Capítulo Trinta e Seis
Pov: Alice Hale.
-O que? Você não pode fazer isso! -ela diz. Senta lá, Cláudia.
-É claro que eu posso. A vida é minha e eu faço o que quiser dela
-E as pessoas que ama? Não pensa nelas?
-Penso, Enid. Mas a vida é minha e eu acho que tenho que pensar mais em mim mesma. Maggie estava me falando sobre Hilltop e não me parece uma má opção.
-Alice, por favor, não faça algo estúpido.
-Olha Enid, se eu ficar será pelo Rick e pelos outros. Não por você.-digo e ela me encara espantada. -Agora se me da licença, eu vou arrumar as minhas coisas.
Subo correndo e bato a porta do quarto. Ok, eu estava sim exagerando e irritada. Me da um tempo, eu tenho dezesseis anos. Quero vet se tem algum jovem de dezesseis anos que não faça uma única coisa movida a emoções sem pensar direito.
Sei que a maior parte das coisas que está acontecendo comigo talvez seja culpa minha. Mas, honestamente, eu não me importo. Eu fiz o que fiz pra salvar eles, mesmo que nem tudo eu tenha feito do jeito certo. Mas por algo eu mereço créditos, e eu não quero nem saber o que pensam mais. Dane-se.
[...]
"Quem sabe um dia você possa entender seu pai, Alice. Ele pode parecer um monstro agora mas um dia já foi um homem bom. Nem sempre todos entendem o motivo pra ele ter ficado tão ruim. Não sei nem se eu entendo completamente. Mas te garanto minha filha, ele ficou assim para nos proteger.
Negan sempre foi duro demais, até consigo mesmo. Alice, se eu morrer antes de você completar 16 anos, quero que saiba o quanto eu te amo. Quero que entenda as coisas que eu não pude lhe explicar. Algo de que não podemos conversar.
Sobre o amor, Alice. O amor. Algo tão puro e doloroso. Sei que nos dias de hoje, o amor é raro, mas ainda existe. E quando encontrar essa pessoa tem que saber de algo: nada é perfeito; se seu relacionamento for perfeito, o sentimento não é real. Sempre havera brigas. Talvez até separações. Mas vai ter carinho. Vai ter paixão. Vai ter sentimento. Tudo, Alice. E quando você encontrar um amor assim, vai ser difícil de esquece-lo. Eu te amo minha filha... Cuide de tudo por mim...
De sua mãe..."
As lágrimas são a coisa mais pura do ser humano. É a forma mais verdadeira de expressar o que sente em dois extremos diferentes. Felicidade extrema e tristeza extrema.
As lágrimas caem de meus olhos molhando minhas bochechas. Minha mãe tinha razão. O amor ainda é raro, mas existe
E ele machuca.
Guardo a carta dentro da mochila. Não vou embora de Alexandria, óbvio, mas também não vou morar junto a Enid.
Rick me deixou pegar a casa ao lado da sua que estava vazia. Estava vazia por que o antigo morador morreu. Ah, Noah. Como eu sinto a sua falta.
Eu pego tudo que me pertence e desço as escadas. Dou de cara c om Enid antes que eu consiga sair.
-Alice..-diz ela parando no meio do meu caminho. -Podemos conversar?
-Não temos nada a conversar, Enid.-digo.
-Temos sim! Está assim por causa de mim e do Carl?
A ignoro e passo por ela, saindo dali. Não sou obrigada a ouvir as historinhas dela, muito menos dela com meu ex namorado que eu ainda amava imensamente. Com lágrimas nos olhos, continuo a andar.
[...]
-Oi, Matheus.-digo parando ao lado do garoto. Ele me olha, e ele estava estranho. Muito, muito estranho.
-Você.-ele diz e se aproxima de mim, mas eu me afasto. Isso não tava me cheirando boa coisa. -A culpa disso tudo é sua, não foi?
-Do que está falando, Matheus?
-Meus pais estão mortos por sua culpa, não é?! Negan está morto por sua culpa, isso é certeza. Você deixou minha namorada lá pra morrer.
-Que merda você ta falando, Matheus? Você me conhece desde sempre! Decidiu surtar agora? Se seus pais estão mortos isso é inteiramente e completamente culpa do Negan.- digo cruzando os braços e ele da uma risada sarcástica. -E se sua namorada, seja la quem ela for, ficou lá prs morrer, foi escolha dela se unir ao meu pai enquanto morria.
-Como se você realmente fosse aceitar ela vir pra cá, não é? Você é Lydia se odeiam tanto e tanto.
-Como é que é? Você ta namorando aquela loira oxigenada?- digo e me arrependo no mesmo momento. Matheus fica ainda mais irritado, transtornado.
-Lave a boca antes de falar dela! Foi você que abandonou até o próprio irmão e só se importou consigo mesma. Não venha falar de Lydia.- diz ele e eu dou uma risada sarcástica. Sério que está tão cego assim, Matheus?
-Então veio aqui pra que? Ah, claro, como infiltrado, não é? Mas já deve ter notado que a única pessoa aqui que confia em você pra te dizer algo importante é um total de zero pessoas, então sua armação com Lydia deu errado. Então já pode meter o pé daqui.- sei lá, acabei de invertar qualquer coisa esperando que ele negue. Mas epe fica ainda mais irritado, o que se mostra ser tudo verdade. Como Matheus pode ter se unido a ela? Como?
-Pode até ser que tenhamos falhado. Mas algo eu te garanto. Em te matar eu não falho!- ele grita comigo e antes mesmo que eu tenha a capacidade de processar, Matheus avançou pra cima de mim, jogando seu corpo contra o meu fazendo que nós dois caissemos no concreto do chão das ruas de Alexandria.
-Me solta!- digo enquanto rolavamos de um lado pro outro, brigando. Ele puxava meu cabelo com uma mão e tentava enfiar a faca no meu peito com a outra. Com a mão esquerda, consigo segura-lo para impedir que a ponta da faca atravesse minha pele, e com a outra eu consigo arrancar sua outea mão de meus cabelos.
Eu não tenho chances contra ele. Ele é o dobro do meu tamanho e tem o dobro da minha força. Mas algo eu tinha ao meu favor: eu era mais ágil.
Com um movimento de perna, consigo tira-lo de cima de mim e vejo sua faca cair pra longe. Eu não lutaria com ele sabendo que tinha grandes chances de morrer, ainda mais sem nenhuma arma e faca comigo. Então, enquanto ele está caido no chão tentando pegar a faca, eu levanto e corro. Eu grito por ajuda, mas ninguém aparece. Eu sentia meu coração batendo cada vez mais forte, o medo de morrer cada vez maior dentro de mim.
Mas, quando estava quase entrando em casa, ele me alcança e me puxa pela perna, fazendo com que eu caia pela escadinha abaixo. Matheus sobe em cima de mim e segura meus braços e trava mi has pernas com as suas, me deixando completamente imóvel. Eu conseguia ouvir minha respiração ofegante e desesperada. Eu ia morrer ali.
-Eu vou te matar, Alice. Como Lydia disse.
-Que bela amizade a nossa, não?-digo com ironia. Eu vou morrer de qualquer jeito, então, foda se! Ah que vontade de matar a Lydia por fazer a cabeça de Matheus! E que vontade de mata-lo ppr ser tão manipulável!
-Como pode confiar naquela garota? -digo e o vejo vacilar. Minha chance. Consigo puxar minha perna e chutar o estômago de Matheus, que cai pro lafo. Me levanto enquanto ele fica ali no chão.
-Eu vou te matar, Alice!-ele diz ainda se contorcendo de dor no chão.
Me viro pra ir embora e atrás de mim estava Carl. Nós nos olhamos por um tempo, sem dizer nada. Mas logo a expressão de Carl muda para medo, e ele grita.
-Alice, atrás de você!
Quando me viro para olhar, vejo Matheus. Mas ele já estava perto demais, e sinto a ponta de sua faca atravessar minha barriga uma, duas vezes.
-Você tem que morrer, Alice. Sinto muito.- ele diz, e antes que possa enfiar a faca mais uma vez, escuto um disparo, e o tiro acerta no ombro de Matheus, que cai no chão desacordado.
Sinto uma dor insuportável vindo da minha barriga e pressiono minha mão ali. Estava sangrando e muito. Abaixo para olhar e em minha blusa branca crescia uma mancha de sangue.
Droga. Meus sentidos começam a ficar bagunçados. Eu escutava tudo como se estivesse de baixo d'água e um zumbido terrivel. Minha visão começa a ficar turva e embaçada.. Não sei como ainda estou de pé.
-Alice?
Me viro para Carl, cambaleando. Eu o vejo correr até mim, minhas pernas falham; caio de joelhos, a última coisa que me lembro antes de apagar é de ser segurada pelos braços de Carl.
Pov: Carl Grimes
Disparo em Matheus e o vejo cair no chão. Alice estava parada, imóvel. Eu o vi se aproximar mas não vi se ele a feriu. Estava ela em choque, então?
-Alice?- a chamo. Ela se vira pra mim cambaleando; uma mancha de sangue crescia em sua blusa. Ah não. Seu corpo começa a cair mas antes que bata no chão eu a seguro.
A pego no colo e corro o mais rápido pra enfermaria. Quando sai dali, já estava cheio de gente ajudando Matheus. Queria que ele estivesse morrido! Devia ter atirado em seu cérebro!
-Alguém me ajuda!- digo entrando na enfermaria, gritando. Um homem aparece, e ao ver Alice, seus olhos se arregalam.
-O que houve?!
-Ela foi esfaqueada, eu não sei, eu não vi!-digo sentindo o desespero me consumir.
O homem começa a pegar algumas coisas. Ele abre uma sala.
-Rápido, coloque ela aqui na maca!- disse ele e eu o faço. Ele põem gaze no ferimento de Alice e pressiona. -Segure aqui, garoto, rápido!
Nós trocamos de lugar, e eu vejo Alice perder cada vez mais sangue e piorar cada vez mais.
-Ela está morrendo!- digo. -Faça alguma coisa!
-Rosita!- ele grita, e Rosita aparece ali rapidamente. Ela olha Alice ali e não entende nada.- Me ajude aqui! Você pode esperar lá fora?- ele diz pra mim.
Nem consigo prestar atenção no que ele diz, só consigo observar Alice, o medo de perde-la me dominando. Seu corpo desacordado sobre a maca, o sangue saindo, seu rosto cada vez mais e mais pálido. Droga!
-Carl, pode esperar la fora?- diz Rosita cplocando a mão no mdu ombro e me fazendo acordar do transe. Assinto e saio dali. Atraplhar eles agora seria a pior ideia possível.
Não sei o que fazer. Não posso perder Alice. Não posso perde-la de novo.
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