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56 - O amor não busca os seus próprios interesses.

- Vocês têm certeza que estou bem? Não estou ridícula? E se o Michael ficar constrangido com as pessoas me olhando? - Perguntou Claudia pela milionésima vez olhando-se no espelho e fazendo careta, as duas mulheres olharam-se e ambas sorriram.

- Sim temos certeza, você está ótima, linda e charmosa, e te garanto que o Mike não vai reparar nas pessoas reparando em você. - Disse Luciana segurando seus ombros e olhando-a nos olhos.

- Como assim? Não vai reparar nas pessoas reparando em mim? - Perguntou alarmada, Carla gargalhou.

- Eu quis dizer minha querida que ele vai estar ocupado demais olhando para você, para observar qualquer outra coisa ao redor de vocês. - Respondeu carinhosamente.

- Principalmente se você estivesse vestindo aquele vestido sex marsala. - Resmungou Carla, Claudia ficou corada.

As duas a convenceu a ir às compras depois que saiu da Polícia Federal e ela concordou em comprar alguns vestidos, blusas sem mangas longas, saias e shorts, e o tal vestido 'sex' em questão, apesar de lindo, ela ainda não sabia explicar como se deixou levar pela irmã e comprar tal peça, longo, com uma fenda até o alto da coxa, com um provocante decote em 'V'.

- Já conversamos sobre isso Carla. - Começou Luciana. - Sua irmã não precisa usar desses artifícios para conquistar o Mike, o principal motivo desse encontro não é sexo, eles apenas querem estar juntos e se conhecerem melhor.

- E você conhece maneira melhor de um casal ficar juntos e se conhecerem melhor do que fazendo sexo? - Perguntou rindo, Claudia arregalou os olhos.

- Será que... - Começou insegura, Luciana a interrompeu.

- Será que nada! O Mike não é desses caras, e sua irmã sabe disso, ela só está te provocando. A sua noite vai ser linda, com um verdadeiro cavalheiro, que vai te tratar como a bela dama que você é.

- Quer dizer que eu não era uma bela dama, porque os caras só queriam me levar pra cama? - Perguntou Carla sentando na cama.

- Claro que era! E ainda é uma bela dama, mas você sabe que muitos dos homens com quem você saiu não te considerava uma dama, apesar de impossível não te achar bela, mesmo você querendo deles apenas o que eles também queriam de você. - Respondeu séria.

- Eu sei, aliás o único homem que sempre me tratou como uma dama e alguém especial foi o Hércules. - Sussurrou.

- Eu acredito que se uma mulher quiser ela pode fazer tudo o que quiser, inclusive tudo o que um homem faz, no entanto, lamentavelmente a mulher nunca será vista da mesma maneira que o homem, se uma mulher escolhe ser livre sexualmente como um homem e pegar geral ela precisa estar preparada para ouvir algumas coisas desagradáveis e se defender de alguns homens horrendos. E mesmo que ela não seja de transar com todos, eles sempre pensam que podem fazer o que quer porque ela 'é uma mulher fácil', vivemos em mundo machista, e nos machucaremos muito menos se nos conscientizarmos disso.

- Você fala como se tivesse conhecimento de causa. - Disse Carla surpresa.

- Eu já aprontei das minhas. - Disse triste.

- Por isso que você disse que não pode ficar com o Marcelo, que não merece um homem igual a ele? - Perguntou Carla.

- Como que é? - Perguntou Claudia encarando as duas. - O que está acontecendo?

- Você não achou estranho ela pedir folga a semana que vem? - Perguntou Carla irônica.

- Não! Pensei que ela quisesse ficar mais tempo com ele. - Respondeu, sentindo-se uma péssima amiga, por não perceber que havia algo de errado com Luciana.

- Eu vou pra casa da minha tia. Não posso ficar aqui. - Disse e as lágrimas desceram por seu rosto. - Desculpe-me, essa noite é sua, e eu não tenho o direito de estraga-la.

- Você não está estragando nada. Vou perguntar de novo, o que está acontecendo? E se vocês não querem estragar a minha noite digam logo, pois não arredarei o pé daqui, se vocês não me falarem o que há de errado.

- O Marcelo que vir falar com os meus pais, ele quer casar comigo. - Disse chorando.

- Não entendi, qual o problema? Ele jamais se envolveria com você se não tivesse a intenção de casar contigo, pensei que isso tivesse ficado bem claro nos dias que ele ficou aqui. - Comentou confusa.

- E ficou muito claro. Mas eu pensei que iria acontecer o mesmo que aconteceu com o meu último namorado que quando soube do meu passado caiu fora de mim. - Disse emocionada.

- Logo se vê que você não conhece o Marcelo. - Retrucou Carla, e Claudia lembrou de algo que ele dissera a ela antes de voltar pra casa.

- "O dia em que eu amar uma mulher, não importará se ela é virgem, se ela foi de um homem só ou de inúmeros homens, ou se ela sofreu algum abuso; eu oro por esta mulher desde quando eu tinha treze anos e me batizei, quando ela vier eu estarei preparado para recebê-la, porque Deus está me preparando, e eu sei que está preparando a ela também". - Dissera ele quando ela o questionara sobre o que ele faria se apaixonasse por uma mulher que não fosse virgem.

- A Carla tem razão. Eu compreendo você querer fugir dele, estar com medo e preocupada, mas se ele vem te pedir em casamento vai por mim, ele já pôs na presença do Senhor, e tem orado e jejuado, ele jamais tomaria uma decisão dessa sem confia-la a Deus. E você merece alguém tão especial quanto o Marcelo, assim como ele também merece alguém tão especial quanto você.

- Ele está se guardando para o casamento, e eu...

- Você tem um passado e dai? "As pessoas não são o que elas fizeram no passado, elas são as escolhas que fazem diariamente", palavras do próprio Marcelo, você acha mesmo que pra ele o seu passado é mais importante que o seu presente? Ou mais importante do que você? - Perguntou Claudia sorrindo.

- O Marcelo se guardou porque ele quer pertencer a uma única mulher, e ele sabe que você jamais será de outro, além dele, e é isso que importa, a confiança. Quando o Hércules disse que queria casar comigo, várias pessoas disseram a ele que era loucura, pois eu era incapaz de ser fiel, mas ele confiou em mim, acreditou que eu era melhor do que eu mesma era capaz de imaginar, ele me amou antes mesmo de eu me amar e foi isso o que me salvou. - Disse Carla emocionada. - Não deixe um bom homem escapar por seus dedos, porque você não consegue se perdoar pelos seus erros passados, você não precisa de um homem para salva-la, como você me disse Jesus já te resgatou do lamaçal, e agora Jesus está te dizendo: "Assim como eu te perdoei, se perdoe minha amada, estou colocando um homem extraordinário na sua vida, e juntos vocês farão grandes coisas para Mim". - Concluiu franzindo a testa.

- Uau! - Exclamou Claudia, Luciana sorriu entre as lágrimas.

- Obrigada Senhor! - Exclamou abraçando Carla, a campainha tocou.

- Ai meu Deus! E agora? - Perguntou Claudia exasperada.

- Eu abro a porta. - Disse Carla já saindo correndo.

- Agora você vai divertir-se, eu vou ficar bem não se preocupe. Como você pôde vê sua irmã é mais sábia que imaginávamos.

- Fiquei surpresa com o que ela disse. - Comentou Claudia arqueando a sobrancelha.

- Eu não! - Respondeu sorrindo. - Vamos! Seu príncipe está te esperando.

🌹🌹🌹

Michael franziu o cenho ao notar a cara de choro de Carla, o coração acelerou, será que acontecera algo com a Claudia?

- Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? - Perguntou aflito.

- Não! Não aconteceu nada, coisas de mulheres reunidas. - Disse sorrindo, abrindo espaço e ele entrou cauteloso. - Minha irmã já está vindo. Eu posso te fazer uma pergunta pessoal?

- Sim! - Respondeu esperando pela bomba, Carla era imprevisível.

- Há quanto tempo você está sem sexo? - Ele ficou boquiaberto, esperava algo bombástico, mas nada desse tipo.

- Carla! - Exclamou Claudia.

- "Graças a Deus"! - Pensou fechando os olhos ao ouvir a voz dela.

- Eu fiz só uma pergunta boba, o único homem que eu conheço que não faz sexo é o...

- How! A vida sexual alheia não é da nossa conta! - Disse Luciana sabiamente. - Com licença! Divirtam-se! - Saiu puxando Carla.

Michael apenas assentiu, olhando como um bobo para Claudia. Imaginava encontra-la com suas roupas habituais, mas não, ela estava com uma blusa verde água manga japonesa, e saia rodada até o joelho preta, e sandálias salto baixo, e uma jaqueta preta no braço. Ele sacudiu a cabeça, imaginando o quanto era difícil para ela se expor daquela maneira.

- Oi! - Cumprimentou sorrindo, aproximou-se e beijou-a na testa. - É um prazer revê-la senhora, está linda como sempre!

- Sempre gentil meu bom senhor! Mas devo dizer que me vês com um olhar equivocado.

- Jamais minha senhora, meu olhar é o mais sincero existente, pois é um olhar de amor. - Disse fazendo uma reverência, ela sorriu, e não resistindo ele a puxou para um abraço. - Obrigada por aceitar jantar comigo. - Sussurrou em seu ouvido. - Pronta? - Perguntou afastando-se dela.

- Estou. - Respondeu nervosa. - Michael essa roupa não está muito reveladora?  - Perguntou constrangida, ele ressentiu-se por estar certo quanto as dificuldades dela, gostaria de tirar toda e qualquer insegurança daquele coração.

Ele olhou atentamente para cada detalhe, desde o cabelo amarado em um rabo de cavalo, nenhuma maquiagem apenas um gloss que fazia ele desejar beija-la, a blusa expondo a tatuagem e as leves cicatrizes, que poderiam levar as pessoas a pensarem que ela auto-mutilava, como Artur pensara, mas ela estava linda e a opinião dos outros, era dos outros. Na humilde opinião dele, ela estava formidável como sempre, pra ele não importava a roupa em que ela estivesse vestida, ela era perfeita.

- "Obrigado Senhor! Por preparar-me para este momento tão especial". - Pensou sorrindo, e seus olhos brilharam mostrando a ela todo o seu amor.

- Sou suspeito para dizer, mas você está linda! Você É sempre linda. Imagino que deva ser constrangedor mostrar as cicatrizes e um pedaço da sua vida, que apesar de não ser da conta de ninguém, muita gente vai fazer especulações e talvez até façam comentários maldosos, mas eu acho que você merece fazer o que tem vontade, mesmo que seja muito difícil no início.

- Não quero te deixar em uma situação constrangedora. - Disse nervosa.

- Você jamais me deixará em uma situação constrangedora. - Ele a puxou até o sofá. - Quando eu descobri que meu pai tinha um caso com a minha esposa, eu fiquei arrasado, e demorei para perceber que estava mais preocupado com a opinião dos outros do que com os sentimentos deles ou até mesmo com os meus, agora não faço mais isso, minhas inseguranças e fraquezas eu entrego nas mãos de Deus e Ele cuida de tudo, quando eu menos percebo tudo está resolvido. Você precisa ficar bem consigo mesma e as opiniões das outras pessoas não te afetarão negativamente.

- Os seus amigos ainda querem saber o que aconteceu naquela noite em que você mentiu para eles? - Perguntou aflita.

- Eles não perguntaram mais nada, e acredite-me, eles são tão seus amigos quanto são meus, prepare-se, pois eles costumam ser uma força da natureza.

- Eu quero que eles saibam a verdade, mas não sei como dizer sem assusta-los ou fazer com eles fiquem com pena de mim. - Sussurrou abaixando a cabeça.

- Apenas espere, pelo seu momento, e te garanto que eles não se assustarão, e sim eles serão solidários contigo, mas não creio que ficarão com pena de você. - Disse levantando-lhe a cabeça. - Quando você estiver pronta para falar estarei ao seu lado.

- Obrigada! - Sussurrou sorrindo. Ele afastou-se pegando o celular, mensagem do Fernando.

Cadê você cara? Estamos te esperando. Tudo pronto. - Ele franziu o cenho.

- Vamos! - Chamou levantando e estendendo a mão à ela que apenas assentiu pegando na mão dele.

- Vou pegar minha bolsa. - Disse tímida, ele assentiu e respondeu a mensagem do amigo.

Desculpe-me! Já estamos indo.

Ela não demorou, pegou sua bolsa despediu da irmã e da amiga e saiu de mãos dadas com ele, pela primeira vez estava saindo em um encontro com um rapaz, e ela não fazia ideia do que fazer ou dizer.

- "Ajude-me Senhor! Que tudo seja perfeito, segundo o que o Senhor tem reservado para nós, e não permita que eu estrague tudo, por causa dos meus traumas e medos. Obrigada, por essa noite". - Pensou.

- Vamos jantar no karaokê? - Perguntou surpresa saindo do carro.

- Não exatamente! - Respondeu sorrindo ao seu lado, pegou na mão dela e seguiu para um portão na lateral do karaokê, tocou no interfone.

- Espero que seja o senhor atrasado. - Disse uma voz sorrindo.

- Sorte sua que estou acompanhado por uma dama, assim não posso te responder à altura. - Respondeu Michael.

- Até parece! - Ironizou o outro, Michael gargalhou, ouviu-se o estalo do portão sendo aberto. Claudia olhou-o surpresa.

- Aqui é a casa da Lisa, este lugar é muito especial para todos nós. - Respondeu sorridente entrando segurando na mão dela, ela puxou o braço dele.

- Quem é Lisa? - Perguntou confusa. - O karaokê não é da irmã do Eduardo? Eduarda não é esse o nome dela?

- Sim. O karaokê é da Duda, mas quem mora aqui em cima é a Lisa a irmã dela, a propriedade é das duas. - Respondeu puxando-a, começou a subir a escada e voltou-se para ela. - Você está bem?

- Sim. - Respondeu seguindo-o. - O que há de tão especial aqui? Aliás, vocês tem muitos lugares especiais.

- Sim. A pizzaria do Fernando, o karaokê da Duda, e a sacada-varanda da Lisa. - Bateu na porta.

- Sacada-varanda? - Perguntou confusa.

- Está aberta. - Gritou uma voz feminina.

- Na verdade é uma sacada, mas grande demais, então a chamamos de sacada-varanda.

Ele abriu a porta para ela que entrou tímida. Ela encolheu-se quando uma morena linda veio ao encontro dela, toda sorridente e de braços abertos.

- Até que enfim! É um prazer Claudia, finalmente conhecê-la. - Cumprimentou-a abraçando-a fortemente. - Pensei que eu precisaria ir atrás de você na escola.

- Amor você está assustando a moça. - Disse a voz que respondera o interfone, Claudia levantou a cabeça, e lá estava Fernando encostado em uma porta, descontraído como ela jamais o imaginara. A moça afastou-se dela sorrindo.

- Desculpe-me, mas realmente eu estava ansiosa para conhecê-la.

- Tudo bem! - Respondeu tímida.

- Eu sou a Elisabete, mas meus amigos me chamam de Lisa, então sou Lisa para você também. Vem cá cabeção! - Disse puxando Michael para um abraço.

- É uma honra conhecê-la oficialmente Claudia. - Disse Fernando aproximando-se, e abraçando-a também. - A sacada está pronta esperando por vocês dois. - Disse cumprimentando Michael.

- Ok. Vamos? - Perguntou oferecendo a mão a ela novamente. Ela olhou o casal que se abraçara sorrindo e pegou na mão de Michael.

Eles subiram outra escada até a sacada, a visão era linda ali de cima. O chão estava cheio de pétalas de rosas vermelhas, uma mesa estava posta para duas pessoas, mas não havia cadeiras apenas puff's, e de vários tamanhos e modelos.

- Isso não é uma sacada! - Exclamou encantada. - Agora entendo melhor porque varanda. - O lugar era formidável.

Ambos sentaram juntos em um puff e ela encostou a cabeça no peito dele, e ficou olhando as estrelas.

- A vista daqui é linda! - Sussurrou emocionada.

- É linda mesmo. - Concordou passando a mão na cabeça dela.

- Qual a história desse lugar para ser tão especial? - Perguntou ela aconchegando-se mais.

- Quando conheci os outros, eu morava em um apartamento e estava procurando uma casa para comprar, o Artur e o Edu encontraram essa casa e me trouxeram aqui, mas eu não gostei por causa do ponto comercial que definitivamente não me interessava, e as meninas souberam do lugar e ficaram encantadas, assim compraram a propriedade. E logo depois da compra, o namorado da Elaine queria fazer uma surpresa para ela, e as irmãs o ajudaram a fazer a surpresa aqui nesta sacada, foi aqui que ele a pediu em casamento, foi aqui que o Edu confessou que amava a Vick, o Everaldo pediu a Sarah em casamento, enfim essa sacada já foi palco de muitas histórias de amor. - Ele concluiu triste, ela afastou-se encarando-o.

- A cada evento romântico que aconteceu aqui nessa sacada-varanda... - Disse Elisabete colocando algo sobre a mesa.

Claudia assustou-se com a voz da outra distraída não a ouvira entrar, tentou levantar, Michael firmou os braços ao seu redor, ela olhou-o envergonhada, ele apenas sorriu e beijou sua testa.

- Desculpe-me se te assustei, mas como eu dizia, cada evento romântico tem alguém responsável para que o evento seja inesquecivel. Foi difícil decidir quem estaria aqui hoje, para esta noite tão especial, pois o Mike participou de todas as noites especiais que já foram feitas aqui, e todos queríamos participar da alegria dele, mas como eu sou a dona da casa e quero fazer média com o meu padrinho, acho muito justo que seja eu e meu noivo a estar aqui nesta noite. Tentaremos não assusta-la tanto. - Concluiu sorrindo, fazendo uma reverência ela saiu cantarolando.

- O Eduardo tem quantos irmãos? - Perguntou ainda olhando por onde a moça havia saído.

- Eles são sete filhos. - Disse sorrindo.

- Qual a graça? O pai deles não seria o sétimo filho de outro sétimo filho, seria? - Perguntou sorrindo. Ele gargalhou.

- Acredita que já fizemos essa piada tosca com o Isaque? Ele nasceu de uma gestão de trigêmeos e ele foi o último a nascer ou seja o sétimo filho.

- Sorte dele que hoje as mulheres não querem ter esse tanto de filhos. - Comentou.

- Acontece que a mãe dele engravidou apenas três vezes.

- Oi? - Perguntou afastando-se dele.

- Sim. As gêmeas Elaine e Edna, os gêmeos Carlos Eduardo e Maria Eduarda e os trigêmeos Everaldo, Elisabete e Isaque.

- Você está de brincadeira! - Exclamou chocada.

- Também fiquei com essa cara quando soube, mas admito que é fantástica a história da família.

- Quais as chances de Vick e Sarah estarem grávidas de gêmeos? - Perguntou pensando nas amigas que não falavam de outra coisa que não a gravidez.

- Pelo que andamos pesquisamos, praticamente nenhuma, parece que é a mulher que leve o genes 'gêmeos' alguma coisa haver com a ovulação. A Edna por exemplo tem três filhos sendo a segunda gestação de gêmeos, já a Elaine a primeira já foi gêmeos.

- Ela tentou de novo? - Perguntou espantada.

- Não. Ela continua só com os gêmeos, vai que vem gêmeos de novo ou trigêmeos?

- Estamos entrando. - Anunciou Fernando.

Claudia levantou e foi até a lateral da sacada olhando para aquela cidade ali de cima, e pela primeira vez ela pensou que cada lar ali embaixo tinha uma história, histórias bonitas e feias, alegres e tristes, bem-humoradas e deprimentes; não importava qual era a sua história, o que importava era o que fazia com ela. Você é o que se esforça para ser, você não precisa ser refém da sua própria história, a cada novo dia você tem uma nova chance, só agora ela compreendia verdadeiramente o que Luciana queria dizer com "deixe Deus mudar a sua história". Pegou no pingente que a irmã lhe dera.

- "A minha história não será apenas de dor e sofrimento, terei boas memórias, Deus vai me curar e minhas tristezas serão motivos de alegrias, Ele será o Autor e me dará sabedoria para eu escolher os caminhos certos para escreve-la". - Pensou sentindo o vento em seu rosto.

- Claudia. - Chamou Elisabete, ela voltou a atenção para a moça, e o sorriso em seu rosto era o mesmo nos olhos e no coração. - Esperamos que você goste. Não sabíamos do que você gosta, então optamos pelo que Mike gosta, o risoto fizemos de frango com aspargo, ficamos receosos em usar o camarão, a alcatra podem aproveitar, o vinho usado nela não deixará nenhum de vocês embriagados, bom apetite.

- Obrigada. - Agradeceu Claudia, bem mais a vontade do que imaginou que ficaria, sorrindo Elisabete pegou na mão do noivo e saiu. Michael aproximou-se.

- Espero que goste do jantar senhora. - Disse estendendo-lhe o braço.

- Tenho certeza que gostarei. - Respondeu passando o braço pelo dele.

Eles sentaram de frente um para o outro, e curtiram o jantar em silêncio, apenas olhando nos olhos um do outro, e sorrindo pelo simples prazer de estarem na companhia um do outro.

- Será que ela me dá pelo menos a receita da salada? - Sussurrou.

- Tenho certeza que sim. - Sussurrou em resposta e sorriu. - Por que estamos sussurrando?

- Não faço ideia! - Sussurrou e ambos gargalharam. - O jantar estava perfeito, só para constar o risoto de frango estava perfeito, mas também não tenho nada contra o de camarão. - Disse calma aproximando-se.

- É bom saber disso. - Respondeu no mesmo tom, aproximando-se também. - Você gosta de chocolate? - Perguntou próximo do rosto dela, o coração dela acelerou.

- Sim. - Respondeu rouca. Umedecendo os lábios ele afastou-se e pegou um controle que estava na mesa, de imediato ela pensou que fosse o controle de um aparelho de som, mas nada aconteceu, olhou-o arqueando a sobrancelha interrogativamente. Elisabete apareceu em seu campo de visão antes que ele falasse alguma coisa.

- Pavê de chocolate, dica da Katie. E ela pediu pra eu te entregar isso. - Claudia pegou o embrulho, que a fez lembrar da bíblia que ganhara do primo e Luciana, mas este era mais leve e maior. Michael olhou surpreso para a amiga, mas ela apenas deu de ombros, tipo, 'também não faço ideia do que se trata'.

- Obrigada Lisa. - Disse começando a rasgar o papel.

- Ela pediu pra abrir em casa. - Disse Elisabete. - Provavelmente tem uma mensagem no seu celular. Claudia pegou o celular e lá estava a mensagem.

Oi tia Claudia. Seja paciente com o meu pai, ele é muito fechado, mas isso é só até ele confiar em você. Estou muito feliz porque Deus ouviu as minhas orações. Por favor! Abra meu presente em casa e sozinha. Obrigada, por atender meu pedido. Com amor Katie. - Ela sorriu ao ler mensagem.

Obrigada Katie. Abrirei o presente em casa e sozinha. E não se preocupe terei muita paciência com o seu pai, só espero que ele também tenha paciência comigo. Beijos.

Elisabete havia saido e Michael olhava-a fixamente.

- O que a minha filha está aprontando? - Perguntou sorrindo.

- Ainda não sei. Quando eu chegar em casa eu descobrirei. - Disse levantando o presente, ele sacudiu a cabeça sorrindo e voltou para a sua sobremesa.

- Hum!!!! Que delícia! Foram mesmo eles que fizeram tudo isso? - Perguntou desconfiada.

- Tenho certeza.

- Como o Fernando e a pizzaria entraram na vida de vocês?

- O Fernando e o Artur são amigos de infância, então a primeira vez que saimos fomos para o Fernando e não paramos mais e acabamos nos tornando todos amigos.

- Parece-me que todos vocês tem muita facilidade em fazer amigos.

- Não exatamente! Mas admito que alguns de nós realmente tem facilidade em relacionar-se com as pessoas. Mas e você? Você deve ter uma amiga que é mais que uma irmã.

- Não. Eu me dava bem com as pessoas, apesar de ser nerd e achar as pessoas tolas, mas minhas irmãs eram minhas amigas amadas, e havia a Mel e o Guto que eram meus melhores amigos para sempre, até aquela noite!

- Você afastou-se deles? - Perguntou atenciosamente.

- Eu não voltei pra casa depois daquela noite, sai do hospital direto para a Life is sweet, não sei o que a minha mãe disse a eles, mas eu não voltei mais lá, mesmo sabendo o quanto eles sofreram com a minha partida inesperada, foi melhor assim, eu não tinha a menor condição de falar com eles sobre o acontecido naquela época. - Ele pegou na mão dela.

- Amigos verdadeiros são eternos e raros. Quando você estiver pronta, eles entenderão.

- Assim espero! Eu sinto falta dos dois.

- Do que mais você sente falta?

- Da comida da dona Úrsula, com certeza! - Disse rindo, mas ficou seria. - Sinto falta principalmente de mim mesma, e da minha família. Estou amando essa nova fase minha e da Carla, mas estou temerosa com as mais novas.

- Tenha fé! Vai dar tudo certo.

- Eu tenho fé! O mais preocupante são os meus pais, principalmente a minha mãe, ela não consegue superar o que me aconteceu, e se tornou aquela mulher super protetora e abusiva, demorei para entender, que as atitudes dela são reflexos do medo.

- O medo destrói uma pessoa. Nós vamos orar, para que ela se liberte desse medo e aproveite melhor as filhas.

- Obrigada!

O sorriso a deixava ainda mais radiante, e naquele momento ele decidiu que faria o que estivesse ao seu alcance para que ela sorrisse sempre, e o que lhe fosse impossível ele se dobraria à Deus, para que Deus o fizesse. O olhar intenso dele a deixou constrangida, sem jeito, ela começou a organizar os pratos.

- Quero contribuir com essa noite. - Ficou de pé. - Mas preciso que você me diga onde fica a cozinha.

- Claro! Minha senhora. - Disse ajudando-a.

Descendo a escada depararam com o casal dormindo no sofá, Fernando sentado com a cabeça jogada pra trás no encosto do sofá e Elisabete na mesma posição com a cabeça em seu peito.

- Ele vai ter um torcicolo! - Sussurrou Claudia, Michael seguiu em silêncio para a cozinha.

- Se mexermos com eles, eles acordarão. Estranho eles estarem dormindo, eles passam as noites praticamente acordados. - Comentou pensativo. - Eu vou buscar o restante das coisas, e quando terminarmos de arrumar tudo os acordamos. - Ela assentiu, começando a lavar a louça.

Terminaram de organizar tudo e acordaram o casal, que assustados pediram mil perdões, principalmente depois que os dois disseram que já haviam organizado tudo.

- Ah, não! Não deveríamos ter dormido. - Lamentou Elisabete.

- Está tudo bem! Sabemos que vocês estão cansados e sei que o Fernando ainda vai para a pizzaria. - Disse Michael tentando acalma-la.

- Verdade! - Retrucou se jogando no sofá.

- Estava tudo perfeito, muito obrigada! - Disse Claudia abraçando Elisabete.

Claudia encolheu-se dentro da jaqueta ao sair na rua, a temperatura caíra enquanto eles estavam lá dentro, Michael por sua vez parecia não sentir a diferença na temperatura, estava pleno como sempre.

- Você não se incomoda com as oscilações de temperatura?

- Sim. O calor aqui é infernal, na maioria do tempo, e às vezes dá uma amenizada como agora. - Disse sorrindo.

- Pode debochar nova-iorquino! - Retrucou também sorrindo.

- Já sou palmense de coração, apesar do calor. - Disse de uma maneira que o coração dela quase sai pela boca, olhou pra fora para o movimento das luzes por onde passavam.

- Por que o Fernando tem que voltar para a pizzaria? - Perguntou mudando de assunto, estava nervosa com a intimidade palpável entre os dois.

- O Artur e a Raquel estão lá e os dois não podem ficar até fechar pois ambos trabalham amanhã.

- Então meio que atrapalhamos a vida deles hoje. - Comentou constrangida.

- Não! O combinado era que a Raquel e o Artur ajudassem a Lisa, mas a verdade é que o Fernando queria estar mais tempo com a noiva, os dois praticamente não se vêem a noite. - Ele sorriu diante o olhar interrogativo dela. - Ela também é chefe, só que em outro restaurante. E as folgas dela geralmente é no meio da semana, e as dele no final da semana, porque quem cobre ele é a Raquel.

- E eles ficam apenas algumas horas juntos na folga dela, como hoje. - Afirmou pensativa.

- Sim. Às vezes ela fica na pizzaria com ele, principalmente agora sendo o restaurante também, mas é complicado, ele quer ficar com ela e quer que ela aproveite a folga e descanse e fique com a família.

Ela voltou a atenção para fora, a sua experiência com romances era dos livros que lia e de seus pais. Nos livros os casais sempre encontravam uma solução perfeita para ficarem juntos, será que na realidade era assim também? Será que aquele casal que se olhava de maneira tão doce e terna também encontrariam uma forma de ficarem juntos e serem felizes? E com os pais ela aprendera que perfeição não existia, mas que o amor era capaz de firmar com o tempo, e que duas pessoas eram sim capazes de juntos seguirem se amando e se respeitando, pois não importava quais problemas os pais enfrentavam eles sempre estavam juntos e o amor de um pelo outro nunca deixava de brilhar em seus olhos.

- Chegamos! - Surpreendeu-se, estivera tão distraída que não percebera que já estavam parados na frente do seu prédio, e Michael estava parado à sua frente com a mão estendida para ajuda-la a descer do carro.

- Desculpe-me! Distraí-me. - Pegou na mão dele tímida.

- Percebi. - Sussurrou no ouvido dela. - Espero que tenha sido uma boa distração. - O tom da voz dele deixou até seu couro cabeludo corado. Ele apenas sorriu e como ainda estava frio abraçou-a e levou-a para casa.

Continua...

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