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10. Incompleto

Era a primeira semana do ano, o livro vendia bem, finalmente reformei o pequeno quarto, quando de repente acordei com Thomas me apressando, dizendo que estávamos atrasados.

Confuso, eu apenas segui seu ritmo, mal colocando os sapatos e o casaco, entramos no ônibus e ele não dizia nada.

Mesmo chegamos no terminal e que eu tagarelasse mil perguntas, ele mantinha seu silêncio de estátua.

Até passado um certo tempo, vencido pela minha ansiedade, ele riu misterioso e disse:

_Ela é alguém que queria muito te conhecer. Era pra ser uma surpresa de ano novo, mas a viagem atrasou.

Em verdade, aquela era uma pessoa que eu jamais pensei que ansiaria em conhecer-me.

Chegou risonha, cheia de abraços, apertos de mão, beijos e exclamações, toda coberta de cores, tons e vozes, como alguém enlaçada pelo mundo. Fitava-me com um orgulho familiar de quem te reconhecesse sem te conhecer, um olhar fixo que me engolia por inteiro.

De nome eu também a conhecia, quase sempre assinando os artigos mais prestigiados, presente nas notas de elogio e outras provas de sucesso. Lauren Husman apertava-me com mais êxtase do que cordialidade, falava mais do que se preocupava em ouvir, e andava entre nós dois, rápido e agilmente, tal qual alguém que estava acostumada a não perder tempo, a ter sempre todos andando atrás de si.

Apesar de já ter visto seu rosto estampando alguns jornais, de perto ela era tão mais baixa e magra do que qualquer um imaginaria, e quanto a sua personalidade, havia mais rigidez nas suas frases do que seu rosto de expressão amável poderia enganar.

Era seu toque pessoal, assim como o toque ranzinza de sarcasmo nas opiniões mais íntimas.

Não precisamos conversar muito para admirá-la; ela era um serzinho encantador e felizmente pareceu me adorar também. Deu-me o braço aquela tarde toda, sempre se inclinando e fazendo algum comentário que nos fazia rir, contando-me pequenos causos de Thomas ou me perguntando como ele estava indo.

Eles eram velhos conhecidos, e como se viam raramente, davam aqueles ares de implicância idosa, pareciam casados, é verdade. Thomas não me perdoaria por dizer aquilo em voz alta. Enquanto ela ria, afável e confiante.

Lauren me contou tudo, quando se viam, como andavam por ou fumavam juntos, me deixando maravilhado por sua presença.

Enquanto nós caminhamos por Coven por horas, eu ia lhe mostrando as ruas, apontando tudo por onde passamos, aos poucos desenrolando uma intimidade que, olhando de longe, não enganava a semelhança; os modos exagerados, o riso fácil, a aura de afável familiaridade, era como estar acompanhado de dois Thomas. Adorável, além de ter um certo tom cômico, principalmente quando os dois desatavam a falar ao mesmo tempo, ou fiavam pensamentos num silêncio repentino, para em seguida desatavam a rir sem motivo nenhum.

Era ótimo de se observar, em nenhum momento me senti excluído, na verdade mais facilmente me sentia perdido no raciocínio daqueles dois ou no excesso de energia, quando me olhavam perguntando coisa, entretanto logo supunham e falavam por si mesmos.

Só o que podia fazer era acompanhá-los e sorrir, deliciando-me com tão calorosas companhias.

Quando Thomas disse que ela ansiava por me conhecer ele não falava apenas por razão de nossa amizade, conhecendo melhor a índole de Lauren, e vendo o caminho que tomava suas perguntas e como ela me rodeava, quase como se estivesse me testando e não apenas me conhecendo, entendi razoavelmente o verdadeiro motivo dele chamar aquilo de surpresa.

Meu amigo me olhava de canto de olho, quase como se esperasse algo, sorria com aquele ar segredado, acendia um cigarro, se afastava alguns passos para nos deixar mais a vontade, enquanto eu me sentia mais confuso, ansioso, os dedos da mão suando nos bolsos da calça, minha cabeça matutando suas intenções.

Chegando enfim em uma taberna, íamos relaxando em nossos lugares e ainda cuspindo falação e mais falação, quando com as mãos cruzadas na mesa, Lauren serenou a expressão, abaixou o binóculo prateado do rosto, pedindo que fosse cauteloso, que pensasse bem no que eu desejava.

Seguia embolando o meu pensamento, junto de um cacho que enroscava na ponta do dedo, junto do olhar inquisitivo de meu amigo sobre seus ombros. Os dois rostos ansiosos esperando sabe-se lá o que. Por um momento senti o estômago remoer e quis Jony ali.

"Yorkmouth... Venha comigo."

Lançou, em meio a um beberico na sua cerveja.

Prendi a respiração. Atordoado e paralisado.

Era longe, de certo, mas não havia lugar melhor para alguém como eu crescer.

Alguém que verdadeiramente tinha talento, me dizia, apontando o dedo pintado no meio do meu queixo, que com o guia certo, faria o melhor caminho, o mais promissor. Puxou meu ego com paciência e cortesia, tal confiança e o êxtase que lhe era praxe; Venha, venha comigo. Pense bem, pense com cuidado. Repense, analise.

Era o que escutava, sem ouvir. Só sei que minha mente saiu de ar em algum momento, nem os brandos orbes de Thomas eu via mais.

Era algo que certamente precisava pensar.

Com sua mão de leves rugas sobre as minhas, eu só consegui sorrir e ouvi-la quietamente, a saliva descendo seca na garganta, os rostos familiares e queridos passando em minha mente em flashes consecutivos. Precisava pensar em... Muita coisa.

Ainda assim, deixei que erguêssemos os copos, brindando ao futuro, às vitórias, à nós também. Nós, os pequenos homens de pequenos sonhos, ansiando um caminho promissor.

Thomas sorriu-me orgulhoso, erguendo sua taça de vinho, num apoio silencioso, "aproveite o momento".

A lua estava tão cheia aquela noite, fazendo com que tudo parecesse alvo, tão lúcido e cheio de suavidade; era a noite perfeita para finalizações ou certezas.

Entretanto, me senti como ainda um garoto tão confuso, perdido e indeciso, perdendo o chão num segundo; Talvez não... pertencesse a todo aquele clarão. Mesmo que quisesse, e naquele momento, gostaria muito de querer.

Afinal, aquele tipo de oportunidade deveria ser agradecida com todos os aplausos.

Claro que haveria muito o que organizar, algumas dores de cabeça, mudanças para todos os lados, ainda assim, estava sendo tolo, pois quem pensa nos problemas que precedem a felicidade? Ainda com os olhos cintilantes e esperançosos de Lauren em mim, tão acreditados, com suas mãos firmes a minha disposição, algo dizia-me para nunca desacreditar delas. Assim como Kieran nunca desacreditou de mim. Assim meu tio desejava que não desacreditasse de mim mesmo.

Sim. É preciso fazer valer todo o esforço que tivemos até aqui. Repeti tantas vezes fossem necessárias, convencendo antes de tudo a mim mesmo.

Afastava outros horizontes ou vistas que se opunham as que se abriam diante de mim. Relia meu último roteiro, com a impressão que estava pior do que a última vez que chequei. Varri a sacada, retirei as folhas secas da planta que Mrs Stacy me presenteara, lavei e dobrei os lençóis. Meu quarto nunca esteve tão limpo.

"Sim, eu irei a Yorkmouth". Repeti, diante do espelho. Pensando ter retirado a poeira da mente, afastando a sujeira e impurezas do olhar, permitindo aquele mundo se iluminar ao meu redor. Minha vida estava perfeita, sim. Isso significava que não podia ficar melhor? Ou que pudesse, até mesmo, voltar a escorregar montanha abaixo? Como sempre, haveriam mais incertezas do que certezas. Só o que podia fazer era confiar no destino.

Abri a porta do escritório, disposto a enfrentar Kieran com todas as ambiguidades. Não podia ser mais difícil do que convencer a mim mesmo.

"Se você acredita em você, eu acredito em você." Me disse, emocional numa maneira Kieran de ser.

Charlie foi menos expressivo, porém, ainda frágil, fez questão de me fazer prometer que não hesitaria pela sua saúde, que ele e Mrs Stacy ficariam bem. Devo ter rido, dito que não ficaria em Yorkmouth pra eternidade, disfarçando as lágrimas no canto do olho. Odiei como desejei que ele insistisse exatamente como estava fazendo. Precisava que Charlie me apoiasse, pois meu peito ainda estava tão hesitante, quanto um garotinho saindo para a primeira excursão escolar.

A verdade risível foi mais óbvia quando me inclinei para a mansão Scaler.

Só posso confessar que não esperava nenhum tipo de repreenda de Jony. Sei que ele ficaria feliz por mim. Ainda assim, hesitei, sabe? Hesitei porque ele podia me ler como ninguém.

Cheguei num pé e outro, apenas para desperdiçar aquela ansiedade. Procurei avulso em seu quarto e corredores, entretanto, ele não estava. Tânia quem me comunicou que Jony passara os últimos dias no apartamento. Desde a última vez que nos falamos, ele comentara algo sobre ter de fechar a galeria por um tempo. E me senti um idiota por esquecer. Distraído e com a mente cheia, voltei-me para seu apartamento. Encontrei Jony sentado atrás da porta, com a expressão tão séria que me preocupou. Ele estava focado num projeto novo, que mal parava para fazer qualquer outra coisa.

O perfeccionismo de seu trabalho me inspirava e outras ocasiões, porém daquela vez, me tornou receoso. Escorados na porta, me permiti vagear por pensamentos, enquanto assistia meu amigo rabiscar uma tela encardida de tinta azul e vermelha. Uma hora deve ter passado até que ele notasse o quão aflito estava. Jony me ofereceu um café, e despejei em si o que me acontecera. Ele disse que eu não deveria priorizar tanto as pessoas ao meu redor, ao ponto disso anular meus próprios objetivos. Não saberia dizer hoje se era essa uma das minhas maiores preocupações, porém me resumia a assentir.

Os dias passaram e eu decidi que não o perturbaria em sua reclusão artística. Guardaria o tempo pra mim mesmo e minha própria busca por respostas.

_Ei, o que quer fazer nesse último mês em Coven? _ Perguntou-me Thomas, no momento em que lhe confirmei minha decisão final.

Antes de responder, pensei que, deveria fazer algo que nunca havia feito antes. Naquelas últimas semanas de caos, vi o quanto dependera de Thomas, que mesmo aparentando estar sempre a se divertir e sorrir, se permitindo ser egoísta ao se agarrar aos braços de outros e simplesmente levá-los junto consigo, tudo aquilo só significava o quanto ele era um homem imensamente gentil. Meu novo destino era um presente dado por ele.

Tão sensível e amante da vida, a alegria de todos e meu companheiro para todas as horas. Tudo o que eu queria naquele início de ano era poder sorrir o máximo possível consigo e rodear-nos de arte e beleza.

__Eu quero fazer o que você quiser fazer.__ Respondi com toda a sinceridade.

Ficara totalmente entusiasmado com certa ideia, a ideia fixa de música boêmia, chamar alguns amigos barqueiros, colegas da editora e do jornal, pôr algumas mesas e cadeiras na sacada, abrir bem as cortinas.

Bem, era uma coisa comum comparada a qualquer coisa que esperasse de Thomas, mas de certa forma, tudo caiu e encaixou certo como uma luva. No meu apartamento, onde tudo se iniciou.

Estava decidido. A neve caia fina sobre nossos cabelos. O vinho aquecia coração e corpo. Meu peito batia forte e meus olhos procuravam cada expressão, vozes e a música a nos entrecortar, na espera que a mais breve lembrança encravasse até o ínfimo.

Fora digno de uma despedida.

Mesmo em meio a sorrisos queridos, abraços quentes e vozes íntimas, pensar que boa parte do que me definia estava cravado em algum canto em cada um deles, é algo belo, sim, então.... também não significava que eu estava abandonando parte de mim mesmo? Podia ser só uma sensação de momento, e foi justamente por me pegar tão de surpresa que o pensamento que começou um broto, foi esticando-se, esticando e tomando todo o chão, tanto que se tornou impossível avançar um passo sem tropeçar nele.

Em meio as memórias de um garoto, que subindo as escadas daquele apartamento pela primeira vez, sem muito mais para se segurar do que um corrimão, acabou se agarrando a tantas coisas.

Naquela sala iluminada, eu podia apontar com os olhos todos os fragmentos de mim mesmo, pôr na palma da mão e apertá-los, coisas que raramente me dava conta. Minha vida parecia diversa, tal qual peças de um quebra cabeça, que antes não me preocupei em completar. Bebia como nunca, entretanto, aquele amargor parecia impregnado na garganta, mesmo antes do primeiro gole.

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