Capítulo Trinta e Sete
Pov: Carl Grimes.
-Como ela está?-pergunta Enid aparecendo e se sentando ao meu lado.
-Eu não sei. -digo em olhar para ela. -Ainda sem nenhuma notícia.
Haviam se passado duas horas, duas longas e dolorosas horas e não sabiamos nada de Alice. Não sabia se ela ia sobreviver ou não e nem seu estado. E eu estava completamente infeliz com isso tudo.
-Ela vai ficar bem.-diz Enid.
-Eu sei que vai.-digo. -Ela precisa. Eu não posso perde-la. Eu a amo.- digo e me levanto, me virando para Enid. Era hora. Era hora de deixar tudo claro e colocar os pingos nos is.
-É claro que ama, ela é sua melhor amiga.-ela diz levantando também e passando seus braços em volta do meu pescoço.
-Não, Enid.-digo e tiro seus braços. -Eu amo ela mais que como uma amiga
-digo. -E eu sempre deixei isso bem claro.
-O-O que?
-Desculpa, Enid, sei que não tinha o direito de fazer o que fiz com você.- mal termino de falar e sinto uma ardência no meu rosto. Enid me deu um tapa?
-Achei mesmo que o que tínhamos era especial.- ela diz e suspira. -Mas já sabia que você amava Alice.
-Gosto muito de você como amiga, Enid, mas amo muito Alice.
-Cai entre nós, Carl, nós dois nos usamos pra suprir a carência. Em nenhum momento nos amamos nem sequer nos gostamos. - ela diz e da um sorriso.
-Então pra que do tapo?- digo e ela ri.
-Pra ser uma cena cômica, claro! Sempre quis fazer isso, e você me deu a oportunidade perfeita.- ela diz e eu dou risada. Só ela pra me fazer rir nesse momento.
-Amigos?- digo e ela revira os olhos.
-Lógico, bobão. Muito mais que amigos, Carl, somos irmão.
[...]
Estava sentado olhando para o chão com as mãos cruzadas, esperando notícias de Alice.
-Alice foi esfaqueada?-pergunta meu pai aparecendo ali. Ele havia acabado de chegar da saida com Daryl, e estava visivelmente preocupado.
-Sim.-digo olhando pro chão, sem vontade de entrar nos detalhes, por mais que eu soubesse que devia explicações.
-O que houve?
-Matheus atirou nela.
-Por que? Eles não eram amigos?
-Como vou saber?-digo e suspiro. -Ouvi Alice gritar por socorro, fui ver e vi os dois brigarem. Ela tomou a melhor, e quando ela estava saindo Matheus se levantou e a atacou antes que um de nós pudesse reagir.
-Você quem atirou nele?
-Sim. Se não teria sido pior, pai.
-Não precisa se explicar por salvar a vida de alguém que ama, Carl. Vamos manter Matheus preso na "prisão" que Morgan construiu.-ele diz fazendo aspas com os dedos. Volto a olhar pro chão.
-Se ela morrer...-começo a dizer, tentando ficar calmo, mas meu pai me corta.
-Ela não vai morrer.-ele garante.
-Se ela morrer.-volto a dizer. Levanto minha cabeça e encaro meu pai.- Eu vou matar Matheus, quer você queira, quer não.
Meu pai me encara por alguns segundos, e eu sabia que ia vir um sermão daqueles. Agora meu pai queria bancar de o bom samaritano e salvar as pessoas, mesmo que elas tentassem nos matar. Qual é ne.
-Por que pra você todos sempre tem que morrer?
-Por que é o que acontece quando nos ameaçam, pai! É a lei da natureza, o lais forte vence. E todos morrem. Sempre. Foi assim com a mamãe. Shane. T-Dog. Marle. Hershel. Beth. Noah. Sophia. Dale. Tyreese. Lizzie. Mica. Bob. Todos que amamos morrem, pai. E eu não aguento mais ver as pessoas que eu amo morrendo.
[...]
Não sai do lado de fora da casa um segundo sequer. Estava sentado no banco esperando alguma notícia dela. Estava nervoso com tanta demora.
-Carl?- chama Maggie aparecendo ali e se sentando ao meu lado. Ela estava tão triste quanto eu. -Já sabe alguma coisa?
-Não...-digo e suspiro. -Fazem mais de duas horas e eu não sei nem se ela vai sobreviver.
-E o Matheus?
-O desgraçado está vivo. -digo e bufo. -O tiro que dei nele acertou no ombro. Já a facada que que ele deu em Alice...- suspiro outra vez. -Estou com medo, Maggie. Não posso perde-la...
Maggie me abraça, e eu desmorono em seus braços, chorando e me permitindo chorar.
-Não vamos, perde-la, Carl. Tenha fé.- diz ela e suas palavras, de certa forma, me reconfortam. Fico um tempo ali, até me afastar e secar meu rosto.
-Obrigado, Maggie.
Ela ia dizer algo, mas o médico apareceu nesse exato momento. Sua expressão era séria.
-Como ela está?-pergunto me levantando, o nervosismo visível em minha voz.
-Consegui estabilizar o quadro, o estômago dela foi perfurado e foi uma cirurgia bem difícil com os poucos recursos que temos, mas foi um sucesso reconstrui-lo, principalmente por ela ser jovem e saudável. Sua amiga está bem agora e está se recuperando em um dos quartos. Ela ainda não acordou.
-Posso vê-la?-pergunto.
-Pode.- diz ele e eu entro.
Ela estava deitada em uma cama, desacordada como o médico havia dito. Sento na cadeira ao lado da cama e seguro sua mão gelada. Se não soubesse que estava viva, até imaginaria que estava morta.
-Sinto muito por não ter chegado antes.-sussurro. -Sinto muito por te tratar mal e ser um idiota. Acho que só nos damos conta da besteira que estamos fazendo quando algo ruim acontece.-digo e sorriu fraco.- Sou um completo de um idiota. Bom, você sabe bem né? Você me mudou Alice... Não posso te perder. Você não pode entrar na vida das pessoas e depois deixa-las. Não morra, está bem?
Aperto mais sua mão.
-Não posso viver sem você, Alice, me perdoe. Por tudo. Faça o que quiser. Só não me abandone. Não outra vez.-suspiro. -Sei que teve seus motivos, Alice. Mas não faz ideia da falta que senti de você. Sabe, muitas vezes cheguei a pensar que estava morta; que tinha fugido; que tinha ido embora por minha causa. Quem iria gostar de um garoto com a cara deformada? Quem iria gostar de um garoto idiota como eu?-suspiro. -Você não pode...-digo segurando minhas lágrimas. Fecho os olhos. -Não pode morrer...
-Eu não vou...-diz sua voz. Levanto a cabeça rapidamente e olho no fundo de seus olhos. Ela sorria.
Pov: Alice Hale.
Carl me abraça forte e eu faço uma careta de dor, mas não reclamo. Eu precisava daquele abraço, mesmo que não fosse admitir isso.
-Obrigada por salvar minha vida. Podia ter me deixado morrer e...-digo.
-Ah, cale a boca.-ele diz. Ele deita do meu lado na cama e minha mente me manda expulsa-lo. Mas eu seguiria o coração hoje, então, o abraço. Ele mexe em meu cabelo enquanto eu o abraço, cada vez mais forte. -Senti tanto medo de te perder.
-Mas não vai.-digo.
-Por favor não me abandone mais, Alice. Não me assuste mais assim.
-Não vou. - digo e dou risada.
Carl se separa de mim e me encara. Ele passa a mão no meu cabelo e aproxima seu rosto do meu. Estávamos muito próximos.
-Eu não posso.-digo fechando os olhos e mordendo o lábio. Eu realmente não podia fazer isso com Enid.
-Por que não?-ele diz constrangido.
-Por que você e a Enid...
-Não temos nada, Alice. E eu já falei com ela sobre isso.
-O que ela disse?
-Ela me deu um tapa.-Ele diz e eu riu.
-Por que você é um idiota.
-Ei, eu e ela concordamos que estar juntos não era boa ideia e que nem sequer nos gostavamos de verdade.-ele diz. -E agora eu vou te beijar, ok?
Nossos lábios se tocam e o beijo foi indo, bem devagar. Mexo no cabelo dele e ele me puxa pra mais perto de si. Ele evita me apertar muito, por conta do machucado, mas isso é o de menos pra mim agora. Pode parecer idiota, mas teve algo bom nisso tudo. Carl e eu voltamos a ter algo. Bom, pelo menos é o que eu acho. Mas essa é uma das minhas últimas preocupações no momento.
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