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.14 (final)

— Então, é assim que acaba.— Rebecca falou, os cinco estavam parados em frente a loja/casa de Jane. Era a despedida.

— É, apesar de tudo foi uma aventura. — Pronunciou Roy, colocando as mãos no bolso.

— Foi, e devo dizer que nunca me senti parte de nada até conhecer vocês. — Zia sorriu e encarou o chão.

— Eu também, senti que finalmente estava sendo alguém que eu mesmo podia me orgulhar. —  Krent colocou a mão no peito, timidamente.

— Vocês quatro tem essas caras de durões, mas são as pessoas mais gentis que eu conheci. — Vox cruzou os braços.

— Foi ótimo trabalhar com vocês. São a melhor equipe que eu já tive. — Bex os encarou, porém, desviou o olhar antes que notassem.

— E são ótimos amigos também. — Zia levantou o olhar na direção deles, sorrindo.

— Eu sinto que nunca vou esquecer isso, vocês marcaram a minha vida. — Roy continuava com as mãos no bolso, admitir aquilo foi difícil, ser sentimental sempre o assustou.

— Digo o mesmo que Roy. Obrigado a todos. — Vox sorriu fraco, pensar no que aconteceu fazia sua cabeça doer, era mais fácil ignorar esses pensamentos do que reviver tudo em sua mente.

— Boa sorte para vocês, espero que nós nos encontremos de novo. — Krent deu de ombros, sugestivo. Rebecca sorriu animada, concordou completamente.

— Nós vamos! Tenho certeza! — Bex juntou as mãos, sorridente. Os outros acenaram envergonhados.

— Abraço coletivo? — Zia questionou, seus braços se abriram simultaneamente.

   Eles se abraçaram, durou pouco, mas foi o suficiente.

   Cada um foi se despedindo e indo embora, o último foi Roy.

— Rebecca, eu só quero agradecer por salvar a minha vida. — Eles se aproximaram e seus rostos estavam próximos.

— Por nada, Roy, tome cuidado porque agora não estou mais com você para te salvar. — Ela tocou no ombro do amarelo.

— Vou tomar sim, não se preocupe, a gente se vê por aí? — Ele encostou no rosto de Rebecca.
— Claro, se precisar estou aqui.

 Roy e Bex se abraçaram como forma de despedida e ele vai embora.

****

  A morte de Ludo correu por todos os cantos, os habitantes do quadrante z ficaram curiosos para saber quem conseguiu fazer o que a O.R não fez em 10 anos, com isso, começaram a investigar o herói misterioso, ou heróis.

  Até que os satélites que gravam tudo o que acontece no universo, mostraram a nave vista indo e voltando no dia que Ludo morreu, logo descobriram de quem era a nave e o nome Rebecca Hantten apareceu em todos os lugares, por ela já ter um histórico com Ludo todos já sabiam que foi ela, descobriram onde Rebecca estava e o que estava fazendo.

  Não demorou muito para que todos os canais de comunicação falassem dela, e surgiu especulações que Rebecca voltara para O.R, porém, a própria organização negou.
  Vários extraterrestres faziam fila para falar com ela, então, a frente da casa/loja de Jane parecia mais um comício, o que foi bom para os negócios, Jane nunca faturou tanto, Rebecca percebeu que teria que falar uma hora, por fim, saiu da casa.

  Bex viu uma multidão, tinha diversos extraterrestres e todos gritaram quando ela apareceu.
— Rebecca Hantten, você matou Ludo? — Gritou um cidadão, levantando a mão.

— Sim! Mas eu não fiz isso sozinha. — Rebecca afirmou, e cobriu o rosto dos flashes das câmeras.

— Quem a ajudou? — Um repórter perguntou, apontando um microfone para Rebecca.

— Meus amigos, mas eu não posso expor eles. E também não voltei para O.R.  — Ela negou com a cabeça, Bex era orgulhosa demais para voltar para onde se machucou.

— Por que não? Acabou com o maior problema deles. — O repórter escreveu algo em seu bloco de anotações.

— O.R. não é mais para mim! — Rebecca gritou e fechava os olhos para os flashes das câmeras.

— Pretende montar sua própria organização? — Outro repórter perguntou.

— Não! E, por hora, sem mais perguntas! — Ela entrou, mas as fofocas continuaram, passaram dias com as comemorações do fim da era Ludo, ele destruiu e matou tanto que todos estavam aliviados principalmente os desamparados.

***

  Rebecca recebeu uma carta do primeiro-ministro da Associação Federativa Galáxias Unidas, ele a convocou para uma reunião.

— Mandou me chamar, senhor primeiro-ministro? — Bex pronunciou assim que entrou na sala.

— Sim, senhorita Hantten, sente-se, por favor.

  Rebecca caminhou até a cadeira e sentou um pouco sem jeito. O extraterrestre vermelho com um terno preto a encarou.

— Qual o motivo, senhor? — Ela perguntou, ajeitando-se na cadeira.

— A senhorita eliminou Ludo e pelo o que ouvi dizer não fez isso sozinha, é verdade? — Ele anotava algo e encarou Rebecca enquanto perguntou.

— Sim, senhor primeiro-ministro. — Concordou com cabeça.

— Estaria disposta a um cargo na A.F.G.U? — A encarou sério.

— Que tipo de cargo? — Ela franziu as sobrancelhas.

— Capitã da segurança estelar. Ganha salário, uma espaço-nave, com tudo que é preciso já incluso e pode escolher a sua equipe. O que me diz? — Ele perguntou sério, mas um leve sorriso apareceu no canto de seus lábios.

— Eu estou muito agradecida, senhor primeiro-ministro, e aceito, será uma honra. — Rebecca teve que conter sua emoção, dando um leve sorriso, apertou a mão de seu novo chefe com firmeza, porém, lembrou do ocorrido com sua equipe e o problema que eles possuíam com as autoridades.

— Tem um problema. A minha equipe e eu tivemos um desentendimento com a polícia. — Ela falou, meio sem jeito.

— Não se preocupe. Eu posso resolver isso, só me diga os nomes deles. — O primeiro-ministro falou e sorriu.

****

  Roy, Zia, Vox e Krent receberam a mesma mensagem confusa de Rebecca, dizia para encontrar ela no galpão das espaços-naves da A.F.G.U, e que bastava eles falarem seus nomes que os deixariam entrar e assim se fez, por coincidência, os quarto chegaram juntos.

— A Bex chamou vocês também? — Zia questionou, assim que avistou seus amigos.

— Sim. Ela me mandou uma mensagem ontem. — Krent afirmou, ele olhava seu bracelete confirmando que leu a estranha mensagem de Rebecca.

— Para mim também. — Vox confirmou, confuso. Os quatro se entreolharam, tudo parecia muito suspeito.

— Será que ela está em perigo? — Roy questionou-se, porém, alto demais fazendo seus amigos. O amarelo olhava para todos os lados. Tentava perceber o que estava acontecendo.

— Acredito que não. Não dizia na mensagem que era emergência. — Vox respondeu, verificou a mensagem para ver se tinha algo estranho, entretanto, a mensagem em si já era muito estranha.

— Vocês quatro são Roy Queen, Zia Galli, Vox Olin e Krent Call? — Perguntou um dos seguranças da A.F.G.U surgindo ao lado deles. O homem negro usava roupas escuras, e assustou a tripulação aparecendo de repente. 

— Sim! — Eles responderam. Roy parecia o mais apressado, o segurança assentiu.

— Me acompanhem, por favor. — O homem se virou e seguiu pela entrada principal, mesmo ainda confusos, eles foram e entraram no galpão das espaços naves, viram uma nave que tinha o número 000789, o mesmo nome do planeta que os cinco se conheceram.

  Viram Rebecca descer da grande nave, ela sorriu assim que os viu.

— Aqui estão eles, capitã Hantten. — O segurança a cumprimentou com um breve aceno com a cabeça, Rebecca retribuiu, e manteve o sorriso.

— Obrigada, senhor Steven, pode ir. — Bex parou na frente deles e o segurança saiu.

— Capitã? Sério? — Roy perguntou, sorriu e cruzou os braços.

— Pois é. Surpresos? — Rebecca colocou o cabelo para trás, em um movimento rápido.

— Um pouco. — Zia sorriu, admirada.

— É, um pouco mesmo. — Krent afirmou.

— Você é capitã de verdade agora, Bex? — Vox questionou, animado.

— Sim, o primeiro-ministro me contratou. Não é incrível? — Rebecca se virou levemente, ainda tentando aceitar tudo o que lhe aconteceu em tão pouco tempo.

— Parabéns, Bex! Isso é ótimo! — Zia bateu palmas.

— Você vai ser a melhor capitã daqui! — Krent sorriu, ainda era o fã número um de Rebecca, a conhecer pessoalmente apenas aumentou sua admiração.

— Estamos muito felizes por você! — Vox indagou, orgulhoso.

— Obrigada! — Ela riu e abaixou a cabeça, seu rosto ficou um pouco quente devido aos elogios.

— Mas por que nos chamou? — Roy a perguntou, podia tentar disfarçar, mas estava muito feliz por Rebecca, para ele, Bex teria uma longa e maravilhosa vida.

— Parte do contrato dizia que eu teria uma equipe da minha escolha e vocês são incríveis, a melhor equipe que eu já tive, querem ser a minha equipe oficial? — Ela ergueu as sobrancelhas e juntou as mãos entrelaçando seus dedos, sorria com todo o rosto.

— Espera e o nosso pequeno incidente com a polícia? — Zia perguntou, torcia para que pudesse fazer parte disso.

— O primeiro-ministro resolveu. Coisa de rico. — Rebecca deu de ombros, sabia como as coisas funcionavam naquele lado do quadrante z, era mais fácil aceitar. — Então?—  Ela perguntou e sorriu.

   Zia pulou de alegria gritando, e abraçou Rebecca dizendo muitos sim, Krent se juntou a elas e os três se abraçaram animadamente. Vox riu e disse que aceitava. Só faltava Roy.

— Roy, o que me diz? — Bex o questionou, não fazia ideia do que ele estava pensando, mas sentia que seria uma resposta positiva.

— O que eu posso dizer, Bex? É claro! — Roy, embora não demonstrasse, estava feliz por conviver com eles, principalmente com Rebecca. Ele sabia que podia contar com ela e Roy faria de tudo pra mostrar ser digno desse convite.

— Sério? — Rebecca deu um passo na direção dele, porém, disfarçou devido os outros estarem perto.

— Será uma honra trabalhar com você.

— Bem-vindo a equipe, senhor Queen. — Ela pegou na mão dele e apertou. Roy sorriu e sussurrou um obrigado.

  Eles seriam responsáveis pela proteção dos desamparados em toda federação galáctica, no fim, Rebecca estava fazendo o que Mirah sempre quis, que era protegendo aqueles que precisavam.

  A nave  000789 era tão grande e tinha tantas coisas que a equipe ficou encantada. A nova vida estava cada vez melhor. Eles iriam morar juntos e trabalhar juntos e cada um estava disposto a dar tudo de si.
  E assim, eles fizeram o primeiro voo como uma equipe, ou melhor, uma família, por que era isso que eles eram, uma família.

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