No rústico e bem organizado estábulo, Severus preparava sua bela égua Cigana para dar um passeio.
  Era a única maneira de conseguir ter um pouco de paz, Minerva vivia o fazendo perguntas indiscretas, pois de acordo com ela, com toda a certeza ele tivera uma conversa bastante amistosa com Hermione Granger na última noite.

  Era difícil esconder alguma coisa da mais velha, difícil mais ainda ter de aturar as piadas de Albus... Mas não podia reclamar, não quando eles eram as únicas pessoas capazes de o dar um conselho no qual ele iria escutar verdadeiramente.

  {....}

  O dia estava favorável ao passeio a cavalo, não estava muito sol, o clima Londrino fresco o proporcionava passear livremente.

  Os cabelos completamente negros, voavam naturalmente com a brisa refrescante, a égua galopava majestosamente na direção desejada.

  Mais a frente, havia um bosque. Um lindo bosque,  no qual quem entrasse, mais a frente encontraria um lindo campo de flores, entre elas  um pomar completamente frutífero.
  Contudo, não era a intensão de Severus em entrar naquele lugar, e por mais que Cigana fosse uma égua domável e esperta, ele não conseguiu fazer com que ela tomasse o rumo qual ele queria.

  Puxando as rédeas para que ela voltasse para trás, a égua não mostrou interesse em o obedecer, seguindo seu caminho bosque adentro.
  Ele não podia negar a vontade da égua, afinal, ela já fora muito obediente a ele quando precisou.

— Posso ser gentil e fazer suas vontades, somente desta vez. — conversou com o animal que relinchou com seu comentário demonstrando ter entendido.

  Entre as árvores, ele podia ver os vários raios de sol que transpassavam pelos galhos altos, era uma vista bonita, mais não tão bonita quanto as flores em meio ao pomar que se encontrava mais a frente, depois de atravessar entre as árvores.

  A égua de um caminhar lento, resolveu parar, e com isso, Severus resolveu descer, tirando o chapéu que usava e sorrindo, se lembrando do quão anos fazia que ele não pisava alí.

  Resolveu andar um pouco, olhando para frente observando o sol que demonstrava querer se por dali algumas horas.
  Estava encantado com o lugar, as lembranças de sua infância brincando alí o extasiava, estava distraído, até olhar para o lado, e um pouco mais longe ver a silhueta delicada de uma jovem que ele conhecia bem pelos cachos, colhendo frutas de um pé que parecia ser de maçã.

 
— Devo acreditar que você insistiu vir até aqui por que quis? — olhou desconfiado para a égua, que relinchou como se estivesse dando de desentendida, logo saindo andar por entre as árvores. — Foi o que pensei. — sorriu, resolvendo caminhar até a jovem, que parecia mais do que distraída.

  Com seus passos longos, não demorou que ele chegasse até ela, que ainda não havia o visto, e levava a fruta até os lábios.

— O que faz aqui sozinha? — sua voz grave fez tremer o corpo de Hermione, que virou rapidamente com os olhos arregalados para Severus, que sorriu como se acabasse de pegá-la fazendo algo completamente errado.

— Passando o tempo. — disse rápido, mas pelo susto que havia tomado.

  Quando a jovem havia se virado, Severus não achou que poderia ficar surpreso, ou melhor, tão admirado quanto estava, mais ficou.

  Hermione vestia um longo vestido branco com flores pequenas e amarelas em detalhe nele todo, seus cabelos estavam soltos, e com a brisa, se movimentavam facilmente. O vestido era simples, leve e esvoaçante, mais não fora aquilo que lhe chamaram a atenção, mais sim o busto que ficava encantadoramente avantajado naquele maldito pano.

  Seus olhos permaneceram alí por um instante, e Hermione percebendo, sentiu o rosto ruborizar, soltando um leve grunhido para chamar sua atenção.

— E você? — Severus perdeu total atenção dos seios quando ouviu a voz falar com ele.

— Resolvi fazer um passeio, mas minha égua parecia saber que estava aqui já que não obedeceu o caminho no qual estava em mente. — sorriu de lado, fazendo Hermione se perder naquele gesto mínimo.

— Está usando um pobre animal como desculpa para me ver?

— Quem lhe disse que este era meu desejo? — a olhou de forma autoritária.

— Então por que não a forçou a ir embora?

— Pareço ser alguém que força animais a fazer o que não querem?

— Não sei! Talvez sim — sussurrou mais para si mesma.

  O silêncio permeou o ambiente por um momento, deixando Hermione constrangida, o que era irônico já que era muito menos das coisas que ela já falara na frente daquele homem.

  Severus achava curioso a forma que ela ficava corada conforme o silêncio dos dois. Suas sardas que estavam mais visíveis conforme a luz do sol batia, a deixavam mais encantadora, o fazendo mais uma vez não ter arrependimentos por tê-la beijado.

  Suas mãos suaram por dentro da luva de couro que usava, elas se fecharam fazendo o material rangir, neste ato, ele transmitia toda sua vontade e controle ao querer tocá-la.

— Sabe.... Há atitudes de sua parte que realmente não consigo entender. — Severus comentou, chamando a atenção da jovem que o olhou curiosa.  — És uma jovem inteligente devo confessar, mais suas atitudes em nossos últimos encontros deixa a desejar. Não me leve a mal mas, o que a senhorita tem na cabeça de pedir para que eu lhe toque?

— Não foram essas palavras que usei. — se defendeu.

— Mas foi o que deu a entender. — retrucou. — A senhorita é maluca se me permite dizer. Sabia que não pode sair por aí pedindo que qualquer homem lhe faça sentir essas.... sensações que tanto almeja?

— Sei disso, jamais entregaria algo tão íntimo para qualquer pessoa. Deveria se sentir lisonjeado por pedir isso a você!

— Confia tanto em mim assim? — a olhou indignado, zangado com tanta falta de prudência da mulher a sua frente. — Eu poderia machucá-la se quisesse. Poderia lhe fazer o pior dos males com tal oferta, o que lhe faz acreditar que não sou assim? — se aproximou de forma seria e brutal.

— Meu pai! Ele me contou que pretendia me cortejar. — comentou o deixando sem jeito. — Acha mesmo que eu iria acreditar que você é alguém ruim, quando deseja me cortejar só porque nos beijamos? Isso não seria a atitude de alguém ruim.

— Odeio quando me deixa sem palavras. — rugiu não acreditando na conversa que estavam tendo.

— Então você se importa. — sorriu como se estivesse conquistado uma vitória.

— O quê? De onde tirou isso? Aliás, o assunto da conversa não era outro? — disse curioso.

— Você quem está enrolando! Eu lhe pedi algo, seria sensato de sua parte me dar uma resposta, caso contrário, tenho outras opções para o que quero.

  Uma raiva repentina se apossou do moreno, seu rosto antes alvo se avermelhou por mero segundo, e sem pensar, quase gritou para o mundo o quanto estava indignado.

— De maneira alguma você irá ser tocada por outro. — se enfureceu. — E estás maluca se acha que farei isso.

— Você não pode decidir por mim Vossa Graça. — mostrou desdém em suas palavras.

  Severus estava maluco com aquela conversa toda, não sabia como ter uma conversa descente com Hermione sem confundir as cabeças.

  Snape estava tão confuso, que cogitou a idéia de que se estivesse em um livro, aquele seria o diálogo mais sem noção que já lera, mais era vida real, então não podia fugir, ou não queria.

— Eu não a suporto! — bradou, aquilo já estava começando a ficar ridículo.

— Não é como se fosse minha pessoa favorita. — deu de ombros.

— No entanto, me quer entre suas pernas.

— Cretino. — se mostrou furiosa.

  Severus riu com a resposta da jovem, uma risada natural e divertida. Foi difícil se manter séria, mais Hermione não se conteve e riu junto do homem a sua frente, que parou de rir para observar o quanto ela ficava graciosa daquela maneira.

 
— Me deixe cortejá-la, se não for agradável, lhe darei o que quer, contudo, me deixe fazer o correto primeiro.

— Por que quer me cortejar? Eu só quero sentir os prazeres da vida, e você não parece ser o tipo de homem que deseja se casar.

— E não quero. Portanto, se quer tanto o que deseja, me deixe fazer as coisas do meu jeito, assim poderá decidir se realmente é o que quer.

  Hermione não percebera quando segurou a respiração ao ouvir aquelas palavras, parecia uma criança quando ganha o melhor dos presentes.

  Um sorriso se esticou por seus lábios, sabia que sua escolha era uma loucura, mais não conseguia se imaginar tocada por um homem que não fosse Severus.
  Não estava apaixonada por ele, mais duvidava que outro homem pudesse trazer a mesma sensação que sentiu quando o beijou naquela tarde.

— Maravilha! — tentou conter o entusiasmo em sua voz.

  Sua vontade era de pular no pescoço do homem, mais recuou quando este fora mais rápido ao dizer que iria embora.

— Preciso ir. — disse normalmente, seus olhares se cruzaram, e Hermione deu passos para trás quando o viu se aproximar. — Espero que não se arrependa depois.

— Não irei. — disse certa de suas palavras.

  Severus sorriu minimamente, seus rostos estavam próximos um do outro. A cacheada respirava pesadamente, estava preparada por o que estava por vir.

  Na verdade, Granger esperava ser beijada. Podia sentir o hálito fresco bater em seu rosto. Seus olhos fecharam, ansiando por aquele contato, infelizmente o que esperou esquentar seu corpo, não passou de um banho de água fria, ele beijara sua bochecha, a deixando decepcionada.

— Mas.....

— Terá tempo o suficiente para isso. — interrompeu o que parecia ser um protesto.

        🌹⊰᯽⊱┈──╌🌹╌──┈⊰᯽⊱🌹

           🌹⊰᯽⊱ p.o.v Severus ⊰᯽⊱🌹

  Onde estava com a cabeça quando resolvi aceitar aquela barbaridade? Muitos diriam que eu estaria louco se não o fizesse, afinal, era uma bela jovem, o diamante da estação.

  Mais e a dignidade que passaria por entre os dedos como se fosse grãos de areia?

  Eu não podia tocá-la de tal forma, seria repugnante. Uma moça de família, com valores....

  Bem, de qualquer maneira, não podia mais voltar a trás já que duvido que ela largaria do meu pé se não cumprisse o que prometi fazer.
  Não havia espaço para arrependimentos, e eu seria um tolo se não aproveitasse tal companhia.

  {....}

  No dia seguinte, gostaria muito de ter ido a casa dos Granger, iria cumprir minha palavra e cortejar a filha mais nova como prometido a ela.

  Esperava que ela mudasse sua opinião visto que muitas coisas estavam em jogo, como sua pureza, dignidade. Contudo, não obtive tempo o suficiente para lhe fazer uma visita, com extrema urgência, precisava resolver os últimos assuntos de Tobias depois de sua morte e duvidava que teria tempo para algo a mais.

— Irá sair assim, tão cedo? — a voz de Minerva chamou minha atenção. — Diga que irá tomar o café da manhã pelo menos.

— Já tomei café obrigado. — a olhei, logo voltando a procurar alguns documentos de que precisava.

— Sendo assim.... Devo avisar que teremos uma ilustre visita hoje. — a vi sorrir.

— Terei de adivinhar quem virá, ou pretende me contar? — a encarei.

— Se está curioso, volte mais cedo para casa para descobrir quem é!

— Albus sabe que está me chantageando? — zombei.

— Ficaria impressionado se soubesse as ideias que ele me dera para fazê-lo ficar. — sorriu de maneira arteira.

— Não prometo nada de que virei mais cedo. Tenho muitas coisas para fazer. Aliás, já me encontro atrasado.

        🌹⊰᯽⊱┈──╌🌹╌──┈⊰᯽⊱🌹

  Durante a tarde, Elizabeth e Hermione se contentavam com um belo café da tarde no palácio do rei e da rainha.

  O casal havia se apegado carinhosamente a Hermione, que adorava conversar com eles e contar além de ouvir muitas histórias.
 

— Se importariam se desse uma volta pelo jardim? — perguntou gentilmente, estava curiosa por conhecer os cantos do lugar.

— Oh minha querida, sinta-se em casa. Quando estiver aqui faça o que quiser. — Minerva sorriu vendo que a jovem já se levantava pronta para explorar os mínimos cantos.

— Agradeço. — sorriu. — Se me dão licença.

  Sem mais, Hermione saiu andar pelo lugar.
  O primeiro rumo que tomara, de fato fora o enorme jardim, que mais a frente, proporcionava um extenso pomar.

  Haviam algumas estátuas em meio ao caminho, com arbustos e flores coloridas em volta, Hermione constatou que minerva gostasse de tulípas, já que haviam várias por ali.

  Havia também, um lago enorme no terreno, enfeitado com as mais lindas flores que já viu. O lugar era encantador.

  Sua curiosidade se engrandeceu mais ainda, principalmente depois de ter andado bastante, e avistar o luxuoso estábulo dos cavalos.

  {....}

  Curiosamente, em nenhuma das cinco baias havia algum cavalo, Hermione achou estranho, já que todas pareciam ter sido ocupadas.

  Seus dedos deslizaram delicadamente pelas placas prateadas onde os nomes dos animais estavam gravados, ela sorriu quando parara na última e vira o nome "Cigana" escrito com detalhes em dourado em volta.

  A jovem estava distraída demais, sendo despertada pelo relinchar da égua que se aproximava dela como um cãozinho procurando carinho.

— Oi. — sorriu conforme a égua baixava a cabeça para receber afago. — Você é tão bonita....

— Bonita e puxa saco. — a voz grave de Severus chamou sua atenção. — Dificilmente ela gosta de alguém, algo em você a passou confiança.

— Gosto de animais, talvez seja isso. — sorriu deixando o animal de lado e se aproximando dele.

— Então você é a ilustre visita que Minerva me anunciou hoje de manhã?

— Não tão ilustre assim. — sorriu.

  Severus sabia que havia prometido fazer tudo com calma, mas a forma com que ela corava quando conversava com ele o fazia ter vontade de beijá-la, apenas para mostrar que não precisava se sentir acanhada perto dele.

— Está encantadora! — disse normalmente, mesmo que internamente seu corpo se esquentasse por vela naquele vestido que aumentava seus seios.

— Precisa mesmo ser tão sútil? Quero dizer... Não precisa me cortejar, é só fazer.... — se mostrou angustiada.

— Não sabia que era tão apressada senhorita Granger. — sua voz ficou rouca, apenas ao imaginar o quanto seria mais fácil 'fazer' como ela dissera. — Mas é necessário, não quero que se arrependa depois. — deu um passo ficando muito próximo da jovem que o olhava de baixo.

  Seus olhos se encontravam um no outro, uma tensão percorria o corpo de Severus por estar tão perto de Hermione.

  O cheiro doce o inebriava, era difícil manter algum controle e ele se pegou concordando com Hermione. Por que não somente fazer o que ela tanto queria, era tão difícil assim.

— Não me olhe assim. — ela exclamou sem jeito.

— Assim como? — disse rouco.

— Como se estivesse me devorando com os olhos.

— Eu estou! — confirmou. — E são nesses momentos que me pego lhe odiando. Por que não quero pensar em você como penso, mas é impossível.

  Hermione abriu os lábios para dizer algo, porém ela sabia que tudo o que dissesse seria em vão, o que pedisse viria, mais depois de tempo de espera.

  Severus estava tão perto, seu perfume a inebriava, seus olhos negros eram tão intensos, que deixou tudo o que queria falar para depois, não resistindo em levar suas mãos para a gola da roupa de Snape, e o puxar para si, juntando seus lábios um no outro.

  O duque quase perderá o equilíbrio por um momento, o puxão fora tão rápido, e Hermione era tão mais baixa que ele, que foi difícil se manter. 

  Um gemido rouco saiu de seus lábios, ela parecia faminta por aquele toque, tanto que no beijo desesperado acabou por morder seu lábio com certa força.
  Severus não podia fugir daquilo, era tão bom quanto se lembrava da primeira vez.

  Rodeando seus braços em volta do corpo delicado, a trouxe para mais perto, seu corpo se esquentando em ter o dela junto ao seu. Sua mente insistia em se afastar, sabia que faria uma loucura alí mesmo se deixasse, mais aquela sensação era tão boa.

  Os lábios de Hermione eram quentes e macios, eles deslizavam perfeitamente nos seus e o sabor era divino, era difícil se afastar, achava até que era torturante, mais precisavam de ar.

— Não posso negar o quão isso foi bom! — tentou abrir os olhos, mais tinha medo de perder aquela sensação. — Mas se vamos mesmo fazer isso, devemos tomar cuidado de onde fazer. — respirou fundo.

— Tem razão! Desculpe. — sorriu sem graça.

— Deixe para se desculpar em outro momento. — sem falar mais nada, Severus a puxou mais uma vez para perto, e a beijou novamente, desta vez lento e mais proveitoso. 

Escrito por:  007_Aylin

🌹⊰᯽⊱┈──╌🌹╌──┈⊰᯽⊱🌹            
🌹            𝘾𝙤𝙣𝙩𝙞𝙣𝙪𝙖....            🌹
🌹⊰᯽⊱┈──╌🌹╌──┈⊰᯽⊱🌹