17| Garotas não se apaixonam
oi meus bombons de caramelo! Como estão? Então... nem sei o que dizer sobre o que capítulo, a única coisa que posso falar é: apreciem com moderação
Boa leitura!
Jisung aparentava que iria colapsar a qualquer momento, ela soava frio e suas mãos estavam inquietas, 'Jungha' se preocupou que a garota fosse desmaiar na sua frente, ela não saberia o que fazer se isso acontecesse. As duas garotas estavam paradas em frente a sala de aula e lá dentro podiam ver o motivo de todas as reações nervosas de Jisung.
Yoongi estudava audiovisual e naquele dia ele estava na sala de informática terminando um trabalho, era o momento perfeito para que Jisung colocasse em ação tudo que aprendeu. Duas cabeças olhavam para dentro em cada batente da porta de maneira sorrateira e discreta — ou elas achavam que estavam sendo discretas, porque qualquer um que passava por elas no corredor olhava estranho — enquanto Jisung suava nervosamente, 'Jungha' possuía um sorriso alegre no rosto.
— Ele está sozinho, essa é a sua chance. — falou baixo para Jisung, a garota estremeceu.
— E-eu acho que não vou conseguir. Ele vai rir de mim, Jungha. Vamos esquecer isso, sim? Deixe tudo como está, eu estou bem sendo apenas amiga dele, sério. — ela sussurrava nervosamente, temendo ser ouvida pelo garoto que parecia concentrado demais para prestar atenção em qualquer outra coisa em volta.
'Jungha' revirou os olhos.
— O que conversamos, Jisung? — perguntou impaciente, Jisung engoliu em seco. — O que eu falei? Se lembra?
Jisung assentiu lentamente.
— "Eu sou uma mulher forte, corajosa e não preciso esperar que o homem dê o primeiro passo quando eu mesmo posso fazer isso. Se ele disser que não, então eu devo levantar a cabeça e seguir em frente" — 'Jungha' ia sorrindo e acenando, incentivando Jisung a falar o que ela mesma vivia repetindo para a garota. — 'Eu posso encontrar alguém realmente corajoso que não tem medo de dizer o que sente. '
'Jungha' bateu palminhas silenciosas.
— Você é o meu orgulho, Jisung. Agora vai lá e coloque aquele imbecil contra a parede. — Jisung arregalou os olhos.
— Literalmente? Eu devo...
— Hipoteticamente, Jisung. Pelo amor de Deus. — suspirou cansada, Jisung assentiu rapidamente parecendo determinada.
Então respirando fundo, pigarreando enquanto ajustava as próprias roupas, olhou uma última vez para 'Jungha' e recebeu um sorriso de incentivo — Jungha prometera que pagaria um grande pote de sorvete, independente do resultado, então estava tudo bem — e entrou na sala deixando 'Jungha' bisbilhotando no cantinho da porta não querendo perder um segundo se quer.
Quando Jisung se aproximou de onde Yoongi estava sentado, 'Jungha' tentou aguçar a audição, queria ouvir cada palavra. Viu quando Yoongi percebeu a presença da garota e surpreso se levantou, deixando o computador de lado. Ele olhava para Jisung abismado, principalmente do que porque a garota parecer tão nervosa.
— Aconteceu alguma coisa? Você está pálida. — Yoongi murmurou preocupado, Jisung tinha as mãos juntas em frente ao corpo em uma postura deveras tímida.
— E-eu tenho uma coisa muito, muito importante pra dizer. — Jisung hesitou para dizer, mas conseguiu soltar, 'Jungha' acenava a incentivando mesmo que a garota não visse.
— Tudo bem, diga então. — falou atencioso como sempre.
'Jungha' percebia o quanto Yoongi parecia diferente quando estava com outras pessoas e quando estava diante de Jisung, ele quase não mostrava o sorriso gengival adorável, sua pele branca demais quase nunca mudava de tom, e com certeza a melhor descrição para ele era ter a cara de "foda-se todo mundo, prefiro jogar", mas com Jisung era diferente.
Jisung conseguia arrancar sorrisos adoráveis do garoto, ela conseguia fazê-lo corar apenas sorrindo para ele e sempre que ela precisava, dava sua total atenção.
"Yoongi está caidinho por ela" Jeongguk pensou enquanto sorria observando os dois.
— E-eu.... e-eu... — Jisung gaguejava e parecia ter travado completamente, de repente sua pele se tornara escarlate, tanto Yoongi quanto Jeongguk pareciam preocupados que a garota estivesse sofrendo algum ataque de pânico.
Yoongi tocou os ombros da garota emanando preocupação, estava quase saindo da sala para buscar um copo de água, porque temia que a garota desmaiasse a qualquer momento.
— Não me assusta desse jeito, Jisung. Calma.
— E-eu só estou um pouco nervosa. — respondeu estremecendo. Yoongi a olhou toda confuso.
— Nervosa por quê? — riu soprado. — Não precisa ficar nervosa comigo, apenas diga o que tem a dizer.
— Posso mesmo? — perguntou incerta, Yoongi assentiu rapidamente com os olhos de gato atentos na garota. Jisung respirou fundo, fechou os olhos então soltou tudo de uma única vez — Eu quero te convidar pra sair comigo, e não é como amigos.
Jisung não viu, mas Jeongguk fora da sala sim, quando Yoongi arregalou tantos os olhos que o perigo de pular para fora era grande, a pele antes branca se tornou vermelha em segundos e em engolia em seco a cada meio segundo.
— Jisun-
— E eu sei que provavelmente você vai dizer o que sempre diz, que somos amigos e tem medo de ficar estranho senão der certo, mas nunca saberemos se nunca tentarmos e eu quero muito tentar. — Jisung falava tudo ainda com os olhos apertados, temendo abri-los e ver a expressão de Yoongi. — Mas se mesmo assim você ainda estiver irredutível, eu prometo que essa será minha última tentativa, eu prometo não te atormentar mais e tentar seguir em frente.
Jeongguk prendeu a respiração no mesmo instante, fora melhor do que tinha pensado, não havia treinado nada daquilo com ela, saiu automaticamente e Jeongguk não poderia estar mais orgulhoso. Entretanto a expressão de Yoongi era preocupante, ele encarava sem piscar a garota corada e de olhos fechados, estava petrificado e por longos minutos não deu a resposta que a garota esperava.
Porém, Jeongguk imaginou que ele estivesse em uma batalha interna, se arriscar ou perder para sempre Jisung, se ele negasse, Jisung desistiria definitivamente, ele teria que conviver com a ideia de que ela está seguindo em frente e não é com ele. Por outro lado, se envolver com uma amiga também era difícil, Jeongguk sabia disso melhor que ninguém. Então ele nunca poderia julgar Yoongi.
— Eu aceito. — duas palavrinhas que fizeram Jeongguk arregalar os olhos. Foram soltas de repente, de maneira súbita, como se Yoongi temesse que sua chance saísse correndo a qualquer momento.
— Olha eu sei qu- espera, você disse... — Jisung abriu os olhos lentamente incerta sobre o que ouviu, se surpreendeu com o sorriso fofo do mais velho.
— Eu aceito sair com você.
Quando Jisung abriu um sorriso desacreditado, olhou disfarçadamente e sorriu com gratidão para 'Jungha', Jeongguk não se aguentou, se escondeu rapidamente e enxugou as lágrimas teimosas que desciam pelo seu rosto. Não se importou de estar chorando em um corredor cheio, não se importou quando alguém tocou seu ombro parecendo preocupado, quando olhou para cima encontrou Taehyung ansioso lhe encarando.
— Por que está chorando? O que aconteceu? — Jeongguk formou uma careta chorosa então se jogou no peito do mais velho, Taehyung abraçou o corpo pequeno mesmo confuso.
— Minha menina cresceu, hyung. — Taehyung franziu a testa.
— Sua meni- o que? — Jeongguk fungou no seu peito, sua camisa já estava encharcada.
— Jisung chamou um garoto pra sair. Estou orgulhoso. — falou choroso, apontou para a porta em meio a lágrimas.
Taehyung deu um passo para o lado com Jeongguk agarrado na sua cintura e só então conseguiu ver Yoongi e Jisung conversando em meio a sorrisos na sala.
— E isso te fez chorar porque...? — perguntou divertido. Jeongguk saiu do seu abraço esfregando o nariz vermelho parecendo de repente irritado.
— Eu não sei, só estou sensível, inferno. — grunhiu, Taehyung mordeu o lábio segurando a risada. — Me deixa.
Jeongguk começou a abanar o próprio rosto até que parasse de chorar, o rosto já estava inchado e o nariz vermelho, mas pelo menos tinha parado de escorrer lágrima sem parar, Taehyung esperou pacientemente que a 'garota' se recuperasse para então começar a falar:
— Minhas aulas acabaram, quer que eu te leve pra casa? — Jeongguk franziu a testa em desconfiança. Olhou o garoto de cima a baixo antes de cerrar os olhos.
— Parou de fugir de mim? — Taehyung deu uma risada que para Jeongguk soou muito nervosa para seu próprio bem. — Vem me ignorando esses últimos dias todos.
— Eu não estava fugindo de você. — respondeu, mas não parecia certo daquelas palavras. Jeongguk o analisou atentamente.
— Mentir não é o seu talento, Taehyung. — murmurou descontente, Taehyung sentiu o próprio coração falhar quando não foi chamado de 'hyung'. — Eu fiz alguma merda e não estou me lembrando?
Taehyung não tinha humor nem mesmo de rir das besteiras que Jeongguk dizia, engolindo em seco, Taehyung passou a língua nos lábios ressecados então respirou fundo tomando uma decisão que com certeza tiraria a prova talvez dos conflitos de ambos.
— Vamos para o seu apartamento? Podemos conversar lá? — perguntou nervosamente.
Jeongguk estranhou, mas assentiu. Há alguns dias percebia seu hyung estranho consigo e por um momento até pensou que tivesse notado os sentimentos conflitantes de Jeongguk, ele não era muito bom em esconder o que sentia, sabia disso. Quando não gostava de alguém, Jeongguk deixava bem claro a antipatia, mas quando gostava de alguém, talvez ele seja dez vezes mais transparente.
O medo de Taehyung ter se afastado como um aviso explicito para que ele parasse de sentir aquelas coisas, que tivesse deixado uma mensagem clara que nunca passaria dos beijos que trocavam, acertou Jeongguk em cheio. A insegurança que já o abatia quando pensava que Taehyung só agia daquela maneira por ser a... Jungha, se juntou ao medo e juntos fizeram uma bagunça na mente de Jeongguk.
Fora uma sorte ele ter Jisung para o distrair, provavelmente ficaria louco se ficasse sozinhos com seus pensamentos.
Quando chegaram no apartamento de Jeongguk, jogaram suas coisas em cima do sofá e foram direto para a cozinha para que Jeongguk servisse dois copos de água. Taehyung tinha se sentado em um dos bancos altos quando sorriu fracamente ao receber o copo.
— Então...— Jeongguk começou, com receio de como aquela conversa terminaria. — Vai me dizer qual é o seu problema?
Taehyung abaixou os olhos para seus dedos juntos em cima da bancada.
— Eu só percebi uma coisa e isso me deixou muito assustado. — confessou, Jeongguk franziu a testa. — Achei que ficar um pouco sozinho me faria bem, apenas isso.
Jeongguk umedeceu os lábios ansioso.
— Você estava me ignorando, eu achei que tinha feito alguma coisa errada. — admitiu finalmente ganhando a atenção total de Taehyung, abaixou os olhos para o copo em suas mãos. — Eu posso suportar tudo, posso suportar todos me odiando por ser um babaca, mas não posso suportar você também me olhando como todos olham.
Ele sentia os olhos de Taehyung o queimando, viu de canto de olho quando Taehyung se levantou e deu a volta no balcão.
— Eu nunca te odiaria, Jeongguk.
Taehyung parou em frente ao corpo de Jeongguk, mas ele não o olhou, estava com o olhar fixo nos tênis do mais velho.
— Por que não? Todos me odeiam. — sussurrou. Viu Taehyung dar mais um passo ficando a centímetros de si, mas não o tocando.
— Porque eles não te conhecem, eu te conheço. Seus amigos também te conhecem e eles não te odeiam. Eles te amam. — então mais um passo e Jeongguk sentiu braços fortes contornarem seu corpo e sua testa se chocando no peito do mais velho. — Eu te amo.
Por algum motivo, ouvir aquelas palavras fizeram Jeongguk desmoronar completamente, o que ele estava segurando finalmente foi liberto e ele chorou desesperadamente nos braços de Taehyung. Um 'eu te amo' nunca foi tão doloroso, ouvir aquilo não era estranho, mas no momento, no estado que se encontravam, a carga emocional daquelas palavras era pesada demais para Jeongguk.
Ele estava em um estado crítico onde não sabia mais se era Jungha ou Jeongguk, se Taehyung dizia aquilo para ela ou para ele. Ele estava desesperado e a única coisa que podia fazer era chorar enquanto agarrava com força a camisa alheia.
Taehyung afagava sua cabeça e suas costas, sussurrava palavras no seu ouvido do tipo:
"Shiu, está tudo bem"
"Eu estou aqui, não vou te abandonar"
"Você me tem, calma"
E a cada palavra, o choro de Jeongguk parecia mais desesperador, Taehyung apertou o corpo ainda mais contra o seu, não sabia o que estava se passando pela cabeça de Jeongguk, mas achou que seu abraço ajudaria. Taehyung entendia aquele choro como uma libertação de toda a tensão que Jeongguk vem passando essas últimas semanas, ele vinha aguentando bem, lidando com a situação com humor e entusiasmo, mas talvez tenha se cansado e finalmente esteja sentindo fadiga com tudo isso, a maneira mais fácil de extravasar era chorando.
Jeongguk tinha um péssimo costume que Taehyung odiava, ele preferia sempre mostrar seu melhor lado; o Jeongguk confiante e melhor em tudo que disponha a fazer, o bonito e atraente capitão do time que conseguia a pessoa que quiser. Mas suas frustrações e medos eram sempre escondidos, até o momento que não conseguia mais segurar como naquele instante.
Com os minutos se estendendo e o choro não cessando, Taehyung usou sua última alternativa, se afastou o bastante para conseguir segurar o rosto choroso nas mãos então encostou os lábios nos de Jeongguk. Ele ainda soluçava entre o beijo, mas aos poucos começou a relaxar em seus braços, os lábios apenas se tocavam, Taehyung estava de olhos fechados, focado em manter Jeongguk calmo, mas Jeongguk estava de olhos abertos, vendo de perto o rosto perfeito do mais velho.
Quando não sentia mais Jeongguk estremecer em seus braços, nem mesmo ouviu o choro desesperador, ele finalmente cessou o tocar de lábios e se afastou minimamente. Ambos se olharam em silêncio, Taehyung limpou o rosto molhado de Jeongguk com delicadeza usando os polegares, sorriu a cada vez que ouvia um soluço baixinho e adorável.
— Está melhor? — perguntou carinhosamente, Jeongguk fungou baixinho.
— Sim — Taehyung sorriu minimamente.
— Ótimo.
Gentilmente, Taehyung secou o rosto de Jeongguk, o garoto até fechou os olhos para sentir o toque melhor.
— Tudo bem chorar. Você está aguentando tudo isso, só está frustrado, se você se sentir sufocado, pode chorar, não vai deixar de ser homem por isso — sussurrou acalentando o corpo pequeno no seu peito.
Jeongguk não chorava mais, mas fungava baixinho na sua camisa. Taehyung acariciava os cabelos longos e ficaria ali por horas se fosse necessário.
— Hyung... — chamou com a voz abafada por estar com o rosto enterrado no seu peitoral.
— Hum? — Jeongguk demorou um tempo para responder porque ele se distraiu momentaneamente ao esfregar o rosto na sua camisa.
— Você é tão cheiroso.
As mãos em seus cabelos pararam, Taehyung travou e Jeongguk continuava a respirar seu cheiro como se fosse seu calmante natural. Quando Taehyung não falou nada, Jeongguk tirou o rosto do esconderijo para encara-lo. Taehyung pigarreou.
— Você não estava chorando? — o rosto vermelho assim como os olhos eram as provas que seriam usadas caso ele ousasse negar, mas ao contrário disso, ele sorriu.
— Eu não gosto de chorar — resmungou, Taehyung sorriu, ainda se abraçavam e parecia que nada seria capaz de separa-los naquele momento.
— Mas é libertador, não é bom reprimir o que está sentindo.
Jeongguk teve que ser forte para esconder o quão afetado ficou com suas palavras porque era exatamente o que ele estava fazendo, reprimindo até não restar mais espaço algum e finalmente explodir.
Então Jeongguk fez o que virou experiente em fazer recentemente, reprimir mais um pouco. Montou um sorriso ladino e voltou a abraçar Taehyung pelo quadril, Taehyung estava preocupado, queria consolar Jeongguk e ajuda-lo com seus medos, mas Jeongguk tinha outros planos, seu plano era justamente distrai-lo e faze-lo esquecer aquele assunto, pelo menos por ora.
Jeongguk já se remoía com suas inseguranças 24/7, não queria pensar nisso sempre que estivesse com Taehyung.
Foi pensando nisso que ele começou a fungar o cheiro dele mais uma vez, fechou os olhos e começou a passear com o nariz pelo peitoral até onde alcançava. Quando chegou na parte descoberta do pescoço, Taehyung estremeceu e Jeongguk notou pois os poros se eriçaram diante de seus olhos que ele abriu apenas para ver.
— Jeongguk... — engoliu em seco, Jeongguk observou o pomo de adão subir e descer quase hipnotizado. Jeongguk tomou a liberdade de deixar um beijo casto naquela região, ficando satisfeito por Taehyung não barra-lo, ele só ficou lá petrificado como se tivesse perdido o controle do próprio corpo de repente.
Jeongguk beijou novamente a área do pescoço então subiu para o queixo, Taehyung não reagia aos toques, mas foi quando o beijo iria ser depositado nos lábios que ele tomou a iniciativa que segura-lo pelos ombros e afasta-lo.
— Jeongguk, não. — falou convicto, Jeongguk estava sério, olhava para os lábios do mais velho então para os olhos, ele via que Taehyung também queria, mas um senso de proteção e moralidade não deixava que ele se entregasse.
— Você não quer?
Taehyung realmente pensou naquela pergunta, seus olhos vagaram em questão de segundos por todo o rosto de Jeongguk, parando um pouco mais nos lábios vermelhos e inchados, engoliu em seco, pigarreou e sacodiu os cabelos com as mãos como um louco.
— Não é isso, é que... — pensou novamente, quando olhava para Jeongguk ele perdia a linha de raciocínio facilmente, ele estava lá lhe olhando como se necessitasse desse tipo de contato urgentemente e era muito difícil negar algo a ele quando lhe olhava daquela maneira. Então desviou o olhar para seus pés — Você não parece bem, é errado. Eu não quero parecer que estou me aproveitando.
Jeongguk deu risada achando graça.
— Normalmente as pessoas acham que sou eu quem me aproveito de você. — Taehyung não riu.
— Jeongguk.
Jeongguk revirou os olhos antes de suspirar e decidir tentar uma aproximação, como Taehyung não fugiu, ele tomou a liberdade de ficar na ponta dos pés e abraça-lo pelos ombros. Taehyung lhe olhava em silêncio, mas havia um brilho cintilante nas suas orbes castanhas, lhe olhava como se realmente o amasse, como se fosse capaz de mover céus e terras por ele, Jeongguk queria que fosse real, que fosse para ele e não para Jungha.
— Você pensa demais, hyung — murmurou baixinho e envolvente, sorriu — Eu quero.
Taehyung pareceu surpreso em ouvir isso.
— O que?
Jeongguk lhe encarava nos olhos, como se quisesse que ele tivesse vendo neles a certeza que não estava fazendo nada de errado.
— Eu quero, você não está se aproveitando de ninguém, não sou um garotinho frágil. A Jungha pode parecer uma garotinha inocente e frágil, mas não se esqueça quem está aqui dentro. — a fala era um pouco ambígua se Jeongguk parasse um pouco para pensar nela.
“Não esqueça, você está se apaixonando por uma carcaça, Jungha não existe”
O tumulto em seus pensamentos eram muito bem mascarados por um olhar tranquilo que esperava pacientemente a decisão de Taehyung, ele viu quando o mais velho mordeu o lábio inferior, lhe analisou como se pensasse se era uma boa ideia ou não se render, então timidamente rodeou a cintura pequena com os braços.
— Você tem certeza disso? — perguntou quase em um sussurro, se curvou minimamente e se aproximou ao ponto de tocar os narizes. Jeongguk sorriu gostando do contato doce mais do que admitiria.
— Acho que sou eu quem tem que perguntar isso. Tem certeza que não vai se arrepender disso amanhã?
Com os narizes se tocando superficialmente, ambos sorriram ao mesmo tempo, Taehyung se moveu para beija-lo, mas Jeongguk se esquivou, se divertindo um pouco ao vê-lo resmungar baixinho. Taehyung respirou fundo se dando por vencido.
— Saberemos quando o amanhã chegar.
— Isso não é resposta. — reclamou, queria uma certeza, mas Taehyung sorriu e deu de ombros adorando deixar Jeongguk irritado.
— É o que vai receber de mim hoje, pergunte novamente amanhã.
Antes que Jeongguk voltasse a reclamar da resposta errada, Taehyung o beijou segurando cada lado de seu rosto, capturou os lábios alheios com os próprios e o beijou suavemente e sem pressa. Não havia necessidade de pressa, tomaram seu tempo sentindo o gosto um do outro, Jeongguk suspirou satisfeito, amava o gosto que aquela língua possuía, amava a maneira que ela se encaixava com a sua e quando se encontravam lhe fazia sentir comichões vergonhosos na barriga e uma sensação estranha no baixo ventre.
Jeongguk entendeu rápido o que significava, significava que ele precisava de Taehyung. E por isso ele colocou um pouco mais de urgência no beijo, e Taehyung seguiu o fluxo quando ele mordeu seu lábio inferior e deixou claro o que queria, e como sempre, Taehyung entendeu mesmo sem dizer uma única palavra. Em segundos, o beijo se tornava afoito, Taehyung se curvou um pouco e pegou Jeongguk no colo, entrelaçando as pernas magras ao redor do seu quadril e sem quebrar o beijo caminhou até o sofá.
Não pensavam nem mesmo na hipótese de pararem o beijo, a sala fora tomada por sons de suspiros e sons molhados do beijo, a temperatura havia subido gradativamente e os corpos se colavam mais a cada segundo. Mesmo sem perceberem, estavam caminhando para um terreno perigoso e que não teria volta, mas não se importaram.
Jeongguk não se importava com nada quando sentiu a alça da blusinha que usava ser abaixada e lábios macios lhe tocar nos ombros, ele não se importou quando teve os cabelos afastados para o lado para que o pescoço ficasse livre também para os lábios de Taehyung. Ele não se importou quando sentiu mãos tocando seu corpo — ou corpo de Jungha —, ele não queria se importar com os motivos de Taehyung estar fazendo aquilo. Não queria pensar demais no assunto e acabar constatando que se a situação fosse outra e fosse Jeongguk ali e não Jungha, eles nem estariam onde estavam.
Taehyung deixava rastros de beijo por todo seu pescoço, deixando sua pele arrepiada ao mínimo contato, agarrando os cabelos cheios do mais velho, Jeongguk fechava os olhos jogava a cabeça para trás em um suspiro apreciador. Então no segundo seguinte, Taehyung estava puxando-o novamente para um beijo, suas mãos entravam por dentro da camisa da 'garota' e tocava a pele quente com os dedos. Ambos já sabiam onde aquilo acabaria senão parassem imediatamente, mas estranhamente — ou não — nenhum dos dois parecia apto a parar com aquele contato.
— Tae... — sussurrou ofegante como se tivesse acabado de correr uma maratona, mas era apenas a tensão sexual que o sufocava demais.
— Hum?
Uma mão de Taehyung segurava o corpo de Jeongguk o mais próximo do seu quanto podia enquanto a outra tomava conta de sua nuca, quando ambos se olharam, Jeongguk ofegou com a imagem que tinha no momento. Os lábios de Taehyung estavam inchados e vermelhos, a pele corada e suada, os olhos entreabertos em uma expressão cheia de tesão e sexy demais para o bem de Jeongguk. Os olhos da 'garota' correram por todo o rosto bonito, tomando seu próprio tempo de apreciação.
— Você tem certeza? — resolveu perguntar novamente. Taehyung ficou uns segundos em silêncio apenas lhe olhando, então pegando Jeongguk totalmente desprevenido, ele tocou sua bochecha com o polegar, em um carinho singelo e cheio de significados — Não terá volta.
Taehyung sorriu, ignorando o olhar surpreso de Jeongguk, ele deixou um beijo no lábio inferior gordinho da 'garota', segurou por um tempo então soltou ainda com aquele ar de riso.
— Eu ainda estou aqui. — sussurrou com os lábios ainda colados no seu. Jeongguk estava ainda mais abismado.
— É, você está... — comentou baixinho mal acreditando na sua sorte, sorrindo desacreditado, Jeongguk ousou se remexer no colo do mais velho enquanto abraçava os ombros alheio mordendo o lábio inferior — Estou curioso sobre uma coisa, hyung.
— Sobre o que? — perguntou aéreo, sua atenção estava completamente nos lábios convidativos de Jeongguk.
Sorrindo ladino, Jeongguk encostou a própria bochecha na de Taehyung apenas para ter acesso ao ouvido do mais velho, soltando uma risada arteira sussurrou:
— Estou curioso sobre suas habilidades em cuidar de uma garota. — Taehyung estremeceu abaixo de si, fazendo-o sorrir travesso — Estou contando com elas hoje.
Taehyung afastou o rosto para encara-lo nos olhos, cerrou as pálpebras quando reconheceu o sorriso desafiador de Jeongguk então soltou uma risada soprada.
— Está me desafiando? — Jeongguk deu de ombros de maneira pretensiosa.
Rindo, Taehyung o agarrou firmemente pela cintura e o prensou contra si de maneira confiante, Jeongguk abriu os lábios chocado com a ousadia.
— Uau, hyung. Você tem pegada, quem diria... — não conseguiu evitar a provocação — Confesso que achei que seu estilo era baunilha.
Taehyung revirou os olhos.
— Cala a boca, você fica uma maravilha quando está de boca fechada.
Antes que Jeongguk pudesse rebater sua boca estava sendo devorada novamente, Taehyung parecia não querer dar brecha para Jeongguk pensar e por isso resolveu estar em todos os lugares possíveis; o beijava intensamente, lhe tocava e apertava nos lugares certos. Realmente, o estilo dele não era baunilha, Jeongguk fora enganado pela carinha de bom moço do melhor amigo por todo esse tempo. Não que ele estivesse reclamando.
A ficha de Jeongguk do que estavam fazendo apenas caiu quando Taehyung cessou o beijo apenas para ajuda-lo retirar a blusinha que usava então retirar a própria camisa afoitamente. Como se não devessem nunca afastar os lábios um do outro caso contrário morreriam, se beijavam como se estivessem em um deserto e os lábios alheios era a tão saborosa água que procuravam.
Beijando-o, devorando-o, Taehyung o pegou no colo e as cegas o levou até o quarto, os dois soltando risadinhas sempre que o mais velho esbarrava em alguma coisa no caminho e Jeongguk soltava provocações "hyung, se você me derrubar, isso acaba aqui". Mas no fim tudo acabou bem.
Ele apenas se entregou e se permitiu aproveitar as sensações que o mais velho lhe proporcionava, deixou ser deitado na cama e ser despido completamente, deixou que suspiros de prazer saíssem de seus lábios sempre que Taehyung o tocava, ele apenas se conformou que era o que queria e que não importava quem Taehyung estava vendo ali a sua mercê.
Quando Taehyung o tomou em meio a suspiros, Jeongguk agarrou com força as costas alheias e deixou que gemidos tomassem conta do quarto, Taehyung o chamava de Jeongguk a todo momento, mas na cabeça do garoto, não era o Jeongguk que Taehyung estava vendo e para ele aquilo fazia sentido.
Sentado por cima do corpo de Taehyung, Jeongguk se permitiu também observar as expressões de prazer que o mais velho deixava transparecer, enquanto se mexia, via o rapaz gemer alto e jogar a cabeça para trás enquanto agarrava sua cintura o incentivando a continuar. Era uma visão maravilhosa aquela que Jeongguk possuía, ele apenas queria ter tido essa experiência em seu próprio corpo, embora duvidasse que fosse possível.
Deixou esse pensamento de lado quando Taehyung o jogou na cama e se arrumou entre suas pernas voltando a se colocar dentro, decidiu colocar tudo de lado, desde suas inseguranças e medos, até os pensamentos do depois.
Taehyung o beijou quando começou a se movimentar lentamente, e o coração de Jeongguk disparou no peito, ele não era bobo, sabia bem o que aquilo significava e provavelmente se magoaria muito no futuro por conta daquele sentimento.
O mais velho não fazia bem algum para o seu coração, ele o beijava, lhe sussurrava palavras doces no ouvido e deixava que Jeongguk tomasse o controle da situação quando queria, Jeongguk já sabia que estava perdido quando o sentiu-o sorrir entre o beijo.
Percebeu que estava apaixonado quando Taehyung se encaixou entre suas pernas, entrelaçou os dedos em suas duas mãos, segurando-as acima de sua cabeça e investindo lentamente dentro de si olhou dentro de seus olhos e não desviou por longos segundos. Jeongguk não conseguiu decifrar o que seus olhos diziam, aquele foi o sexo mais sensível e emocional que já teve em toda sua vida e foi com Taehyung, seu melhor amigo.
Bagunçaram os lençóis, havia cheiro de ambos impregnado no colchão, o quarto estava envolto em uma nuvem de paixão e luxuria tão sufocante que para Jeongguk era impossível até mesmo respirar. Os gemidos pareciam estar sincronizados, os suspiros de Taehyung eram soltos em seu ouvido e as mãos grandes apertavam seus dedos sempre que parecia prestes a perder o controle. Era sua primeira vez fazendo aquilo no corpo de uma mulher, eram sensações desconhecidas e Taehyung foi cuidadoso consigo por saber exatamente disso.
Desde que se tornara mulher, Jeongguk não foi muito corajoso ao explorar o seu novo corpo, então ele não sabia o que poderia ser prazeroso ou não, mas Taehyung parecia saber exatamente o que fazer e o onde lhe tocar pra te tirar do sério. Estava feliz por ter aquela nova experiência com o mais velho, não conseguia pensar em ninguém melhor para lhe mostrar os prazeres. Naquela noite, foi tocado intimamente de uma maneira tão boa que finalmente Jeongguk entendeu porque as mulheres gostavam daquilo, independente de estarem sozinhas ou não.
Quando os dois chegaram juntos ao ápice, Jeongguk sentiu o próprio corpo tremer com a nova sensação, ele jogou a cabeça para trás e sentiu os lábios do mais velho deixar rastros de beijo por todo seu pescoço até tomar seus gemidos para ele. Taehyung ainda estava deitado em cima de si quando soltou um risinho cansado em seu ouvido.
— Isso foi... — sussurrou ofegante, Jeongguk mordeu o lábio sentindo a própria respiração ainda descompensada. — Nossa!
Jeongguk soltou uma risada soprada, encarando o teto de seu quarto.
— Realmente... nossa! — sussurrou de volta, Jeongguk ficou uns segundos em silêncio tentando absorver o que tinha acabado de acontecer, sentia o corpo pesado de Taehyung ainda em cima do seu e a respiração se normalizando aos poucos batendo no seu pescoço, mordendo o lábio inferior, Jeongguk engoliu em seco pensando no que deveria ser dito — Tae... eu...
Respirou fundo e apertou os olhos.
— Eu acho que estou apaixonado por você.
Jeongguk não hesitou em falar, mas o que recebeu em resposta foi apenas silêncio. Taehyung continuava a respirar normalmente em seu pescoço, mas não dizia nada. Jeongguk franziu a testa e olhou para baixo, soltou uma risada desacreditada quando encontrou o rapaz dormindo tranquilamente em cima de si.
— Depois reclama que eu escondo as coisas de você, quando eu finalmente falo o que estou sentindo, você nem ouve. — resmungou em um sussurro descontente, revirando os olhos tocou os cabelos cheios de Taehyung. — Idiota.
🏀💄
Se passava das 3 da manhã, Taehyung dormia tranquilamente, ainda nu agarrado ao travesseiro com um lençol cobrindo seu corpo da cintura para baixo, deixando as costas fortes e marcadas livres para os olhos de Jeongguk. Ele por outro lado, não conseguia dormir, se sentou no colchão com o lençol o cobrindo e passou um certo tempo observando o amigo de infância adormecido.
Seus olhos correram por todo o corpo de Taehyung até chegar ao rosto bonito, suspirou sem conseguir se conter.
— O que eu faço, hyung? — sussurrou quase inaudível. Desolado, ele juntou as pernas e as abraçou com força enquanto escondia o rosto entre os joelhos. — Eu estou tão fodido, porra.
Uma súbita falta de ar estava deixando-o inquieto, pensar naquilo o deixava nervoso demais e a possibilidade de seus sentimentos estarem se tornando reais não o deixava pensar com coerência. Sentia que teria uma crise de ansiedade a qualquer momento, então respirando com dificuldade, se levantou não se importando com a própria nudez e caminhou até o banheiro tentando não fazer barulho algum.
No caminho, cerrou os olhos tentando encontrar seu celular, o encontrou embaixo da sua carteira, meio desnorteado e ainda um confuso pelo que tinha acabado de perceber pegou o aparelho de qualquer maneira, apertou os olhos quando a carteira veio junto e acabou caindo espalhando alguns cartões e notas de dinheiro.
"Droga" pensou rangendo os dentes, olhou rapidamente para a cama apenas para ter certeza que Taehyung não acordara com o baque. Se agachou para recolher suas coisas, mas ignorou tudo quando pegou nas mãos a pequena moeda prateada que caíra junto, embora parecesse antiga, ela parecia polida e brilhante demais, mesmo no breu do quarto Jeongguk ainda conseguia vê-la com perfeição. Era a mesma moeda que havia encontrado e prometera que daria para o pai de Taehyung, mas com os acontecimentos recentes esquecera completamente.
Se trancou no banheiro e se sentou na tampa da privada com a pequena moeda entre os dedos, pela primeira vez tinha se pegado observando-a com atenção. Não havia uma data como normalmente as moedas tinham, um lado possuía a figura de um homem e do outro uma lua cheia com uma frase de uma língua desconhecida para Jeongguk embaixo com os dizeres:
"Accidit plenae lunae in magia"
Não era nada que Jeongguk já tivesse visto, talvez perguntasse sobre isso para Taehyung no dia seguinte, seu pai era um grande admirador e colecionava essas coisas, talvez ele também soubesse de alguma coisa.
Respirando fundo e brincando com a moeda entre os dedos, Jeongguk encostou as costas na parede e fechou os olhos. Não queria ter mais problemas na cabeça, constatar que estava sentindo algo por Taehyung e era fortíssimo já era ferrado o suficiente, não saber o que fazer agora que percebera isso, era mais ferrado ainda. Intimamente, ele agradecia por Taehyung não ter ouvido sua declaração horas antes, não sabia que fim teria aquela noite caso o mais velho tivesse conhecimento sobre seus sentimentos.
Naquela madrugada, Jeongguk perdeu o sono pensando nas várias maneiras que Taehyung o daria um fora caso ele expusesse o que estava sentindo, provavelmente ele não acreditaria que eram reais, com certeza diria algo como "agora você tem sentimentos? ". E nas piores das hipóteses, Taehyung diria que estava sim gostando dele, mas não de Jeongguk e sim da Jungha, quando ele voltasse ao normal — se é que iria voltar — todo esse sentimento também iria embora.
Tinha que admitir. Essa hipótese era a que Jeongguk mais temia.
•••
vcs não deveriam colocar expectativas em mim nesse tipo de cena, eu sou uma negação. Saiu mais romântico e íntimo do que eu realmente tinha planejado, mas eu intimamente estou satisfeita. É claro, se vcs esperam algo mais detalhado e cheio de putaria como sei que gostam, calma, tudo no seu tempo kkkkkk vou tentar não decepcionar vcs.
Levando em consideração o peso emocional que estão e o quão forte é a relação deles, a primeira vez não deveria ser algo carnal e sim emocional, então particularmente, eu achei bom assim. Mas como sempre, a opinião mais importante aqui é a de vcs, então me digam o que acharam.
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