — analisando o tom da palavra dela, Travis a olhou no fundo dos olhos e Taylor o respondeu com um olhar cheio de possibilidades. — Tudo bem, então. Posso, ao menos, ganhar um beijo de boa noite? Ou isso é muito perigoso pra você também?

Sentando-se na ponta da cama, Travis observou de forma minuciosa a camisola de cetim lilás e o rosto limpo, sendo destacado pelas bochechas naturalmente rosadas e os lábios bem desenhados dela. Ela estava comportada na vestimenta noturna, mas ainda assim, parecia desejável demais para ele.

Com o pedido martelando em sua mente, junto com a admiração do olhar dele sobre si, Taylor precisou pensar rápido antes de fazer com que as pernas bambas se movessem até ele. Ela mapeou, dentro de si mesma, todo o labirinto de desejo, apreensão, lascívia e ambição. Então, no mais insensato dos impulsos, ela foi.

Os poucos passos que deveriam ser percorridos até a chegada da cama pareciam ter se tornado mil diante da lentidão doentia dela. Quando finalmente estava perto, centímetros do atleta, Taylor tocou os fios de seu cabelo e escorregou com os dedos pela umidade até chegar a nuca dele.

Descendo o rosto, ela conseguiu sentir melhor o cheiro cítrico do sabão líquido e, escorregando mais um pouco com as mãos, ela tocou o início de sua espinha e o corpo reagiu com um arrepio ao sentir a pele que ainda gotejava a água quente do chuveiro.

Quando Travis ergueu o rosto para ela, Taylor estremeceu. Como um passo de dança coreografado, os joelhos dele se afastaram e ela se infiltrou ao meio de suas pernas, com os joelhos batendo na borda do colchão e as mãos dele, velozes e travessas, correndo para os quadris dela, acariciando a pele por cima do tecido deslizante de cetim e atento ao olhar flamejante que as íris Azuis transpareciam.

Taylor repousou as mãos nos ombros do atleta e, visualizando um pouco mais abaixo dela, delirou-se com a ideia de tê-lo, daquela mesma forma abaixo de si, em outra ocasião e propósito. Então, sentindo que ele estava totalmente à sua disposição, ela foi tomada por uma energia possessiva de ego e comando, colando seus lábios ao se curvar na direção da boca do tight end.

— Está com medo de que eu tente transar com você? — soprando contra a boca dela, Travis interrompeu o momento. — É por isso que está tão hesitante em se deitar comigo?

— Estou com medo de que eu tente transar com você. — respondendo com uma sinceridade ávida, ela o beijou novamente. — Se você me tocasse desse jeito, estando na minha cama, eu não hesitaria em deixar que você acabasse comigo.

— Eu realmente estou com muita vontade de acabar com você agora. — desafiando apalpar o corpo dela, Travis pressionou suas mãos contra a cintura dela, mas não fez nada além de um movimento sutil. — Mas eu posso controlar.

Então, de supetão, ele retirou totalmente as mãos dela e Taylor se surpreendeu. Ele não tentou mais nada, nem mesmo enquanto ela ainda roçava seus lábios contra os dele e arranhava, ainda que não propositadamente, os ombros dele com as suas unhas.

— Eu sei que o mesmo desejo que eu sinto de ter você, é o mesmo que você sente. Mas eu também sei que, apesar de nos querermos, você não quer que isso aconteça agora. — afável, ele interrompeu completamente o beijo e se levantou, fazendo-a caminhar para trás. — Eu também não quero. E eu respeito você e a sua decisão. Eu não faria ou tentaria nada sem ter a certeza de que você estaria segura e confiante disso. Pode confiar em mim, se você preferir, posso manter minhas mãos totalmente longe.

— Eu confio em você. — ela afirmou, certa de que, a única pessoa em quem não podia confiar naquelas circunstâncias, era a si mesma. — Mas, se for para me deixar tranquila, me responda. Por que está tão interessado em dormir comigo?

— Porque eu sequer sei quando vou poder te ver novamente. E, embora você tenha deixado claro que quer continuar me vendo, você não me deu nenhum sinal de quando ou em que ocasião isso poderá acontecer novamente. Não sei se devo esperar um mês ou um ano. — dramatizando, ele conseguiu arrancar um sorriso confortável dela. Então, puxando-a para perto de novo, Travis a abraçou com cuidado. — Sendo assim, entre um mês ou vários, eu não suportaria a ideia de que estive perto de ter você dormindo ao meu lado e não aproveitei a chance de ter passado cada mísero minuto que podia ao seu lado. Eu não vou conseguir dormir sabendo que você está a somente alguns passos de mim.

— Isso não me parece ser algo que um semelhante à ficante-somente-talvez-futuro-namorado diria apenas no segundo encontro. — fingindo não ter quase derretido por dentro, a loira se manteve firme com a decisão, mesmo sabendo que, dentro de si, já havia dado o braço a torcer. — Para um cafajeste, você é muito bem metido a romântico.

— Travis Kelce pode ser tudo o que você quiser. Cafajeste, romântico, bom de cama… — falando baixo, ele a abraçou com mais força e ela gargalhou. — Mas, acima de tudo, extremamente rendido a você. Aliás, preciso pedir para que aceite logo que eu durma com você. Você já viu como a lua está cheia? Se aparecer um lobisomem, eu posso simplesmente partir dessa para uma melhor. Sem contar os ataques alienígenas que podem me assombrar ao longo da madrugada. Isso sim é um perigo. Não me deixe à deriva, por favor.

— Pare de ser idiota, seu canalha. — calando a boca dele com a palma de sua mão, Taylor o impediu de continuar com a persistência. — Pegue logo o maldito cobertor e venha.

Com um sorriso de ponta a ponta, Travis recolheu o cobertor da cama e seguiu até o quarto, sendo guiado por ela durante todo o caminho. Ao entrar pela porta, ele visualizou como a estrutura era bem complementada e organizada, assim como os instrumentos e o charme característico e retrô da cantora.

Os móveis eram de requinte alto, ele notou pelo material que reluzia. Os instrumentos expostos com carinho e capricho traziam o ar de sofisticação e perfeccionismo exibidos pela loira, abrindo para ele um mar de pensamentos sobre o que aquela mesma mulher produzia durante as suas noites de insônia e tardes demoradas naquele quarto.

— Então, esse é o Benjamin? — notando um felino no meio da cama organizada, ele apontou.

— Mais conhecido como o meu caçula, o mais novo entre as irmãs. — com um sorriso orgulhoso, Taylor pegou o seu fiel companheiro nas mãos e o deitou na posição que ele mais gostava. — Ele prefere ser carregado como um recém nascido. É muito manhoso, carinhoso e dramático, adora pular para a minha cama, mesmo tendo todo o conforto possível para se deitar em seu próprio espaço. Exatamente como alguém que eu conheço.

— Que sorte! Não conheço ninguém como ele. — ignorando as farpas dela, Travis se aproximou para observar o gato e, baixando as narinas para esfregar-se no topo da cabeça dele, se assustou com um barulho. — O que é isso?

— Ele está ronronando. — revirando os olhos, Taylor o olhou com desapontamento. — Esse oferecido. Sequer olhou na sua cara e já está implorando por carinho.

— Você não está com ciúmes, está? — se divertindo com a carranca que se formou na face dela, Travis começou a rir e Taylor se manteve séria. — Tudo bem, você está com ciúmes de mim ou do gato?

— Apague essa luz antes que eu desista e te chute para fora. — foi o único aviso que deu, deitando-se ao seu lado preferido da cama e acomodando o bichinho ao seu lado. — Vamos logo, Travis!

— Tudo bem, esquentadinha. — provocando-a, a loira resmungou e virou-se para o lado oposto. — Vai ficar de costas pra mim? Tudo bem então.

Após desligar as luzes, ele se deitou e se cobriu com o cobertor que ela havia ordenado e sorriu sozinho ao olhar para o lado e perceber que, mesmo somente com o cobertor dela, poderiam cobrir três pessoas com muita facilidade. Porém, como a mulher que ele desejava se relacionar era altamente teimosa e orgulhosa, ele não falaria nada. Já estava sendo uma dádiva estar ali ao lado dela.

— Boa Noite, Tay.

— Boa noite, Trav.

— Trav? — virando-se para ela, ele a tocou no ombro e ela levou a mão até a testa. — Eu gostei disso.

— Veja só, que ótimo. — tentando encurtar a conversa, Taylor respirou fundo e se agarrou mais à Benji. — Agora, vá dormir, Travis.

— Eu vou ter que dormir assim mesmo, sem nenhum carinho? — como uma vítima ferida, ele tocou o ombro dela novamente. — Isso é tortura.

— Você disse que queria dormir ao meu lado, você conseguiu. — virando o mínimo do rosto para trás, Taylor retirou a mão dele de seu ombro. — Não teve nenhuma outra exigência ou pedido após isso.

— Pensei que não fosse preciso, você é sempre tão receptiva e carinhosa… — evidenciado deboche e sarcasmo, Travis continuou. — Pensei que, ao menos, iríamos trocar algumas palavras.

— Já trocamos muitas palavras, Travis. — descartando, ela se manteve firme.

— Tudo bem, então. — falsamente ressentido, ele não se moveu de lugar.

— Boa noite. — ela desejou, por uma última vez.

— Boa noite. — ele respondeu, ainda com a visão das costas dela a sua frente e nada além disso.

Taylor não queria voltar-se para ele e deixar que ele notasse o seu nervosismo com o fato de que estava dividindo a cama com ele. Os olhos estavam bem abertos e, em dado momento, talvez pelo suor que escapava das mãos dela, Benjamin se incomodou com a inquietação e pulou para fora da cama em busca de qualquer coisa que pudesse alimentá-lo àquele horário da madrugada.

Ela esfregou o rosto, se moveu e, novamente, respirou fundo. O cheiro do banho recém tomado de Travis ainda estava exalando e, a cada segundo que passava, era como se ele ficasse insuportavelmente melhor e mais intenso.

Era óbvio que estivesse nervosa. Afinal, sua atual fonte de desejos e músculos estava ali, a pouquíssimos centímetros de distância, na mesma cama onde ela costumava fantasiar sobre ele. Aquele era um motivo muito plausível e, para ela, vergonhoso demais.

O coração estava martelando a cada segundo passado, quando fechava os olhos, era como se o corpo fosse tomado por espasmos que não deixavam-na descansar. Então, movida pela pressão do próprio peito e sem conseguir aguentar mais as próprias resistências, ela se virou.

— O que foi princesa? — Travis rapidamente questionou, fazendo-a sobressaltar de susto. — Já tem mais de meia hora que você está se remexendo. Você está desconfortável comigo aqui? Olha, se realmente preferir que eu volte para o quarto de hóspedes, eu volto agora.

— Não. — surpresa por ele ainda estar acordado e também sentida pela ideia de que ele fosse embora, ela respondeu rapidamente. — Não é nada.

— Taylor… — como quem não havia captado nenhum pingo de veracidade em suas palavras, Travis pronunciou. — Fala pra mim.

— Eu quero ficar com você. — deixando as palavras saírem de uma só vez, ela esperou não se arrepender logo após isso. — Mas acho que estou nervosa com o fato de ter você muito perto. Eu só…

— Eu sei. — entendendo o receio dela, Travis a dirigiu um olhar sereno e calmo. — Eu também quero ficar com você. Mas, como eu disse, só se você quiser. E, se quiser, eu prometo que não acontecerá nada. Confia em mim. Vem pra cá.

Abrindo espaço para ela se infiltrar debaixo do seu cobertor, Taylor analisou por um instante e, sem conseguir esconder ou conter a vontade de estar mais perto do atleta, ela saiu debaixo dos próprios lençóis e se juntou a ele.

O corpo de Travis já estava aquecido e, com suavidade, ele a puxou para mais perto e a abraçou com ternura, mantendo sua mão apenas nas costas dela e deixando que ela deitasse a cabeça sobre o seu braço. Enquanto isso, Taylor se acostumava com a sensação de estar naquele cenário íntimo e, ao mesmo tempo, cômodo e tranquilo, devolvendo o abraço dele e levando uma das mãos para o rosto do atleta.

— Está bem assim? — com uma carícia afetuosa, Travis movimentou a sua mão em gestos curtos sobre as costas e a cintura dela. — Quer que eu pare?

— Mais perto. — ela pediu, almejando sentir todo o corpo do tight end junto ao seu. — Não precisa parar.

Com um abraço mais apertado, Travis a manteve presa nele com uma força magnética de atração e comodidade. Com os rostos próximos um do outro, a respiração quente e suave soprava em sincronia um contra o outro, assim como os dedos dela corriam pela barba dele o analisavam de perto, na meia luz, partindo de encontro ao olhar conectado de suas íris.

— Você é tão bonita. — com admiração, ele observou os detalhes do rosto dela. — Você realmente se parece com uma princesa.

— Pare de ser bobo, seu idiota. — claramente tímida, ela descartou o elogio.

— Me desculpe, não consigo deixar de admirar você. — insistindo, ele sorriu e Taylor se agitou por dentro.

— Me beija. — dando fim ao diálogo, ela pediu.

Deixando transparecer ali toda a sua benevolência, Travis tomou os lábios da cantora com calma e zelo. Ela apreciou toda a brandura que veio junto do beijo, sem suscitar nada além de uma afabilidade agradável e um descanso de toda a sua agitação, acalmando o coração ansioso e todas as preocupações de sua mente.

— Por favor, faça cookies de manhã. — quando o beijo terminou, Travis a puxou para o seu peito e Taylor sorriu. — E não se esqueça de mim.

— Não é exatamente a opção saudável pela manhã, mas eu posso fazer. — respondeu com humor, até deitar a cabeça no peitoral do atleta e se encontrar, de repente, anestesiada com a forma em que o coração dele estava tão acelerado quanto o seu. — Não vou me esquecer de você.

Os olhos de ambos se fecharam, mas o coração ainda estava aberto naquela penumbra para sentir e receber toda a emoção e magia que encantava o momento. Com o corpo dela junto ao seu, Travis se sentia realizado. E, envolta pelos braços dele, Taylor finalmente podia se sentir tranquila e em paz.

E, no final daquela madrugada, na escuridão do quarto, depois das flores, vinho, cookies e pipoca, eles encontraram um no outro algo que iria moldar e que  mudaria todo o percurso daquela caminhada de tentativas, falhas, acertos, erros e dificuldades. A jornada que os levaria até o momento em que, desatando todas as dúvidas, incertezas e medos, os fariam finalmente ceder à paixão futura.

Repouso.

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Mais um capítulo entregue com muito carinho e amor para vocês! Espero que tenham gostado. Volto em breve e agradeço mais uma vez pelo carinho e dedicação <3

Att; com amor, carinho, surtos e gritaria, Luna🤍

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