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Capitulo Trinta e Nove

Respiro fundo. Puxo a corda pra trás. Fecho os olhos e inspiro. Abro os olhos e solto a corda. A flecha desliza com suavidade no ar antes de acertar em cheio o alvo. Dou um sorriso fraco. Ainda tinha jeito, afinal.

-Não sabia que você tinha essa havilidade com arco e flecha.-diz uma voz atrás de mim. Me viro e olho pro Mini Xerife e dou um sorriso.

-Você não sabe nem metade das armas que eu sei usar.-digo. Arranco a flecha do alvo e a guardo, afinal, como minha mãe dizia "se da pra reutilizar, pegue e guarde".

-Onde conseguiu isso?-Ele pergunta pegando uma flecha e brincando com ela.

-Primeiro. -digo arrancando a flecha de sua mão. -Isso não é brinquedo.-digo e levanto a flecha antes de guarda-la na aljava. -E segundo, quem conseguiu foi o Glenn. Eu nem queria, mas ele me convenceu a ficar.

O arco era preto com uma corda bem resistente. Gostei dele, mesmo que no fundo usar arcos me chateasse por lembrar da minha mãe.

-E terceiro.-digo. -Eu estou com fome. Já fez o almoço?

-Ha. Ha. Ha. Muito engraçado. Faz você, não sou seu escravo.

-Ah é?- digo arqueando a sobrancelha. Ele sorri. Sabia que estava brincando.

-É.

-Então vai ficar sem o chocolate que eu encontrei por ai.- digo dando de ombros e me virano pra caminha até em casa.

-O que? Onde arranjou chocolate?- disse Carl enquanto me seguia.

-Segredo.

-Ah, Alice...

Dou risasa enquanto entro em casa. Jogo as coisas no sofá e vou fazer algo pra comer.

[...]

Enid ficava me olhando de canto de olho, com uma cara de quem queria falar sobre algo mas não conseguia. Rick havia nos chamado para uma conversa, não sei sobre o que. Estávamos esperando ele chegar.

-Quer parar com isso?-digo.

-Com o que?-ela diz me encarando.

-De me olhar assim! Fico constrangida.- digo e ela sorri.

-Ok, precisamos conversar ne?

-Provavelmente.- digo e suspiro.

-Alice, eu sinto muito muito muito por ter te magoado. Eu pisei na bola, fiz merda e das grandes. Eu deixei minha carência emocional ser mais importante que nossa amizade e eu me arrependo muito disso.- ela diz e da um suspiro. -Eu espero que possa me perdoar e que um dia a gente volte a ser como irmãs.

        Como odia-la? É impossível! Enid significava demais pra mim.

-Nid, eu nunca seria capaz de não te perdoar. Eu te amo, menina!- digo e ela sorri antes de me abraçar.

-Eu te amo, Lice.

-Chega de grude ne!-diz uma voz parando nosso abraço e nos viramos e damos de cara com Carl. -O que estão fazendo aqui?

-Esperando seu pai.-dissemos juntas.

-Hum, ele saiu. Não sei que horas volta.

-Ah, ótimo. Depois eu volto, então. Não vou atrapalhar os pombinhos.-diz Enid com um sorriso malicioso.

-Enid!- digo e ela ri indo embora dali antes que eu jogue uma almofada nela.

-O que queria falar "seriamente" comigo?-pergunto me referindo ao chamado de Carl de mais cedo.

-Nada, era só pra ficarmos a sós mesmo.-ele diz e eu balanço a cabeça em discordância enquanto sorria. -Vem.-Ele me puxa pro andar de cima.

Entramos em seu quarto e Carl senta na cama. Me sento ao seu lado, eu estava exausta.

-Estava lembrando dos nossos dias na prisão.-ele diz e eu faço uma careta ao lembrar de como nos odiavamos. Ele ri. -Você era insuportável.

-Ah falou o legal. Você era muito chato, Carl. Ainda é.

-Sou?-ele diz fingindo estar ofendido e fazendo biquinho. Dou risada.

-É. Mas mesmo assim eu...

-Você...?

-Eu te amo.

Ele sorri.

-Mesmo você sendo chata, insuportável e arrogante, eu te amo.

-Ah, que belas palavras.-digo com ironia e reviro os olhos.

Carl joga seu chapéu do outro lado do quarto e deita na cama.

-Seu pai saiu de Alexandria?-Pergunto me virando pra ele.

-Sim.-ele diz.-Foi junto com Glenn e Maggie em Hilltop. Eles devem chegar a noite.

Respiro fundo.

-E o Matheus?-pergunto. Carl se levanta num pulo e me encara abismado. Eu sabia bem o que ele estava pensando.

-Você ainda pergunta desse infeliz?

-Carl, preciso saber o por que dele ter feito isso comigo!-digo. Ele bufa w se segura pra não gritar.

-Ele está preso. Se quiser falar com ele espere meu pai. E eu não vou com você.
E se ele tentar te matar outra vez, também não vou te ajudar.

Ele começa a caminhar até a porta, mas o detenho assim que ele a abre, a fechando outra vez.

-Carl, pare com isso.-o alerto severamente. Qual é, né!

-Poxa, Alice, ele tenta te matar e você ainda se importa com ele? Você é muito tola. - ele diz balançando a cabeça.

-Não dou a mínima pra ele! Mas ele deve saber de algo que eu não sei.

-Chega. Pra mim já deu.

-Carl, por favor, pare de birra! Não quero brigar com você de novo. Já não cansou disso?

-Por isso mesmo que quero sair daqui.

-Não precisa. Eu mesma saio.-digo de cabeça baixa, dando um suspiro cansado. Ia sair, porém ele segura delicadamente meu braço.

-Não vá. Eu só... poxa Alice, eu me importo com você.

-Eu sei, mas você tem que segurar a onda as vezes, Carl.

Entrelaço nossas mãos, e deito a cabeça em seu ombro. Carl passa sua mão pelo meu cabelo e me abraça.

-Alice, você é uma das pessoas mais importantes da minha vida.-ele diz.

-Eu sei, Carl, eu sei.-digo.

Nos beijamos calmamente como se um tivesse medo de machucar o outro. Um simples gesto que desperta tantos sentimentos.

Ele coloca a mão por dentro da minha camiseta e segura minha cintura, fazendo uma onda de calor percorrer todo o meu corpo com seu toque em minha pele.

Carl começa a puxar minha blusa pra cima, porém para.

-O que foi?-pergunto sentindo minha bochecha corar.

-Eu não sei se deveria...

-Está tudo bem.-digo segurando su rosto em minhas mãos e o beijando. Eu queria isso. Eu queria Carl mais do que tudo no mundo.

Ele volta a me beijar e tira minha blusa, a jogando no chão. Tiro sua blusa enquanto ele me beija. Carl me deita em sua cama e fica por cima de mim, suas mãos acariciando meu cabelo.

-Eu te amo.-ele diz me olhando e eu sorriu.

-Eu sei.-digo e o beijo outra vez.

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