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Violeta


Naquela noite, Hoseok teve outro sonho ou, quem sabe, o mesmo da noite anterior. Nele haviam os mesmos sentimentos de paz e harmonia, as mesmas gramas e árvores, tão verdes como as folhas na primavera, e para sua felicidade genuína, do seu lado estava aquele mesmo garoto.

Os dois, desta vez, estavam sentados um do lado do outro enquanto apreciavam a vista bonita no topo daquele morro florido. O perfume da violeta era bastante presente, o que agradava o seu olfato de uma maneira mágica.

Em certo momento, aquele garoto se levanta e se distancia o máximo que pôde. Hoseok deu um pequeno sorriso vendo ele correr pelas flores como uma criança pulando em poças de água e, em certo momento, esqueceu que aquilo tudo não se passava de um sonho.

Até certo momento, quando o garoto parou de rodopiar e olhou para Hoseok um olhar sério, o rei engoliu em seco ao observar os cabelos castanhos daquele homem mudarem para violetas, a mesma cor da flor que estava em suas mãos. Não sabia o motivo, mas não se sentia muito bem, o sentimento de culpa e medo tomou o seu peito, uma angústia se espalhou em seu sonho, fazendo-o acordar coberto de suor.

Hoseok respirava fundo, olhando para o teto todo branco. Piscou algumas vezes antes de se levantar, lembrando-se da pequena flor do lado de sua cama; engoliu em seco ao perceber que faltava uma das pétalas que se encontrava caída no chão. Seu coração parou por alguns instantes.

— O que eu faço? — Hoseok se perguntava várias vezes, pegando o copo de água com cuidado, observando melhor as pétalas da violeta.

A pequena flor ainda estava saudável. Apesar do grande frio que continha naquele reino, suas pétalas, em geral, estavam bem fortes para aguentar. Hoseok, meio sem jeito, arrumou-se o mais rápido que podia e mandou seus empregados trazerem as cartas dos últimos meses que não foram lidas.

O rei se permitiu dar um pequeno tempo para poder lê-las até dar o horário em que se encontraria com aquele garoto de ontem. Tentando não pensar muito no sonho tão vívido que ocorreu nessa noite, pegou a primeira carta e começou a ler.

Em resumo, além do povo de seu reino pedir misericórdia para o rei fazer a neve acabar, havia cartas do reino vizinho. Não era mentira, de fato, a neve estava sendo uma ameaça para eles, o que Hoseok não parou para pensar nas consequências de seu poder.

Contudo, no fundo ele sabia que as coisas não iam ser tão fáceis assim. Hoseok nunca quis que a neve ou o frio se estendesse tão a fundo como fizera. O rei se culpava por isso, afinal, se não fosse pela enorme tristeza que congelava o seu coração, o clima seria agradável para todos ali viverem em harmonia.

Hoseok sabia que para tirar toda essa neve e voltar a ser como anos atrás, esse sentimento negativo teria que ir embora de qualquer maneira. Talvez fosse realmente uma maldição como haviam falado para si quando subiu no trono pela primeira vez.

A maldição dos "reis gelados" ocorreu com o seu pai, como também com o seu avô e assim sucessivamente, e para acabar com essa maldição, teria de encontrar alguém que faça o gelo de seu coração derreter. Seus sucessores conseguiram arrumar uma rainha, porém quando eles morrem, a maldição volta com tudo.

Hoseok nunca encontrou ninguém que pudesse fazer esse trabalho, não era tão simples assim, e mesmo que encontrasse, quando partir desse mundo, a maldição iria retornar para o próximo que virá, seja seu futuro filho ou alguém aleatório que será digno de liderar um reino.

Com os ombros pesados, levantou-se depois de ler cada palavra daquelas cartas. Sentiu cada sentimento em cada letra escrita, era como se, agora, toda a responsabilidade do mundo estivesse em suas costas e tudo dependia do próprio Hoseok para acabar com essa maldição.

Pegou um casaco extra e saiu do quarto com a pétala protegida em uma caixa, montou em seu cavalo e cavalgou até a floresta, tentando se lembrar do caminho até o final de sua fronteira. Com o coração na mão, avistou o cachecol vermelho e um garoto de pé.

— Você chegou! — O garoto abriu um sorriso, aproximando-se do rei. — Pensei que fosse amarelar.

— Não sou desse tipo. — Hoseok desceu do cavalo e se aproximou, estendo um casaco. — Um presente por estar me ajudando.

— Sério? — O garoto pegou aquela roupa com desconfiança. Iria devolver, mas o frio estava gritante, aceitando na mesma hora. — Obrigado, mas e a flor?

O garoto iria ajudar o rei mesmo que ele não tivesse cuidando da flor, afinal, o lugar onde morava estava correndo perigo, mas não ia perder a oportunidade de jogar na cara de Hoseok que não sabia cuidar de uma simples flor, imagina de um reino. Talvez iria dar uma lição de moral de exatamente 10 minutos e, após isso, aceitaria a ajuda, contudo, não foi exatamente isso que ocorreu.

Hoseok, com um sorriso nervoso, pegou a caixa e mostrou a pequena e frágil flor roxa. Desde hoje cedo, haviam caído mais duas pétalas das milhares que tinham. O garoto estava esperando ela toda murcha e sem vida, mas a flor ainda estava lá, com suas folhas verdes e pétalas em formato de corações.

— Me desculpa — Hoseok sussurrou, chamando a atenção para si. — Eu tentei cuidar, mas parece que elas não suportam o frio.

"Na verdade, essa aqui suportou demais", era o que queria falar, mas parou ao ver a cara de choro do rei à sua frente com uma expressão de culpa e medo, como se estivesse confessando um homicídio que fez. Abriu a boca, mas tudo que podia se ouvir era sua risada.

— Do que está rindo? — Hoseok fungava, segurando o choro. — Eu vou embora, não deveria estar aqui.

— Não, não vai. — O garoto limpou os cantos dos olhos. — Por que está se desculpando? Você cuidou muito bem dela, estou surpreso.

— Sério?

— Cair algumas pétalas é normal, essas têm suas folhas bem fortes, pelo que eu vejo. — O garoto tocou na flor. — Obrigado por manter sua promessa.

Hoseok nada disse, apenas focou no brilho daqueles olhos e de seu sorriso. As lembranças de seu sonho o pegaram de surpresa, era nítido o quão fissurado e, até mesmo apaixonado, estava pelo garoto que mal sabia o nome.

Algumas horas se passaram, os dois conversaram bastante sobre como iriam tirar a neve, tentaram fazer com que o rei tirasse um pouco da neve como um teste, mas se decepcionaram ao vê-lo trazendo mais o frio através de seus dedos.

Hoseok nunca disse sobre a maldição, talvez seja o medo de todo mundo o olhar estranho ou com medo. Não sabia exatamente o motivo daqueles sentimentos, mas, por alguma razão, confiava naquele garoto.

— Uma maldição? — O garoto o olhava desconfiado. — Está falando sério?

— Desculpa ter omitido um detalhe tão importante.

— Bom, agora não sei muito o que fazer para te ajudar. — O garoto passou os dedos pelo cachecol. — Já tentou se casar com alguém?

— Já, não rolou, talvez seja por isso que a neve está mais fria do que o normal.

— Entendo... Isso complica um pouco as coisas. — O garoto olhou para cima, vendo que já havia passado muito tempo desde que chegou. — Devo ir logo, o pessoal do meu reino não tem a menor ideia que estou aqui.

— Você não contou? Por quê?

— Eles pensam que você é um cara ruim e se eu tentasse conversar, me transformaria em uma estátua de gelo. Confesso que isso me assustou, mas aqui estou eu, inteirinho.

— Não sou tão cruel assim. — Hoseok riu sem humor.

— Eu vi, isso é bom. — O garoto o olhou por alguns segundos. — Quer me perguntar alguma coisa antes de ir?

— Vamos nos ver amanhã?

— Lógico, precisamos testar várias coisas até conseguir derreter toda essa neve. Alguma mais?

— Qual o seu nome?

— O meu? — O garoto arregalou os olhos, surpreso com aquela pergunta. Um sorriso doce nasceu em seus lábios. Não estava esperando. — Taehyung, Kim Taehyung, habitante do reino das flores.

Hoseok sorriu vendo aquele garoto que tinha exatamente as características daquele de seu sonho ir embora. A ansiedade de vê-lo novamente no dia seguinte tomou conta, porém o sorriso bobo no rosto não saiu por nenhum minuto.

Respirou fundo, agora podendo sentir algo estranho, não ruim, porém peculiar debaixo da palma de sua mão que se apoiava no chão. O rei olhou na direção de seus dedos e petrificou ao ver o verde da grama vivo e brilhante. A neve havia derretido naquele local onde tocou.

— Garoto! — chamou Hoseok na direção de onde Taehyung havia ido, mas era tarde demais, ele já havia partido.

Com a respiração meio ofegante pela surpresa, deu um de seus melhores sorrisos, seu coração pela primeira vez, depois de anos, estava com um pouco de esperança de que a neve realmente fosse ir embora.

{°°°}

Se passaram algumas semanas e, para falar a verdade, os resultados não estavam saindo como esperado. Hoseok consegue retirar a neve apenas quando Taehyung está do seu lado, e bem pouco, não o bastante, já que meia hora depois, ou no dia seguinte, os flocos brancos e gelados voltavam a cair e matar a recente grama verde.

E, pelo que parece, ele andava muito preocupado, não somente com os reinos em si, mas com Taehyung que a cada dia que passava mostrava-se doente, e, para o seu desespero, o garoto era muito teimoso para não contar o que estava acontecendo.

Seu desespero ficou maior quando em um certo dia, no mesmo lugar de sempre, deitados ao lado de uma fogueira improvisada, Taehyung soltou algo que o preocupou ao ponto de não conseguir dormir direito nas próximas noites.

— Isso pode parecer um pensamento mórbido, mas... — Taehyung olhava para cima, para o céu, parecia que ia nevar a qualquer momento. — Sempre gostei das violetas, sabe?

— Deu pra perceber, mas o que gostar de uma flor tem de mórbido?

— Quando eu morrer, quero me transformar em uma. — Taehyung sentiu o ar ficar um pouco pesado. — Porém é impossível isso ocorrer se a neve não dissipar até a primavera...

Os dois ficaram em silêncio. Taehyung sabia que se olhasse para Hoseok, veria ele com uma cara de choro e um sorriso estranho tentando segurar as lágrimas, encarando-o como se fosse maluco, por esse motivo continuo a olhar para as estrelas; não queria vê-lo daquela maneira.

— Vou fazer o possível para que isso ocorra.

Foi tudo que Hoseok conseguiu falar, olhando para cima, observando os primeiros flocos de neve caírem. Por algum motivo, eram mais geladas do que o normal. Por um momento, odiou do fundo de seu coração gostar tanto assim da neve que o rodeava.

Se passaram três meses e a cada dia que o sol surgia iluminando mais um dia pela frente, Taehyung ficava mais gelado, talvez seja até culpa do próprio Hoseok que não conseguia de jeito nenhum derreter aquela neve toda. Maldita maldição. Culpava a si mesmo por fazer parte da realeza, ou ter simplesmente nascido.

— Posso te levar a um lugar? — Taehyung perguntou com um sorriso fraco nos lábios.

— Claro, é muito longe?

— Não muito. — Apontou para o seu cavalo. — Mas seria melhor se formos um pouco rápido, se não, não vai dar tempo.

— Tempo de que? — Hoseok já ficou em alerta, subindo em seu cavalo após ajudar Taehyung.

— De mostrar uma surpresa, bobinho — Taehyung brincou, ajeitando-se melhor.

Hoseok ficou mais aliviado, não demorando muito para que chegasse a uma enorme colina de terra que, por incrível que pareça, não foi domada pela neve como a maior parte dos reinos vizinhos.

O rei olhou para tudo aquilo e ficou sem acreditar, era muito semelhante à mesma colina de terra que aparecia em seus sonhos, o mesmo lugar em que Taehyung apareceu a primeira vez, com aquele sorriso que nunca irá esquecer, e a sensação de calor se fez presente. Não queria revelar, mas Hoseok estava prestes a chorar de emoção, ver tudo aquilo pessoalmente era mil vezes melhor do que sonhar.

— O que achou? — Taehyung desceu do cavalo olhando para o horizonte. — Aqui é meu lugar preferido, dá pra ver bem os reinos daqui de cima.

— Esse lugar... — Hoseok se aproximou de uma das árvores. — Pensei que nunca veria ele na minha vida.

— Que bom que você gostou. — Taehyung se aproximou do rei. — Hoseok... Quero que você me prometa uma coisa...

Hoseok olhou para o garoto que se abaixou para poder se sentar, indo até o seu lado e se sentou bem pertinho para poder escutá-lo melhor. Por algum motivo, sabia o que viria pela frente e não estava preparado na verdade, nunca esteve.

— Pode falar.

— Faça a neve derreter para que as flores possam vir com força e, quem sabe, te trazer um pouco de felicidade ao ver uma violeta por aí.

— Prometo... Eu prometo — repetiu com toda a sua confiança. — Agora você pode descansar em paz.

— Obrigado, de verdade, muito obrigado.

E, assim, como Hoseok estava imaginando, após aquela fala, Taehyung, o garoto de seus sonhos, dos sorrisos mais belos e verdadeiros que conheceu, nunca mais abriu seus olhos.

Algumas semanas depois, ainda o sentimento de luto permanecia, nunca mais pisou naquela floresta, a neve ficava agressiva a cada dia que passava, seu corpo estava no automático, era quase impossível chegar perto e não congelar de frio.

Seus olhos travaram em um copo de água e, talvez, por raiva, talvez de si mesmo ou daquele enorme poder, bateu com tudo naquele vidro, fazendo-o se chocar com o chão e partir em vário pedaços minúsculos e, por um instante, sentiu-se bem, até ver uma flor murcha caída no chão e seu coração parando alguns segundos.

No desespero, correu até a flor que morreu há muito tempo, pegando no chão a violeta que Taehyung havia lhe dado de presente. De seus olhos saíram lágrimas com sentimentos misturados: raiva, tristeza, alegria, era muita coisa para absorver.

Foi para o sofá que tinha ali e se deitou, encolhido, abraçando as pétalas de violeta como se pudesse protegê-la de qualquer coisa. Pediu aos deuses que aquilo acabasse, queria ver Taehyun novamente, nem que seja em formato de flor, nem que isso fosse uma pequena metáfora para lhe dizer que ele estaria sempre ali.

No dia seguinte, Hoseok acordou com uma pequena dor de cabeça por ter chorado quase a noite toda. Levantou-se com certa dificuldade, não havia sonhado com Taehyung, mas, por algum motivo, estava bem, até demais.

Meio cambaleando, arrastou-se até a sua janela, esfregando os olhos para poder enxergar melhor, contudo, ao abrir os olhos, teve que ter certeza que não estava sonhando, afinal, havia um sol iluminando o seu reino e pessoas andando por aí gritando de felicidade, crianças e adultos, como se estivessem comemorando algo histórico.

Hoseok paralisou ao ver o gramado verde ao redor, as poças de água formada pela neve e, para a sua surpresa, algumas flores brotavam de árvores que ele nem imaginava existir naquele lugar.

Seus olhos lentamente foram com bastante receio até o campo de flores em seu jardim, segurando as várias lágrimas ao ver violetas ali, belas e fortes, como Taehyung havia falado. Uma onda de felicidade invadiu o seu peito, nunca havia se sentido assim antes e, céus, como era bom.

Era até lindo de se ver que Hoseok e Taehyung se apaixonaram sem nem mesmo ter tocado direito um no outro, apenas por olhares e palavras, atitudes e personalidade; os dois se amavam, contudo, não eram um casal tão comum, já que um deles o amava tanto ao ponto de trazer uma estação nova para que o outro possa surgir como sua flor favorita.

Como prometido, Hoseok trouxe a primavera até os reinos e as flores sempre apareciam nos meses quentes do ano. Mesmo que Taehyung não se transformasse nelas, o rei sempre acreditou que ele estaria ali, observando sua jornada, camuflado, mesmo que não possa enxergar, torcendo para si, entre as pétalas de violeta.

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