2° baile da temporada.

  Na mansão dos Brown, os preparativos seguiam a todo vapor.
  E para mostrar a todos da cidade que possuíam grandes posses e que a única filha era herdeira de uma grande fortuna, não mediram esforços para esbanjar seus galeões em uma festa digna da realeza.

  Apesar de não gostarem da família Granger, Rosaleen Bronw achou a necessidade de convidá-los para o segundo baile localizado na casa de verão de sua família. Não que ela quisesse é claro, mais gostava de mostrar o quanto era melhor do que qualquer um.

  Rosaleen estava indignada do quanto Hermione Granger, a jovem mais cobiçada da sociedade, era adorada pela realeza, diferente de sua filha que podia fazer de tudo, e não conseguia a metade da atenção que a outra jovem conseguia sem fazer absolutamente nada.
  Talvez que com o segundo baile sua filha pudesse ter um pouco mais de sorte, e conseguir um pouco mais de atenção, mas somente com sorte.
 

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  Enquanto isso, na residência da família real, os homens esperavam por Minerva, que insistia em uma roupa perfeita para a ocasião prestes a acontecer.

  Albus não dispensava suas roupas longas e largas com detalhes brilhantes, e Severus, bem, este não dispensava as vestes negras que sempre usava, desta vez usava um casaco de couro verde musgo, mais a cor mais beirava ao negro que outra cor.

— Cansaram de esperar? — descendo a enorme escadaria, Minerva surgia com um sorriso casto nos lábios, estava muito bem vestida, tendo Albus com os olhos brilhosos ao ver a mulher.

— Por mim poderia demorar o quanto quisesse, faria qualquer coisa para não precisar ir neste baile.

— Não seja sem graça meu filho, o que tem de sem graça em uma festa cheia de belas moças prontas para casar? — o velho provocou.

— Talvez o fato delas quererem matrimônio já seja motivo o suficiente para que eu não queira ir. — comentou sem ânimo.

  Ninguém disse mais nada, o casal já reconhecia o gênio do filho, optando por ficarem quietos, mais não deixando aquele mesmo sorriso malicioso nos lábios.

{...}

           🌹⊰᯽⊱ p.o.v Severus. ⊰᯽⊱🌹

— Draco não tem dado sinais de que está interessado em alguém? — perguntava a Lucius, que negava com um sorriso enquanto levava uma taça de espumante a boca.

— Draco tem outros interesses se é que me entende. — me olhou de forma curiosa. Claro que eu entendia. — Não que eu me importe, mas na sociedade de hoje.... Tenho medo que algo de ruim o aconteça. — comentou nervoso.

— Ele sabe dos problemas que isso pode causar não é mesmo? — sabia que Draco era um rapaz inteligente, porém como amigo de anos de Lucius, e padrinho de seu filho, não podia deixar de me preocupar com seu gosto por, homens.

— Sabe, e apesar de tudo ele tem todo meu apoio.

  Não comentei mais nada dali por diante, nos restando apenas por aproveitar o baile que a família Bronw nos proporcionava.

  Não podia mentir que sua única filha, era uma jovem belíssima, porém era necessário um minuto de conversa com tal criatura, que todo o encanto se perdia.

  Ela era uma jovem histérica, sua voz estridente e irritante, fora o fato de sua conversa não ser nada interessante. Em absolutamente nada era agradável.
  Os músicos tocavam esplendorosamente, e a cada melodia, confessava que me sentia confortável, apesar de estar sendo perseguido por velhas malucas que insistiam em me apresentar a suas filhas.

— Deve ser difícil ser o centro das atenções, não é? — aquela voz suave e gentil me direcionava, fazendo-me virar para poder encontrar os olhos de sua dona.

  Era de se estranhar que aquela garota insolente estivesse se dirigindo a mim, não fazia questão de ser agradável em sua presença, e mesmo assim, lá estava ela, bela e com seu vocabulário afiado.

  Granger estava tão bem vestida quanto da última vez que a vi, não era muito vaidosa quando fora de compromissos, porém ela poderia estar vestida com um saco no corpo, que seria encantadora.

  Apesar do linguajar avantajado, e das respostas ásperas, não era cego. Confessava que naquele momento, estava admirado em seu belo corpo, qual vestia um vestido branco com detalhes em amarelo, destacando seus olhos castanhos brilhantes.

— Não é nada sutil de sua parte, me olhar desta forma. — a olhei logo que me despersei dos meus pensamentos.

— És uma abusada não é mesmo? — a encarei irritado. — A senhorita acha mesmo que tem esse poder sobre mim?

— Se não... Por que me olha tanto? — perguntou convencida.

— A olhava porque é difícil de acreditar que tal criatura possa ser tão encantadora, mas ao mesmo tempo em que abre a boca, se torna de fato a criatura mais irritante.

— Ora seu estúpido... — bradou me fazendo rir levemente, adorava saber que conseguia a irritar. — Não sei porque ainda perco meu tempo, tão pouco não sei como Minerva e Albus sendo pessoas tão boas, conseguem o aturar.

— Olhe aqui sua fedelha. Diferente de mim, eles podem gostar de sua presença, mas eu não. Muito menos suporto que se refira a eles diante de mim, e se me suportam, é porque existe um motivo.

  Claramente não percebi o quão rude fui, já que ela se afastou com os olhos arregalados, trombando com Lucius que se aproximava por de trás.

  Algumas poucas pessoas nos olhavam, mais graças ao bom Deus não deram tanta importância assim.

— Lucius... — a voz nervosa se dirigiu ao meu amigo, que a olhou preocupado.

— Está tudo bem senhorita? — perguntou.

— Claro. Está sim. — agora suas feições eram de raiva. — Não estaria tudo bem se o Duque de Bourton não fosse grosseiro não é mesmo? Não seria ele. — forçou um sorriso. — Se me der licença.

  A passos duros ela se retirou, restando Lucius que me olhou de forma entediada, e eu que tive de me retirar para evitar perguntas desnecessárias.

  {...}

  Além de ter perdido mais um pouco de seu tempo precioso numa tentativa falha de conversar amigavelmente com Severus Snape, Hermione teve a infeliz sorte de se meter em outra discussão com Lilá Brown, que insistia em provocá-la com olhares sinuosos e comentários enfadonhos.

  Voltando a se lembrar do homem de cabelos negros, Hermione queria se matar ao pensar que ainda tentava ter uma conversa com ele.
  Ele era tão estúpido e grosseiro, mas mesmo assim havia algo nele que a chamava atenção.

— Egocêntrico, arrogante! — murmurou para si mesma.

— Presumo que deva estar falando de mim! — a voz grossa em barítono a assustou, a fazendo logo imaginar, em como ele poderia estar em todos os lugares!

— Está realmente decidido em querer me irritar, ou veio para pedir desculpas? — o olhou curiosa, uma fenda se formou em seu rosto ao forçar as sobrancelhas em seriedade.

— Não peço desculpas. — falou calmo e firme. — Mas já que não a vi conversar com mais ninguém, e da tentativa frustrada de outros cavalheiros em tentar convidá-la para dançar, decidi tentar o fazer.

— Isso é um pedido de desculpas suponho. — sorriu minimamente.

— Já disse que não faço questão de tal pedido.

— Mais está me convidando para dançar. — provocou.

— Desde quando um pedido para dançar, é um pedido de desculpas senhorita? — a encarou.

— Não sei. Mais quem sabe não possa ser agora? Posso abrir uma excessão. — o olhou de soslaio. — Aliás... Não sabia que gostava de dançar. — voltou a provocar.

— Não se puder evitar. — a encarou sério, estendendo sua mão para que ela a pegasse.

— Então deixe me ver se entendi bem. — o encarou. — Primeiro você é totalmente grosseiro, depois surge longos minutos depois me convidando para dançar, e mesmo assim diz que não é seu jeito tosco de pedir desculpas, o que você não faz... — parou para o encarar mais uma vez. — Devo presumir que vossa graça então, possuí um desarranjo de bipolaridade?

— Como disse e sempre irei dizer, a senhorita é muito desaforada, e está longe de estar correta. — sem dizer mais nada, ele apenas estendeu a mão na expectativa dela aceitar sua proposta.

  O salão da mansão dos Bronw estava completamente lotado, todos dançavam animadamente até uma melodia mais calma começar a tocar.

  A levando para o meio do salão, Severus a olhou nos olhos, e sem se importar, levou uma das mãos a cintura fina da jovem que se arrepiou com o mínimo contato. A outra mão, se levou aos dedos delicados da mulher.

  O rosto delicado de Hermione rapidamente se tornou mais corado, e apesar de não se sentir acuada pelo homem, não negou que ficou sem jeito, afinal, todos os olhavam.

  Talvez não fosse por estarem juntos, e sim pelos passos precisos e firmes que Severus dava ao dançar, ele realmente era um bom dançarino. Porém, Hermione não podia negar que o fato de estar sem jeito, podia ser uma criação de sua mente fértil, qual imaginava que todos poderiam estar imaginando coisas além do que duas pessoas dançando.

— Está nervosa? — a voz grave a tirou de seus devaneios.

  Apesar de estar atento ao ritmo da música, Severus a olhava de cima com o mesmo olhar autoritário que cumpunha seu rosto todos os dias.

— O quê! De maneira alguma, só um pouco, distraída.

  Um sorriso mínimo se esticou pelos lábios do mais velho, sua mente não deixando de imaginar o quão inteligente e distraída aquela garota era.

  Sua mão apertou um pouco mais a cintura delicada, a mão que segurava a da mais nova, se levou ao queixo da garota, a fazendo o encarar, logo, a mesma mão se voltou agora, as costas da jovem, que se sentiu mais próxima ainda do corpo forte e másculo.

  O ritmo da música aumentou, se tornando mais agitada e divertida, os dedos calejados deslizavam pelas costas de Hermione, que entreabriu os lábios quando sentiu os dígitos em contato com a pele de suas costas.

— Deixe-me guiá-la. — foi a única coisa que disse antes de direcioná-la para os lados, a conduzindo por todo o salão.

  Os olhos negros se mantinham firmes nos castanhos, as bochechas estavam coradas pelo contato com o Duque de Bourton....

  {...}

         🌹⊰᯽⊱ p.o.v Hermione ⊰᯽⊱🌹

  Talvez ele não fosse tão ruim quanto pensei. Claro, ele continuava sendo arrogante e mal humorado, mais conhecer um lado dançante de sua parte, mudou minha opinião consideravelmente.

  Ainda estava brava sim, com seu modo intolerante de agir mais cedo, e mesmo dizendo que seu convite para dançar não era um pedido de desculpas, algo insistia em minha mente que poderia ser.

  Sabia que estar dançando com o Duque não me levaria a nada, simplesmente porque duvidava que ele pudesse ser o homem de meu sonhos, a pessoa que um dia seria o amor da minha vida e com ele poderia dividir todos meus pensamentos, ou seja, era perda de tempo estar dançando alí com ele, quando havia outros cavalheiros realmente interessados em um futuro.

  Contudo, também não me via em outros braços e corpo dançante que não fossem Severus. Eu não gostava dele, não do jeito que desejo gostar de alguém. Porém algo nele me atraía, só não sabia o que.
  Não sabia se eram os cabelos negros e brilhosos, os olhos negros e intensos, ou seu humor ácido e arrogante, porém eu não queria parar de dançar um só momento.

  Talvez pudéssemos ser amigos, mesmo que fôssemos totalmente diferentes um do outro, poderia o ensinar um pouco de educação.

— Outra dança? — sua voz grave me pediu, sequer havia percebido que a música havia acabado.

— Adoraria se não pensassem que está me cortejando. — me afastei, mais durou pouco visto que ele me puxou para perto novamente, desta vez a música era mais lenta.

— A senhorita dá valor demais ao que as pessoas pensam. — seu rosto estava tão próximo, ele em si estava próximo demais, e céus, ele cheirava tão bem.

  {...}

  Enquanto dançavam as músicas tocadas pela orquestra da família Bronw, olhos curiosos observavam Severus e Hermione, olhos brilhosos de alegria e curiosidade.

  Albus que conversava com Arthur Weasley, se dispersou do assunto quando vira seu filho dançando com a jovem garota, não demorando então para correr atrás de Minerva, que fofocava com outras damas da sociedade.

  O velho parecia uma criança quando se recebe um presente grande e bem embrulhado, assim como sua esposa que não se mostrou indiferente.

  O casal adorava Hermione, e não por ela ter se destacado naquela temporada, mais sim pela educação, inteligência e carisma.

— Eu sabia que esses dois iriam se juntar. — a mulher falava dando palminhas de alegria.

— Nada disso, eu quem disse isso primeiro. — se indignou Dumbledore. — Mais neste caso, ambos tínhamos razão. — sorriu.

— Severus é tão cabeça dura. — ela continuava a olhar os dois dançando. — Duvido que ele será gentil com ela. Tentará a afastar a todo custo.

— Acredito fielmente que ele irá fazer isso, mais irá se arrepender ou deixar os encantos da senhorita Granger o fisgar. — sorriu arteiro. — Contudo, enquanto isso não ocorre, vamos aproveitar a boa vista que eles nos oferecem.

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  De uma forma que não sabia explicar, Severus agradeceu aos céus por aquela música parecer não acabar nunca.

  Ter Hermione em seus braços, era como carregar uma pena de tão leve. E mesmo apesar de poucas vezes ela pisar em seu pé, não conseguia deixa-la se afastar.

  Ainda a achava irritante, descabida e abusada, mais sentia algo que não sabia explicar corretamente se lhe perguntassem.
  Ela não ficava lhe fazendo perguntas sem parar, não queria saber de sua vida, a não ser que ele a contasse por vontade própria.

  E apesar dos desaforamentos, acreditava que ela poderia ser uma boa companhia até o fim daquela estação.
  Hermione lhe seria muito útil, já que era necessário vê-lo com alguém, que não seria importunado.

  A questão, era que muitas jovens faziam menção de se atirar para cima do homem, elas estavam mais do que desesperadas para se casarem, e o fato dele ser um Duque herdeiro de uma grande fortuna, posses e terrenos, o fazia um alvo fácil para jovens histéricas e mães desavisadas do fato de que ele não queria nada com suas filhas.

  Por isso, ter Hermione por perto o beneficiária, já que pareceria que ele estava a cortejando, e ninguém ousaria em atrapalha-lo em sua "tentativa".

  Uma fina camada de suor escorria por sua testa, um fio de água quase imperceptível o avisando que já era tempo para descansar.

  A música acabava aos poucos, e com ela, ambos se afastavam um do outro.
  Ao olhar para os lados, Hermione corou ao notar que muitos os olhavam. Diferente de Severus que mantinha o olhar firme nela, que o olhou tentando não dar bola as outras pessoas.

  Sorrindo minimamente, quase escondido nos lábios finos, Severus levou a mão ao ante braço da castanha, deslizando os dedos calmamente até sua mão, qual pegou, e levou até o lábios para beijar numa despedida.

— Espero vê-la novamente senhorita. — sua voz estava tão calma, que Hermione logo estranhou.

— Devo duvidar desta calmaria e gentileza toda? — o questionou.

— Talvez, a senhorita mesma me disse que sou bipolar.. — arqueou a sobrancelha. — Creio que nos veremos em breve, e quem sabe então, possamos conversar sem a senhorita ser abusada e desaforada. — sorriu.

  Hermione poderia facilmente retrucar as provocações feita pelo homem a sua frente, contudo, seu sorriso a desarmou por completo.

  Aquele ato a pareceu tão amigável, que decidiu que não o responderia, pelo menos não com arrogância.

— Se nos encontrarmos, prometo não ser abusada ou até mesmo desaforada, contanto que.... — fingiu pensar, trazendo curiosidade ao homem. — Contanto que não aja como um brutamontes grosseiro e arrogante que tem se mostrado ser. — sorriu ao ver que Severus apertava os olhos com a proposta feita.

— Acho justo, porém não prometo muita coisa. — a encarou.

  Vendo que um negociador que a muito tempo tentava contatar estava perambulando pelo salão de festa e que este estava distraído, Severus se despediu com um leve aceno, deixando Hermione só, que o olhava ir.

  A garota sorriu animada, parecia que o homem decidira lhe dar uma trégua, e estava satisfeita com isso.

— Agora que aquele homem decidiu se afastar e deixá-la livre, posso ter uma dança com minha irmã? — Harry apareceu sorrindo, sabia dos desencontros que Snape e ela tiveram.

— Creio que meus futuros pretendentes não irão gostar nada, mais do que isso importa no momento? — sorriu sendo guiada pelo irmão que sorriu e brincou.

— Por mim e por papai você não se casaria nunca, sabia disso não sabia? — a olhou com carinho.

— Sei disso. Mas vocês não iriam querer me ver triste não é? — questionou. — Aliás, se não me casar não será o fim do mundo, só que seria importante para mim, ter um amor igual o da mamãe e do papai, não importa quando ou em que vida isso possa acontecer. — sonhou mais uma vez boba.

— Ultimamente tenho pensado nisso, e sabe...!? Também gostaria disso algum dia. — sorriu se lembrando de um certo alguém.

  E naquele momento, ambos irmãos dançaram juntos, sorrindo e cada um com seus pensamentos de um futuro próximo.

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🌹            𝘾𝙤𝙣𝙩𝙞𝙣𝙪𝙖....                             🌹
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Escrito por: 007_Aylin