25
𝐋𝐮𝐜𝐢𝐞𝐧.
Recebi o meu primeiro salário, paguei o aluguel e o restante dei a minha avó. Meu pai está na mesma, vi ele ontem.
Me fez fazer uma promessa. De que eu seria feliz e buscaria escolher as melhoras coisas para minha vida, ser realizado. Pensaria em mim em primeiro lugar, mais do que qualquer outro se ele partisse.
Chorei quando sai dali, desolado. Não queria chorar na frente dele. Por quê fazer estas coisas? É como se ele fosse fechar os olhos a qualquer momento... E sei que vai.
Ainda não estou pronto para perdê-lo.
É meu pai, me criou sozinho e deu tudo
Tudo mesmo, desde amor até o que podia financeiramente.
Sacrificaria tudo por ele.
Estará em paz se eu cumprir isto. Mas não sei se conseguirei seguir.
O olhar sofrido, agoniado e guerreiro.
Santiago já não aguenta mais. Precisa partir... Sem dor.
Contei tudo a ele sobre Violet... Quase tudo.
Ainda dói onde ela me acertou com o grampeador... No braço.
O que mais me incomoda é saber que fui insensível, colocando a carroça na frente dos bois e não dando nem ao trabalho de lhe perguntar se podíamos conversar. Se estava bem.
Errei.
Não paro de pensar na expressão do rosto, na irritação e revolta com que me expulsou da sua sala... Como se algo antes disto tivesse acarretado sua explosão de fúria.
"Por que não consegue me tirar da sua cabeça Lucien?"
Quase consigo ouvir falar na minha mente, com aquela acidez ousada. Sensual.
— Lucien. — A voz de Kate me tira da prisão mental que estava.
Passei a semana toda ignorando a loira, quero que ela me peça desculpas, e depois irei pedir também e perguntar sobre o que houve antes que eu entrasse na sala pata deixá-la daquele jeito... Mesmo que isso vá levar Violet, a me xingar, ou me tacar um livro ou qualquer outra coisa ao seu alcance.
Pode ser imaturo da minha parte, e orgulhoso. Mas será assim agora.
— Tentei falar com a Violet sobre você e a injustiça que ela fez. — Brado sentindo seu rosto se desvencilhar do meu peito.
Suspirando incomodada, Kate se afasta de mim na cama e fica sentada, observando os próprios pés.
— Violet, de novo. — Sinto sua indiferença em relação à loira.
Ergo o corpo na cama e sento também.
O espaço entre nós parece uma galáxia inteira, mesmo estando consideravelmente pertos.
— Não gosta que eu fale dela. — Kate suspira rápido e se vira para mim por cima do ombro.
— Temos muita coisa para falar, podemos não falar dela. — Pondera querendo ser o mais gentil possível.
A trago para perto do meu peito e abraço seu corpo sob a cama.
— Está bem. — Não é uma garantia que vou parar de pensar na Violet, somente de falar.
Kate fica manhosa em meus braços, quer atenção. Até entendo, porquê fiquei falando da Cinderela má os dois dias quase inteiros que veio aqui me ver. Não dormiu comigo por ter compromissos durante o dia bem cedo. E sair daqui a atrasaria.
Não reparou na casa ou disse que se sentiu incomodada com algo. Ao contrário, se mostrou bem humilde e confortável.
Ajeitei tudo da melhor maneira possível quando pediu para me visitar e eu aceitei.
Não temos aliança... Todavia isto é o suficiente para ser um namoro oficializado.
Ainda não tivemos aquele momento, por mais que Kate tenha insistido e dado sinais bem explícitos que quer. Não me sinto pronto ainda.
— Preciso ir trabalhar, vi...— Paro imediatamente de falar por ser um crime hediondo citar a loira perto da Kate.
Levanto da cama me afastando dela devagar e coloco o cinto na calça fechada, logo em seguida uma blusa de frio por cima da regata branca. Estou cansado de usar terno e gravata.
Fico horrível e me sentindo um brutamontes dentro de um vestido de boneca.
Não que seja tão bem-dotado por músculos.
Mas...
Gosto da companhia da Kate, é doce e gentil. Só sinto que é ciumenta.
Pouco antes tínhamos discutido sobre perdoar Violet pelo que fez... E a resposta foi: "Posso perdoar, mas ainda vou processá-la".
Na empresa.
Imponente e entediada. Vestindo um vestido tubinho rosa escuro sem mangas e por cima um blazer preto básico com um botão entre as duas bandas. Sapatos sociais de salto pretos e o salto não tão alto.
Os olhos marcados de preto pela sombra e lápis esfumado e o gloss iluminando seus finos lábios rosados.
A postura firme e ereta.
— Bom dia. — Passo por cima do meu orgulho e me aproximo dela.
Violet não responde e me ignora como se eu fosse um dos móveis presentes no seu escritório.
— Trouxe o que me pediu, e às seis você tem uma reunião com a comissão de eventos. — Entrego os papéis sob a mesa de modo relaxado.
A loira olha de mau jeito e revira os olhos.
— Pode dizer algo? — Já estou irritado com sua infantilidade. Realmente estou disposto a consertar as coisas.
A abelha rainha me lança um olhar mortal.
— Quer que eu. Diga. O quê. — Pondera palavra por palavra, já sabendo a resposta.
— "DESCULPE Lucien", por te tacar tudo que vi pela frente nesta DROGA de escritório. — Faço aspas com os dedos e dou ênfase às palavras. Já não contendo a ira.
As pupilas dela chegam a dilatar e se fixam.
— Como é que é. — Questiono balançando levemente a cabeça, se fazendo de desentendida e incrédula.
Deboche.
— É isto mesmo que você ouviu Violet Maldonado, se quiser eu repito... Acredito que não disse alto o suficiente. — Brado sentindo o corpo esquentar e uma tontura tomar minha mente.
A loira espalma a mesa com a mão aberta.
— Não ouse...
— NÃO, agora escute VOCÊ. — Quase grito fervendo em ódio.
Violet fica surpresa ao contemplar minha reação.
— Pensa que eu sou o quê? Pensa que pode me esculachar, me ofender e tirar proveito da situação quando bem entender? Fora o fato de me tratar feito cachorro... Pior, bem pior. — Avanço um passo e apoio na mesa dela, inclinando o corpo um pouco para frente e fazendo a loira recuar o corpo para trás.
Insana. Tirana.
— Para de tentar me manipular, esse joguinho todo do silêncio é para no fim você fazer com que eu ceda a seus caprichos estúpidos e coloque meu orgulho lá embaixo... Como sempre faz. Estou cansado Violet, cansado mesmo. — Desvencilho da mesa e faço menção de sair da sala.
Antes que coloque um pé para fora da sala, ouço um pigarrear falso proposital daqueles olhos de gato raivosos. A garganta afiada.
— Espera. Podemos conversar agora. — Foi uma escolha própria, faz as coisas quando bem-quer e que se dane os outros.
Volto a ficar frente a frente com ela e cruzo os braços, esperando uma explicação ou palavras superficiais e planejadas. A loira organiza as coisas na sua mesa, uma mania de organização.
Movimento o queixo incapaz de ficar esperando por suas mentiras ou planejamentos ardilosamente planejados.
Continua...
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