Parte II
A tempestade da noite anterior deixou alguns estragos na propriedade. O galpão fora destruído por uma árvore que caíra em cima dele, o velho carvalho para ser mais específico. Galhos caíram em cima da minha caminhonete — que felizmente não foi danificada.
Depois de limpá-la, arrumei com cuidado os caixotes com os arranjos na carroceria. Os cobri de uma maneira que não machucasse as flores e dirigi rumo à rodovia.
Eram quase duas da tarde quando saí da rodovia 101 e entrei em Port Angeles.
O trânsito estava tranquilo e em menos de uma hora já havia chegado à floricultura de Jules.
Carrego um caixote de cada vez para dentro.
— Oi, Jules! Tudo bem por aqui? — pergunto, colocando o caixote em cima do balcão.
— Oi! Sim, tudo tranquilo hoje. Como foi de tempestade?
— Mais ou menos. O velho carvalho caiu no galpão dos fundos. — Passei as mãos pelos cabelos antes de retirar um arranjo da caixa de madeira.
— Oh! Quer a ajuda de Michael?
— Não quero incomodar, Jules. Michael é bombeiro e tem coisas mais importantes para fazer do que perder seu tempo tirando uma árvore de um galpão velho.
— Sem essa, Colin! — exclamou ela, colocando as mãos na cintura. — Você sabe que não é incômodo algum, afinal, é meu irmão. Além disso, ele lida com esse tipo de situação sempre depois de uma tempestade.
Eu dei um suspiro resignado, então disse:
— Okay, aceito a ajuda. Mas o trabalho terá que ser feito amanhã.
— Sem problemas, assim tenho tempo para falar com ele hoje durante o jantar.
Rumo para fora da floricultura e pego outro caixote. Quando estou prestes a depositá-lo no balcão, vejo Jules acenar e sorrir para alguém atrás de mim.
Viro-me para ver quem é.
Meu coração dá um solavanco dentro de meu peito quando meu olhar cruza com o dela.
Ela está do lado de fora da floricultura, na calçada, acenando e sorrindo. Quando entra e diz "bom dia" com sua melodiosa voz, eu perco o fôlego.
Bato o caixote no balcão e, sem querer, derrubo um dos vasos. Não gosto quando isso acontece, pois acabo machucando a flor. Retiro os arranjos do caixote e os entrego a Jules.
Quando me volto para entrada da floricultura, vejo que ela está ao meu lado, sorrindo. Retribuo, embora sem jeito.
Saio para deixar este caixote na carroceria da caminhonete e pegar outro e não vejo quando minha irmã faz sinal para que ela venha atrás de mim.
— Oi — diz ela, parando ao meu lado.
— O-oi.
— Sou Christine, mas pode me chamar de Chris — ela estendeu a mão —, e você?
— Colin — respondo, aceitando sua mão. Ela me puxa e deposita um beijo em meu rosto. Meu coração para de bater por um instante e seu aroma me inebria.
— Prazer — diz ela, com um sorriso largo nos lábios. — Jules me disse que você fez uma coroa de flores para mim.
— Eu fiz uma, mas não sei se está boa.
— Tenho certeza que está perfeita! Posso ver? — pergunta ela, ansiosa.
— Claro! — Abro a porta da caminhonete e tiro a coroa de dentro de uma caixa.
Os olhos dela se arregalam quando veem a coroa de rosas-vermelhas e um sorriso de surpresa ilumina seu rosto.
— Uau! É linda! Obrigada! Não sei como te agradecer.
— Não precisa agradecer — sorrio sem jeito. — Fico feliz que tenha gostado.
Os belos olhos dela cintilam de tal maneira que me lembram estrelas brilhantes no céu noturno.
— Mas é claro que preciso, você salvou meu dia, afinal.
— Jules havia me dito que você estava desesperada atrás de uma coroa, não sabia que era verdade.
— Pior que é. Ganhei o papel principal em Giselle e, apesar de sonhar com isso, fiquei desesperada por não conseguir encontrar uma coroa de rosas-vermelhas. É a minha primeira apresentação como bailarina de ponta.
— Tenho certeza que você vai se sair super bem.
Ela sorri, tímida.
— Bem, eu... preciso ir. Tenho que me preparar para apresentação de hoje à noite — diz ela, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. — Eu... adoraria te ver no teatro mais tarde, sabe... assistindo minha apresentação. Isso se você não estiver ocupado.
— Adoraria — respondo, com um sorriso torto nos lábios.
— Maravilha! — Ela sorri largo e meu coração perde uma batida. Céus, que sorriso lindo ela tem! — Te vejo depois, então.
Ela beija meu rosto novamente e se afasta, sorrindo.
Fico parado na calçada fitando o nada por alguns minutos. Um sorriso bobo paira em meus lábios e meu coração salta dentro de meu peito. Eu não podia imaginar que a moça que precisava tanto de uma coroa de flores fosse a moça de meus sonhos. Aquela que passou a tomar conta de meus pensamentos e que possuía um aroma sem igual. A que se tornaria uma parte importante em meu mundo — assim como eu, no dela — e, principalmente, que se tornaria dona de meu coração.
FIM
💘💘💘
Ai, gente, desculpa, mas eu não resisti. Christina Perri me lembra Crepúsculo, e não consegui pensar em um lugar melhor pro Colin morar do que Forks rs
Quem viu o videoclipe percebeu que fiz umas mudanças quando o transcrevi, precisava deixar com a cara da minha AS, embora tenha me esforçado para manter a essência da história.
Sabe, confesso que depois disso, fique com vontade de reler Crepúsculo... Acho que vou ali pegar meu livro.
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