Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Gravity por Nico Vegas

Circus parecia um pub futurístico de uma história de SCI-FI que se passava em Tóquio. Suas luzes roxas e azuis de néon iluminavam o ambiente escuro e o cheiro levemente embriagante de álcool começava a adocicar o ar. Havia uma camada de neblina que se enroscava nos tornozelos de todos feita com gelo seco por hoje ser noite de karaokê.

Mesmo sendo apenas 8 da noite o pub já estava com um movimento absurdo. O bar da Letitia ficava no primeiro andar junto da cozinha para ser mais fácil para o delivery. Se inclinando no balcão para falar melhor com Let, sorriu ao vê-la com um palito na boca deixando claro que havia se servido um Martini.

- Hoje é feriado? – Perguntou e ambas olharam as pessoas que entravam em bando.

- Sei lá, mas tá ótimo assim. Quanto mais, melhor. – Riram e a mulher pegou o papel com os pedidos passando a preparar.

- Branca. – Aaron se aproximou com um avental e então olhou assustado para ela. – É sempre assim?

- Não costuma ser abarrotado, mas costuma ser cheio.

- Como posso ajudar?

- Aqui. – Entregou sua bandeja e dividiu seu bloco de anotações ao meio e o entregou com uma caneta. – Pegue pedidos.

Com a bandeja preta repleta de bebidas na mão, subiu os degraus com agilidade graças ao neon que saía debaixo de todos os vão da escada. Branca ia e vinha, descia e subia a mesma escada umas 40 vezes por noite.

A escada em L tinha um espaço com árvores enfeitadas de pisca-pisca onde muitas pessoas tiravam fotos. Às vezes Branca se procurava nessas fotos e em algumas seu cabelo pink aparecia em movimento.

Todos pareciam se divertir em conversas supérfluas. Sentados nas mesas altas, grupos de amigos erguiam suas mãos quando viam Pink ou Dora passando com o avental de bordado fluorescente.

Passou por Dora, piscando para dizer oi. Entregava e anotava mais pedidos. Viu Aaron perto do palco, onde seu tio James parecia diminuir a música do ambiente para poder dar início ao karaokê.

Assim que ia em direção da escada uma mão segurou seu ombro e quando viu era o rapaz de sempre.

- Ei! – Sorriu e logo viu que ele não estava desacompanhado, algo inédito, nunca tinha visto pessoa mais solitária que ele.

- Você está linda, Pink! – Branca negou delicadamente com seu costumeiro teatro e olhou para o colega de Logan. – Esse é meu amigo, faz parte da banda, Tobby.

- Esse cara sempre fala isso. - sorri ao zoar o rotineiro elogio e acena com a mão livre. - Muito prazer, Pink. – Todos riram e então ela pegou o bloquinho. – Já pediram?

- Ainda não.

- O de sempre?

- Por favor.

- E você Tobby?

- Cerveja.

- Trincando. – Acenou e correu escada abaixo.

Ao ver o pedido de gin e tônica, Let sorriu.

- Logan está aqui? – Sua marca registrada, o primeiro homem que pediu uma bebida de mulher pra Let e isso a marcou.

- Sim.

- Nem o vi entrar. – Entregou as bebidas e foi atender aos pedidos de Aaron. – Obrigada por ajudar, não costuma ser tão louco assim.

Agradeceu por estar com o coturno, nada melhor do que andar pra lá e pra cá com a garantia de que seu pé seria poupado.

- Aqui. – Colocou as bebidas na mesa e abriu a cerveja de Tobby com o chaveiro que ficava preso na cintura. – Qualquer coisa é só chamar.

- Obrigado. – Os dois ergueram as bebidas como num brinde a ela e a voz de seu tio ecoou.

- Chegou a hora mais esperada da noite.

- Karaokê! – Todos gritaram.

Tinha que admitir, os clientes da Circus eram fiéis e o karaokê era o que eles mais gostavam. Duas vezes por ano eles faziam uma competição com premiação e tudo, o próximo seria em novembro e isso parecia estar deixando todos mais agitados.

- Vocês sabem como funciona, mas vou explicar de novo: Dora vai passar de mesa em mesa pegando o nome de vocês, a música vai no aleatório, boa sorte à todos! – Houve batidas nas mesas e Dora pulou do palco para pegar os papéis das mãos que se agitavam no ar.

Em cada mesa tinha um bloquinho de post-it e algumas canetas, era só assinar e torcer pra ser chamado, mas o que eles queriam mesmo era ver Branca no palco, então seu nome se repetia por aqueles que não tinham coragem de cantar.

- Vai cantar? – Perguntou para o loiro e ele negou como sempre. – Às vezes duvido de você. – Se voltando para Tobby, apontou para o outro e então se apoiou na mesa com a bandeja entre as pernas. – Ele é mesmo o vocalista?

- Ele é.

- Vocês estão ferrados.

- Com toda a certeza.

- Ei, calma aí né... – Branca ergueu as mãos pro alto como se provasse que não tinha culpa de nada, pegou a bandeja e foi atrás de mesas com copos vazios.

Do andar debaixo conseguia ouvir claramente seu tio começando a fazer o sorteio dos nomes. Surpresa por não ter sido a primeira, viu muitos tentarem a sorte pela primeira vez e o mais gostoso disso tudo é que ninguém vaiava e todos sempre aplaudiam, e caso algum engraçadinho tentasse diminuir alguém todos mandavam calar a boca.

- Demorou muito, mas finalmente Pink vai pisar nesse palco! – Assobios, uivos, palmas e tambores na mesa para a garçonete que se curvava agradecendo o carinho dos fãs. – Vai cantar o que?

- Não sei. – Disse indo até o palco.

Pegou o microfone e olhou para todos.

- O que eu canto?

Sem dúvidas queriam que ela cantasse uma original. Olhando para o tio, ele balançou a cabeça indo para a guitarra e Branca para a bateria.

- Seu pedido é uma ordem, meu povo.

Todos fizeram silêncio e muitos prepararam o celular para a gravarem.

Movendo os lábios, fez a contagem regressiva e tudo começou.

Graças ao seu tio ela tinha essa paixão por música. Desde pequena ele a ensinou a tocar alguns instrumentos, mas a bateria sempre foi sua grande paixão.

À base do rock, cresceu escrevendo algumas coisas que seu tio conseguia transformar em música. Por alguns anos ela acreditou que esse era o sonho dela: Ser uma cantora de rock famosa. Não era, longe disso.

As noites de karaokê eram tudo que ela realmente precisava. Divertia-se quando algumas pessoas diziam que só vinham por ela quando pediam algo.

Não era amiga do holofote, mas o aceitava bem na Circus.

Havia participado de vários concursos e até ganhou alguns deles, mas tudo por diversão. Talvez fosse errado, já que muitas das bandas que perderam pra ela queriam realmente trilhar o rock.

Algumas daquelas pessoas conheciam a música que estava cantando e isso era estranho já que faziam questão de cantar com ela.

Viu que Logan havia vindo para frente do palco junto com Tobby que parecia surpreso. O loiro filmava tudo e parecia muito orgulhoso. Ele era uma peça rara.

Com gritos de bis, Branca desceu do palco agradecendo, mas passando a vez para o próximo nome sorteado.

- Fazia tempo que eu não te via cantar assim. – Aaron se aproximou e ambos desceram as escadas.

- Muitas coisas continuam as mesmas.

- Isso é bom.

- Acho que é. – Ela sorriu e então pediu uma cerveja, abrindo e tomando um gole.

- Bela apresentação. – Sua tia se aproximou e brindou, o estalo baixo do encontro dos vidros foi abafado com o som de uma música pop. – Acho que ela deveria investir nisso.

- Pelo que eu vi agora, não teria por que não investir...

- Os dois, não. – Apontou o dedo para ambos e foi para a cozinha com a bebida em busca de algo para comer.

Os 4 caras que trabalhavam com James aplaudiram Branca assim que ela pisou na cozinha e ela sentiu vergonha.

- Se vocês gostaram, me paguem em comida. – O que estava mais próximo jogou uma cesta com aperitivos e ela encheu a mão. – Obrigada.

Aaron havia sumido e Let correu para perto de Branca.

- Aaron está lindo!

- Oi? – Se engasgando ao engolir, seus olhos procuravam sinais de que aquilo era uma piada.

- Ele está tão forte, tão másculo. Ter raspado a cabeça foi uma escolha digna de aplauso. – Sua tia realmente estava falando sério.

- Acha? Ok... – Passando por ela indo pegar a bandeja.

- Você não?

- Não sei...

- Qual é Branca...

- Eu cresci com ele, tia. – Disse mordendo a língua para não deixar na cara que já haviam transado muito, mesmo sendo apenas amigos.

- Mas e daí?

- Chega de bebida por hoje, Letitia. – Gritou indo para as escadas.

Se impressionava com a capacidade dessas pessoas beberem tanto e ainda não terem coragem de ir cantar.

- Tô esperando você tomar vergonha na sua cara e ir cantar. – Pegou o copo e a garrafa da mesa dos dois e então sorriu.

- Você é incrível! – Tobby parecia nitidamente agitado e a fez reparar que ele era muito bonito.

Seu cabelo preso num coque mostrava que a metade debaixo era raspada com desenhos. Olhos de cor âmbar pareciam mais intensos sob suas sobrancelhas grossas. Não usava barba e seu sorriso parecia resplandecer o lugar.

- Obrigada. – Respondeu tímida.

- Não, é sério! Logan tenta arrastar a banda pra cá faz muito tempo, agora eu entendi o porquê dele ser tão apaixonado por esse pub. – Apontando a mão aberta em sua direção, Branca se sentia completamente fora do lugar.

- Que isso, não... – Negou os elogios e então olhou pro Logan. – Te pago a publicidade mais tarde. – Todos riram e então ela os deixou para continuar a pegar os pedidos.

Assim que deu 3 da manhã todos estavam preparados para irem para suas devidas residências, as luzes haviam sido apagadas e os bancos sobre as mesas.

Nada melhor que a sensação de que tudo está nos seus devidos lugares.

Com as chaves nas mãos, se aproximou de Aaron e o viu com um capacete.

- Quer dizer que é motoqueiro agora?

- Quem diria né?

- Seu pai deixou?

- Ele ainda não sabe. – Ele piscou e Branca pôde imaginar a cena que seria quando o pai dele descobrisse. – E você de carro? Não era como eu te imaginava.

- Aquela Branca cresceu, agora gosta de segurança.

- Tô vendo. – Ele sorriu e então olhou para o pub. - Gostei de hoje.

- Sério? – Não é todo mundo que se interessa por esse ambiente, muito menos para trabalhar como garçom.

- Eu acabei de me formar, mas não tô empregado, seria legal...

- Fala com James, bem que precisamos de mais mãos. – Apontou para trás, mas nem sabia se seu tio estava logo ali.

- Por que não?

- Para mim isso é um grande sim.

- Te vejo amanhã?

- Sim. – Ela se inclinou para dá-lo um beijo na bochecha e se despediram.

Escutou a partida da moto e quando viu ele já havia acelerado para longe.

Pela primeira vez em muito tempo sentia que tinha tido um bom dia e que estava bem. Trancou a porta do apartamento e decidida a tomar um bom e longo banho quente, tirou os sapatos pisando no chão frio de madeira.

- Branca? – Sentiu seu coração querer pular para fora da garganta ao ver seu pai saindo do quarto.

- Oi pai, nossa... – Sussurrou colocando a mão no coração.

- Podemos conversar?

- Agora? Posso só tomar um banho?

- É rápido.

- Ok. – Ele estava sério. Sem óculos parecia até outra pessoa e isso era fascinante. Seus cabelos brancos já tomavam conta do seu topete que sempre estava jogado para trás, seus olhos azuis pareciam tão mais claros que chegava a preocupar, principalmente quando ele tinha esse olhar tão duro.

- O que aconteceu antes de você vir para cá?

- Como assim?

- O que o Alvin te fez? – Ao ouvir o nome do homem sentiu a mão dele em seu braço e seu corpo inteiro se arrepiou com a lembrança.

- Nada.

- Danette viu tudo e me falou Branca. – Ele parecia esgotado, estava mais pálido que o comum e seu maxilar parecia tensionado. Doeu vê-lo assim, querendo ou não ele era se preocupava com ela. – Por que não me falou?

- Porque não aconteceu nada. – Sem jeito, seu pai se atreveu a procurar por algum machucado em sua pele, mas a maior parte do roxo já estava amarelado e mal aparecia.

- Isso... – E mesmo assim ele achou, ela deu um passo para trás e não conseguiu voltar a encarar seu pai. – Branca...

- Vou tomar banho e dormir. Boa noite pai.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro