Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo doze

Anos atrás 
+++

– Yoongi hyung! –  Taehyung deu duas batidas na porta. – Você precisa sair desse quarto! Está todo mundo lá fora pra gente comemorar o seu aniversário.

– Já falei que não quero sair daqui pra coisa nenhuma, Tae, me deixa sozinho! 

Taehyung suspirou pesado. Aquilo já estava se tornando normal com o passar do tempo. Depois da morte do pai, Yoongi começou a diminuir suas saídas para brincar com ele e Jimin. Depois de anos que o incidente aconteceu, seus amigos já haviam até desistido de chamá-lo para se divertir. Era inútil.

Yoongi afundava dentro de um barco em alto mar e se recusava a pedir socorro. Se culpava por estar vivo, por ser tolo e irritante. Se não tivesse gastado todo o dinheiro que o seu pai tinha economizado para apenas matar seu ego de visitar um parque de diversões, aquilo poderia tê-lo salvado.

Era tão assassino quanto o homem que puxou o gatilho.

Já estava quase no seu limite. Teve que deixar sua dor de lado quando sua mãe entrou em uma depressão terrível após a perda do marido, e não tinha mais força para fazer nada. Cuidou da casa, de tudo que podia apenas para não deixar tudo aquilo nos ombros de sua progenitora. Quando ela melhorou, ele então desabou em suas próprias súplicas e sofrimento.

Não queria infortunar seus únicos amigos com coisas como aquelas. Era sua dor, sentiria sozinho. Mesmo que Taehyung tivesse presenciado tudo como ele, não era a mesma coisa. Torcia para que seu querido dongsaeng superasse aquilo e parasse de tentar ajudá-lo quando este resolveu simplesmente se esconder do mundo.

Mas ainda que tentasse evitar tudo e todos, havia uma pessoa que conseguia adentrar aquelas barreiras indomáveis que seu coração havia produzido. 

Naeun. A garota pela qual Yoongi alimentou um sentimento casto desde cedo, e aos seus quinze anos, já estava pronto para se declarar a ela. Ou estaria, se tudo não tivesse acontecido de maneira tão rápida e toda a sua coragem tivesse se convertido em declínio.

A amiga de Taehyung conseguiu consumir o coração de Yoongi de maneira simples, o que para este era quase impossível. Desde que a viu na calçada da porta do seu dongsaeng, enquanto conversavam com o pai de Taehyung, ele ficara hipnotizado. Era assustador como seu coração batia forte quando depois daquilo, Naeun passara a visitar cada vez mais a casa do Kim, – o que deixava Yoongi quase sem saídas já que sempre ia na casa do amigo. E assim, uma amizade floresceu entre os dois.

No começo, ele achou que iria derreter antes mesmo de conseguir se confessar, mas quando a garota deu um beijo puro e sem quaisquer intenções na sua bochecha, viu que poderia aguentar.

Alimentou com carinho e amor aquele sentimento, e como os anos, eles iam passando de fracos e solúveis, para fortes e intensos.

Mas a dor era forte demais quando a perda de seu pai tomava todo o seu coração e mente, e ele evitava até mesmo a garota pela qual estaria apaixonado.

E foi assim pelo resto de seus anos. Manteve guardado tudo o que desejava falar para Naeun, esperando que algum dia quando superasse, pudesse confessar seu amor para ela. E quando foi para a faculdade, sua última lembrança foi um abraço forte e uma despedida calorosa da garota. 

E mesmo que imaginasse que havia escondido tudo muito bem, Naeun já sabia dos seus sentimentos.

Ela só não poderia retribuí-los. Estava apaixonada por outra pessoa.

+++

Chegara o dia em que Jimin visitaria o Kim depois de semanas sem vê-lo. Tivera que esperar o início de um novo mês para poder ter novamente a oportunidade de uma visita.

Ainda se lembrara de quando viu Taehyung ser arrastado por policiais para fora do lugar, o que levou sua raiva ao nível máximo.

Jimin permanecia assustado com o que via. O Park e Seokjin haviam seguido Taehyung até a sala sem que o mais novo percebesse, e notaram toda a barulheira que Jeongwan fizera. Só não esperavam que o Kim realmente fosse sair dali algemado. Em um ato de impulso por ver seu amigo sendo tratado de tal maneira, Jimin o puxou bruscamente para o seu lado, olhando mortalmente para Jeongwan, este que caminhou alguns passos para frente em busca de tomar posse de Taehyung novamente.

– Tolo! Quer ser preso por desacato as autoridades também? – Observou Jimin nem mesmo mudar as expressões. O Park estava convicto em proteger seu amigo. Apenas isso.

Seokjin percebendo que as coisas iriam acabar saindo do controle, tentou intervir da melhor maneira.

– Você é o irmão de Jeongguk? –Perguntou a Jeongwan, tomando sua atenção para si.

– Sim. – Disse sem interesse. – Ele me pediu que viesse a sua faculdade, e quando eu resolvo aparecer, esse idiota me intervém. – Apontou para o Kim, que no momento estava sendo abraçado pelo Park.

– Escute... – Buscou a atenção do mais novo novamente. – Somos amigos do Jeongguk, até mesmo o "idiota" que você acaba de citar. – Sorriu, lembrando que estava tocado pelas palavras de Jeongguk sobre o Kim. – Ele fez  besteira, sabemos. Mas o Jeongguk queria ve-lo mais que qualquer um. Se está chateado por ter seu irmão naquele quarto, nos também estamos. – Suspirou. – Será que você pode ao menos nos deixar conversar com o Taehyung a sós antes de você bancar a lei dos inocentes?

Jeongwan escutou calado. Analisou as palavras de Seokjin, tentando rapidamente retirar as memórias de sua tolice ao tentar tirar a arma do Kim. Oh, era tão culpado quanto qualquer um. Suspirou.

 – Tudo bem, mas espero que saibam, ele não irá sair daqui livre. – Proferiu, chamando os dois policiais consigo e saindo porta a fora.

Seokjin suspirou pesado.

– A cabeça dura vem de família. – Sorriu, voltando para perto do Park que o agradeceu sutilmente com um sorriso pequeno. – Ei pequeno, porque está chorando? – Falou, ao fitar o rostinho escondido do Kim com algumas lágrimas, molhando nas roupas de Jimin. Estava parecendo uma criança pedindo colo.

Ainda era uma criança, no final.

– Jimin hyung, eu queria tanto ficar com ele... – Confessou. – Eu sei que irei ser preso, eu sei que foi minha culpa, mas é tão errado querer apenas ser considerado inocente pra poder abraçar o Jeongguk novamente? – Choramingou. Os afagos do Park em seus cabelos fazendo-o resmungar palavras desconexas. – Eu queria vê-lo quando se recuperasse novamente.

– Agora, escute você, Taehyung! – Jimin o puxou para frente, assustando até mesmo seokjin que se surpreendeu com o ato. – Você gosta de Jeongguk, e ele também gosta de você, eu sinto uma dor no peito em falar isso, eu realmente queria que tivéssemos escolha, mas não temos. – Se aproximou do Kim, apoiando suas mãos sobre os ombros do mais novo. – Você tem uma oportunidade de voltar digno de si novamente. Lembre-se todos os dias por qual motivo está ali, e o que você deseja mudar, mas nunca, nunca desista, está ouvindo? – Chacoalhou o Kim; observou os olhos do mais novo vermelhos. 

Me desculpe, eu errei com você de novo.

– Quando o Jeongguk acordar, tenho certeza que ele irar te ver. Você precisa ser forte e mostrar a ele que deve ser forte também. E quando você sair de lá, poderão ficar juntos novamente. – O Park olhou para seus sapatos. Estavam limpos. Lembrou que havia ido junto com Seokjin buscar dinheiro para um táxi e irem ao hospital também. Gostaria que os problemas do seu querido amigo fossem fáceis de se resolver. Preferia, ainda, que os problemas do mais novo apenas fossem para si. Mas não podia, todavia.

– Eu também estou com medo. – Murmurou, voltando a encarar o Kim. – Mas você precisa ser forte. Mais do que eu estou sendo ao permitir você ir para fora dos meus cuidados. Droga, você é só uma criança! – O Park deixou suas lágrimas caírem. – Como vou explicar isso aos seus pais?  Aish... quão inútil como hyung eu sou...

Taehyung jamais pensaria aquilo de Jimin. O mais velho sempre tentou ajudá-lo, mas ele preferiu não seguir seus conselhos. Tudo era culpa sua, seu hyung não tinha nada para assumir. Queria apenas que ele parasse de chorar.

– Escute, Jimin hyung. – Sorriu momentâneo ao lembrar que estavam em um círculo vicioso com fazer uns aos outros "escutarem". – Você é um ótimo amigo, e eu vacilei com você. – Olhou para Seokjin. – Com todos vocês. – Fitou o Park novamente, desejando acariciar seu rosto, mas sorriu frustrado ao lembrar das mãos atadas a algema. – Eu já estou bem. Desde quando sai daquele quarto, os olhos tristes de Jeon são as únicas coisas que quero não me lembrar. Quero pensar no sorriso dele. No seu sorriso. Vou voltar sem meus erros do passado, e então, estarei nas aulas normais junto com todos. Ajude o Jeongguk. E não o deixe pensar em mim como alguém ruim, por favor... diga a ele para ser forte, pois eu também serei.

– Cuidaremos disso. – Seokjin sorriu e encarou o Park que mantinha o mesmo sorriso. – Ele estará em boas mãos.

Taehyung sorriu. O alívio bateu em seu peito. Desejava voltar para todos, e principalmente, para Jeongguk.

E então, como se voltasse a realidade, o Park olhou interrogativo para Taehyung.

 – Porque você concordou com as idéias do Yoongi? Nós já não tínhamos conversado sobre isso? Você sabe que-

– Já terminaram? – Jeongwan adentrou o corredor a passos largos. – Acho que sim. – Chamou um dos policiais que rapidamente segurou as mãos atrás da costa de Taehyung, o puxando.

Olhou por uma última vez por cima do ombro para seus amigos, e fitou o quarto onde Jeongguk estava. 

– Me perdoem... – Murmurou, antes de ser levado para fora do local.

Tudo aquilo se fazia em pesadelos. Era sempre a mesma tecla. Precisava falar com Taehyung mais que tudo. Depois de ter escutado a conversa de Jeongguk sobre mandar prender Yoongi, o Park não aparecera mais no hospital fazia dias.

Não queria ter que confrontá-lo. Precisava que o Kim aliviasse sua mente conturbada.

Voltou seus pensamentos ao seu amigo de infância. Perguntou-se se Taehyung estava realmente levando tudo aquilo de forma que o fizesse recuperar a alegria no final. O Park até mesmo pensou em arrumar algum modo de pagar a fiança, mas sabia que o Kim ficaria deveras irritado. Talvez seu pensamento ainda não tivesse mudado por completo.

Pediu a Seokjin que fizesse companhia ao Jeon nos dias em que sumiria, já que estava preocupado com o que o mais novo pensaria. 

Não demorou para chegar na delegacia, e depois de toda uma burocracia para adicionar seus dados, adentrou o local em que o Kim permanecia fazia mês. O policial logo o levou a sala para realizações de visitas, ao que saia para buscar o Kim em sua cela. 

Não demorou muito para que Taehyung fosse avisado sobre alguém querer falar com ele e logo se viu caminhando para a mesma sala na qual havia falado com Yoongi antes. Sentiu medo que fosse ele de novo, mas quando fitou Jimin, sentiu seu coração finalmente aliviar. A saudade era gigante, mas o medo era maior. Queria que o mais velho dissesse que Yoongi não fez nada que dissera fazer.

– Taehyung... – Jimin abraçou o mais novo com força, depositando toda a alegria que sentia naquele momento em seus corpos, sendo bem recebido pelo Kim, que sorria gentilmente. Algumas lágrimas desceram teimosamente dos olhos de Jimin e Taehyung acabou sendo preenchido pela mesma sensação quando sentiu seus olhos encherem d'água.

– Você finalmente veio. – Taehyung se afastou em pouco, apontando com a cabeça a cadeira atrás de Jimin para que o mesmo sentasse. Logo o fez na outra em frente a Jimin.

– Como tem passado? É muito ruim? O seu quarto? Tem acordado sentindo dores? Você-

– Hyung, calma. – Taehyung sorriu o típico sorriso, este que o deixava fofo em tamanha quantidade. Jimin parecia preocupado demais, o que não era o que o Kim desejava. Suspirou, sentindo que finalmente poderia conversar com alguém que confiava. 

– Eu tenho levado bem tudo isso nesse primeiro mês. Não posso dizer que não é ruim, pois é terrível; não ter uma certa liberdade. Mas como eu disse, estou suportando. Tenho um quarto apenas para mim, e ele até que é confortável. – Mordeu o lábio inferior, fitando a face aliviada de Jimin. – Eu estou fazendo trabalhos aditivos aqui, hyung... estou diminuindo os dias da minha pena.

Fitou seu hyung dar pulinhos na cadeira ao que abria um sorriso bonito de ver, daqueles que você deseja admirar sem pudor. 

– Taehyung! Isso é uma ótima notícia. Quanto menos tempo você passar aqui e voltar para nós, melhor! – O Park abriu um sorriso largo, diminuindo seus olhinhos. – Escute, eu tenho várias coisas para te contar...

– Antes de tudo, pode me dizer se tem visto o Yoongi hyung? – Perguntou receoso.

Jimin deixou a aura triste transparecer sua face. Como explicar...

– Eu não o vi esse tempo todo, Tae. Ele literalmente sumiu. Não atende ligações, não dá notícias, Tem faltado as aulas na faculdade, o que tem me deixado ainda mais preocupado. Eu falei que ele estava doente, e consegui um tempo para ele, mas se Yoongi não voltar logo, vai ser chamado atenção. Eu realmente espero que ele esteja em casa, visitar a mãe dele deve fazer uma ótima mudança nesse comportamento.

– Tenho certeza que sim.

– Taehyung, o Yoongi foi ao hospital. –Suspirou ao que lembrava do ocorrido. –  Falou várias coisas malucas para o Jeongguk.

– Mesmo? – Taehyung perguntou com um leve sorriso triste nos lábios. Ah, seu hyung realmente fez o que disse. Estava conformado em não ser mais perdoado.

– Como assim,  mesmo? – O Park exclamou. – você já sabia?

– No dia que ele veio me fazer a visita, ele perguntou sobre o plano maluco que foi por água abaixo no primeiro dia que eu vi o Jeon. Mas quando eu disse isso ele literalmente odiou, e me ameaçou a contar tudo para o Jeongguk. Mas eu... – O Kim sorriu entre lágrimas para o Park. Estava contendo sua dor. – Eu pensei que ele não faria isso, sabe? E agora, o Jeon jamais vai me perdoar...

– Foi minha culpa, de novo. – Jimin falou ao que fitava suas mãos. – Me desculpe, Tae. Eu permiti que ele viesse, assim como não cheguei a tempo no hospital para impedir que ele visse o Jeon. Não consegui impedir que ele fizesse tamanho estrago... só... me desculpe. – Deixou que as lágrimas antes dominadas, fugissem do seu controle.

– Jimin, pare com isso... você não tem nada para seu desculpar. Aconteceu, apenas. Não se culpe.

– Eu não sabia que plano era esse que Yoongi tanto falava. Só fui saber pelo Jeongguk, ele acabou me contando tudo no mesmo dia que tudo aconteceu. Sobre você e o Yoongi planejarem tomar todo o dinheiro dele e mais uns absurdos. Senti vontade de colocar você e aquele idiota dentro de uma caixa e chacoalhar até vocês criarem juízo. –Bufou. – Mas Tae, eu falei com o Jeongguk, eu tentei convencê-lo, espero que eu tenha conseguido. – Murmurou. – Ele sente sua falta mesmo com isso tudo. 

– E eu a dele. – Sentiu um calor em seu peito ao que sorria. – Queria vê-lo. Me diga, ele está se recuperando bem? 

– Bem melhor do que todos esperávamos. Ele é muito forte.

O Kim confirmou rapidamente suspirando aliviado. Logo o Jeongguk estaria bem novamente. O quão mais feliz poderia ficar com aquela notícia?

– Mas, sobre o Yoongi... – O Park tirou rapidamente o loiro de seus desvaneios. – Ele será preso, Taehyung. Admitiu tudo para o Jeongguk e ele mandou o irmão pegar as gravações da câmera e levar a delegacia. Seja lá onde ele está, não ficará livre por muito tempo. Achei que deveria saber.

– Depois do que ele fez, eu já nem sei mais se pensar que isso é certo é ruim. Ele só piora, hyung. Não consegue superar. A dor ainda o machuca.

– E nós nem mesmo conseguimos mudar isso.

– Infelizmente. – O Kim remexeu seus dedos uns nos outros. Ia realmente pedir ajuda. Nunca tivera feito isso. – Sobre minha mãe, Jimin hyung... eu preciso de sua ajuda.

– Sobre isso... – Jimin sorriu gentilmente, limpava com suas mãos pequenas os resquícios de lágrimas em seu rosto. – O Jeon pediu ao irmão dele  para pagar a reabilitação dela. Por ser o início do problema, ela não demorará para ficar melhor. Nem mesmo eu sabia. – Crispou os lábios lembrando de como havia sido enganado. Eles sabiam que o Park contaria para o Kim. Não queriam arriscar.  – Só fui saber quando Seokjin me ligou e deixou escapar sem querer que você iria receber uma bela bronca dele por não ter deixado o Jeongguk te ajudar antes.

– Jimin hyung, eu só não queria não ter como pagar tudo depois. – Arfou, visando o teto.  – Ele insiste em me ajudar.

– Ele te ama, e sabe o que eu percebi? – Olhou vitorioso para o mais novo. – Que em pelo menos algo eu acertei. Vocês são realmente feitos um para o outro! 

– Ah, nem comece! – Sorriu, lembrando quando o Park lhe mandava tomar alguma iniciativa. – Ele merecia alguém melhor...

– E eu acho que você merece uma boa puxada de orelha para ouvir o que seu hyung diz!

– Mande lembranças minhas para ele, hyung... diga que eu... – Voltou seu olhar para o mais velho. Seu coração havia se animado novamente. – Diga que eu o amo.

– Eu direi. E ah, quase me esquecia. –Levantou e colocou as duas mãos sobre a mesa, ao que arqueava sua coluna para frente. – Parece que Jeon acha que você tem algo com Naeun.

– Que merda! – Taehyung tentou cobrir o rosto em frustração, mas lembrou que suas mãos estavam impossibilitadas, suspirando desgostoso. – Mil vezes merda! 

– Eu sugeri que ele te punisse. – Jimin sorriu malicioso. – Dentro do quarto dele.

– Hyung! Isso é sério! –Taehyung sorriu, e Jimin o acompanhava.

Passaram um bom tempo conversando sobre a faculdade. O Kim se sentiu aliviado por saber que poderia voltar às aulas normalmente. Até mesmo conversaram sobre o irmão do Jeongguk, a qual Jimin parecia ter sentido um leve interesse.

– Você mesmo preso não muda nada! –O Park sorriu. Visitar seu dongsaeng o fez um bem enorme. – Eu preciso ir, pequeno. Resolvi que visitaria seus pais hoje. Eles parecem duvidosos quanto essa ajuda. Tem me ligado todo o tempo para dar noticias suas. Não contarei nada que não queira, vou deixar que você faça isso. – O Park sorriu, logo se aproximando de Taehyung, o puxando para um abraço caloroso. – Depois irei na casa de Yoongi, acredito que ele esteja lá. Tentarei convencê-lo uma última vez. – Apertou os ombros do Kim, ao que se afastava. – Se cuide, TaeTae. 

– Obrigado por tudo, hyung... fique bem e boa sorte com o Yoongi. – Desfizeram o abraço e Taehyung observou o mais baixo sair da sala. –Até mais.

~

Jimin não demorou para sair do local, prontamente para ir na casa de Taehyung. Era quase engraçado que os pais do Kim o chamavam de filho também. Gostava daquela sensação de se sentir acolhido. Mesmo que seus pais tentassem o máximo serem gentis com ele, nunca conseguiam muita coisa. Estavam sempre muito ocupados com trabalho e as vezes temiam deixar o filho sair para fora por não conseguirem olhá-lo.

 Jimin sentia falta de carinho, apesar de sempre entender os motivos dos pais. Até mesmo esquecia quando sua mãe deixava que ele brincasse junto aos seus amigos, apenas porque ele estaria acompanhado. 

Ah, sua mãe. Fazia dois anos que não a via, chamadas e mensagens preenchendo a linha turva de intimidade familiar que tinham. Faria uma visita em um futuro próximo.

Não demorou para chegar na casa dos Kim, e logo encontrou apenas o pai de Taehyung – lembrando que naquele ponto a mãe do Kim já teria sido levada para a clínica de tratamento. Manteve bons minutos conversando com o pai do mais novo que buscou entender tudo que o Park falava, desde sobre como Taehyung conseguiu dinheiro para a mãe, até mesmo sobre como fora parar na cadeia. Apesar de Jimin ter mantido uma linha de sinceridade, deixou algumas coisas ocultas. Seria desconfortável para o Kim, então evitou.

Despediu-se depois de rever o seu pai adotivo, – já que o senhor Kim realmente tinha um enorme carinho por Jimin e fazia questão de mostrar, – e seguiu para a casa de Yoongi que não ficava muito longe. 

Permaneceu perdido em longos pensamentos se deveria dar a volta e ir embora. Se perguntava a reação do Min ao vê-lo. A última vez que haviam se falado, foi apenas um pouco antes de toda a bagunça e o acidente com o Jeongguk. 

Não era lá uma boa memória.

Chegou em frente a casa de Yoongi depois de alguns minutos de passos largos. Recordou-se de da sua juventude ao lado de Taehyung e o ruivo ao fitar o lugar na qual costumava passar o tempo.

Eram apenas crianças naquela época, e passaram por muitas coisas difíceis. Revirou os olhos lembrando que sempre tentava tomar de conta dos mais novos quando esses resolviam fazer besteiras.

Taehyung aproveitava por ser mais novo que Yoongi e Jimin, sempre jogando as responsabilidades nos mais velhos. O Park reclamava, mas o Min apenas ia na brincadeira, não ligando para as  traquinas de Taehyung.

Apesar do leve ciúme que sentia por ter que dividir seus dois amigos um com o outro, não demorou para esquecer esse sentimento e si aproximar tamanha intimidade com os outros dois, e mesmo que nãos pudesse sair nas vezes que seus amigos saiam, – por ter pouca liberdade dos pais, – brincavam nas tardes ensolaradas do bairro, deixando os pequenos problemas de lado.

Sentia saudades.

Quando ficaram maiores, decidiram estudar e tentarem juntos entrar na faculdade. Ficaram felizes por conseguirem, e por permanecem na mesma turma, já que na escola haviam sido separados pela idade.

Compartilhavam o amor pela medicina, o que havia de fato aproximado mais ainda os três quando precisavam trabalhar juntos em alguma apresentação ou atividades.

Mesmo assim, toda a intimidade não impediu que o Park ficasse de fora de algumas idéias que começaram a aflorar na mente de Yoongi depois de um tempo. Sabia que o Min ressentia o passado, mas odiava vê-lo sucumbir a própria dor. Por sempre se recusar a participar das suas investidas contra os calouros, Jimin se viu sendo ignorado por Yoongi quando este ia fazer o que bem gostava.

Mesmo que tentasse impedi-lo, era em vão. Sentiu-se ainda mais irresponsável quando Taehyung começou a se levar pelas idéias de Yoongi. E daí formaram uma dupla que aterrorizava constantemente os novatos que adentravam aquele lugar. O Kim ainda contava algumas vezes sobre o que Yoongi planejava fazer para o Park, que conseguia obrigá-lo a voltar para a turma e prestar atenção na aula, mas depois de um tempo, até isso não acontecia mais.

Eram amigos, porém discordavam das ações um do outro.

Pensou que mesmo que continuasse tentando nada mudaria e depois de dois anos ele já havia perdido as esperanças.

Mas Jimin finalmente teve um avanço. 

Jeon Jeongguk. O rapaz que Taehyung havia defendido no primeiro dia de aula. Era um começo. Se conseguisse tirar aquelas idéias malucas da cabeça do Kim, então conseguiria tirá-las do Min.

Percebeu o quanto havia se enganado, já que aparentemente Yoongi só piorava com a mudança de lado do Taehyung.

Era difícil.

O Park inspirou o ar mórbido dali, aproximando seu dedo da campainha da casa, ouvindo-a ressoar abafada. A porta foi aberta em pequena quantidade, deixando um livre espaço vago e o rosto pálido de Yoongi a preenchê-la. Yoongi fitou Jimin a sua frente. Suspirou, ao que abria mais a porta e voltava para dentro.

Jimin entrou rapidamente, fechando a porta em seguida. Removeu os sapatos, e caminhou até o sofá da sala, sentando-se. Observou Yoongi trazer junto a ele uma mulher que Jimin já conhecia. Apesar alguns fios de cabelos lisos grisalhos, e agora uma menor estatura comparado a si, era a mesma pessoa. Sorriu, levantando-se para abraçar a mãe de Yoongi, que já estava em sua frente.

– Quanto tempo, querido! – Afastou-se do abraço, levantando o olhar um pouco para cima. – Olha isso, como você cresceu! Está um homem feito!

– Ainda continuo sendo sua criança, tia Chorong. – Jimin sorriu gentilmente, enquanto olhava docemente para a mulher. –Tive uma oportunidade e como pensei que o Yoongi estaria com a senhora, não tardei para dar uma volta. As coisas parecem não ter mudado tanto por aqui.

– Está enganado! Tudo mudou muito! Yoongi até mesmo foi rever a namorada dele, ela também não mudou nada!  

– Ela não é minha namorada. – Yoongi falou sério, mas a voz embargada serviu para mostrar que talvez ele desejasse aquilo.

– Querido, você quer que eu faça um lanche pra você? – Ignorou a resposta do filho, fitando o Park.

– Não precisa, tia. Eu não irei demorar, só quero falar um pouco com o Yoongi antes. – O Park falou ao que sentava novamente, observando Chorong sorrir triste e concordar, ao que saia da sala. Jimin suspirou, para logo olhar Yoongi, que mantinha-se quieto.

– E então?

– E então o quê? – Yoongi indagou, caminhando até o sofá e sentando ao lado do Park. – O que veio fazer aqui?

– Vim ver você. Não percebeu? – Falou seco, ao que encarava Yoongi. – Escuta: você não deveria ter feito o que fez, passou dos limites, não entende?

– Olha aqui, Jimin. Se você acha que deixei você entrar para me dar lição de moral, apenas dê a volta e vá embora. Estou na minha casa justamente para me livrar desse enche saco de vocês!

– Agora é encher o saco? – Jimin sorriu irônico. – Como você dá a droga da arma para o Taehyung e manda ele ir assaltar de novo? Como que você vai lá na prisão apenas para ameaçá-lo e fazer ele chorar? Como que você vai no hospital apenas para infernizar a vida do Jeongguk? Você não entende, está levando isso longe demais! Essa sua vingança idiota não vai te fazer esquecer a dor, muito menos vai trazer seu pai de volta! Yoongi, acorda!

– Cala a boca, Jimin!  – Yoongi virou-se bruscamente para o Park, sentindo seus olhos lacrimejando de raiva. – Minha mãe entrou em uma depressão terrível quando perdemos meu pai, e eu tive que sentir tudo sozinho, tive que aguentar tudo para cuidar dela! Aquele pessoal idiota da escola me chamava de órfão quase todos os dias e a droga daquele homem matou o meu pai só por ele não ter dinheiro, e você acha que eu estou passando dos limites? Você acha? – Cuspiu as palavras. – Você só fala isso porque não foi com você. Por isso você não me ajudou em nada! E agora que Taehyung me deixou de lado também, você vem me cobrar satisfação? Ah, vai se foder!

– Seu idiota! O Jeongguk vai te mandar para a cadeia! As câmeras filmaram tudo e agora ele tem as gravações. Tudo porque você foi provocá-lo! Não percebe? Vai ir parar na cadeia por uma vingança? Cresce!

– Você não sabe de nada! E não tem condição nenhuma de ter alguma gravação minha! Não tinha câmeras naquela sala! – Yoongi levantou do sofá caminhando em direção a porta, abrindo-a em seguida. – Agora vá embora daqui! – Apontou para fora.

– Eu vou! – O Park não tardou para ser por ao lado do mais novo. – Só não esqueça que eu estive do seu lado mesmo você tentando essas porcarias todas, porque ainda sou seu amigo! – Falou tão próximo ao rosto do Min que sentiu suas respirações entre cortarem. – Está deixando tudo fora de controle, e magoando sua mãe e impedindo o descanso do seu pai... – Murmurou, tentando acalmar seu coração que batia depressa.

– Eu já mandei você dá um fora daqui!

– Você é o Min Yoongi? – Um homem com uniforme policial perguntou, olhando uma foto em sua mão, logo guardando-a no bolso e puxando Yoongi sem esperar uma confirmação.

– Mas o que está acontecendo aqui?! –A senhora Chorong apareceu ao que enxugava suas mãos em sua roupa. Pensava ter ouvido uma discussão. – Largue meu pequeno, deixe ele!

– Seu filho está sendo acusado por uma queixa, senhora. – Puxou bruscamente os braços de Yoongi para a frente, ao que algemava suas mãos. – Só estou cumprindo ordens. – O homem abriu o porta malas do carro, logo colocando Yoongi que parecia congelado.

– Não, espere-

– Deixe ele ir, tia Chorong. – Jimin segurou a mão da mulher que o olhou confusa. – Eu preciso contar algumas coisas sobre o Yoongi para a senhora.

Ela confirmou ainda sem entender de fato tudo aquilo, observando o carro ser ligado e seu único filho se levado para longe. Suspirou, ao que guardava as lágrimas que conseguiu conter.

 - Conte-me.
~

Yoongi fora levado para a delegacia, e não proferiu nada o caminho todo.

Sentiu-se enganado. Era tudo injusto! Porque iria parar na cadeia? O homem que matou o seu pai estava livre! Como aquilo se inverteu as posições de vilão e mocinho de uma forma tão brusca? Acabado. Estava preso e sem oportunidade de saída. Não teria nem mesmo a chance de pedir perdão a sua mãe por decepciona-la também. 

– Sente-se garoto, e dê os seus dados, não tenho o dia todo. – O homem magro que parecia não tá nem aí para o que fazia, falou ao que colocava um papel na mesa e uma caneta azul. – Seja rápido.

Depois de alguns minutos, tudo estava preenchido e o Min fora levado para a sua cela. Ela estava vazia. Suspirou aliviado por ter tido essa mísera sorte.

O guarda abriu a cela, tirando as algemas da mão do Yoongi em seguida, ao que o empurrava para dentro.

– Aqui estão as suas novas roupas. –Jogou sobre Yoongi que rapidamente segurou. – Vá se trocar e traga as suas para mim.

Yoongi sentiu ânsia pelo cheiro de mofo da roupa alaranjada, mas não teimou. Seguiu em direção ao banheiro dali, trocando-se e percebendo que estava realmente preso. Era um presidiário. Olhou para si totalmente naquela roupa, tomado pela vergonha. O que estava fazendo?

Caminhou para fora do banheiro, entregando as roupas dobradas para o guarda que apenas deu de ombros. Ele saiu, trancando as grades novamente, logo sumindo de vista. 

E pela primeira vez Yoongi respirou calmamente. Havia se libertado do medo repentino que o tomou desde que fora tirado a força de casa, ficando inerte o caminho todo. Suas lágrimas começaram a rolar por suas bochechas, e ele ajoelhou no chão, ao que colocava as mãos no rosto.

– O que foi que eu fiz? – Murmurou. – O-O que foi que eu fiz...

A dor maltratava seu peito, e os pensamentos de tudo que havia feito de errado tornavam-se vivos. Mostravam tudo que um dia o mais novo sentiu vontade de esquecer.

Diria adeus a sua vingança mais cedo do que desejava.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro