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25.

Mais tarde naquela mesma noite, Bellamy retirou-se para sua própria tenda, deixando Olivia sozinha com seus pensamentos inquietos. Não era apenas o turbilhão de emoções provocadas pelo que acontecera entre eles que a mantinha acordada, mas também a preocupação crescente com o desaparecimento de Clarke e Finn.

Apesar de não nutrir sentimentos tão fortes por Finn, a incerteza do seu paradeiro pesava em sua mente, misturando-se com a ansiedade que a consumia.

A noite se arrastava lentamente, enquanto Olivia ansiava por respostas e tentava afastar os pensamentos turbulentos que a assombravam.

Decidida a afastar os pensamentos tumultuados que a mantinham acordada, Olivia saiu da tenda em busca de distração. Seus passos a levaram até o módulo da nave, onde encontrou Raven e Monty engajados em uma conversa.

Os dois interromperam a conversa assim que avistaram Olivia entrando em seu campo de visão. Monty ofereceu um leve sorriso para a garota, sem expressar muita emoção, enquanto Raven simplesmente acenou com a cabeça em cumprimento.

— Estou atrapalhando algo? — Olivia perguntou, forçando um sorriso enquanto se aproximava.

— Não, claro que não — respondeu Monty calmamente, como de costume. — Estava prestes a falar com Raven sobre o paradeiro de Clarke e Finn.

— Certo, isso já era de se esperar — disse Raven dando de ombros, parecendo não dar muita importância. Ela provavelmente achava que seu namorado, ou ex-namorado, estava apenas se divertindo com Clarke.

— Raven, eles estavam com outro rapaz, Myles — Monty argumentou, tentando encontrar uma forma de convencer a garota da importância da situação. — Os três saíram do acampamento juntos.

A expressão de Raven mudou rapidamente, agora exibindo preocupação. Talvez ela estivesse errada. Talvez Finn e Clarke não estivessem aproveitando a trégua para ficarem juntos, mas sim estivessem em perigo real.

— Os três ainda estão lá? — Raven perguntou, sua voz carregada de ansiedade.

— Sim, vamos procurá-los — disse Murphy, determinado. — Traga os walkies.

Raven havia improvisado walkie-talkies para melhorar a comunicação entre os delinquentes, uma iniciativa que agora se mostrava crucial diante da necessidade de coordenar os esforços de busca.

— Espera, — Olivia começou, confusa com o que acabara de ouvir. Monty e Raven olharam para ela no mesmo instante, suas sobrancelhas levantadas em expectativa, como se aguardassem que ela continuasse — procurá-los agora? —completou, buscando esclarecimentos sobre a súbita decisão de sair em busca de Clarke, Finn e Myles.

— Claro, quer esperar até a hora do seu intervalo? — Raven perguntou, com um tom sarcástico. Olivia respirou fundo, tentando encontrar paciência diante da resposta de Raven.

— Só tomem cuidado, não é seguro à noite — Olivia falou, sem demonstrar muita preocupação. Não planejava participar da busca, mas sentia-se inútil em ficar para trás — Quero dizer, posso ir?— completou, questionando sua própria participação na empreitada.

— Não — respondeu Raven, com secura — Seu namorado provavelmente não aprovaria o que vamos fazer, e se você for, só vai piorar as coisas — ela disse com ironia, as mãos apoiadas na própria cintura. Raven não estava totalmente errada.

— Ele não é meu namorado — corrigiu Olivia com uma careta ao mencionar a palavra. Em seguida, balançou a cabeça negativamente — E o que eu tenho a ver com ele não concordar? — completou, expressando sua independência em relação às opiniões de terceiros.

— Acho que você deveria contar isso a ele — Monty soltou um pequeno riso enquanto organizava as coisas para a busca, de costas para Olivia.

— O que? — Olivia perguntou, confusa com a observação de Monty. Raven revirou os olhos diante do rumo da conversa.

— Achamos que você deveria contar ao Bellamy que não estão namorando, já que ele parece não estar ciente desse pequeno detalhe. — completou Raven, cruzando os braços.

A observação de Raven deixou Olivia perplexa. Ela era inteligente, sem dúvida, mas ainda não conseguia entender o que queriam dizer. Como assim Bellamy não estava ciente disso? A ideia simplesmente não fazia sentido para ela, e talvez nunca fizesse.

A confusão pairava em sua mente, deixando-a questionando se havia algo que ela estava perdendo, algo óbvio para os outros, mas que escapava de sua compreensão.

— Está bem, certo, tanto faz — Olivia deu de ombros, optando por simplesmente ignorar o que haviam acabado de falar — Vou chamar Bellamy, ele com certeza vai concordar com a ideia de vocês. Diferente do que Raven pensa. — completou, decidida a seguir em frente e trazer Bellamy para a busca, independentemente das opiniões dos outros.

— É, talvez ele escute a princesinha dele. — Raven resmungou, referindo-se a Olivia como a "princesinha" de Bellamy.

O que a Kane não sabia era que Bellamy a protegia a todo custo, tanto verbal quanto fisicamente. Era como se ele fosse seu guarda-costas pessoal.

Olivia foi chamar Bellamy após a fala de Raven. O garoto deu um pulo alto de sua cama ao escutar a ideia, concordando rapidamente. Isso chegou a surpreender Olivia, mas ela simplesmente aceitou sua resposta.

Agora, eles estavam se preparando para sair. Não ia muita gente, principalmente por conta da segurança do acampamento. Monty, Raven, Octavia e Bellamy eram os que iriam. No entanto, neste momento, Olivia e Bellamy estavam discutindo. Ela queria entender o motivo de não poder ir junto.

— Pelo amor de Deus, Olivia! — Bellamy passou a mão pelo rosto, sem acreditar no motivo da pequena discussão entre eles — Você não foi caçar para não deixar Murphy sozinho aqui, por que simplesmente não segue esse propósito agora também? — tentou argumentar, buscando persuadir Olivia a ficar para trás visando a segurança do acampamento.

Eles estavam um pouco afastados do restante do grupo, suas vozes eram um pouco baixas, como se fossem um casal de idosos brigando futilmente.

— Eu me senti completamente inútil depois que vocês saíram! — ela admitiu, sua voz saiu baixa, mas dura — Eu odeio esse sentimento, odeio me sentir incapaz de fazer algo útil. Eu quero ajudar. — desabafou, expressando sua frustração e desejo de contribuir de alguma forma.

— Eu entendo, mas você também vai ser útil aqui, agora. — ele falou, ainda tentando convencer a garota a permanecer no acampamento.

Olivia era teimosa, e Bellamy estava plenamente ciente disso, razão pela qual escolhia suas palavras com cautela ao interagir com ela. Ela era como uma rosa deslumbrante e perfumada: encantadora à primeira vista, mas se provocada por muito tempo, podia ferir, causando dor. Embora pareça uma metáfora poética, é a pura verdade. Olivia era, sem dúvida, uma pessoa bondosa, mas suas virtudes eram postas à prova quando provocada.

Uma simples discussão sobre sua permanência no acampamento já era suficiente para fazer Bellamy perceber essa característica de Olivia.

— Certo, Blake, me dê um motivo plausível para não ir, e eu não vou — desafiou Olivia, cruzando os braços e erguendo as sobrancelhas em um gesto desafiador.

— Estou mandando, Kane! — Bellamy exclamou e espreitou os olhos ao pronunciar o sobrenome da garota, imitando o gesto desafiador dela. Porém, ao perceber que sua voz havia saído alto demais e que o grupo todo havia olhado para eles, ele relaxou os ombros. No entanto, a fala de Bellamy arrancou uma risada de Olivia.

— Eu disse plausível, não inadmissível — ela retrucou, mantendo-se firme em sua posição.

Bellamy respirou fundo antes de abaixar sua cabeça até a altura da dela. Apesar de ser apenas cinco centímetros mais alto que Olivia, isso foi o suficiente para ele curvar o pescoço e encarar diretamente os olhos da garota.

— Olivia, eu não quero que você se machuque — ele confessou, sua voz estava mais baixa do que antes, como se estivesse envergonhado ao pronunciar as palavras, ou como se estivesse revelando um de seus maiores segredos.

— Qualquer um pode se machucar — ela afirmou, erguendo o queixo com determinação. Uma sensação de estranheza a envolvia diante da atitude incomum de Bellamy, e suas palavras ecoavam em sua mente, fazendo-a repensar nas observações feitas por Monty e Raven anteriormente. Havia algo mais profundo por trás das preocupações de Bellamy, algo que ela precisava entender.

— É, eu sei... — ele falou, revirando os olhos levemente. Logo em seguida, seu indicador direito foi parar no centro do colo do peito da garota — Mas eu não quero que você se machuque. — afirmou, sua voz carregada de preocupação genuína, como se estivesse revelando um desejo profundo de protegê-la de qualquer dano.

Olivia franziu a testa, incapaz de compreender totalmente a situação. Ela até entendia, em parte. Sabia que gostava de Bellamy e se preocupava com ele, da mesma forma que ele se preocupava com ela. No entanto, algo parecia diferente nele. O Bellamy de semanas atrás não teria impedido a garota de sair do acampamento em busca de seus amigos, mas o Bellamy de agora o fez. Essa mudança sutil, mas perceptível, a deixou perplexa e inquieta.

— Bellamy, o que foi? — ela perguntou, enquanto o dedo indicador do garoto deslizavam para longe centro de seu peito — Você tem agido diferente ultimamente — acrescentou, expressando sua preocupação diante da mudança de comportamento do rapaz.

O garoto negou com a cabeça, retirando seu indicador do peito da garota, e recuperando sua postura ereta novamente. Ele analisou o rosto da garota, observando seus lábios, que permaneciam retos em uma linha.

— Isso não é importante agora, Liv — ele falou, juntando as sobrancelhas em uma expressão de preocupação — A gente fala sobre isso depois, pode ser? Você fica e cuida do Murphy — pediu, seus olhos brilhando como se fosse um cachorro pidão, implorando para que sua dona o deixasse sair.

Olivia bufou, sentindo-se contrariada por ser tratada como uma babá, algo que discordava veementemente. No entanto, diante da insistência de Bellamy e do reconhecimento de que ele não cederia facilmente, ela acabou cedendo. Seus ombros relaxaram, e Bellamy notou que ela havia concordado, o que o fez soltar um suspiro relaxado de alívio.

— Se cuidem, e trate de trazer Clarke de volta. — ela mandou, com autoridade em sua voz. Bellamy segurou um sorriso diante da situação em que se encontravam, achando engraçado quando Olivia falava daquele modo.

— Certo, senhorita — ele ironizou, piscando para a garota. Octavia chamou por ele, indicando que era hora de partir — Tenho que ir, se cuide, Kane — ele falou, e sem pensar direito, selou seus lábios na testa de Olivia antes de se afastar.

Olivia arregalou os olhos, seu rosto exibindo uma expressão de perplexidade, como se houvesse diversos pontos de interrogação pairando sobre ela. Ela observou enquanto o grupo saía do acampamento, ainda se sentindo confusa e intrigada com o que acabara de acontecer.

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Um tempo havia passado. Olivia, nervosa, andava de um lado para o outro, buscando desesperadamente por respostas em seus próprios pensamentos. No entanto, algo lhe chamou a atenção. O acampamento estava surpreendentemente calmo, o que era incomum, especialmente após o retorno de Murphy.

Ela parou de se mexer, espreitando os olhos enquanto corria-os pelo acampamento, procurando por Murphy. Não o encontrando, cerrou os punhos com determinação e dirigiu-se ao módulo da nave. Sua intenção não era agredi-lo, com certeza não, mas ele não deveria estar lá de forma alguma.

Quando entrou no módulo, Murphy estava prestes a subir até o segundo nível da nave. Assim que avistou Olivia, ele desceu as escadas em um salto repentino, como se tivesse sido atingido por um raio.

— Kane, olá! — Murphy sorriu, embora o gesto parecesse falso — O namorado já voltou?

Olivia revirou os olhos diante da pergunta do garoto e negou com a cabeça.

— O que você está fazendo aqui? Não é permitido entrar aqui — ela disse, avançando mais dois passos na direção dele e cruzando os braços com firmeza.

— Eu estava procurando por Monty... — ele inventou uma desculpa esfarrapada, mas Olivia não se deixou enganar.

A garota observou-o com uma mistura de desconfiança e desinteresse, notando um leve fungar que indicava mais um incômodo físico do que uma simples gripe. No entanto, ela não se importava o bastante com ele para refletir sobre isso, mantendo sua postura firme e imperturbável.

— Monty não está no acampamento — ela declarou, avançando até Murphy e colocando sua mão em seu ombro esquerdo — E você não deveria estar aqui. Vamos — ela ordenou, empurrando-o para fora do módulo da nave com firmeza.

— Calma, princesa — foi o que ele disse, enquanto literalmente saltava para fora do módulo — Todos aqui somos criminosos, não precisa agir como seu pai. — ele provocou, lançando uma última alfinetada antes de afastar-se.

Olivia estava sem paciência, seu sangue fervia de impaciência. Não hesitou em dar passos largos para alcançar Murphy. O garoto riu quando ela o virou pelo ombro, mas ficou surpreso quando a garota o agarrou pela gola da camisa com força.

— Olha, John, não tente fazer nenhuma gracinha, entendeu? Eu vou descobrir — ela falou com firmeza, seus olhos refletindo o sentimento predominante dentro dela: raiva — E eu não dou a mínima se todos aqui são criminosos ou não. Se falar de Kane mais uma vez, vai perder alguns dentes — ela o ameaçou, antes de soltar a gola da camisa do garoto e empurrá-lo levemente pelo peito.

Murphy juntou as sobrancelhas em um gesto único, um sorriso irônico brincava em seus lábios enquanto ele assentia com a cabeça.

Anteriormente, ele não estava completamente certo se Marcus Kane realmente estava naquela nave que ele observou cair do céu, mas agora suas dúvidas haviam sido dissipadas. O temperamento da garota estava visivelmente elevado, à beira de uma explosão iminente, embora ela raramente demonstrasse tal intensidade.

Ele também não estava totalmente certo do que estava se desenrolando no acampamento, nem entre os delinquentes, nem entre Olivia e Bellamy, mas diante do estado emocional de Olivia, Murphy tinha uma esperança sombria de que algo negativo estivesse ocorrendo.

Quando o grupo retornou, outro membro estava desaparecido: Monty. Bellamy estava visivelmente tenso com a situação, enquanto Olivia demonstrava preocupação evidente. Com três indivíduos ausentes, a situação representava uma perda significativa para todos os envolvidos.

Olivia colaborava com Raven na instalação de algumas minas que esta última havia fabricado. Enquanto isso, Bellamy instruía os delinquentes a fazerem o mesmo, porém com maior celeridade. A necessidade de proteção era premente, e cada ação era realizada com a urgência que a situação exigia.

— É melhor esperar que essas minas funcionem. —  declarou Bellamy com firmeza, posicionando-se atrás das garotas.

Olivia lançou-lhe um breve olhar lateral antes de retomar suas tarefas. Enquanto isso, Raven ergueu-se do chão, girando para encarar Bellamy de frente.

— Com toda essa pólvora sendo usada, poderíamos ter fabricado mais granadas — observou ele, mas suas palavras carregavam um tom de descontentamento.

— Você gostaria de vir aqui e testar uma? — resmungou Olivia, com um toque de ironia. Raven soltou uma breve risada antes de se juntar a Bellamy, dando-lhe um tapinha no ombro esquerdo antes de se afastar em direção a outro local.

— Gracinha. — disse Bellamy, com sarcasmo, mas sua voz mantinha firmeza — Preciso que toda essa área seja minada até amanhã. Depois disso, vamos concluir o campo sul. — Olivia franziu o cenho e, de repente, levantou-se abruptamente, chamando por Bellamy.

— Ei! — ela exclamou, fazendo Bellamy, que já estava se afastando, virar-se novamente para ela. — Eu já disse. Vamos procurar Clarke, Monty e Finn de manhã — ela falou, sua confusão evidente em cada palavra.

— E eu já disse, ninguém sai do acampamento — afirmou Bellamy, virando-se novamente para sair. Sua determinação transparecia em sua postura, deixando claro que não estava disposto a mudar de ideia.

Porém, Olivia não concordava, e sempre foi muito hábil em expressar suas opiniões em situações como essa. Rapidamente, ela, com firmeza, virou Bellamy pelo ombro, forçando-o a encará-la novamente.

— Eu não terminei de falar com você! — ela esbravejou. As sobrancelhas de Bellamy se uniram rapidamente, sem entender a insistência da garota em confrontá-lo — A gente não pode simplesmente desistir e abandonar nosso próprio povo, Bellamy!

Bellamy não respondeu. Na verdade, ele apenas a encarou. Seus olhos brilhavam não por estarem fixos nela, mas pelo fogo que iluminava o local. Ela o encarava de volta, sua expressão firme, como se estivesse à beira de explodir e gritar com todos ali. No entanto, não foi isso que ela fez.

— Se quiser liderá-los — ela começou a falar novamente, agora se aproximando mais de Bellamy. Ele permaneceu imóvel, sem mexer um músculo, apenas observando a aproximação da garota. Seus olhos buscavam os dela, tentando decifrar suas intenções e sentimentos — Mostre que se importa — ela continuou, sua voz soando firme, mas carregada de uma emoção contida.

Era como se estivesse desafiando Bellamy a demonstrar sua verdadeira liderança e preocupação com o bem-estar do grupo.

O som do tiro rompeu o silêncio tenso que pairava sobre o acampamento. Bellamy e Olivia voltaram imediatamente sua atenção para a direção do barulho, seus corações acelerando com a súbita interrupção. Ao perceberem que um dos delinquentes, encarregado da vigília, havia cochilado, a preocupação se instalou ainda mais. Todos estavam exaustos, e aquele descuido poderia ter consequências desastrosas.

Bellamy avançou em direção ao delinquente adormecido com passos firmes e decididos, seus olhos emitindo uma mistura de indignação e confusão. Quando chegou perto o suficiente, ele ergueu os braços em um gesto amplo de desaprovação, sua voz ressoando com um tom de autoridade impaciente.

— O que deu em você, diabos? — ele esbravejou, suas palavras cortando o ar noturno com clareza, enquanto seus olhos buscavam uma explicação na expressão sonolenta do delinquente.

Olivia observava a cena com uma calma aparente, embora por dentro ela também estivesse preocupada e estressada com a situação. Ela reconhecia a necessidade de manter a compostura, especialmente em momentos de crise, e isso a diferenciava de Bellamy. Enquanto o garoto parecia deixar-se levar pelos impulsos e pela raiva, ela mantinha um controle mais firme sobre suas emoções, sabendo quando era o momento certo para expressá-las.

Essa diferença de abordagem entre os dois refletia-se em sua dinâmica como líderes e como pessoas. Enquanto Bellamy era impulsivo e muitas vezes reagia no calor do momento, Olivia era mais ponderada e estratégica em suas ações. Talvez Bellamy pudesse aprender algo valioso com a capacidade de controle emocional de Olivia, especialmente em situações de alta pressão como aquela.

— Desculpa, cara, caí no sono. Passei o dia todo na vigília. — o delinquente expressou seu arrependimento e justificativa de forma rápida, mas clara, reconhecendo o erro que cometeu ao adormecer durante seu turno de vigília. Sua voz denotava sinceridade, refletindo um sentimento genuíno de remorso pelo descuido que poderia ter consequências graves para todos no acampamento.

— Todos passamos o dia todo de vigília! — Bellamy expressou sua indignação de forma intensa, agarrando o delinquente pela gola da camiseta em um gesto de raiva contida. Seus olhos lançavam faíscas de fúria, enquanto sua voz ecoava pelo local, capturando a atenção de todos os presentes. — Aquela bala é um terráqueo a menos morto!

Olivia abanou a cabeça em desacordo, suas pálpebras se fechando rapidamente em reflexão. Uma inquietação pairava no ar, e ela estava plenamente ciente disso. Com um leve arquejar, a jovem engoliu em seco, buscando reunir sua coragem antes de erguer seu olhar para encontrar o de Bellamy.

— Bellamy, está assustando todo mundo! — proferiu ela com serenidade, suas palavras carregadas de uma preocupação tangível.

— Claro que devem se assustar! — Bellamy liberou a gola da camisa do jovem com um gesto determinado, o peso de suas palavras ecoando no espaço ao redor — A explosão na ponte nos deu um tempinho para nos prepararmos. Mas esse tempo acabou! Os terráqueos estão lá fora, esperando para nos pegarem, um por um!

O cenário ao redor parecia congelar, enquanto a realidade sombria do perigo iminente se infiltrava nas mentes dos presentes.

— Clarke, Finn e Monty se foram — proferiu Bellamy, sua voz ressoando com uma firmeza inabalável. A raiva pulsava dentro dele, misturada com um profundo temor que ecoava no coração de todos ali presentes. Contudo, era apenas a ira que transparecia em sua expressão — Provavelmente mortos. E se desejam ser os próximos, não posso detê-los! Mas nenhuma arma deixará este acampamento! Este acampamento é o único fio que nos mantém ligados à vida! — seus olhos brilhavam intensamente, segurando as lágrimas teimosas que se recusavam a cair, enquanto a angústia e o ódio se entrelaçavam em seu ser.

Então, um silêncio pesado se instalou sobre o grupo de delinquentes, todos eles impactados e aflitos com o discurso sincero de Bellamy.

Em meio ao turbilhão de emoções, Olivia se aproximou do jovem, sua expressão indicando algo específico. Confuso, Bellamy estudou atentamente cada detalhe do rosto da garota, seus olhos castanhos buscando compreender sua mensagem silenciosa. Sem hesitar, ele assentiu em concordância.

— Voltem ao trabalho! — ordenou ele, antes que Olivia agarrasse seu braço esquerdo e o conduzisse para longe dali.

Quando finalmente se distanciaram o suficiente dos outros delinquentes para ficarem sozinhos, pararam. Bellamy exalava inquietude, suas mãos movendo-se sem descanso em menos de vinte segundos. Elas percorriam seu rosto, deslizando entre os fios de seus cabelos e até mesmo se entrelaçando com seus próprios dedos em uma dança frenética de agitação.

— Bellamy! — chamou Olivia, capturando a atenção do jovem enquanto segurava uma de suas mãos próxima ao rosto dele, induzindo-o a respirar profundamente e focar nela — O medo não é respeito! Pode parecer, mas não é! — exclamou ela, soltando a mão do garoto com uma leve dose de firmeza.

— E o que você sugere, então? Que eu implorasse por favor? — ele soou irônico, mãos pousadas firmemente em sua própria cintura — Eu simplesmente não sei o que fazer! E, para ser sincero, não gostaria de admitir isso, mas estou perdido, especialmente diante de você! Droga, Olivia! — baixou o tom de voz, desabafando após sua última frase. Retirou a mão direita da cintura e a levou à testa, como se esse gesto pudesse ajudá-lo a organizar seus pensamentos.

Olivia sentia-se perdida, seus pensamentos tumultuados refletidos na testa franzida e nos lábios pressionados um contra o outro. Com um gesto rápido e delicado, ela retirou suavemente a mão de Bellamy de seu próprio rosto. O olhar indiferente do jovem encontrou o dela, surpreso com o toque da garota. Então, Olivia segurou o rosto dele com suas duas mãos e soltou um suspiro profundo.

— Todos estamos perdidos, Bellamy. É a nossa primeira vez aqui também — disse ela, num tom suave, quase sussurrante. Surpreendentemente, e para sua própria surpresa, estava calma. E de alguma forma, o coração acelerado de Bellamy diminuiu o ritmo ao ouvir a voz da garota, enquanto o sentimento de angústia se dissolvia no momento compartilhado entre os dois.

Ele permitiu-se render ao momento, os ombros caídos denotando que ele havia baixado suas defesas, agora completamente vulnerável. Seus braços pendiam ao lado do corpo, relaxados, enquanto ele mordia o lábio inferior, os olhos fixos em Olivia.

— Eu sei, desculpe — murmurou ele, balançando levemente a cabeça, especialmente porque Olivia tinha suas mãos em ambos os lados de seu maxilar — Me desculpe se te assustei. Perdi o controle, estou completamente desnorteado.

— Ah, não, vai precisar de muito mais para me assustar — disse ela com seriedade, embora tenha arrancado um leve sorriso dos lábios de Bellamy, mesmo que ele não mostrasse os dentes — Bell, está tudo bem se sentir perdido, vulnerável. Você pode ser o líder aqui, mas todos nós temos sentimentos. Todos nós aqui enfrentamos as consequências de nossos atos e sentimos na pele o que é viver na Terra depois de cem anos.

Ele sabia disso, é claro que sabia. No entanto, por algum motivo, ele simplesmente não conseguia se conter quando estava nervoso. Tudo o que passava por sua mente acabava saindo pela boca. Às vezes, ele desejaria ser capaz de manter tudo para si, de não se tornar um maldito pregador que vive dando palestras, mas essa era a única maneira que ele encontrava para expressar o que sentia: através da raiva.

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