A santa e o diabo
Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo para vocês. Esse é curto porque o próximo sai ainda essa semana.
Espero que gostem.
Boa leitura ❤🍮
Já no início da noite, muitas horas depois da saída de Alvin do cassino, Viggo, trancado em seu escritório, tentava trabalhar um pouco para esquecer de todos os planos que seriam tão fáceis de arquitetar para se livrar de numa vez do tio, como se livrou do irmão. Mas ele não podia arriscar, duas mortes suspeitas em um curto período de tempo seria o suficiente para mandá-lo de volta para a Ilha dos Exilados.
Duas batidas na porta tiraram a atenção de Viggo da tela do computador e antes mesmo de a porta ser aberta, sabia que só podia se tratar de Dagur ja que Heather tinha o péssimo hábito de entrar sem ser anunciada.
-Ouvi sua discussão com seu tio. - A voz de Dagur fez Viggo erguer o olhar para encontrar o cunhado apoiado contra o batente da porta. -Pensei em falar com a Heather, tentar convence-la a te deixar, mas antes preciso perguntar: o que leva alguém a matar o próprio irmão?
Viggo se reclinou contra a cadeira, uma risada fria e sem humor deixou sua garganta e sua mão esquerda se fechou em um punho. Dagur queria respostas, e depois o que faria? Tentaria levar Heather para longe? Salvá-la do monstro a quem chamava de marido? Era até engraçado, na verdade, pobre doce e inocente Heather, enganada e manipulada por um mafioso de sangue frio, incapaz de salvar a si mesma das garras do lobo mau. Era engraçado como a história era sempre a mesma: Heather era sempre a Santa e Viggo o Diabo.
-O que dirá à Heather? - Viggo perguntou curioso, um sorriso cínico adornava seus lábios e seus olhos encaravam Dagur como se o desafiasse a algo que sabia que ele seria incapaz de fazer. -Vai dizer que o marido dela é um criminoso? Um assassino manipulador que logo vai matá-la também? - O tom de Viggo era debochado e ele riu mais uma vez.
-Responda minha pergunta. - Dagur insistiu.
-Responda a minha. - Rebateu Viggo.
-Não sei o que vou dizer, mas quero minha irmã muito longe de você. - Dagur respondeu.
Dessa vez o sorriso de Viggo adquiriu humor. Dagur achava que estava sendo o herói, imagine a surpresa se o "cavaleiro de armadura reluzente" de Heather soubesse a verdade!
-Pode dizer à Heather o que quiser, pode sair daqui e contar o que ouviu para a polícia. Pode até mesmo sair desse apartamento e se esconder em uma caverna, nada disso vai mudar alguma coisa. - Viggo parou de rir, ajeitando a postura na cadeira e apoiando as mãos na mesa, se inclinando para a frente. - Heather vai continuar aqui, sendo a boa esposa troféu que ela tanto quis ser e a polícia não vai dar um passo sem que eu mande. - Viggo se levantou, indo até o canto da sala onde havia uma garrafa de vidro cheia até a metade com uísque escocês, despejou um pouco do líquido em um dos copos e tomou um gole. - Eu te ofereceria um copo de uísque, mas seus médicos disseram que você não pode beber álcool enquanto estiver em tratamento. Aliás, este é outro ponto interessante, você pode correr para contar o que ouviu para a polícia, para a Agência de Inteligência, ou para qualquer outro filho da puta que eu tenho na minha folha de suborno, mesmo que alguém acredite em você, como acham que vão reagir quando virem seus históricos médicos?
Viggo fez uma pausa enquanto voltava para a cadeira onde estava, os olhos de Dagur estavam atentos a qualquer movimento do empresário, mesmo quando este tomava mais um gole de sua bebida.
-É claro que Heather ficaria muito magoada quando eu te mandasse de volta para o hospital psiquiátrico, mas sabe qual é uma das coisas que eu mais gosto na sua irmã? - Ele fez uma pausa, mas não esperou uma resposta. - Ela perdoa qualquer merda se meu pedido de desculpas vier acompanhado de alguns diamantes.
Dagur se afastou do batente, entrando na salas fechando a porta atrás de si, se aproximou da mesa.
-Se tentar qualquer coisa contra a minha irmã, eu te mato e não vai ser com um assassino de aluguel.
-Você é covarde demais para matar alguém, Dagur. - Viggo disse m meio a risadas, trazendo novamente o copo aos lábios para mais um gole.
-Pode rir o quanto quiser, mas diga adeus à Heather, ela vai comigo querendo ou não. - Dagur mal tinha se virado, mal tinha dado um passo em direção a porta quando parou ao ouvir o som alto do punho de Viggo socando a mesa e de vidro sendo estilhaçado.
Ao se virar outra vez, o sangue da mão esquerda de Viggo já formava uma pequena poça sobre a madeira escura e Heather apareceu na porta como se tivesse se materializado pelo sangue.
-O que aconteceu? - Ela perguntou ao passar pela porta com passos apressados, mas Dagur a segurou pelo braço, a impedindo de chegar até Viggo e Heather o olhou com a testa franzida em confusão.
-Você precisa ficar longe dele. - O tom de Dagur era autoritário e a expressão de Heather se tornou uma de escárnio ao desvincular o braço do agarre do irmão.
-É claro que não vou ficar longe do meu marido! O que deu em você?
Viggo riu, atraindo novamente a atenção de Heather, e se levantou, apoiando as duas mãos na mesa e sujando a direita, até então limpa, com o sangue derramado na mesa. Heather logo estava ao seu lado, examinando a mão machucada enquanto era Viggo quem respondia sua pergunta.
-Seu irmão descobriu que mandei que matassem o Ryker e agora quer te proteger, te levando para longe de mim. - A expressão de Viggo era bem humorada e Heather tirou a atenção dos ferimentos do marido para olhar para o irmão.
-Só isso? - Ela perguntou como se nada daquilo fosse motivo o suficiente para toda aquela confusão e Dagur olhou para a irmã com choque. O marido tinha acabado de admitir um assassinato e ela agia como se tudo não passasse de um inconvenientezinho.
-Heather, ele matou alguém! - Dagur exclamou esperando poder convencer a irmã, mas Heather não estava tendo a reação que ele esperava. Ao invés de responder ao irmão, Heather voltou a atenção para os machucados de Viggo.
-Precisamos ir no médico, você conseguiu fazer um baita estrago nessa mão.
-Eu não te contei? - Viggo chamou a atenção de Dagur, seu olhar era tão cínico quanto seu tom. - Todos os mortos dessa família, Heather ajudou a enterrar.
Dagur olhou para a irmã, esperando que ela desmentisse as palavras de Viggo e que se desse conta de que seria melhor se ficassem bem longe dele, mas Heather sequer ergueu o olhar para ele.
-Vamos. - Ela disse a Viggo antes de puxá-lo pela mão direita sem eguer o olhar para Dagur nem mesmo quando passou por ele para sair da sala, mas Viggo parou por um momento, dando "tapinhas" com a mão machucada no ombro de Dagur e dizendo com um sorriso como o de alguém que tinha acabado de vencer de lavada uma disputa.
-Bem vindo à família, irmão.
Então, gostaram?
Comentem expectativas.
See ya 😘
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