Capitulo Dois
Meses antes
Eu de fato, não entendo as pessoas. Elas diziam que a vida não tinha sentido, matavam uns aos outros, roubavam, faziam coisas horríveis! Agora que não temos mais nada, as pessoas reclamam que foram punidas. Quer dizer, ninguém iria gostar de viver em um apocalipse zumbi, com um bando de contaminados andando por ai comendo os humanos e os transformando, mas, qual é?
As pessoas nunca estão felizes. Quando tinham tudo, não tinham nada. E agora que não tem nada, dizem que queriam o mundo como era antes.
E é isso que mais me incomoda.
Não, não é só o fato do apocalipse. Mas sim meu pai. Ele sim é o grande problema da minha vida. Quer dizer, como os últimos da terra, deveríamos nos unir, e não matar os poucos que estão vivos. Mas não. Negan só pensa em vingança, só pensa em sair melhor que todos, nem que para isso boas pessoas tenham que morrer. E eu não aguento mais ter as minhas próprias mãos cobertas de sangue de inocentes.
Já faz um tempo que planejo uma fuga daqui, deste inferno de vida. E hoje é a oportunidade perfeita. Se tudo correr bem, nunca mais terei que ver Negan outra vez. E, em alguns meses, logo meu irmão estará comigo também.
Negan, mandou alguns de seus homens para uma prisão perto Woodbury, a cidade do Governador, para investigar sobre pessoas novas na área. Digo, pra que sair daqui? Pra que se importar com eles? Que se dane, é minha unica chance de fugir.
Pego algumas armas e as coloco na mochila junto com comida e roupas. A prisão não era tão longe daqui, mas também não era perto. Pegariamos um carro e iriamos até lá ainda essa tarde.
Saio do meu quarto e procuro por meu irmão. O vejo, como sempre, ao lado de Rose, a única alma boa aqui nesse lugar. Sorrio para ela e me junto a eles.
-Alice, querida. Vai sair?- pergunta Rose. Afirmo com a cabeça. -É hoje, não é?
-É sim, Rose. - digo baixinho me referindo a minha fuga desse inferno. Rose da um sorriso fraco.
-Você vai voltar não vai?- pergunta Steven, meu irmão.
-Assim que for seguro, eu venho te buscar.- digo e passo minha mão pelo seus cabelos escuros. Ele da um sorriso fraco.
-Não volte, Alice.- ele diz baixinho. -Ele vai te matar se você voltar. Eu vou ficar bem. Sei que ele nunca me faria nenhum mal.
-Steven...- digo me levantando. Meu irmão mais novo não queria que eu voltasse. Ele sabia que era arriscado demais.
-Eu te prometo que vamos nos encontrar.- diz ele e me abraça. -Mas você não pode mais voltar aqui.
-Eu te amo, Steven.
-Também te amo, Lice.
-Você precisa ir.- diz Rose. -Eu cuido dele, Alice. Mas você precisa aproveitar essa chance e nunca mais voltar.
-Eu vou voltar. Eu quando isso acontecer, vai ser pra dar um fim nisso tudo.
{...}
Já haviamos chegado na cidade, e foi metade do dia de carro até la. Não era tão perto como eu imaginava.
Estavamos numa pequena floresta perto da prisão, decidimos parar o carro mais afastado para não chamar a atenção. Eu só estava esperando a oportunidade certa para despistar os homens de meu pai e dar o fora daqui.
Foi ai que ouvi um berro. Meu coração dispara e eu corro entre as árvores o mais rápido que consigo. Foi quando vi três contaminado arrancando a pele de Jack, que estava caido no chão. Pego minha arma e disparo, matando os três contaminados, que caem para o lado. Barry estava morto, ao lado de Jack.
Corro até Jack, que ainda respirava, e me ajoelho ao seu lado.
-Barry, ele... Ele nos traiu.- diz Jack cuspindo sangue. -Você precisa.. Me matar, Alice. Por favor.
Ele estava sofrendo; podia ver isso em seus olhos. E mesmo que ele não merecesse um pingo da minha piedade, ainda assim não conseguia ver nenhum ser humano nessa situação.
Respirando fundo, me levanto e pego minha arma. Aponto ela para a cabeça de Jack, e fecho os olhos enquanto disparo.
O som parece ecoar por toda a floresta, e sabia que era questão de segundos até algum contaminado aparecer ali se tivesse por perto. Pego minha mochila e me viro para sair andando, quando sinto algo na parte de trás da minha cabeça.
-Parada ai.- diz uma voz atrás de mim. Ótimo. Era só isso que faltava para completar o meu dia. -Larga a arma!- manda a voz e eu o faço; não pretendia morrer logo agora que conseguira enfim fugir de Negan. -Agora se vire, de vagar! Se fizer um movimento brusco, eu mato você!
Me viro com cuidado para o dono da voz, e encontro um par de olhos azuis. Era garoto, com cabelos escuros que batiam no ombro e com um chapéu, parecendo um Cowboy. Ele não parecia ser mais velho que eu.
-Esta louca? Quer chamar a atenção de todos os Walkers com esse disparo?- diz o garoto irritado. -Quem é você?
-Quem é você pergunto eu!-digo estressada. Provavelmente eu não deviria gritar com um garoto que tem uma arma apontada para minha cabeça, mas quer saber? Dane-se!
-Bom, acho que eu perguntei primeiro. E se fosse você eu responderia, já que todos os seus homens estão mortos, e eu estou com uma arma apontada pra você.
-Argh! Alice Hale! - digo revirando os olhos. Esse garoto tinha algo que me tirava do sério.
-Quantos ja matou?
-Quantos o que?
-Walkers
-Walkers?
-Zumbis, infectados, Walkers, aberrações, chame do que quiser.-ele diz revirando os olhos.
-Não faço ideia.-digo com sinceridade. Que tipo de pessoa conta quantos desses já matou?
-E pessoas?
-Três.-digo engolindo um seco. Por que eu estava respondendo as perguntas dele, afinal? Ah sim, a arma...
-Por que motivos?
-E isso é da sua conta?- digo com vontade de voar no pescoço do menino. Ele destrava a arma. Droga a arma estava travada esse tempo todo? - Duas estavam se transformando e a outra por legitima defesa.
-Você me parece inofensiva.- ele diz. Riu com deboche. Ele vai ver a inofensiva quando eu avançar no pescoço dele.
E quando o Cowboy relaxa um pouco e se distrai, em um movimento rapido tiro a arma de suas mãos e a acerto em seu rosto. Ele recua um pouco, cambaleando, com as mãos sobre o nariz que saia uma pequena camada de sangue. Aponto a arma pada ele e dou um sorriso vitorioso. Nunca se deve abrir uma brecha como essas.
-Puta merda!- ele diz com ainda com a mão no nariz, raiva em sua voz.
-O que disse sobre eu ser inofensiva?- digo sorrindo. Ele me olha feio
-Você ainda vai acabar sendo morta, garota!
-Garoto, antes disso acontecer, você tinha psicólogo?
Vejo um contaminado atrás dele, e atiro. Ele me olha feio, e depois olha para o contaminado morto e seu olhar suaviza. A arma dele tinha um silenciador, gostei. Travo a arma e a entrego para seu dono.
-Nunca mais aponte essa merda pra mim.- digo e abaixo para pegar minha arma.
Pego minha arma, dando as costas para o garoto idiota.
-Você não presta.- ele murmura.
-Ah falou a melhor pessoa da Terra.
-Carl!- alguém gritou e eu coração dispara. Coloco a mão sobre a arma.- Carl, o que está fazendo ai?- diz um Japa saindo do meio das árvores. Ele não me parecia perigoso.-Ah fez uma amiga...
-Amiga?!- dizemos eu e o mini xerife juntos.
-Esse garoto é um arrogante!- digo.
-Essa garota é uma retardada!- falou o garoto e eu dou uma risada debochada. O Japa ignora o mini xerife e olha pra mim.
-Qual seu nome?- pergunta o japa.
-Qual o seu nome?-digo.
-O nome dela é Alice- diz o Xerife e eu bufo.
-Ah, meu nome é Glenn.-diz o japa simpaticamente.
-Hum, o japa chama Glenn. - digo com um sorriso nos lábios. Glenn faz um careta.
-Não sou japa, sou coreano. - diz calmamente.
-É tudo a mesma coisa.- digo e dou de ombros.
-Não, não é.- diz o Cowboy emburrado. Reviro os olhos. Que menino insuportável!
-Quieto ai mini xerife.- digo sorrindo pra ele, que fica vermelho de raiva.
-Meu nome é Carl!-ele diz bravo.
-Carl?- começo a rir.
-Algum problema Hale?- ele diz, me chamando pelo sobrenome. Seguro a risada diante do roso vermelho de raiva de Carl.
-Nenhum problema "Carl"- digo ainda rindo.
-Carl é só pra amigos, pra você é Grimes.- ele diz. Sorriu mais ainda.
-Carl Grimes? Tem como piorar?- digo voltando a rir.
-Ah vamos embora Glenn, deixe essa palhaça ai.- diz o garoto.- Ela é inofensiva. Não precisamos dar um jeito nela.
Queria muito ver esse garoto tentar "dar um jeito" em mim.
-Um motivo para levarmos ela! Como acha que sobrevivera aqui?- diz o japa/ coreano.
-Opa opa. Me levar pra onde?-digo ficando séria. Ninguém ia me levar a lugar nenhum! -E outra, eu sei me virar muito bem sozinha. Carl esqueceu de mencionar que a inofensiva aqui arrancou a arma da mão dele e o deu esse nariz sangrando.
Carl sorri sinico e me mostra o dedo do meio antes de falar:
-Vamos te levar pra dar você de jantar pros Walkers.
-Encosta um dedo em mim pra você ver o que te acontece projetinho de homem, eu quebro seu braço tão fodidamente que nem o melhor medico do mundo seria capaz de arrumar! - digo irritada. Esse garoto passou dos limites.
Começamos a discutir, Glenn no meio tentando impedir, e então escuto um barulho. Contaminados.
-Calem a boca!- diz Glenn irritafo, e ficamos em silencio. O barulho irritante dos contaminados começa a ficar mais próximo. Meu coração dispara.
-Merda, corram!- diz Glenn e começamos a correr. Sigo o Japa, para onde quer que ele estivesse indo, provavelmente seria melhor do que para onde eu iria.
Foi então que um contaminado me ataca de surpresa, me fazendo cair no chão, minha arma caindo em outro lado. Tento pegar minha faca, mas foi em vão. Estava fora do alcance, e se eu tentasse pega-la, ele iria me morder.
Com toda minha força, tento afastar o rosto so contaminado que tentava arrancar um pedaço da minha bochecha.
Antes que ele possa me morder, sua cabeça é explodida e seu sangue cai no meu rosto, me fazendo cuspir com nojo. Jogo o corpo do zumbi pro lado e vejo garoto com a arma em mãos. Carl Grimes salvou minha vida. Pra quem até alguns minutos me queria morta.
Começo a ter um ataque de pânico devido a todo o sangue em meu rosto, e meu ar vai faltando. Minha visão fica turva e borrada, e tudo fica preto.
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