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Capítulo IV


- Parece que o ritual que comunica o fim de mais um dia de trabalho permanece o mesmo, não é? - Questionei.

- Sim! Por favor, não pise no pé de ninguém!

Assenti e iniciamos os movimentos que compunham uma adaptação particularmente nossa da carola.

Assim que a dança terminou o tradicional retorno para casa foi interrompido por uma movimentação estranha.

- Parece que mais um espetáculo está prestes a começar. - Cecília afirmou em tom melancólico, após um suspiro.

Isso me deixou ainda mais preocupado com o que estava por vir.

Um garoto com vestes humildes foi acorrentado, pelas mãos, a uma arcada de madeira, cuja presença eu não notara até então. Sua camisa foi rasgada em um golpe brutal, deixando as costas à mostra. O guarda que antes o arrastava desprendeu um chicote da cintura.

O que ocorreu em seguida foi uma grande confusão. Gritos eufóricos provavam que a população estava de acordo com o acontecimento. Xingamentos direcionados ao garoto foram ditos, em tom extremamente elevado, até o momento em que o guarda soltou as mãos trêmulas do jovem menino e seu corpo cedeu a dor, prostrando-se no chão.

Diante da saída dos guardas a multidão começou a se dispersar. Cecília, entretanto, seguia na direção contrária, pedia desculpas quando esbarrava acidentalmente em alguém e mantinha sua atenção no corpo estirado ao chão. Algum tipo de força inexplicável atraía-me para que eu a seguisse.

Aproximando-se do garoto Cecília joga-se de joelhos ao lado dele. Com ternura retira os fios de cabelo que caiam sobre seu rosto.

- Vou ajudá-lo. - Ela afirmou com a voz embargada enquanto colocava um dos braços dele ao redor do pescoço. - Pretende colaborar? - Perguntou, despertando-me para o fato de que eu parecia realmente um mero espector diante de alguma cena teatral comovente.

Fui até eles e passei o outro braço do garoto por meus ombros.

- Para onde vamos levá-lo?

- Para minha casa, vovó sabe tratar essas feridas como ninguém.

A casa pequenina não ficava muito longe dali. Porém assim que comecei a avistá-la em meio as árvores Cecília disse que seguiria sozinha, pois dona Amélia certamente iria me reconhecer.

Combinamos que eu aguardaria naquele ponto, para que ela me guiasse de volta ao palácio. Segundo ela eu poderia me perder.

Assim que retornou e não pude conter uma pergunta:

- Conhece o garoto?

- Conheço a dor que ele está sentindo.

- Por acaso você já foi açoitada?!

- É... Mais ou menos...

- Como assim?

- Foi a três anos atrás, pouco depois que seu tio Gregory tornou-se o príncipe regente e iniciou essa guerra estúpida contra o reino de Clímena. Era tarde de inverno, um garoto de sete ou oito anos bateu à porta de casa procurando pela vovó. Sua mãe entrara em trabalho de parto e precisava de ajuda. Descobri, ainda naquele dia, que ele era o mais velho de quatro irmãos, sendo que a sexta filha acabara de nascer e, devido ao parto complicado, a mãe estava á beira da morte. Haviam perdido o pai para guerra, dois meses antes. Na manhã seguinte, enquanto escolhia mercadorias na feira notei uma movimentação diferente e logo depois presenciei, pela primeira vez em minha vida, uma cena como essa que vimos hoje. Ao contrário do restante da população que aplaudia o evento eu sentia apenas horror e compaixão. O menino foi acusado por roubar algumas garrafas de leite! Ele queria somente matar sua fome e a de seus irmãos. Após a primeira chicotada eu soube que ele não aguentaria as demais, por isso fui interceder por ele.

- Ofereceu suas costas para que as dele fossem poupadas?

- Sim. Porém chamaram meu tio avô, o padre Adamastor. Toda a aldeia o respeita muito e sabem que, além de ser responsável pela minha educação, ele preocupa-se comigo. Devido a sua presença os guardas pararam, antes da quarta chicotada.

Enquanto ouvia me lembrei do livro que caiu de sua cesta. Certamente o tio a ensinara a ler. Contudo, poderia jurar que ele não sabia sobre o "empréstimo" de exemplares como aquele.

Meus pensamentos foram interrompidos por um ato inesperado de Cecília.

Assim que encerrou a fala ela abriu os botões de trás do vestido e, abraçando a si mesma para evitar uma exposição maior, virou-se de costas. Era fácil perceber a presença das cicatrizes deixadas na pele clara e macia, entretanto eu ainda era incapaz de acreditar no que via.

Um pouco hesitante coloquei os dedos nas marcas. Cecília não disse nada, mas se arrepiou diante do meu toque.

Quando voltou seu rosto para mim sustentava um semblante sério.

- O povo deposita grandes esperanças em você.

- Tenho medo de não conseguir. Alexander era a pessoa certa para colocar as coisas no lugar, mas ele preferiu tornar-se refém das escolhas do coração.

- Você fala como se o amor fosse uma prisão, se pensa mesmo assim precisa urgentemente rever seus conceitos. O amor, quando verdadeiro, liberta!

A encaro confuso, mas em seguida compreendo, é como se finalmente a decisão dele fizesse algum sentido para mim.

- Seu irmão foi em busca daquilo que o fará feliz e deixou Orthemia em suas mãos. Acredito que ele fez uma boa escolha. - Falou sorridente.

Não respondi, apenas deixei suas palavras pairando no ar. Voltamos a nos falar somente quando já estávamos próximos do castelo:

- Consegue terminar o percurso sozinho e em segurança? - Cecília questionou.

- Acredito que sim, mas ia convidá-la para conhecer a biblioteca do palácio...

Seus olhos brilharam diante dessa proposta.

- Seria a realização de um sonho! - Disse, recomeçando a andar, quase não consegui acompanhar seu passo apressado.

🍃928 palavras🍃

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