XXIX
SOU TUDO O QUE ME RESTOU
a bateria do celular se esgotou
a voz de mercury nos fones de ouvido
que me arrepiava todos os pelos do corpo
nem pôde concluir a nota que fazia
foi um fim trágico de se dar a queen
sei que bohemian rhapsody é tão boa que não deveria ter fim
mas a brusquidão com a qual se encerrou o cantar
das letras que diziam sobre infortúnio
sobre ir para onde o vento soprar
me fez perceber que quando não há mais nada
quando só me resta a mim mesma
eu me sinto perdida
a ausência de ter com o que se ocupar
me transformou na menina que insiste em se preocupar
em cultivar a solitude
não sabia que eu não sabia ser minha própria companhia
até o dia em que me senti perdida
quando me vi completamente sozinha
isolada do mundo exterior
com um outro mundo inteiro a ser explorado
aqui dentro, dentro de mim
esse foi o episódio no qual eu percebi, sim
que o autoconhecimento era muito importante
que por mais que não parecesse, de fora
por dentro eu até que era uma garota interessante
confusão de exatas e humanas, mas jamais biológicas
sonhando em conhecer einstein e shakespeare num universo paralelo
ou quem sabe degrasse tyson nesse aqui mesmo
mas acima de tudo, essa garota aqui sonhava
em conhecer a si mesma
por que um dia ela descobriu
que a maior incógnita que já existiu
era o x da pergunta que dizia:
quem eu sou?
p.s.: sou tudo o que me restou...
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