O FIM DA VIAGEM
Mesmo se você estivesse acima das encostas pedregosas, não seria capaz de saber que era ele quem estava retornando. O barco não passava de uma mancha escura contra o horizonte.
Muita coisa havia mudado.
A barba já despontava e ele finalmente conseguia dar um nó decente em um cordame, além de ter aprendido a letra de canções sujas. Mas a maior diferença era que ele não estava mais sozinho.
O convés, antes vazio e encerado de alcatrão, se enchia de gente e barulho. Algumas canecas de rum sendo passadas de mão em mão. Era uma mistura heterogênea das ilhas longínquas, de pantomimeiros a uma jovem camponesa que fugiu das garras do pai. Não eram exatamente uma tripulação, mas eram animados e isso já bastava.
Quando se aproximaram do porto, o barco já encontrando a linha dos recifes, ele estudou a silhueta da cidade e avistou a pequena doca de onde havia zarpado naquele dia. Não sabia explicar, mas tudo parecia diferente, mas também igual.
Mal sabia ele que a maior mudança não estava do lado de fora. Foi só quando olhou para trás, o pôr do sol saudando-o no horizonte, que percebeu.
Ele também tinha mudado.
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