Capítulo Três
I Will Pray For You
Sete e meia da manhã e Isabelle já estava cruzando os corredores da escola a procura de sua sala onde teria a segunda aula da de Fisica na semana, não que ela não gostasse da matéria, mas os gritos do professor Thadeu a desconcentravam. Procurou uma cadeira no fundo da sala, como de costume e esperou o sinal tocar. Vários alunos entraram e logo atrás o professor fechando a porta e começando a escrever dezenas de formulas no quadro.
A porta se abriu subitamente dando a visão de um cansada e recém acordado Justin, o despertado não havia sido tão gentil com ele essa manhã. Sua aparência era a mesma de alguém que havia acabado de ser atropelado por um caminhão. Roupas amassadas, rosto vermelho e uma falta de fôlego quem havia corrido uma maratona, só Deus sabia o que Justin havia passado pra chegar ali.
-Senhor Bieber, isso são horas? - Thadeu esbravejou.
-Foi mal professor, dormi demais.
-Não me interessa rapaz, tome seu legar preciso prosseguir com a minha aula. - Justin assentiu e procurou um lugar, longe da menina, para se sentar.
A aula foi rápida, Isabelle rabiscou algumas observações no caderno e fez as atividades, ele dormiu enquanto o professor falava sobre eletrização e prótons.
O sinal tocou e todos saíram correndo entre os enormes corredores da escola. A menina se aproximou de seu armário e pegou dois livros, fechou e seguiu corredor a fora em meio à multidão. Sem sorte ela teve que passar pelo grupinho de lideres de torcida que estavam em volta dos caras do time de futebol, aquelas garotas normalmente eram a razão de Isabelle se sentir tão inferior a todos.
-Hey! -uma delas surgiu em sua frente impedindo sua passagem. -Sapatos da vovó, meia calça, suéter. Você não muda mesmo puritana. -as outras meninas fizeram um coro de risada a deixando constrangida.
-Preciso ir -ela disse firme.
-Claro, afinal quem gostaria de ficar olhando pra sua cara feia e flácida. -a garota fez uma careta e balançou a cabeça como quem dizia "Eu sou bem melhor que você".Isabelle tentou passar mas ela continuou impedindo sua passagem. -Mas antes de você ir, é melhor pegar essas coisas do chão.
-Que coisas? -Isabelle olhou pro chão inconscientemente sem encontrar nada.
-As suas- a menina deu um grito histérico batendo a mão nos livros de Isabelle fazendo com que se espalhassem no chão. Isabelle engoliu em seco sentindo uma vontade súbita de chorar que quase cessou quando viu Justin caminhando em sua direção. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo, mas também não se importava.
Acabando com as esperanças de Isabelle ele puxou a líder de torcida e a beijou ali mesmo na frente de menina que tentava pegar seus livros no meio daquela multidão de pés. Após pegar todos os cinco livros de carregava ela se levantou e seguiu ouvindo os risos debochados de seus "colegas" pelo corredor.
Justin estava mentindo pra si mesmo naquele instante enquanto fingia que não se importava e que tudo estava bem, quando viu a menina ajoelhada toda atrapalhada tentando pegar os livros ela pensou em ajuda-la, mas quando viu seus amigos por ali ele desistiu pensando duas vezes afinal o que pensariam se o vissem com a "puritana".
Horas mais tarde naquele mesmo dia Justin foi chamado à sala do diretor, ele até imaginava o que poderia ser afinal só tinha assistido três das doze aulas que tivera nesses últimos dois dias. Ele se arrastou pelo corredor e abriu a porta da diretoria encarando a secretária, uma senhora de quase cinquenta anos que cheirava a chá verde.
-Sr. Bieber o diretor o espera. -ela disse abrindo a porta que dava a sala do diretor.
A sala não tinha nada de incomum, quer dizer, se você não reparar nos dois animais empalhados na parede -um cervo e uma onça - e a coloração laranja agonizante do papel de parede. Justin passou os olhos curiosos ela sala até encontrar sua mãe o encarando.
-Mãe? -ele sentou sem entender o porquê dela estar ali e por que o seu olhar dizia palavras feias.
-Fui obrigado a chamar sua mãe senhor Bieber, nós oferecemos um programa de supletivo completo e o senhor nos retribui faltando as primeiras aulas.
-Eu tenho vinte anos, o que ela ta fazendo aqui? -perguntou ainda sem entender.
-O senhor esta no primeiro ano, mesmo que seja apor alguns meses, existem protocolos a serem seguidos. - o diretor sorriu tentando o persuadir.
-Ta e o senhor vai fazer o que? Me tirar da porcaria do programa? -Pattie levantou o cotovelo cutucando o garoto.
-Cala a boca Justin -ela murmurou fingindo o sorriso ao diretor.
-De forma alguma garoto, essa escola não desiste dos alunos, mesmo que eles sejam um tanto -ele fez uma pausa puxando um cópia de uma das revistas que Justin aparecia batendo em um fotografo -difíceis!
-Então o que o senhor decidiu? -Pattie perguntou atenta ao diretor, que mal conseguia disfarçar o interesse no decote da mulher.
-Bem...dentre os vários programas na escola nós temos o reforço de todas as matérias, é mais comum nós indicarmos alunos repetentes ou que tenham algum déficit de atenção, mas como o senhor Bieber parece ter uma certa dificuldade em estar em sala, ele se encaixa perfeitamente no caso especial. -Justin havia ficado irritado com a gracinha diretor, no entanto o que ele queria mesmo era dar uma porrada na cara dele por não parar de olhar o decote de sua mãe.
-Tudo bem, ele participa da reforço e volta as aulas normais também.
-Não prometa o que não posso cumprir mãe -ele riu piscando pra mãe.
-Você vai sim, nem que eu tenha que te colocar dentro da sala de aula todos os dias. -ela disse brava o encarando.
-Então, acho que estamos conversados, foi muito bom conversar com a senhora -ele sorriu beijando a mão que ela acaba de estender.
-Ta ta chega -Justin levantou puxando a mãe pelo braço e saindo da sala. Eles passaram pela secretária que os encarava com um sorriso simpático demais e logo saíram parando no corredor vazio.
-Que isso menino? -ela reclamou soltando o braço.
-Ah qual é mãe não vai me dizer que ta dando mole pra aquele velho abusado.
-O senhor Frog é uma ótima pessoa. -ela disse seguindo pelo enorme corredor indo em direção ao estacionamento.
-Frog mãe, olha o nome do cara Frog. Isso já diz tudo. -ele reclamava enquanto a seguia. -Se eu tiver que chama-lo de papai ai sim ele vai virar um Frog (sapo) de verdade.
-As vezes eu me pergunto de quem você herdou essa dramaticidade -ela abriu a porta do carro -Quero você em casa em meia hora, nem um minuto a mais. -ordenou enquanto ele fechava a porta do carro e dava as costas voltando a escola.
***
Depois de horas se controlando Isabelle entrou em seu quarto, ligou o som cor de rosa e se afundou nos travesseiros chorando ao som de Love me tender. A voz de Elvis a acalmava, o que parecia impossível depois daquele dia de cão na escola. Ela queria ficar ali e dormir o resto à vida, mas o despertador foi contra e a acordou naquela manhã de sexta feira. Ela não havia jantado na noite passada e por isso tinha a sensação de um buraco negro no estomago, se aprontou rápido vestindo um vestido num tom pastel, gola branca e comprimento próximo à canela. Prendeu os cabelos em um coque e calçou suas sapatilhas pretas, mesmo ouvindo os elogios de sua mãe quando desceu ela não acreditava que poderia estar ao menos próxima que estar bonita.
Tomou café com sua família reunida a mesa, sua mãe enchia seu prato de comida enquanto seu pai lia o jornal praguejava o homem.
Aprontou sua mochila nas costas e saiu, em minutos o ônibus estacionou na porta da escola. Ela saltou e tentou andar o mais rápido até a sua sala, evitando encontrar qualquer uma das lideres de torcida -e justin.
O garoto já estava dentro da sala, diferente da de Isabelle, ele e seus amigos jogavam bolinhas de papel pela sala e gritavam palavras indecentes as garotas da sala. Justin tinha quase que uma qualidade de fazer amigos, era mais um charme as pessoas gostavam de ficar ao lado, ele se adaptava as situações com facilidade. Os quatro primeiros horários de passaram e Justin e Isabelle voltaram a estar na mesma aula mais uma vez. Ele se sentou na frente e ela no fundo tentando não chamar atenção. O professor de literatura leus alguns poemas e no final da aula parou pra dar um recado.
-A direção pediu pra avisar a vocês que as inscrições pro reforço já estão abertas, os alunos que estiverem precisando de ajuda é só falar com os instrutores. Nessa sala nós temos três deles, os melhores da escola. -ele apontou pra uma menina loira de óculos quadrados e aparelho -Jenevieve - depois pra um garoto de camiseta do Hulk -Lucio -e apontou pra Isabelle que evitava absorver os olhares de todos - não menos importante Isabelle, que modéstia parte é uma das melhores alunas da escola -o professor sorriu acenando pra garota que ficara tímida com a sua menção. -Escolham enquanto a tempo, esse reforço é bem concorrido.
O professor deu as costas apagando o quadro enquanto os outros alunos gritavam por Jenevieve e Lucio, a menina sabia que seria último caso, ninguém naquela escola parecia querer ser visto com ela.
Ninguém além Justin, enquanto os alunos se matavam pra conseguir os outros "cérebros" da sala ele só pensava em como poderia abordar a garota. Ele havia sido um idiota, e tinha o seu filme totalmente queimado com ela, mas ele precisava daquela aula. O sinal tocou e ele saiu quase que correndo atrás da garota que ia até seu armário pegar seu caderno de biologia.
-Isabelle -ele a abordou, melhor dizer ele a encurralou entre o corredor de armários. Isabelle deu um paço pra trás apoiando na porta do armário assustada com o fato do rapaz esta falando com ela.
-Pensei que não soube-se meu nome -ela saiu do transe de susto e se virou puxando o caderno de dentro do armário.
-Foi tudo um mal entendido, eu só fiquei meio assustado com aquela coisa de puritana e tals -ele disse com o mesmo tom de voz Dom Juan que usava com as modelos californianas.
-Ah -disse olhando pros pés enquanto apertava os livros contra o peito inconscientemente.
-Fiquei sabendo que você vai dar aula de reforço, e sabe eu to precisando. -Isabelle já havia entendido o que ele queria.
-Espero que encontre algum instrutor. -disse calma e ao mesmo tempo se perguntando o que havia acontecido com aquele cara maravilhoso que a levou até em casa.
-Sobre isso, será que você não poderia me acompanhar, eu realmente preciso de ajuda. -ele tentou fingir uma cara de coitado mas ela não caiu nessa. Puxou a porta do armário o fechando e deu as costas seguindo pelo corredor. -E a minha ajuda? -ele gritou no corredor vazio.
-Fica tranquilo, eu vou rezar por você -ela gritou entrando no corredor da cantina. Aquilo ia contra todos os seus princípios, mas ele merecia pelo menos um pouco.
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