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Capítulo 7 - Banquete de Despedida

O banquete havia chegado ao auge de exaltação dos convidados. Alguns subiam na mesa e cantavam junto com o pobre bardo, que recebia inúmeros pedidos de canções desconhecidas, e caso não soubesse, os próprios cavaleiros puxavam o som e cantarolavam à capela, sem o auxílio do alaúde do músico. A comida na mesa já estava revirada com migalhas espalhadas por todos os cantos, pedaços dos ossos estavam jogados até mesmo no chão, misturado com a cerveja derramada das canecas.

Por mais que as horas tivessem passado e Gael enchesse seu copo a cada brinde proferido, ele ainda estava longe do estado que a grande maioria dos presentes se encontrava, porém, estava embriagado o suficiente para cantar e até mesmo conversar com os outros alunos. Junto dos outros recrutas ele não apenas escutou os relatos sobre os acontecimentos desse último ano, era como se Gael estivesse descarregando todas as palavras guardadas para si durante seu treinamento.

— Eu tinha quase certeza que você era mudo — disse um aluno se dirigindo a Gael, tirando risos de todos na mesa, até mesmo do próprio alvo da brincadeira.

— Eu falo apenas o suficiente — ele retrucou com um raro e largo sorriso.

— Sabia que quando eu era criança, já visitei Monkist? — disse um rapaz que Gael sabia ser de Edharan, a província vizinha.

— Você já foi lá várias vezes, Beorne — comentou Gael. — Estava sempre com o filho do Lorde Dornelli, me desculpe por dizer isso, mas não consigo compreender como você suportava aquele garoto.

— Algumas amizades simplesmente são necessárias, Gael — Beorne comentou com indiferença. — Continuando a minha fala, é óbvio que fiz várias viagens para Monkist, mas estou falando da minha primeira. Lembro de todos falarem do filho do Lorde Ferrash, um garoto de olhos mágicos que via através da escuridão e brilhavam como uma pedra de rubi. Não vou mentir, estava muito ansioso para conhece-lo naquela época.

— Eu atendi suas expectativas? — Gael entoou sua pergunta com sarcasmo.

— Para falar a verdade, eu e as outras crianças ficamos com medo de você — todos riram alto da fala de Beorne Raffolk. — Estou falando a verdade. Quando o vimos nós ficamos de longe apenas o observando, com medo de se aproximar.

— Quando exatamente foi isso? — Gael perguntou depois de uma longa e prazerosa gargalhada.

— Eu tinha por volta de dez anos, eu acho.

— Então eu lembro dessa visita — Gael proferiu com excitação ao bater a caneca na mesa e jogar um pouco de sua cerveja para fora. — Claro que sim. Lembro que vocês estavam no jardim do castelo, meu pai falou para me entrosar com as outras crianças. Assim que me aproximei vocês ficaram calados e pararam de brincar, nem ao mesmo dirigiam seus olhares para mim, como se eu realmente fosse uma aberração.

— Foram os adultos que nos colocaram medo — Beorne se defendeu em meio as risadas. — Falavam que você podia controlar a mente de outras crianças caso tivéssemos contato direto com seus olhos mágicos.

— Talvez eu realmente possa controlar mentes — Gael falou ao dirigir seu olhar fixamente para Beorne. — Eu ordeno que você busque cerveja para todos imediatamente.

— Sim, mestre — Beorne respondeu em meio a risada de todos. Ele realmente se levantou e levou algumas canecas junto dele.

O dialogo na mesa estava agradável e bem leve, Gael se divertia com as histórias e se sentia à vontade, algo que jamais faria caso não tivesse bebido naquela noite. A conversa foi então pulando de tópico em tópico até alguém comentar sobre a temida floresta existente perto de Monkist, o Bosque dos Murmúrios.

— Acreditem ou não, eu já atravessei o temido Bosque dos Murmúrios — Beorne falou assim que chegou, distribuindo as canecas para todos, chamando a atenção para si.

— Pois eu duvido — comentou um outro aluno de rosto largo, tirando risos de todos, mas não foi o suficiente para tirar o momento de Beorne, que continuou de pé com seu tom ostensivo.

— Foi em uma viagem para Monkist — a voz dele alternava de tom, dando um ar mais dramático a toda narrativa. — No meio do trajeto tivemos um problema com uma de nossas carroças, perdemos um dia inteiro apenas para consertá-la. Nos aproximávamos de Ylaris e então eles tomaram a decisão de não seguir pela estrada até Telaria para depois rumar até Monkist. Alguns membros discordaram da ideia, porém, poderíamos repor o nosso atraso com esse atalho. Pousamos em Ylaris e seguimos bem cedo na trilha em direção a floresta amaldiçoada.

Os recrutas ali na mesa por serem do norte, sabiam das histórias envolvendo o Bosque dos Murmúrios, por isso estavam vidrados em cada palavra proferida por Beorne.

— Não acredito que fizeram essa loucura — disparou um outro recruta boquiaberto.

— Pois fizemos — ele articulou com uma voz tensa, colocando mais emoção na história. — Era um dia ensolarado, porém, quando adentramos na floresta tudo mudou. Uma atmosfera tenebrosa pairava por lá, os raios de sol lutavam para passar pelas copas das árvores. Todos estavam tensos e atentos a qualquer movimento estranho, e tudo seguia um rumo satisfatório até que de repente... Nossa carroça estraga novamente.

— Não me diga — Gael falou baixo o suficiente e ninguém pareceu escutar, eles queriam saber o desfecho da história de Beorne.

— Já estava anoitecendo, todos ali já haviam aceitado o fato de que teríamos de passar a noite dentro daquele recinto hostil. Os soldados montaram guarda constante, e mesmo aqueles que estavam deitados não conseguiam pregar os olhos — Beorne então subiu à mesa, chamando a atenção até mesmo de quem não estava inserido na conversa. — Então, escutamos um ruído amedrontador, fez todos os meus pelos do corpo eriçarem, um frio percorrer minha espinha. Um longo e cortante uivo ecoou pela floresta, sabíamos não pertencer a um lobo comum.

Agora o tom de Beorne aumentou à medida que a história ia chegando a seu clímax, os outros veteranos nem ao menos piscavam, pareciam estar tensos mesmo sendo meros ouvintes.

— Só falta me dizer que mataram um lobisomem — Gael pensou ter comentado apenas para si mesmo, em um tom baixo, porém, dessa vez os outros alunos escutaram e Beorne se virou para ele.

— Não Gael, eles não mataram o lobisomem — Beorne respondeu e deu alguns passos ainda sobre a mesa, parando na frente de Gael e se agachando para encarar o recruta de orbes de rubi. — Porque fui eu quem matei a criatura. — ele berrou em exaltação, voltando a ficar de pé. — A criatura surgiu no meio da floresta, aquele ser com mais de dois metros, pelos escuros e dentes tão afiados como navalha. Os soldados correram, mas eu não arredei o pé. Peguei minha espada e não hesitei em confrontá-la. O lobisomem era rápido, contudo, eu fui mais rápido ainda. Ele avançou em minha direção e eu rodopiei com a espada e cortei sua garganta com um golpe limpo. Por isso até hoje sou conhecido como Beorne, O Matador de Lobisomens.

Os recrutas ali sentados começaram a zombar de Beorne e jogaram alguns pedaços de pão sobre ele, que ainda estava em cima da mesa agradecendo a atenção de todos, exibindo um sorriso travesso em seu rosto.

— Eu já sabia se tratar de uma mentira — Gael se gabou enquanto eles se aquietavam. — Não existem lobisomens naquele bosque.

— E como sabes disso? — perguntou Beorne em tom presunçoso.

— Porque eu sim já entrei no Bosque dos Murmúrios — falou Gael e logo foi desacreditado pelos outros recrutas. — Eu estou falando a verdade, eu e Artis já entramos no bosque junto de Hellmar um dia.

Ao falar o nome de seu amigo, Gael então notou a ausência dele na mesa, assim como a de Jasken. Ele rapidamente correu o olho por todo o salão e encontrou os dois cochichando em um canto isolado. Por mais que Gael tentasse voltar ao assunto discutido no momento, sua visão não desgrudava de seus amigos. Por conhecer tão bem os dois, principalmente Artis, ele sabia da grande possibilidade de estarem tramando algum plano mirabolante.

Os recrutas sentados junto de Gael começaram a lhe perguntar mais detalhes sobre o Bosque dos Murmúrios, e enquanto respondia às perguntas, seu olhar ainda acompanhava a movimentação dos dois meliantes, que agora deram uma risada simultânea e se dirigiram a passos displicentes até a saída do salão.

— Já volto — Gael falou ao se levantar e ir na direção dos dois.

Ele já imaginava o lugar para onde os dois estavam indo, por isso apressou suas passadas para alcança-los o quanto antes. Se fosse realmente o que Gael presumia, não era uma contravenção tão grave descer até a masmorra para ver aquelas criaturas de pele roxa, a preocupação de Gael girava em torno do que aqueles dois poderiam fazer durante essa "visita". O álcool em seus organismos era uma variável para se levar em consideração, Gael já viu do que um Artis bêbado é capaz de fazer.

As masmorras ficavam do outro lado do castelo, por um momento Gael até pensou os ter perdido, mas finalmente escutou a voz deles ecoando pelo corredor. Artis e Jasken cantarolavam, nem ao menos tentavam esconder o fato de estarem em um local indevido. Gael conseguiu se aproximar sem os dois perceberem.

— Podem parando aí mesmo — ele bradou ao se aproximar deles de modo sorrateiro. Os dois já estavam perto da escada que levava até a masmorra, a poucos passos da descida.

— Que susto, Gael, ainda bem que é você — disse Artis ao dar uns passos para trás e colocar a mão no peito. — Pensei que fosse um cavaleiro. Na verdade, você já é um cavaleiro. E eu também sou, e você também Jasken. Somos todos Cavaleiros.

Os dois se escoraram na parede e começaram a rir.

— Somos cavaleiros honrados de Ylaris — Jasken gritou enquanto uma risada alta era expelida de seus pulmões. — Dever e honra acima de tudo.

— Vamos voltar para o salão — Gael respirou fundo e andou na direção das escadas em espirais que desciam para a masmorra. — Rápido, vamos.

— Não — Jasken falou ao fazer um bico e se esquivar da tentativa de Gael de pegá-lo. — Eu não vi essas criaturas que eles tanto falaram no banho e durante o banquete. Eu quero... dar só uma olhadinha. Juro que vou ser rápido.

Em um movimento rápido, Jasken tentou passar por Gael, que apenas deu um passo para o lado e protegeu as escadas como um muro no qual o rapaz de cabelos longos colidiu e recuou imediatamente.

— Voltem para o salão, eu não... — antes de completar sua ordem, Gael ouviu um barulho vindo lá debaixo das masmorras. Ele desceu um degrau na direção daquele completo breu e então conseguiu escutar com mais clareza o som do tilintar de aço colidindo e de gritos. Um barulho tão baixo que jamais escutariam na agitação que estava aquele salão de festas.

Seus dois colegas dirigiram um olhar hesitante para Gael, procurando compreender sua repentina pausa durante o sermão. Gael correu até a parede próxima, pegou uma tocha e desceu as escadas sem dar nenhuma explicação para seus amigos. Artis e Jasken o seguiram na escada em espiral, talvez pensando que ele tivesse mudado de ideia e os deixariam ver aqueles seres exóticos.

A cada degrau o barulho de metal colidindo ficava mais alto e Gael pode então ter certeza que se tratava de uma peleja com espadas. Antes de terminar os degraus o barulho cessou logo após um longo e intenso grito de agonia, Artis e Jasken pararam na metade do caminho, refletindo se queriam ou não continuar. Gael, por sua vez, embora com a alma embebida de medo, seguiu o mais rápido possível. Suas pernas pareciam ter vida própria, sua mente martelava ordens para seu retorno imediato, para não dar seguimento, mas dessa vez Gael não deu ouvidos a sua consciência, ele seguiu dessa vez seu instinto, um sentimento jamais vivido anteriormente.

Assim que terminou a descida, Gael já se deparou com o corredor onde as celas estavam dispostas de ambos os lados com suas barras grossas de ferro. Poucas tochas iluminavam o local, mas era iluminação o suficiente para poder enxergar com clareza a cena que se figurava a sua frente. Um cavaleiro estava caído no chão, poucos metros à frente de Gael, bem no meio do corredor. Um sujeito trajando uma roupa negra estava em pé ao lado do soldado abatido, um capuz e um pano cobriam seu rosto e ele segurava duas lâminas curtas banhadas de sangue. Aquela cena fez Gael recuperar sua sobriedade quase de modo instantâneo.

— Me espera, o que está acontecendo? — era a voz de Jasken logo atrás dele. O rapaz de cabelos longos travou ao ver aquele homem de pé, com roupas escuras, quase como se fosse uma sombra. Artis veio logo em seguida e deixou um grito baixo de espanto lhe escapar de sua boca.

Os olhos de Gael percorreram o lugar e ele também observou que encostado às barras de ferro do seu lado direito, estava um outro soldado moribundo, sentado e com a cabeça tombada. Artis agora soltou um grito ainda maior ao ver aquele soldado bem do lado deles e recuou até as escadas com a respiração ofegante. Gael deu um passo para a esquerda, encostando na grade de metal enferrujado fria, e Jasken também fez o mesmo como se ficar próximo daquele corpo mortiço fosse perigoso.

As palavras ficaram entaladas na garganta de Gael, ele sentia agora até mesmo dificuldade para respirar ao ver dois cavaleiros abatidos por aquele homem ali parado. O sujeito então guardou uma de suas espadas na bainha lateral, e com a mão livre ele retirou o capuz e o pano que cobria o seu rosto, exibindo aquilo que fez a cabeça de Gael girar em confusão.

— Os olhos dele — disse Jasken com a respiração pausada, como se não conseguisse controlar os movimentos de seus pulmões. — São iguais ao seu, Gael. São idênticos. Pelos deuses.

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