Tanto medo eu senti
Essa fanfic é um spin-off da minha fanfic Natureza Caos (link nas notas finais), não é obrigatório ler Natureza Caos para entender essa fanfic, mas algumas referências poderão passar batidas para quem não leu. A segunda temporada de Natureza Caos já está em produção em parceria com a Lilith_Infernos e já posso adiantar que será continuação da minha fic e da dela chamada My Multiverse Of Madness, onde continuaremos trabalhando com a questão do multiverso, quando for postada, avisarei aqui.
Falando em multiverso, essa fanfic se passa em outro universo, é uma versão alternativa da Ane Njordottir que inclusive foi apresentada em Natureza Caos, embora as histórias de origem das Ane Nojordottir sejam iguais, ela se passa paralelamente aos acontecimentos da fanfic principal até que se colidam.
Apenas Ane Nojordottir, Urd e Njord me pertencem, embora os dois últimos sejam inspirados na mitologia nórdica, criei uma versão para minha própria fanfic.
***
Tanto medo eu senti
Muitas coisas eu vi passar
Hoje me arrependo do que eu não fiz
Mas eu vou tentar continuar (vou tentar continuar)
Sempre que ouvir a minha voz
(Você vai pensar)
Em tudo aquilo que a gente já viveu
(É Só Você Lembrar — Gloria)
Ao final de um entardecer ensolarado, uma curandeira chamada Urd dava à luz sua primeira filha. O marido, o deus Njord segurava sua mão, mantendo seus olhos fixos nos dela, enquanto manifestava palavras para lhe incentivar.
— Continue, minha lady, o bebê já está quase saindo!
Tirou de seu âmago todas as forças possíveis, dando um grito que ecoou por boa parte de Asgard, assim como o choro do recém nascido. A parteira segurou a criança em suas mãos, enrolou-a em uma toalha e sorriu, anunciando:
— É uma menina!
O casal começou a chorar com tamanha alegria, o pai pegou sua pequena em seus braços.
— Ane! — Exprimiu. — Este deve ser o nome dela, pois é uma graça em nossas vidas!
Entregou-a nos braços da mãe, que a colocou próxima de seu peito.
— Pequena Ane, que seja a cura para todos que cruzarem teu caminho, assim como és a cura e graça para nós. — Beijou a testa dela, que parou de chorar.
[X]
Em uma manhã de ventos gélidos, a jovem figura loura passou correndo pelos pais, que conversavam na cozinha de sua casa.
— Ei, vai aonde? — Njord perguntou.
— Hoje teremos aulas de batalha no palácio de Odin!
— Cuidado para não se machucar. — Urd advertiu.
— Se eu me machucar, minha mãe é curandeira. Cuidará disso com facilidade. — Deu de ombros, prosseguindo seu rumo, ouvindo as gargalhadas dadas pelos pais.
Ao chegar à porta do castelo, foi recebida por um servo do Pai de Todos, que a levou à sala onde os treinos ocorreriam. Indicou-a para que se sentasse em um canto, ao lado de uma garota de cabelos pretos.
— Oi! — Sussurrou para a colega, que a encarou apressadamente. — Sou Ane, filha do deus Njord.
— Eu sou Sif. Falando assim o nome do seu pai, parece até um amigo meu. — Riu.
As bochechas da mais jovem coraram. Sua timidez a pregou uma peça, todavia, tentou prosseguir.
— Quem é esse seu amigo?
Imediatamente, um jovem de cabelos loiros adentrou ao local, com todos os cidadãos fazendo reverência a ele, que portava um elmo prateado com uma asa de cada lado.
— Todos saúdem nosso príncipe, Thor! — Um dos servos manifestou.
Os olhos da garota o encararam com admiração. Sentia como se o coração fosse sair pela boca a qualquer momento. Já havia ouvido falar do futuro rei, entretanto, nunca o vira.
— Abaixe essa cabeça! — Sif alertou.
Estava tão encantada com a beleza daquele rapaz, que se esquecera de fazer reverência da forma correta.
— Que os treinos comecem! — Disse a voz imponente do príncipe, se assentando em uma cadeira de frente aos demais, em uma altura que pudesse enxergar a todos.
[X]
Asgard havia sido atacada por Hela, que fora cobrar seu povo pelos pecados de Odin. A deusa da morte era impiedosa e ceifou a vida de muitos cidadãos, dentre eles, Njord foi decapitado ao tentar proteger sua esposa da malévola que havia mandado o Executor matá-la.
Urd fugiu com Ane, junto a outros cidadãos que estavam sendo guiados por Heimdall.
Ao pararem para se abrigar em um local considerado um pouco mais seguro, se entregaram ao pranto que estava preso em suas gargantas, dilacerando seus corações.
Pouco mais tarde, viram a profecia do temido Ragnarok acontecer. Foi necessário que Surtur fosse liberado para que Hela fosse contida. Após a morte de Odin, Thor assumiu o posto de rei e se comportou como um, levando a todos para uma nave, a fim de deixá-los seguros.
— A devastação não foi tão feia... — Manifestou Korg, todavia, todos permaneceram encarando a destruição de seu mundo. — Contanto que a fundação esteja sólida, reconstruir é bem possível. Vai se transformar em um refúgio para todos os povos e alienígenas do universo. — Ao finalizar aquela frase, a cidade se desfez em milhões de pedaços. — É, agora a fundação já era!
— O que foi que eu causei? — O deus do trovão indagou baixo, quase para si mesmo.
— Nos salvou da extinção! — Retrucou Heimdall. — Asgard não é um lugar, é um povo. — Complementou encarando o loiro, a fim de confortá-lo.
Thor passou em meio ao povo, caminhando em direção ao trono que havia na nave, onde se sentou.
— Então rei de Asgard... — Comentou Heimdall. — Para onde?
O deus do trovão olhou para trás, acenando com sua mão ao povo. Ao seu lado direito estava Valquíria, Sif, Loki e Hulk. No oposto, o guardião e Korg.
— Para a Terra! — Orgulhoso, se levantou e foi junto a Loki para um canto mais privado.
Sif, que se tornara grande amiga de Ane, foi em direção à ela e à sua progenitora.
— Sinto muito pelo que aconteceu. — Colocou cada uma de suas mãos nos braços de ambas. — Que Valhalla o receba de braços abertos, pois foi um bravo guerreiro por toda sua vida.
Sem que pudessem manifestar mais nada, puderam ver através do vidro da frente uma nave gigantesca se aproximando, deixando todos os tripulantes estarrecidos.
A loira não hesitou por um instante sequer, empurrou a todos que estavam no caminho, ignorando os xingamentos, tomou o microfone do rádio da nave, apertando o botão de alto-falante e começou a dizer:
— Aqui é a nave Estadista de refugiados asgardianos. — Gritos, choros e uma baderna se instalou. — Estamos sob ataque! — Elevou o tom de voz em desespero. — Repito: estamos sob ataque! — Os inimigos atiraram contra eles, fazendo com que a nave ficasse sem condições de prosseguir com seu voo. A jovem que caíra no chão, se pôs de pé e novamente voltou a suplicar. — Os motores morreram, suporte de vida está falhando. Solicitando ajuda de qualquer um nas proximidades. Estamos a 22 pontos de salto de Asgard. Nossa tripulação é formada por famílias asgardianas. Temos poucos soldados aqui. Esta não é uma nave de guerra. Repito: Esta não é uma nave de guerra!
Um novo disparo foi dado contra eles, que fez um incêndio começar e se alastrar. Desesperados, alguns cidadãos tentavam apagá-lo, porém acabaram sendo queimados no processo.
A figura de armadura dourada e pele roxa adentrou, com o barulho dos sapatos pesados, se aproximou de Thor, que tentou enfrentá-lo com seus raios.
Ao mesmo tempo, quatro outras figuras horrendas adentravam pouco a pouco. Enquanto os tripulantes tentavam defender o pouco que lhes sobrou, eram mortos com facilidade.
Ane se aproximou de sua mãe, que tinha lágrimas nos olhos e olhava aquele cenário com pavor:
— O que vamos fazer? Estou com medo!
Valquíria se aproximou.
— Temos uma nave de fuga, vamos levar vocês para que fiquem seguras.
— Eu vou ficar e lutar! — Respondeu Sif.
— Não, você não pode... — A loira tentou rebater, segurando as mãos da mesma.
— Sou uma guerreira. Vá! Proteja-se e proteja sua mãe. Mostrarei a esse bastardo a fúria de minha espada! — Respondeu, pegando a arma que estava em suas costas.
Urd puxou a filha por um dos braços, passando-a à sua frente. Contrariada, tentava relutar, pois queria ficar junto à melhor amiga. Valquíria, que estava um pouco à frente, ajudou a mais velha puxando-a pelo braço.
Então uma foice atravessou Urd pelas costas, que bradou de dor, com os olhos arregalados.
— Não! — Ane tentou correr para perto dela, todavia foi segurada pela mulher de roupas brancas.
— Precisamos ir agora!
Viu ao longe Sif e Heimdall tentarem atacar Thanos, contudo, ambos foram vencidos por seus servos, sendo jogados ao chão.
[X]
Thanos havia realizado seu plano. Com um estalar de dedos, usando as Joias do Infinito, transformou metade do universo em pó. Thor havia presenciado, pois estava diante dele quando o fez. Culpava-se, pois se julgava tolo em ter lhe acertado o peito, única e exclusivamente por orgulho. Queria dizer umas palavras a ele antes de matá-lo.
Até conseguiu matá-lo, indo ao jardim junto a seus companheiros Vingadores, no entanto, o estrago estava feito. O peso da compunção lhe recaía sobre os ombros.
Metade que sobrou da população de Asgard após o massacre na nave, pousou em Tonsberg, na Noruega. Aquele seria seu novo lar.
O deus do trovão foi recebido com reverências pelos que não haviam virado pó. Com o rosto ferido, pés mancando, portando uma nova arma, chamada Rompe Tormentas, manifestou:
— Não façam reverência a mim. A culpa de estarmos reduzidos é toda minha. — Alguns se levantaram, enquanto outros permaneceram na mesma posição, confusos. — Tony Stark fez uma doação de construtos para que Nova Asgard seja reerguida. Sem um lar não ficarão.
Afastou-se, sentando longe de todos, olhando para o horizonte, pensativo. Um grande abatimento, uma dor infinita lhe consumiram de tal forma, que parecia que iria explodir a qualquer instante. Os pensamentos acusadores lhe dominavam, quando foi trazido de volta à realidade ao sentir o toque suave de dedos finos em seu braço direito e ouvir uma doce voz feminina:
— Não é sua culpa!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro