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Capitulo Quarenta e Nove

Negan anda um pouco pela sala. Se dependesse de mim já teria o matado, mas estava esperando o sinal de Carl. Se ele me pediu pra esperar, significa que de algo ele deve saber.

-Sabe, Alice, você sempre foi teimosa, desde pequena. Teimosa e nervosa. Lembro que uma vez sua mãe te deu uma linda boneca da Barbie e que você arrancou a cabeça e deu pro cachorro comer. Eu fiquei furioso, queria te dar uns belos tapas. Berrei com você, fiquei nervoso. Você só tinha 3 anos. Sua mãe me mandou sair dali. Então eu fui pra cozinha esfriar a cabeça. Sua mãe, calma e delicada, se sentou ao seu lado, e explicou que não podia fazer essas coisas. Ai você começou a chorar e pedir desculpas. Pegou a cabeça da boneca e tentou concertar. Chorou mais ainda quando não deu certo. Então sua mãe disse "Não chore querida, vamos leva-la ao hospital" e então sua mãe pegou uma fita e consertou sua boneca. Sempre admirei a calma que sua mãe tinha. E ai essa merda toda aconteceu. Você e seu irmão... Fiz de tudo para proteger vocês. Mas quando sua mãe morreu, foi como se tudo tivesse morrido. Eu queria desistir de tudo. E você começou a me odiar, querer mandar em mim. Eu queria muito matar você. E só não te matei por causa da sua mãe e de Steven. Mas ambos estão mortos agora, então, se morrer ou não, não fara a mínima diferença pra mim.-ele diz e ri. As lágrimas de ódio escorriam no meu rosto. Meu pai era um monstro. Um monstro.

-Você me vem com essa história toda e eu pensando que poderia ter mudado.-digo cerrando os punhos. -Mas não mudou e nunca vai mudar. Você é um monstro desprezível. Tenho nojo de ser sua filha.-digo e ele ri. Ele para a alguns passos de mim, pega a Lucille a levantando para bater em mim.

-Três... Já!-diz Carl. Pego a faca que estava na minha mão e a enfio no estômago de Negan uma, duas, três vezes. A Lucille cai no chão. Ele começa a cuspir sangue e cai no chão.

-Hora de descansar, papai.-falo com um sorriso sarcástico.

-O que... O que você fez.-ele diz com dificuldade.

-Só fiz o que você me ensinou. Eliminei a ameaça.

-Sua desgraçada.

-Sou tudo o que você é. Vai pro inferno seu desgraçado. Até nunca mais.

Sua cabeça tomba pro lado. Morto. Negan está morto. Pego minha faca e a enfio em seu cérebro, para ter certeza que morreu e para não se transformar e eu ter que lidar com seu zumbi.

-Está bem?-fala Carl.

-Estou.-digo seca. -Vou embora daqui.

-Espere!-ele diz e me puxa. -Pode ser que meu pai não tenha conseguido entrar. Temos que ter certeza antes.

-Você sabia disso tudo?-pergunto pra ter certeza. Ele sorri e que sorriso.

-Eu fiz tudo isso. Te disse pra confiar em mim não disse?

Não aguento; o dou um forte abraço, e como senti falta desse abraço.

-Desculpe não ter te contado nada Alice.-ele diz.

-Desculpe não ter confiado em você.

-Você não sabia.

-Eu amo você.-digo.

-Também amo você.-ele diz. Nos separamos e Carl junta nossos lábios em um beijo calmo e necessitado.

-Agora.-ele diz assim que paramos o beijo. -Posso colocar isso.-ele diz e coloca a faixa que cobria o buraco de seu olho.

-Pra mim não faz diferença.

-Eu sei. Mas me sinto melhor assim.

-Então tudo bem.-digo e volto a beija-lo.

A porta é escancarada, e nos desgrudamos na hora do susto. Enid entra com Matthew logo atrás.

-Enid!-digo. -Quer me matar do coração?

-Bonito, dona Alice, nós aqui tentando ajudar vocês e os dois ficam se beijando. Podem fazer isso em Alexandria, agora vamos logo embora?

Saímos da sala e estavam todos mortos. Havia sangue pra todos os lados.

-Estão todos bem?-pergunta Carl para Rick.-Alguém se machucou?

-Tirando os Salvadores, não. Vamos logo embora antes que se transformem.

[...]

Abro os olhos e encaro o teto branco, totalmente sem sono. Me reviro na cama, puxando as cobertas pra cima. Devia ser umas 2 horas da manhã, por ai.

Assim que saímos da comunidade de Negan, e chegamos em Alexandria, eu vim direto pra casa descansar. Estava exausta. Fiquei um tempo conversando com Enid e Matthew e depois vim dormir.

-Não consegue dormir?-perguntou a voz sonolenta de Carl.

-Não...-digo me aconchegando mais nele. Ele me abraça.

-Também não.

-Mentiroso, estava dormindo até agora!-digo e riu.

-Está bem, mas agora perdi o sono ue.-ele diz.

-Senti tanto sua falta.-sussurro.

-Também senti sua falta.-ele diz me apertando mais contra si. Coloco minha cabeça em seu pescoço.

-Não me abandone mais.-digo.

-Nunca mais.

Ficamos um tempo em silêncio, até eu dizer algo.

-Eu matei meu próprio pai. Que tipo de pessoa eu sou?

-Você não tinha escolha Alice... Seu pai matava pessoas inocentes.

-Mas era meu pai.

-Ouviu tudo o que ele falou? Ele sim era o verdadeiro monstro nessa história.-diz ele.

O silêncio volta.

-E Lydia? O que houve com ela?-pergunto.

-Assim que ela descobriu sobre a morte de Matheus, tentou vir aqui pra te matar. Mas Negan a matou primeiro. Bom, foi o que ele disse. Mas não vamos falar disso. Temos coisas melhores pra fazer.

O encaro e arqueio uma sobrancelha.

-Temos?-pergunto. Ele me beija. -É, acho que nós temos.-digo no meio do beijo.

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