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Capítulo 10 - Rachaduras na Alma

O sol já declinava no horizonte, lançando uma luz dourada pelas frestas das cortinas grossas do quarto de Ágata. A fome começava a incomodar, um lembrete persistente de que o jantar se aproximava. Mais cedo, havia beliscado algumas frutas da mesa depois de Octavian se retirar com seus poderes de vampiro, mas agora o vazio em seu estômago parecia tão real quanto o peso da noite que se aproximava.

No quarto, ela pegou o vestido antigo e os sapatos macios. Pensou em levar o castiçal, mas o sol ainda iluminava o ambiente. 

Decidida, atravessou o quarto em direção à porta que conectava ao aposento ao lado. Sua mão mal tocou a maçaneta quando a porta se abriu de repente, fazendo-a recuar um passo instintivamente.

Diante dela estava o mordomo, impecável como sempre, com a postura ereta e a expressão tão calma que quase parecia ensaiada. Era como se ele já soubesse que Ágata viria, seus olhos atentos avaliando-a com a habitual neutralidade que fazia parte de sua presença constante e controlada.

— Senhorita Ágata, eu estava indo agora mesmo chamá-la. — Sua voz era educada, porém firme, enquanto desviava o olhar para o vestido e os sapatos que ela segurava nos braços. — Pensei que não tivesse aprovado nenhum dos dois, senhorita. Não a vi usando novamente desde a primeira vez.

As palavras dele fizeram Ágata desviar o olhar por um momento. Ela ponderava se deveria aliviar o peso da conversa ou aproveitar a oportunidade para questioná-lo sobre a conversa sigilosa que tivera com Octavian na noite anterior.

A dúvida a corroía. O mordomo parecia tão amigável, quase protetor, mas até que ponto ela poderia confiar nele? Era difícil ignorar o fato de que ele era o braço direito de alguém tão enigmático e manipulador quanto Octavian.

— Para que iria me chamar? — Perguntou, com palavras afiadas. — Para me engambelar como o seu senhor está fazendo?

A expressão do mordomo não se alterou em nada, seu semblante continuava impassível, mas algo em sua postura mudou. Era quase imperceptível, um pequeno ajuste que denunciava que ele absorvera a dureza de suas palavras sem revidar, como se estivesse acostumado com esse tipo de resposta.

— Eu não quero machucá-la, muito menos levá-la à loucura, minha cara. O que desejo é manter Octavian em segurança, pois ele é o último descendente de Drácula.

As palavras serenas do mordomo a atingiram com o peso de uma verdade desconhecida até então. Ágata engoliu em seco, o choque lhe paralisando por um instante. Pigarreou para se recompor, arrumando sua postura, evitando ao máximo olhar nos olhos dele, que pareciam fixos nela com uma calma imperturbável.

Ela desconfiava que ele poderia estar tentando manipulá-la com o mesmo poder que Octavian usava para controlar as pessoas, mas mesmo assim, uma dúvida teimosa persistia.

— Por isso colocou na cabeça de Octavian que deveriam caçar Julian? — Sua pergunta foi baixa, porém intensa.

Engoliu seco antes de ouvir a resposta que aguardava ansiosamente.

O mordomo não se apressou em responder, mas seu olhar parecia mais profundo agora, como se estivesse ponderando cada palavra antes de compartilhá-la.

— Imagino que esteja cavando aos poucos até encontrar o baú cheio de respostas, mas eu não tenho permissão para exigir nada de meu senhor. — Ele se inclinou ligeiramente, uma reverência discreta, mas cheia de respeito. — Porém, acredito que posso pedir algo a você, senhorita.

Ele fez uma pausa, e a tensão intensificou, como se o ambiente estivesse segurando o fôlego junto com eles.

— Não deixe o medo dominá-la. Eu jamais a manipularia, minha cara. Não precisa desviar os seus olhos dos meus.

As palavras dele eram gentis, mas havia algo nelas que a tocava de uma maneira inesperada. Ela desviou o olhar, não por medo, mas pela necessidade de processar tudo o que ouvira.

— É difícil acreditar nisso. — Sua voz estava quase quebrando a calma. — O senhor sumiu o dia todo e ainda não me respondeu sobre o diálogo que teve com Octavian ontem à noite.

O mordomo olhou para trás dos ombros de Ágata, para o final do corredor só para garantir que estavam sozinhos.

— Eu também ouvi a conversa de meu senhor com o representante de C.E.S. Tenho uma audição aguçada, algo do poder em meu sangue. Também escutei a discussão de vocês no salão e lamento por ser tão invasivo. Sinto muito. — Ele fez uma reverência, mantendo o respeito.

— Representante de C.E.S? — Ágata franziu a testa, confusa.

— Senhorita, eu também peço desculpas pela minha ausência hoje. Acredito que tenha discutido com Octavian por minha causa, mas eu posso explicar o motivo para que não haja mais desconfiança. 

O mordomo, com um gesto educado, abriu a porta atrás de si, revelando o quarto que Ágata já conhecia, mas agora limpo e com o aroma suave de frutas vermelhas. "Ele esteve ocupado com isso? Em me deixar mais confortável?", pensou, sentindo um calor no peito. Sentiu-se mal por ter duvidado tanto dele.

Ela entrou no quarto, reparando na porta do banheiro entreaberta e em uma cesta de frutas cuidadosamente disposta ao lado da cama. "Ele deve ter percebido que tenho comido as frutas da mesa de jantar", pensou, tocada por esse gesto atencioso.

O jantar estava servido: uma tigela de salada fresca e um prato de macarrão ao molho com almôndegas.

Ágata lançou um sorriso desconfortável ao mordomo, que permanecia parado junto à janela. Com o garfo em mãos, pegou um punhado de macarrão e experimentou. O sabor era agradável, suficiente para satisfazê-la até a manhã seguinte. Após um dia sustentado por frutas, a refeição parecia um luxo.

Respirando fundo, Ágata ergueu o olhar para Octavian, sentado na outra ponta da mesa com sua velha taça de vidro vermelho. "Ele está me evitando... sentado bem na minha frente", pensou, frustrada.

— Agradeço pelo prato delicioso, mordomo. Mas... gostaria de um pouco de vinho, se não for pedir demais. — Sua voz ecoou firme, enquanto recostava-se na cadeira, fitando Octavian com um olhar desafiador.

O mordomo fez menção de se retirar em direção ao depósito de bebidas dentro da mansão, mas foi interrompido pela voz fria e cortante de Octavian.

— Vocês dois... não podem se comportar pelo menos esta noite? — As palavras saíram devagar, carregadas de peso.

Octavian afastou o cálice dos lábios e o depositou na mesa com cuidado. Passou as mãos pelos cabelos desordenados, revelando mais de seu rosto. Vestia uma camisa de linho cinza com botões pretos parcialmente abertos, destacando seus olhos azul-acinzentados. A calça preta de couro e as botas escuras realçavam sua presença imponente, enquanto o anel preto com o brasão dourado de sua família brilhava sob a luz das velas.

— Quero uma taça de vinho. — A voz de Ágata quebrou o silêncio, firme e elevada. Seu olhar continuava preso no vampiro. — Vai me negar até isso?

Octavian respirou fundo antes de afastar a cadeira e caminhar até a janela retangular, os braços cruzados atrás do corpo.

— Eu sei sobre o representante. — A declaração de Ágata ecoou pelo ambiente enquanto ela se levantava, arrastando a cadeira ruidosamente. — E então, Octavian? Como vai ser? Posso ir embora e alegar que você me raptou e agora quer...

— Matar o seu noivo? — Ele completou, afastando as cortinas com as mãos para encarar o portão da mansão. — Acha que sou o monstro, não é? — Sua voz baixa carregava um impacto que atingiu Ágata como um golpe.

Ela permaneceu ao lado da mesa, o vestido da falecida mãe de Octavian marcando suas curvas enquanto a trança repousava em um dos ombros.

— Você disse que eu deveria ficar se não acreditasse nos boatos sobre você. E agora não quer me contar nada! Estou cansada disso, de você, de tudo isso! — Sua voz tremeu com a emoção, enquanto uma lágrima ameaçava cair. — Responda! Por que quer matá-lo?!

Octavian ouvia o coração de Ágata, acelerado, o cheiro dela ficando mais intenso com o suor provocado pela tensão. A fúria se acumulava silenciosamente dentro dele.

— Senhor, talvez fosse melhor contar a ela sobre aquela liga... — O mordomo sugeriu, mas foi cortado.

O som de vidro estilhaçando ecoou pela mansão. Com um movimento rápido, Octavian golpeou a janela, criando uma rachadura que deixou o ar gelado invadir a sala, apagando as velas e mergulhando tudo na escuridão. O silêncio que se seguiu foi quase sufocante, quebrado apenas pelo som do vento uivando através da fissura na janela.

Ágata congelou no lugar, os olhos piscando na escuridão como se tentassem se ajustar à falta de luz. Ela ouviu o som dos cacos de vidro caindo ao chão e sentiu a brisa fria que arrepiava sua pele exposta. Sua respiração ficou irregular enquanto tentava localizar Octavian.

— Está cansada de tudo isso... — A voz de Octavian ressoou como um espectro pela sala. — Mas não se cansa de dar misericórdia a ele...

Ágata girou no breu, tentando localizá-lo, o coração batendo mais rápido. A frase que ele dissera naquela manhã voltou à mente: "Eu odeio... a misericórdia humana... a quem não merece..." Recuou um passo. O chão frio de pedra sob seus pés reforçava a sensação de isolamento.

— Apareça, Octavian! — gritou, batendo o pé no chão. — Não concedi misericórdia a Julian, se é isso que te incomoda!

Por um momento, houve apenas silêncio. Então, como se a própria mansão respondesse, a mesma neblina do escritório começou a se mover, rastejando pelo chão e envolvendo a sala como um manto sombrio. O ar ficou mais frio, e o cheiro do perfume de Octavian preencheu o ambiente."De novo, não. O que ele quer de mim?" Pensou, enquanto suas forças a abandonavam. 

Ela respirou fundo tentando manter a calma, a voz quebrada pela raiva e pela dor:

— Eu não quero ver Julian, não quero! Quero ele longe, mas você não o deixa em meu passado. Por quê, Octavian? Por que não consegue me deixar seguir em frente?!

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