Notas:
Estou sendo manipulada para publicar logo os capítulos pela taepalet xspaxx >.>

Lembrando aqui que esse é o universo abo, e a atração e o amor vai acontecer tudo junto. Não é como em Rolou uma Química (se alguem aqui leu) que tem todo um desenvolvimento na relação dos personagens, ok?

Boa leitura! ♥( agora nem que me amarrem eu publico capítulo novo até a segunda,)
ass: cristiane
é verdade esse bilhete

•

Taehyung estava voltando para o castelo mais cedo do que imaginava - mesmo sabendo os motivos que tinha para isso -, ainda naquele mesmo dia que saira de lá. Provavelmente se aproximava das seis horas da noite, mas já podia ver as árvores distanciando-se uma das outras, o enorme castelo surgindo em sua frente.

Sua mente estava um bolo de informações. A mãe de Jungkook disse com todas as palavras que o pai de Jungkook havia sido assassinado pelo rei atual, e foi obrigada a ficar em silêncio, ou seu filho também seria morto. Ela ficou com Jungkook por dois anos morando nas casas da redondeza do reino, porque o próprio rei mandava guardas vigiá-los para garantir que nunca sairiam ou fariam algo demais. Mas mesmo assim, o rei pareceu insatisfeito quando Jungkook completou seus dezoito anos, e mandou queimar as casas para conseguir um motivo para culpar o ômega e prendê-lo... ou tirar sua vida.

Mas a ideia parecia tão confusa. Depois disso, não sabia nem mesmo o que perguntar, mas deixou claro que não acreditava totalmente no que lhe era dito. Porém, havia garantido a ela que manteria seu filho vivo. Não sabia exatamente como, mas ele cumpriria com sua palavra. Entretanto, se tudo aquilo fosse uma mentira e Jungkook realmente fosse culpado, não poderia fazer nada.

Jimin pediu-lhe a mesma coisa. Também agradeceu por tê-lo polpado a vida e ter permitido sua liberdade naquele momento. Não era realmente importante para Taehyung, mas ele aceitou as palavras de Jimin com gentileza.

Os viu seguirem caminho pelo mesmo lugar que viera, seguindo o seu próprio de volta.

Sabia que teria que fazer o que o rei mandara logo que entrasse pelos portões principais, então evitaria ser visto até a tarde do dia seguinte, não estava com cabeça para ordens naquele momento.

Entrou pelo portão de aço que agora lhe parecia uma rota de fuga alternativa, indo diretamente para o calabouço, tomando cuidado para não ser visto.

Mas assim que estava a pouco de chegar lá, pôde ver um guarda real olhando pela grade, verificando se o prisioneiro estava ao menos vivo. Taehyung lembrou das horas, e aquela deveria ser a última vistoria do dia.

Aproximou-se calmamente, vendo o beta olhá-lo assim que saira do calabouço.

- Senhor, o que faz aqui? - perguntou, colocando a chave no apoio de ferro próximo a prisão do castelo.

- Só vim ver se o ômega estava preso. O rei me pediu que tomasse cuidado com ele.

- Entendo. Bem, ele parece estar dormindo. Tenho que ir agora, senhor.

- Certo. Bom trabalho.

Esperou que o guarda se afastasse, e Taehyung agradeceu por não ter sido visto por outros. Guardas de vigilância costumavam alternar seus dias, então o turno daquele provavelmente acabava naquele momento, deveria estar indo para casa.

Pegou a chave, deixando o arco encostado na parede, abrindo o primeiro portão, antes de ir até a cela que Jungkook estava. Abriu-a, sorrindo contido ao ver a expressão dele assustada por vê-lo, já que não deveria estar ali.

- Vamos logo, não tenho todo o tempo do mundo.

Jungkook levantou, sentindo o estômago roncar. Fazia horas que não comia nada, dormir parecia a melhor solução. E pelo visto passaria ainda mais se não fosse o alfa na sua frente agora.

Por que ele chegara tão cedo? Era estranho, mas sentia-se melhor por saber disso. O rei o havia procurado, dizendo que seu fim estava próximo. Preferiu ignorar, mas podia sentir a raiva crescer agora que lembrava.

Taehyung fechou a cela logo em seguida, fazendo o mesmo com o portão de entrada, pegando novamente seu arco em mãos.

Quando já estavam saindo pelo corredor, Jungkook olhou desconfiado para Taehyung. Podia ver o arco sendo segurado com firmeza, assim como o fato que ele parecia saber exatamente o que ia fazer.

Lembrou das palavras do rei, a ameaça que lhe fizera. E por mais que não quisesse acreditar, foi impossível não refrear seus passos, parando por completo.

Taehyung abriu o portão de aço, esperando que Jungkook passasse, mas observou ele distante. Franziu a testa, impaciente.

- O que está fazendo?

- Já está de noite, você chegou mais cedo do que disse e está com esse arco nas mãos. Pretende me matar? - foi direto, mal percebendo o quanto parecia frustrado com a ideia. De fato, a presença do alfa lhe trazia segurança, mas não sabia se podia confiar com todas aqueles detalhes num só dia.

Taehyung olhou totalmente confuso para ele, negando com a cabeça, meio ofendido com a acusação.

- Não vou matar você. Só estou com o arco porque acabei de voltar. Eu disse que viria apenas amanhã pela tarde, então achei que seria bom o rei acreditar exatamente nisso. E outra, você deve estar com fome, não é? Estou tentando te ajudar, mas se preferir, podemos deixar tudo isso para amanhã.

- Não... - Jungkook disse baixo. Voltar para a cela era a pior coisa que poderia acontecer, ainda mais com fome. Odiava aquele cubículo sujo e solitário com todas as suas forças.

- Ótimo. Agora venha.

Jungkook foi até ele, passando pelo portão de aço. Suas mãos estavam livres, e isso o deixava ainda mais preocupado.

- Sem algemas?

- Com ou sem algemas, eu acertaria você com facilidade.

- Você parece confiante.

- Tenho motivos para isso.

Taehyung os levou para longe do castelo, ouvindo o completo silêncio. Não havia nada do lado de fora. As casas da redondeza foram queimadas e provavelmente todos só ficavam pela manhã, usando a luminosidade como segurança.

- Eu nunca andei de noite sozinho com um alfa. Quer dizer, sem algo apontado pra mim.

Taehyung revirou os olhos, o modo como Jungkook parecia ser singelo em suas palavras até o fazia pensar se ele realmente pensava no que dizia ou se apenas falava sem pensar.

- Interessante. Eu também nunca caminhei sozinho com um ômega de noite. Há não ser que eu estivesse levando-o de volta para a cela da qual fugiu.

Jungkook riu, sentindo-se bem. Estava confortável, sentia uma segurança que até mesmo temia. Ainda tinha medo, mas também era bom estar ao lado do alfa. Por ele o ter ajudado, cuidado de si quando não precisava.

Sentia seu coração bater forte, e se fosse sincero, tinha receio do sentimento que parecia estar (re)nascendo aos poucos.

Se aproximaram aos poucos do riacho que Jungkook logo reconheceu. A luz da lua era a única coisa que os permitiam enxergar tudo, além de que a visão avançada ajudava.

Taehyung sentou a metros da água, deixando o arco do seu lado, permitindo que Jungkook fosse pegar novas frutas para comer. Sua mente passou a trabalhar, pensando em tudo que descobriu, mas em momento algum ignorou Jungkook. Ele ainda era um prisioneiro, e não o deixaria fugir. Só torcia para que ele entendesse que aquele arco não era de brinquedo e que ele não pensaria duas vezes antes de usá-la se necessário. Era melhor não abusar da sua gentileza.

Viu o mais novo sentar ao seu lado, a uma distância pequena, mordendo a fruta que conseguiu, oferecendo a outra para Taehyung. Ele aceitou sem relutar, e eles comeram calados.

A luz iluminava parcialmente as águas, Taehyung podia ver as leves ondas que se formavam pelo percurso que o riacho fazia, sentindo a brisa agradável tocar sua pele.

- Eu conheci sua mãe hoje. Ela parecia bem preocupada - Taehyung iniciou, vendo a expressão de Jungkook tornasse cabisbaixa. - Falei para ela que ficaria de olho em você.

Jungkook sorriu pequeno, estava prestes a agradecer quando Taehyung o interrompeu.

- Também encontrei com seu amigo. -O ômega engoliu em seco, atento às palavras do outro. - Mas deixei que ele ficasse livre. Já tenho trabalho demais com um só ômega.

- Um trabalho que você procurou - Jungkook resmungou.

- Você ainda reclama?

- Eu não disse nada - olhou para o riacho, sorrindo pequeno para si antes olhar para Taehyung novamente, elevando o braço e mostrando para ele. - Pode ver se o corte cicatrizou?

Taehyung segurou com cuidado no braço do outro, retirando a gaze, observando a pele totalmente limpa. A rapidez da cicatrização era devida ao poder do lobo que vivia dentro deles, e agradecia intimamente por isso.

- Já está ótimo - murmurou, vendo Jungkook sorrir contente. Sorriu também.

Sua mente novamente o traiu ao pensar em quem aquele ômega em sua frente realmente era, e porque estava sendo acusado se não era o culpado.

Viu Jungkook levantar, indo em direção ao riacho, meio letárgico. Jungkook começou a tirar a camisa calmamente, deixando que ela caísse ao seu lado, na areia. Taehyung observou com atenção, mesmo com sua vista parecendo desfocar devido a água que refletia a luz da lua, percebendo que Jungkook havia começado a retirar a calça que usava.

- Você pode avisar, sabia? - reclamou, mas ele não se importava de fato. Não o incomodava, assim como Jungkook parecia sentir o mesmo. Era estranho, a ideia de serem almas gêmeas pareceu crescer em sua mente repentinamente.

Jungkook não falou nada, terminando de despir-se por completo. Podia sentir o frio contra sua pele, ou o olhar que queimava atrás de si. Suspirou, sentindo o coração acelerado. Caminhou até as águas, sentindo-a cobrir seu corpo calmamente, até que alcançassem um pouco acima de sua cintura.

Virou-se, olhando para Taehyung, e mesmo que a distância não o permitisse ver exatamente os olhos dele, sabia que era algo novo, assim como para si.

Era comum para almas gêmeas não relacionarem-se com ninguém além da pessoa amada, então até que a encontrasse, a distância de novas relações era o mais apropriado.

E era meio difícil aceitar que estava diante de sua alma gêmea.

Era considerado um prisioneiro, e sua voz, sua verdade ainda era incerta para Taehyung. Estava no covil da fera e o alfa a sua frente parecia sua única salvação. Mas podia confiar nele?

Talvez soubesse que sim, pelo modo como o medo dissipava-se mesmo que Taehyung estivesse com os olhos em si. Precisava confiar nele, em sua alma gêmea, porque ninguém mais poderia compreendê-lo tão bem que sua própria metade.

Taehyung sentiu o coração acelerar quando Jungkook passou a sair da água. Virou o rosto, olhando para o lado.

Não poderia estar o achando tão bonito. Sabia disso desde o início, quando o viu pela primeira vez, mas agora a imagem dele nas águas parecia morar em sua mente.

Alma gêmea... Jungkook seria ela? Por isso sentia todas aquelas emoções apenas por estar ao diante dele? Sua mãe tinha conseguido deixá-lo com outra coisa para pensar.

E estava pensando demais, sabia disso.

Sentiu quando o aroma levemente doce e marcante passou a adornar suas narinas. Inspirou fundo, sentindo o corpo ficar meio devagar. Seus olhos pareciam mais pesados, e ele continuava inspirando mais e mais.

- Pare com isso, Jungkook - disse, como um último resquício de consciência, algo que o desse certa segurança por saber que ao menos tentou evitar.

Sua mãe talvez tivesse razão. Deveria dar espaço aos seus sentimentos, ao menos uma vez em sua vida.

Jungkook saiu da água com cuidado, aproximando-se devagar do alfa. Taehyung não moveu um músculo sequer, o que deixou o ômega mais confortável para continuar.

Não sabia exatamente o porquê ou o que estava fazendo, pela primeira vez parecia agir pela emoção, ignorando sua razão que o mandava parar.

Ajoelhou em frente a Taehyung, sentando em seguida sobre seus calcanhares. Engoliu em seco, sentindo a respiração acelerada.

Aproximou o rosto, tomando coragem e deixando um selar leve e amoroso contra a tez da bochecha do alfa, gostando de como o outro pareceu arrepiar com sua ação.

Taehyung fechou os olhos quando sentiu um novo selar, mais ao lado do primeiro, sendo seguido por um próximo, e outro, notando Jungkook se mover pouco a pouco para o lado. Suspirou deleitado, sentindo a respiração de Jungkook tocar o lóbulo de sua orelha.

- Obrigado por tudo que fez por mim - murmurou, refreando-se com cautela quando Taehyung virou um pouco o rosto, fazendo-o afastar um pouco para trás, a boca próxima da sua. Resolveu continuar. - De verdade.

- Eu sei o que você está fazendo - Taehyung murmurou de volta, atento aos lábios vermelhos, atrativos.

- Me diga então.

- Está tentando baixar minha guarda - disse, voltando sua atenção aos olhos de Jungkook. Levou a mão para o lado, trazendo o arco com cautela até que estivesse próximo o suficiente. O ômega notou aquilo, mas continuou no mesmo lugar. Corajoso o suficiente.

- E se eu tiver? - provocou, segurando a mão de Taehyung por sobre a arma com certo carinho, aproximando sua boca da outra.

- Não vai conseguir dessa vez. - Taehyung falou baixo, sentindo as respirações se mesclarem. As bocas estavam tão próximas, poderia sentir o fio de razão que ainda o mantinha.

Jungkook riu baixo, um riso gostoso, que fez o coração de Taehyung se aquecer ainda mais.

- Eu não vou tentar fugir... - Jungkook disse, selando seus lábios aos do alfa, um toque rápido antes de se afastar. A mão desocupada de Taehyung passou a ocupar sua cintura, e Jungkook aproximou-se ainda mais uma vez.

O estopim para a linha de controle de Taehyung. Os lábios se juntaram como se sempre tivessem pertencido um ao outro, buscando entre os gostos e texturas tudo que desejavam.

Jungkook suspirou enquanto o beijo tornava-se mais intenso, a mão de Taehyung queimava em sua pele, marcando-a, deixando de segurar a mão do alfa sobre o arco para levar a nuca, puxando levemente os fios, ouvindo o som de agrado do outro.

Taehyung passeou com a mão em suas madeixas, mantendo-as entre os cabelos, fazendo um certo carinho, puxando-as sem muita força. Jungkook sentia o corpo todo queimar, implorar por mais, desejando sentir tudo que pudesse.

Mesmo o ósculo parecia algo novo e surreal, o modo como Taehyung mordia seu lábio inferior apenas para trazê-lo para um beijo mais carente e formidável, deixando suas bochechas vermelhas, toda sua pele pegando fogo.

Estava se animando demais ali e sabia bem, a situação se tornava ainda pior ao lembrar que estava completamente despido, mas não queria parar, depois de tantos anos, podia simplesmente parar e deixar que algo bom o consumisse, tomasse-o por inteiro.

Inclinou a cabeça para o lado quando Taehyung desceu para seu pescoço, chupando a área, sugando-a, fazendo-o gemer deleitado pelo beijo molhado naquela área.

Sentiu um frio na barriga quando as duas mãos do alfa desceram para suas coxas, apertando-as levemente. Voltou a beijá-lo, as mãos agora tomavam de conta das madeixas e nuca, puxando e arranhando com cuidado o que conseguia.

Estava tão inerte naquele sentimento, podia se sentir tão bem, era surreal.

Taehyung diminuiu o beijo aos poucos, com suavidade, selando os lábios aos do ômega até que eles estivessem bem vermelhos e cheinhos, afastando-se para trás apenas o suficiente para encarar Jungkook.

Ele não demorou para abrir os olhos, e Taehyung enxergou uma verdadeira constelação ali. Como se o ômega carregasse o universo em seu olhar. Era realmente bonito, algo único de se ver. E ele tinha aquela oportunidade. O pensamento o fez sorrir pequeno, chamando a atenção de Jungkook.

- O que houve? - perguntou, mais calmo, como era de se esperar estando ao lado do alfa.

- Você parece realmente um anjo quando não tenta fugir.

Jungkook riu, os dedos de Taehyung pareciam brasas contra sua pele mesmo que não estivesse fazendo de fato alguma pressão.

- Vou me focar apenas no anjo.

Taehyung assentiu, o coração batendo acelerado, entretanto estava tão satisfeito naquele momento, como se não precisasse de mais nada. Sua companhia parecia ser tudo que necessitava.

E foi por isso que ele conseguiu trazer sua razão para o controle novamente, mesmo que sentisse que ela poderia sumir há qualquer momento.

- Vista suas roupas de novo, Jungkook. Nós precisamos conversar sobre muitas coisas agora.

Notas:
Se eu estou enganando vocês não contando logo a realidade do jungkook? Jamais. :')
Cadê as teorias? Alguém tem alguma? Me contem :(

Vejo vocês na segunda ♥