27. OS ARQUIVOS DE CARVALHO
Leaf espreitava por detrás do muro do laboratório, apenas esperando o melhor momento para invadir o local. Ainda estava ocupado por Carvalho e seus assistentes.
Eles não vão sair dai nunca, reclamou mentalmente. Seus pés já estavam cansados e o tédio a dominava. Tudo que restava era tentar supor em sua cabeça que tipo de interesse Giovanni poderia ter naquela cidadezinha rural e chata.
Quando o céu começou a escurecer, Leaf ouviu o som de passos. Olhou por cima do muro e viu alguns dos assistentes deixarem o laboratório, sem jaleco.
Alguns membros seguiram depois, e, por último, Carvalho. Ele trancou a porta do local com a chave, em seguida, partiu rumo a sua residência.
Leaf saiu do meio daquelas folhagens e caminhou em direção da porta do laboratório. De sua bolsa, retirou um grampo. Em seguida, o entortou e enfiou na fechadura, tomando cuidado ao manuseá-lo.
Fazia bastante tempo que não arrombava uma porta então estava meio enferrujada.
"Só mais um pouco...", disse limpando o suor de sua mão. Os nervos marcavam em sua testa, sinalizando que ela estava bastante concentrada na tarefa.
Pronto.
A porta abriu.
Lentamente, Leaf entrou, espreitando com os olhos. Havia várias estantes de livros, uma escrivaninha cheia de papéis, alguns computadores e vasos de plantas. Em uma mesa, protegidas por uma redoma de vidro, estavam três pokébolas.
Ela localizou o computador de Carvalho, próximo a sua escrivaninha. Caminhou em direção dele e sentou na cadeira próxima a sua mesinha.
A máquina ligou.
"Insira a senha", solicitou o computador.
Leaf pegou o pequeno papel de dentro de sua bolsa.
Espero que essa senha estúpida esteja certa.
Digitou a senha "ILovepokemon123". O acesso foi liberado.
Ela revirou os olhos.
Agora vinha a tarefa mais difícil. Procurar o arquivo.
Ela digitou a palavra "Mew".
O computador começou a pesquisar através dos milhares de arquivos. Leaf olhava, entendeada, a animação da lupa se movimentar. Pelo jeito aquela pesquisa iria demorar umas boas horas para ser completa.
Ela levantou da cadeira e começou a fuçar pelas coisas de Carvalho.
Agora que já cheguei aqui não custa nada roubar algumas coisinhas...
Ela examinou as gavetas. De lá retirou algumas pokébolas vazias e poções.
Guardou em sua bolsa.
Foi atraída pela redoma. Removeu a tampa de vidro com cuidado e pegou uma das pokébolas.
Qual pokémon será?, perguntou ela, curiosa, enquanto olhava para esfera.
A colocou no bolso.
Voltou a caminhar em direção do computador. A pesquisa havia mostrado um resultado. Um arquivo chamado "Registros de Mew.txt".
Pegou o disquete de sua bolsa e transferiu o arquivo para ele.
Missão concluída.
Porém, a curiosidade a tomou e ela decidiu abrir o arquivo para saber do que se tratava tudo aquilo. Afinal, se Giovanni o estava disposto a pagar uma grana preta por aquela informação na certa se tratava de algo extremamente importante. Ela clicou no arquivo com o mouse.
"Mew é um pokémon tão raro que até hoje muitos experts o tratam como se fosse uma espécie de mito ou miragem. [...]
Apenas um número seleto de pessoas afirma ter visto o pokémon a olhos vivos. Possui uma pele rosada e, ao que tudo indica, é pertencente ao tipo psíquico.
Aparentemente apenas aparece para aqueles com um coração puro e que possuem um grande desejo de vê-lo. [...]
Seu DNA é dito conter o código genético de todos os pokémons existentes, então ele conhece todos os tipos de técnicas. Por essa razão muitos acreditam que ele seja o ancestral de todos os pokémons [...]"
E
m seguida haviam algumas fotos em qualidade bem baixa do que deveria ser o pokémon. Leaf, porém, não conseguia enxergar nada além de vários borrões rosa.
Também tinham vários dados científicos escritos em uma linguagem que ela sequer conseguia entender.
Ao terminar de transferir o arquivo para o disquete, ela o guardou em sua bolsa e desligou o computador.
Saiu pela porta da frente.
"Saia, Jiggly", ela chamou o pokémon para fora da pokébola.
Ele virou uma bola de ar. Em seguida, Leaf segurou nele e saiu voando pelo céu de Pallet, com pensamentos profundos na cabeça.
Seja lá o que Giovanni planejava fazer com aquela informação sua intuição dizia que não era algo bom. Mas no final de tudo ela pouco se importava, afinal, tudo que importava era que receberia seu dinheiro prometido no final de tudo.
Os ventos da noite guiavam o grande balão pelo ar.
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