Prólogo
Hoje, excepcionalmente, estávamos brigando. Dizem que isso é normal entre casais, contudo minha noiva estava de muito mal humor. Tudo para ela parecia ser minha culpa, entendo que cheguei atrasado para buscá-la no trabalho, mas de fato ela estava equivocada.
— Taemin, por que você nunca faz nada direito?! — ela apoiou a testa em sua mão direita.
— Eu? Mas o que foi que eu fiz? — procurei ao máximo manter o foco na estrada escura e soturna enquanto tentava acalmá-la — Eu não fiz nada.
— Exatamente! — estava áspera enquanto se demonstrava impaciente — Você não faz nada! Eu tenho que correr atrás de tudo e pra variar, você me larga plantada três horas naquele — estava procurando as palavras certas — Naquele muquifo que chamam de escritório!
— Desde quando você ficou tão dramática? Meu Deus — pensei alto demais. Ela me olhou como se fosse soltar meu cinto de segurança e chocar o carro contra uma árvore — Você sabe que eu te amo — ela ficou em silêncio, como não recebi uma resposta, lancei um olhar à ela, parecia desacreditada com o que eu havia dito. Aos poucos começamos a rir — Do que estamos rindo?
— De você!
Ela podia ser mal-humorada às vezes, mas se não fosse, algo realmente estaria errado. Não éramos aquele casal perfeito que se vê em filmes, entretanto eu a amava, e isso era tudo o que importava. Paramos em um semáforo poucos metros de casa. Mesmo demonstrando tranquilidade a ela, eu pude notar que estávamos sendo seguidos desde o momento em que a busquei no trabalho. Um carro prata cruzava e virava cada esquina em conjunto conosco. Senti medo, medo de não conseguir protegê-la se algo desse errado. Quando o semáforo se abrisse, decidi que iria dar mais uma volta pelo quarteirão para ter certeza de que não era apenas a minha imaginação, contudo a maldita luz parecia não querer nunca mudar. Ao ver um homem com o rosto coberto sair de dentro do pequeno e mal-acabado carro prata, não me preocupei mais com as regras de trânsito, apenas acelerei o máximo que pude naquele instante.
— O que você está fazendo?! — ela com certeza estava assustada — O que aconteceu?!
— Aquele cara está nos seguindo desde que saímos do seu escritório — quando o vi sair do carro, notei que estava com uma arma presa a cintura — Se abaixa, ele está armado! — no momento em que terminei minha sentença, tiros foram disparados contra nosso carro.
Ela se encolhera no banco e os pneus arranharam a estrada com a curva acentuada que fiz para fugir das balas que vinham sem direção exata. Pela minha falta de experiência em fuga, perdi o controle do carro, antes que acertássemos o muro, levei meu braço direito até ela e, junto ao cinto de segurança, a segurei no banco impedindo que o baque fosse maior. Há pouco de que me lembro. Sirenes, pessoas se aproximando e a levando para longe de mim. Tudo foi tão rápido.
Há leste e há oeste, existe vida por toda parte. Nós talvez precisemos nos esconder, porque eu não quero perder você agora, preciso lhe dizer. Você é o amor da minha vida.
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