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Capítulo 1


"Chi tace acconsente." - Quem cala consente.



Alessia acordou em sobressalto, o coração dolorosamente espremido contra as costelas e o suor escorrendo nas têmporas como pequenos riachos salgados. Teve aquele pesadelo outra vez, e parecia ainda pior agora que estava tão perto da igreja.

Ela estivera sonhando com aquela estrutura simples de blocos irregulares empilhados uns sobre os outros há algum tempo, mas demorou para reconhecer o lugar. Era uma pequena igreja histórica em Fiera di Primiero, uma cidadezinha minúscula no extremo norte da Itália, não muito longe da casa de Elisa, sua avó materna.

Curiosamente, ela assistia o desenrolar do pesadelo através dos olhos de uma das duas garotas presentes como se fosse, de fato, aquela noviça. Sentia suas emoções e pensamentos de uma maneira intensa e tangível, nutria amor e carinho por Marco e Maria como se fossem pessoas reais.

Por isso, era sempre doloroso assistir aos últimos momentos de Marco, mesmo que nunca chegasse a vê-lo morrer antes de despertar.

O destino dele era hediondo. Não se tratava de uma morte limpa, a garota em seus sonhos sabia disso tanto quanto ela. Por quanto tempo Marco sofreu, arruinado na escuridão, até que finalmente partisse? Alessia se perguntava quando foi que passou a ver as figuras de seu pesadelo como pessoas reais. Teria sido desde a primeira vez? Por que aquilo se repetia sempre que fechava os olhos?

Ela rolou de lado na cama. Suspeitava estar sofrendo de estresse pós-traumático, considerando que tudo começou quando Matteo, um amigo próximo da família, passou a mão na bunda dela enquanto os dois passavam as férias na casa dos seus pais.

Na primeira vez, ela pensou que estava imaginando e, quando aconteceu de novo, supôs que fosse um acidente.

Então Matteo a agarrou na piscina, as mãos ásperas dele empurrando as laterais de seu biquíni enquanto o corpo pesado forçava-a cada vez mais para o fundo, dedos invasivos pressionando a pele com força o bastante para mantê-la no lugar, mas sem deixar marcas visíveis.

Alessia se debateu violentamente e engoliu golfadas de água enquanto tentava gritar, mas ele ainda estava sobre ela, que continuava afundando. Sua ereção pressionava a curva da bunda dela, as mãos trilhando um rastro de repulsa que nunca se apagaria por completo. O som satisfeito que escapou da garganta dele quando conseguiu abaixar a parte inferior do biquíni não se parecia nem remotamente com sua risada gentil habitual.

Matteo só a deixou ir quando ouviu a conversa animada do restante da família se aproximando pela lateral do jardim. A mãe de Alessia não pareceu se importar quando ela decidiu passar o restante do dia fora, e ninguém olhou duas vezes para a vermelhidão aquosa em seus olhos.

Depois disso, ela se transformou em alguém irreconhecível. Não comia, não dormia e parecia não viver mais. Matteo continuava a frequentar a casa, sempre demonstrando preocupação com seu repentino comportamento retraído. Ela descobriu que não conseguia falar sobre o que ele fez.

A atitude imperturbável de Matteo tornava tudo incerto. Alessia começou a questionar se estaria enganada sobre o que aconteceu. Matteo deveria demonstrar alguma reação, afinal. Medo de ser exposto, culpa, vergonha... qualquer coisa. Mas ele permanecia bem enquanto ela definhava. O sentimento angustiante de ter sua confiança quebrada por alguém que a viu crescer tornava a dor ainda maior.

O pior era não ter certeza — não querer ter certeza — sobre o que aconteceu naquele dia. O desejo de estar enganada se misturava ao receio de falar sobre o assunto e desencadear um tsunami de consequências com as quais ela não poderia lidar. Essa angústia atormentava seus pensamentos incessantemente.

E quanto à sua mãe? Ellen ficaria desolada, talvez até precisasse ser hospitalizada devido aos problemas cardíacos. Toda a família enlouqueceria.

Ou era o que Alessia pensava.

Um dia, quando a tristeza cedeu brevemente espaço para o ódio, Alessia expulsou Matteo de casa aos gritos. Todos ficaram atônitos, mas ninguém tentou questionar seus motivos ou entender o que estava acontecendo. Para eles, Alessia estava sendo rude com alguém que só queria ajudar.

— Você não pode tratar todo mundo como merda — sua irmã a confrontou quando ficaram a sós, o restante da família havia saído atrás de um Matteo seriamente abalado. — Vá lá fora e peça desculpas.

E quando Alessia finalmente confessou o que havia acontecido, recebeu apenas um longo silêncio cheio de dúvidas como resposta.

No dia seguinte, ela implorou para que Lucina não contasse a ninguém, e sua irmã concordou prontamente.

— Você deve ter se enganado — Luci parecia recitar as palavras para si mesma, evitando contato visual. — Matteo jamais faria algo assim.

Tudo piorou depois disso. Falar em voz alta, dar forma às palavras como se o que aconteceu finalmente transbordasse, fez tudo parecer mais real. Alessia sabia que não havia um talvez. Não se tratava de um acidente ou engano, nem mesmo uma brincadeira que ela interpretou mal.

Era doloroso e terrível. Ela ainda não conseguia falar sobre isso — se sua própria irmã não lhe dera sequer o benefício da dúvida, ninguém mais o faria. Matteo continuava a aparecer quando ela visitava os pais nos fins de semana. Todos pareciam bem com isso.

Alessia parou de ir vê-los, isolando-se no dormitório da universidade. Ela não sabia mais em qual dia da semana estava. Tomava banho apenas quando estritamente necessário, não saía da cama sequer para frequentar as aulas. Comia apenas uma refeição por dia, devorando filmes e livros, desesperada para esquecer, viver a vida de outra pessoa por algumas horas e depois pular para a próxima. Ninguém parecia disposto a tirá-la desse ciclo, então ela viveria assim pelo resto da vida.

No fim, Luci ficou aflita com a maneira como as coisas desandavam. Todos estavam preocupados com Alessia, mas apenas ela sabia o que havia acontecido com sua irmã mais velha.

Foi quando Luci contou para Ellen, que ligou imediatamente para Alessia.

Alessia chorou e engasgou com as palavras, mas sua mãe não a consolou. Ela não era nenhuma criança, afinal, e Ellen parecia tentada a tratar tudo como um mal entendido, ainda sorrindo gentilmente para Matteo.

— Ele quer se desculpar pela briga que tiveram no dia que você o expulsou — explicou Ellen durante uma ligação repleta de silêncio e hesitação. — Tenho certeza de que Matteo não tentaria te fazer mal.

Alessia desligou sem dizer nada, mas Ellen passou a observar os olhares maliciosos de Matteo depois disso e o confrontou pessoalmente.

Mais tarde, Luci revelou que ele havia gritado, agindo como se tudo aquilo fosse um absurdo, quase que sedento para afundar os dedos na garganta de alguém. Alessia sentiu que cometera um grande erro ao compartilhar aquilo com a caçula. Se tivesse guardado segredo, poderia ter continuado a vida fingindo que nada aconteceu.

No final, ficou por isso mesmo. Matteo começou a manter distância, mas ainda era amigo da família. Tudo seria visto como um mal entendido desde que ele continuasse negando, e Alessia estava sozinha. Depois disso, ela começou a sonhar com a igreja de pedras.

Primeiro, ela teve um pesadelo confuso no início das aulas, mas persistiu em seus pensamentos durante todo o restante do dia. Depois, se tornou um sonho claro e recorrente ao logo do ano letivo.

Quando as férias finalmente retornaram, Alessia teve que escolher entre voltar para casa e ver Matteo rir das piadas de Ellen ou fazer uma longa visita a sua avó.

No calor do momento, a ideia de ficar com Elisa e respirar o ar puro dos campos verdejantes no sopé das colinas remotas de Fiera parecia atraente. Claro, se ela desconsiderasse a igreja erguida a mais de 600 anos nos limiares da cidade.

— Pesadelos de merda — ela resmungou enquanto rastejava para fora dos lençóis emaranhados e arrastava seu corpo em busca de um gole de macchiato.

Embora tivesse chegado a Fiera di Primiero no dia anterior, até mesmo o cochilo durante o voo fora preenchido por sonhos cada vez mais vívidos envolvendo a igreja. Ela lançou um olhar indeciso para a mala ainda posicionada na parede oposta à cama, pensando em como seria fácil inventar uma desculpa para encerrar a visita mais cedo.

Foi quando o castanho sonolento de seus olhos se voltou para a porta entreaberta e ela percebeu uma figura espiando-a do outro lado. Alessia tinha certeza de que havia trancado a porta do quarto antes de dormir.

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