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Capítulo Treze

Sentamos um ao lado do outro naquela sala, sozinhos. Carl entrelaça nossas mãos, e ficamos olhando pra elas por um longo tempo. Nada precisava ser dito ali. O silêncio era o suficiente, era perfeito.

-Sério, acho que temos sérios problemas mentais...-ele diz- Pra quem se odiava, estamos muito amiguinhos.

O olho feio. Carl tem uma incrível capacidade de estragar o clima de qualquer momento.

-Estou brincando-ele diz e me da um sorriso.

Deito a cabeça em seu ombro. Ficamos em silêncio por um bom tempo.

-Lembro que...-ele começa.- no momento em que eu te vi, meu primeiro instinto foi seguir você. Você me parecia frágil, alguém que precisava de proteção. Mas me provou o contrário disso. E isso me deixava irritado. Como uma garota poderia ser melhor que eu? Não gostei de você quando nos falamos, e te odiei mais ainda quando bateu aquela arma no meu nariz.- ele diz o que me fez rir um pouco com a lembrança-Mas você despertou em mim um sentimento novo. Você me faz querer acordar todos os dias; você me faz querer lutar; você me faz ter motivos pra sobreviver; você me trouxe a vida novamente, Alice. Eu sinto como se devesse te proteger. Ter você perto de mim me enfraquece, mas te-la longe, é como se uma parte de mim morre-se. Se eu te perdesse, Alice...

-Você não vai me perder-digo rapidamente. E era verdade.

-Se eu te perdesse- ele continua e eu reviro os olhos -Eu não teria motivos pra viver.

-Você tem sua familia. Eu não tenho nada, Carl. Meu pai... Tem coisas sobre mim que você não sabe.

-Nós somos sua família agora, Alice. E não importa qual seja seu passado, eu te amo por quem você é hoje.

-Você está certo.- digo. -Mas nem tudo é tão fácil.

-Eu vou te proteger e te amar até o último momento da minha vida. Não se preocupe com o passado.

O beijo e esqueço de todos os problemas do mundo. Enquanto estavamos eu e ele, ali, sentados no chão encostados sobre a parede, juntos, é como se nada tivesse importância a não ser nosso amor. E eu farei de tudo pra não perder esse amor.

Nossos lábios se encaixam perfeitamente, como se fossem feitos um pro outro. Carl me puxa pra mais perto de si. Nos separamos, e eu deito em seu colo, enquanto ele mexe no meu cabelo.

Ficamos lá uma meia hora, abraçados e conversando, até alguém chamar Carl.

-Carl!- era a voz de Rick. -Venha aqui.

-Já volto.-diz Carl se levantando e beijando minha testa antes de sair. Consegui ouvir a conversa deles.

-Preciso da sua ajuda.-dizia Rick

-O que houve?

-A cerca esta caindo. Ouvimos um barulho de tiro, mas acho que não foi nada grave. Maggie já foi olhar. Precisamos esperar Daryl e os outros voltarem com os remédios.

-Esta bem.

-Ah, precisaremos da ajuda de Alice também.

[...]

Estavamos colocando madeiras na grade, que estava quase caindo.
Rick estava tentando colocar uma, mas estava cedendo.

-Eu consigo-diz ele quando Carl vai para ajuda-lo.

-Deixe eu te ajudar!-diz Carl. E foi ai que deu merda. Mas não uma merdinha, por que nada é em baixa proporção quando se trata de nós. Uma merdona mesmo.

A cerca havia caido, e os Walkers estavam invadindo e vindo de todos os lado! Eu fiquei em choque, parada, sem saber se corria pra ajuda-los, matava uns walkers ou corria pro mais longe possível dali!

-Vamos!-berrou Rick fazendo eu sair do meu transe. É, definitivamente, correr pelas suas vidas!

Entramos dentro de uma das torres de observação e passamos para o outro lado, que estava sendo derrubado pelos Walkers. Rick entrega armas pra mim e para Carl.

-Caso eles se aproximem muito, corram- ele diz.

Havia varios deles, vindo em bando pra cima de nós. Começamos a matar, e eles caiam como merda no chão. Foi só parar alguns segundos pra regaregar a arma, que um deles avança sobre mim, mas antes que ele tenha chance de tirar um pedaço de carne, sua cabeça explode. Carl salvou minha vida. De novo.

[...]

Quando enfim terminamos de matar todos os Walkers, ja havia amanhecido. Passamos muito tempo matando eles, e muita munição foi gasta nisso.

Ouvimos barulhos de tiros lá dentro, e fomos conferir. O lugar onde as pessoas doentes estavam, havia sido dominado por Walkers. As pessoas morreram... E mataram metade das outras. Hershel, estava junto com Maggie, tentando ajudar Glenn. Por sorte Daryl tinha acabado de voltar com os remédios, e os doentes que ainda estavam vivos foram medicados.

Mais tarde, eu e Michonne, recolhiamos os corpos dos Walkers e os colocavamos em uma caminhonete, para queima-los.

-Irei com vocês- diz Hershel.

[...]

Jogamos todos os corpos no chão, e jogamos álcool. Depois colocamos fogo.
Eu andava na frente, a caminho da caminhonete, e Michonne e Hershel atrás. De repente sinto uma forte pancada na cabeça, e não enxergo mais nada.

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