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13 ₃

──── Céu vermelho ao amanhecer.

O clã de Luna vivia isolado do mundo, sobre uma vasta plataforma que se erguia no coração do oceano. Eles eram um povo vibrante, desconhecendo as crueldades e os perigos que assombravam o restante do mundo. Talvez essa ignorância fosse, de fato, uma bênção.

Naquele momento, os Arkadianos encontravam-se em um salão amplo, iluminado por tochas que dançavam em sincronia com o som das vozes ao redor. Os anfitriões falavam animadamente, cantavam, e gargalhavam entre si, como se nada pudesse abalar sua paz.

Olivia, entretanto, mantinha-se à parte da celebração. Sentada em um dos bancos rústicos, apoiava os cotovelos nas coxas, recusando educadamente uma bebida local, estranha ao paladar, mas claramente adorada por aquele povo. Seus pensamentos estavam distantes. Na verdade, completamente absorvidos por uma única figura: seu pai.

Ele está seguro? Ainda está vivo? As perguntas lhe atravessavam a mente como um punhal incessante. Deus, ele tem que estar bem. Antes, talvez Olivia não se permitisse ceder à preocupação. Não se permitiria sentir essa vulnerabilidade. Mas agora... depois de tudo o que perdera, a simples ideia de também perder Marcus era, no mínimo, insuportável.

Bellamy se aproximou, sentando-se ao lado dela com um suspiro pesado, carregado de frustração. Durante alguns segundos, permaneceu em silêncio, seus olhos varrendo o salão. Havia algo nos movimentos dele, na postura tensa, que fazia parecer que estava tentando encontrar as palavras certas, ou talvez decidindo se deveria dizê-las.

O olhar de Olivia seguia Jasper, que, por sua vez, parecia perfeitamente adaptado àquele ambiente. Ela mantinha o maxilar tenso e os ombros rígidos, algo que Bellamy notou de imediato. Ele sabia. Sempre soubera. Mesmo sem uma única palavra, entendia o desconforto dela, a inquietação que não cessava. Passara tempo suficiente observando Olivia para reconhecer esses sinais antes mesmo que ela os percebesse.

Mas o que exatamente ocupava sua mente agora? Seria Violet? Ele sabia que ela estava segura com Raven e os outros. Seria ele próprio? Apesar de terem se resolvido poucas horas antes, o abismo emocional entre eles parecia maior do que nunca. Porém, foi só quando a ideia de Kane lhe ocorreu que Bellamy sentiu o peso da resposta cair sobre seus ombros. Claro, Olivia estava preocupada com o pai. Ele se sentiu tolo por não ter percebido antes.

Movendo-se com delicadeza, Bellamy pousou a mão no ombro de Olivia, seu polegar traçando um movimento lento, quase imperceptível, mas estranhamente reconfortante. Ela virou a cabeça em sua direção, o gesto hesitante, mas inevitável. Era como se o toque de Bellamy fosse um catalisador, provocando um calor inesperado que irradiava pelo braço e ombro dela, dissolvendo parte da tensão que carregava.

Os olhos de Olivia encontraram os de Bellamy, examinando cada linha de seu rosto, como se procurasse alguma verdade escondida. As sobrancelhas dela franziram ligeiramente, mas ele sorriu, um sorriso discreto, quase imperceptível. Não era um sorriso para tranquilizá-la, mas um que dizia que ele entendia.

— Está pensando em Kane, não está? — a voz de Bellamy soou baixa, quase um sussurro, mas firme.

Olivia assentiu com um movimento pequeno, reprimindo os lábios, tentando conter as emoções que ameaçavam transbordar.

— Sei que está preocupada — continuou Bellamy, mantendo o tom calmo e controlado. — E, para ser honesto, eu também estou. Não vou mentir e dizer que tenho certeza de que ele está bem, porque não tenho. Mas confio que ele vai ficar. E logo... logo vocês estarão juntos novamente.

Talvez fosse exatamente isso que ainda os mantinha tão intensamente conectados: a realidade crua e inalterada. Bellamy sempre fora direto e realista com Olivia, algo que, curiosamente, ela jamais considerou um incômodo. Ele nunca lhe ofereceu falsas promessas, nunca tentou suavizar a verdade com mentiras reconfortantes. Se Bellamy dizia que as coisas ficariam bem, era porque realmente acreditava nisso, e Olivia respeitava essa honestidade. Era como um alicerce sólido entre eles.

Mas Olivia... ela não era tão imaculada. Para proteger Bellamy, ou talvez a si mesma, já havia escondido a verdade antes. Por dias, sustentou mentiras, fingiu estar ao lado dele enquanto, na realidade, seus pensamentos e ações seguiam em outra direção. A culpa ainda a corroía, mas Bellamy nunca a julgara por isso.

Ela só percebeu que estava perdida nos olhos castanhos dele quando Bellamy piscou algumas vezes, trazendo-a de volta à realidade. O gesto quase imperceptível a fez arregalar ligeiramente os olhos antes de ajeitar a postura, tentando dissipar qualquer sinal de vulnerabilidade.

— Não sei se ficar foi a decisão certa — confessou ela, a voz baixa, mas carregada de peso. Seus dedos brincavam nervosamente com a borda do banco, enquanto seus dentes pressionavam levemente o lábio inferior. — É horrível não saber como ele está... ou como as coisas estão indo.

A expressão de Bellamy endureceu. Suas sobrancelhas se juntaram enquanto ele absorvia as palavras dela.

— Independentemente do que esteja acontecendo lá fora, nada disso é culpa sua, Liv — declarou ele, a firmeza de sua voz quase cortante, mas não rude. Ele inclinou levemente a cabeça, como se reforçasse a própria convicção. — Você fez a escolha certa.

Houve um breve silêncio antes que Bellamy acrescentasse, com uma intensidade quase tangível:

— Nós precisamos de você aqui. Eu preciso de você aqui. Sempre precisei.

As palavras pairaram entre eles, carregadas de um significado que Olivia não ousava interpretar completamente. Ela desviou o olhar, mas não conseguiu evitar o leve estremecer de sua respiração, como se algo dentro dela, algo profundamente enterrado, tivesse sido tocado.

Os lábios de Olivia se entreabriram, prontos para pronunciar palavras que sua mente sequer havia elaborado por completo. No entanto, antes que ela pudesse romper o silêncio, Clarke se deixou cair em uma cadeira à frente deles. Sua expressão era leve, quase despreocupada, como se estivesse tentando ignorar a tensão latente entre os dois.

— Jasper está sorrindo — comentou ela, distraída, como quem faz uma observação casual sobre o clima.

Seus olhos vagaram momentaneamente entre Olivia e Bellamy, analisando a proximidade entre eles. Quando finalmente percebeu o que poderia estar interrompendo, seus olhos se arregalaram levemente, o lampejo de uma compreensão súbita passando por sua expressão.

— Ah... me desculpem — murmurou Clarke, apressada, recuando sutilmente como quem avalia se deveria permanecer ali ou sair imediatamente.

Olivia forçou um sorriso discreto, sacudindo a cabeça levemente, como se dissesse a Clarke para simplesmente deixar para lá.

Apesar disso, a mão de Bellamy abandonou seu ombro apenas para deslizar lentamente até a dela, repousando sobre seus dedos em um gesto silencioso de apoio. Olivia não hesitou nem reagiu; apenas deixou que o toque permanecesse. Seu olhar, no entanto, desviou-se para Jasper, que ria abertamente das histórias contadas pelo povo de Luna.

— Pelo menos um de nós está tranquilo — comentou Olivia, retomando o assunto de Clarke enquanto relaxava os ombros e recostava-se contra a parede de madeira atrás de si.

Clarke não compartilhou do tom aliviado. Seu semblante se fechou, marcado por uma carranca visível.

— Estaríamos todos tranquilos se Luna tivesse aceitado a Chama — resmungou ela, a insatisfação transbordando em cada palavra.

Bellamy estalou a língua, franzindo as sobrancelhas em reprovação.

— Clarke, deixa isso pra lá.

Clarke virou o olhar para ele, cerrando os dentes com força. Sua frustração era óbvia. Eles chegaram até ali esperando encontrar uma solução para a crise que enfrentavam lá fora, mas a recusa de Luna os deixava sem alternativas claras. Era compreensível o desapontamento.

Octavia surgiu silenciosamente e sentou-se ao lado de Clarke, embora permanecesse em silêncio por um momento, observando tudo com atenção.

— Não podemos ir embora de mãos abanando — insistiu Clarke.

— Não é como se tivéssemos escolha — retrucou Octavia, cruzando os braços e lançando um olhar atento ao ambiente ao redor.

— Talvez tenhamos — Clarke rebateu, com um brilho decidido no olhar.

Olivia desviou o olhar para as chamas que ardiam perto deles, a luz os mantendo aquecidos em meio ao frio desconfortável da noite. Ela enrugou a testa, sua mente trabalhando rápido, antes de erguer os olhos para a loira.

— Do que você está falando? — indagou Olivia, endireitando-se ao mesmo tempo em que erguia o queixo, a mandíbula travada em um misto de curiosidade e desconfiança.

Bellamy também endireitou os ombros, sua postura tensa refletindo o impacto daquela insinuação. Havia algo naquela ideia que lhe trouxe um vislumbre de esperança, embora incerto.

Clarke ergueu a Chama por um breve momento, a pequena peça brilhando entre seus dedos.

— Estou falando em colocar isso na cabeça dela sem perguntar — respondeu ela, sua voz carregada de uma determinação fria antes de abaixar o artefato novamente.

— Você não pode fazer isso, Clarke — Octavia rebateu prontamente, quase indignada, olhando ao redor para se certificar de que ninguém estava ouvindo. — Isso não é como o Emerson, que queria nos matar.

— Acha que não sei disso? — a loira respondeu, a aspereza em sua voz traindo o medo que ela tentava esconder.

— Clarke, não precisamos fazer isso — Bellamy interveio, sacudindo levemente a cabeça em negação. — Podemos lutar. Voltar a Arkadia. Nos armar.

Olivia apertou os lábios, reprimindo um comentário. Não havia ninguém para lutar. Ela sabia disso. Não lutaria contra os terráqueos, nem contra seu próprio povo. Talvez, nem mesmo contra seu pai. A ideia era absurda.

— E lutar contra quem? — indagou ela, o tom sarcástico carregado de uma amarga ironia. Seus olhos cruzaram os de Bellamy. — Eles têm um exército, Bellamy. E não é qualquer exército. É o nosso povo: engenheiros, agricultores, amigos.

Bellamy engoliu em seco. Ela estava certa, mas isso não tornava a ideia de forçar Luna a aceitar a Chama mais fácil de engolir. Octavia parecia igualmente contrariada.

— Também não gosto disso — admitiu Clarke, mas seu tom permanecia inflexível. — Mas se Raven estiver certa, o código é a única coisa que pode deter ALIE. Vocês têm outra ideia melhor?

O silêncio caiu sobre eles. Octavia lançou um olhar ao irmão, enquanto Olivia e Clarke já o encaravam, esperando uma decisão. Bellamy umedeceu os lábios, sua mente pesando as poucas opções disponíveis.

— Vamos ficar aqui — respondeu ele finalmente, a voz firme.

Octavia revirou os olhos, desviando o olhar em frustração evidente.

— Só assim Clarke terá uma chance de falar com Luna sozinha.

Mas era claro que Octavia não estava satisfeita com aquela decisão.

— Até ALIE deixa as pessoas escolherem — lembrou a morena, lançando um olhar direto para Clarke e, em seguida, para Olivia.

Bellamy apertou os olhos, mas foi Olivia quem quebrou o silêncio pesado:

— Demos uma escolha a Luna. Ela disse não — afirmou ela, o tom carregado de uma convicção que parecia mais uma tentativa de persuadir a si mesma do que aos outros.

[...]

A tentativa de Clarke de forçar a Chama em Luna havia falhado. Agora, a líder do clã repetia em alto e bom tom para o grupo — com a exceção de Jasper, que permanecia dentro do grande salão — que eles estavam de partida. Os guardas de Luna os conduziam de volta ao contêiner que os levaria dali.

— Aqui estão seus equipamentos — anunciou Luna, jogando os pertences do grupo de maneira descuidada para dentro do contêiner. — Receberão as armas no desembarque.

Olivia reprimiu um resmungo quando um dos guardas a empurrou para que entrasse no contêiner. Seu olhar atravessou o homem em um misto de irritação e cansaço, mas ela obedeceu. Bellamy, atento à cena, franziu as sobrancelhas, lançando um olhar gélido ao guarda antes de se aproximar de Olivia. Ele se postou ao lado dela, um gesto silencioso de apoio.

Octavia entrou logo atrás, cerrando os punhos de maneira contida. Clarke, por sua vez, tentava argumentar com Luna, exigindo a devolução da Chama que havia sido confiscada.

Mas então, em um movimento brusco e inesperado, o próprio povo de Luna virou-se contra ela. Guardas se lançaram sobre a mulher, derrubando-a, e empurraram Clarke para dentro do contêiner com violência. Em um solavanco, a porta foi fechada, trancando todos ali dentro.

— Pegaram a Chama! Vão nos trancar aqui! — Octavia gritou, batendo com força contra a porta metálica em uma tentativa inútil de abri-la.

Clarke, ainda tentando se recuperar do choque, levantou-se às pressas e aproximou-se de Octavia, os olhos arregalados pelo susto.

— Ei! O que está acontecendo? — berrou, sua voz carregada de frustração.

Olivia estreitou os olhos, embora a escuridão dentro do contêiner tornasse impossível enxergar qualquer coisa. Instintivamente, ela ergueu a mão, tateando no ar até encontrar Bellamy. Ele, entendendo o gesto sem precisar de palavras, entrelaçou seus dedos nos dela, transmitindo uma sensação de segurança em meio ao caos.

— O povo de Luna a atacou — murmurou Bellamy, suas sobrancelhas franzidas enquanto tentava compreender o que havia acabado de acontecer. Ele virou o rosto na direção de Olivia, a proximidade entre eles fazendo com que ela notasse o suspiro frustrado que escapou de seus lábios.

Por alguns segundos, apenas o som de respirações tensas e passos abafados ecoava dentro do espaço fechado.

Então, Olivia finalmente quebrou o silêncio, sua voz exasperada e cortante:

— É a Alie. Ela está aqui.

— Que maravilha — resmungou Octavia, cruzando os braços, claramente irritada. — E como diabos ela chegou até aqui?

Olivia soltou a mão de Bellamy e esfregou o rosto com as duas mãos, tentando conter a onda crescente de frustração. Ao seu lado, Bellamy respirou fundo, o peito subindo e descendo rapidamente, como se tentasse processar tudo de uma só vez.

— Havia um drone na casa da Niylah — ele respondeu, a voz pesada. — Ela nos seguiu, procurando a Chama. E agora, ela a pegou.

— Isso é ótimo — ironizou Clarke, dando passos curtos para trás até que suas costas colidissem com a parede metálica do contêiner.

Olivia bufou, sentindo a pouca calma que ainda restava escorrer de dentro de si. O coração começou a bater mais forte, rápido demais. Sem conseguir mais permanecer de pé, ela se sentou apressada no chão, levando a mão ao peito enquanto fazia uma careta. Respirava fundo, mas o ar parecia não ser suficiente.

Octavia vasculhou o contêiner às pressas, encontrando uma lanterna em uma das bolsas que haviam sido jogadas ali pelos guardas. Quando o feixe de luz iluminou o ambiente apertado, Bellamy notou a postura estranha de Olivia. Sem pensar duas vezes, ele se aproximou dela, dobrando os joelhos até ficar na sua frente.

— Está tudo bem? — perguntou em um tom baixo, para que apenas ela pudesse ouvir.

Olivia ergueu o olhar até ele, os olhos hesitantes, como se ponderasse entre a verdade e o que ele queria ouvir. No fundo, ela sabia que ninguém ali estava realmente bem — muito menos ela. Ainda assim, assentiu com a cabeça, tentando passar segurança.

Bellamy, no entanto, não se convenceu completamente. Seu olhar desceu para o peito de Olivia, que subia e descia de forma desordenada, acompanhando sua respiração descontrolada. Ele comprimiu os lábios, piscando algumas vezes antes de levar a mão ao joelho dela, em um gesto de conforto.

— Vamos achar uma forma de sair daqui e acabar com isso — prometeu, a voz baixa e firme. Um sorriso quase imperceptível curvou seus lábios, um vislumbre de esperança em meio ao caos.

Olivia respirou fundo mais uma vez e, por fim, assentiu, aceitando as palavras dele como a única certeza que podia ter naquele momento.

Não demorou para que os irmãos Blake começassem a procurar uma saída do contêiner. As batidas constantes nas paredes metálicas, no entanto, eram inúteis. Octavia resmungava reclamações enquanto Bellamy caminhava de um lado para o outro, ambos visivelmente frustrados e impotentes diante da situação.

— Ela vai botar a I.A. na Luna — lamentou Bellamy, esfregando o queixo, tentando conter a inquietação que o consumia.

— Para isso, teriam que chipá-la primeiro — murmurou Clarke, a testa franzida em preocupação. Seu olhar, agora sério, se voltou para os irmãos. — Se Luna for chipada antes de receber a I.A., Alie vai saber de tudo.

O silêncio caiu sobre o grupo por um momento, pesado e carregado de implicações. Bellamy parou de andar, seus ombros se retesando à medida que o significado das palavras de Clarke afundava em sua mente.

As costas de Bellamy escorregaram pelas paredes metálicas do contêiner até ele se sentar no chão ao lado de Olivia. Ele inclinou a cabeça para trás, encostando-a na parede fria e metálica, soltando uma respiração pesada entre os lábios. Olivia, ao seu lado, abaixou a cabeça até os próprios joelhos, fechando os olhos por alguns segundos enquanto tentava controlar o peso da situação.

Octavia, exausta, agora estava sentada no chão ao lado de Clarke. As duas permaneceram em silêncio por alguns instantes, antes de a morena murmurar:

— Esse lugar era seguro antes de chegarmos.

Sua voz baixa carregava um peso evidente, mas suas palavras chamaram a atenção de Bellamy e Clarke, que ergueram os olhos para ela.

Bellamy fixou o olhar no chão, absorvendo as palavras da irmã. Não era a primeira vez que ele sentia o impacto de algo assim. Parecia que, não importava o quanto tentassem fazer o certo, o caos os seguia. Onde quer que fossem, as coisas inevitavelmente desmoronavam.

Sem dizer nada, sua cabeça caiu levemente para o lado, encontrando o ombro de Olivia. A garota não recuou; em vez disso, inclinou a própria cabeça, apoiando-a na de Bellamy.

Segue a revisão da cena:

O barulho da porta do contêiner se abrindo abruptamente cortou o silêncio como um trovão. Imediatamente, os quatro se levantaram, os corpos tensos, preparados para qualquer coisa. Diante deles, estava uma das meninas que, até pouco tempo atrás, contava histórias no grande salão.

Ela cambaleou para dentro do contêiner, mal se segurando em pé, antes de cair no chão. Clarke correu até ela, ajoelhando-se rapidamente ao lado da jovem.

— Ei, estamos aqui. Me diga o que aconteceu — a loira pediu, sua voz firme, mas carregada de urgência.

Foi então que Clarke percebeu a flecha cravada nas costas da garota. Era impossível salvá-la. A jovem tentou falar, seus lábios tremendo, enquanto suas forças escapavam rapidamente.

— Uma sala de máquinas... nível P... — conseguiu sussurrar antes de soltar seu último suspiro.

Olivia prendeu a respiração, sentindo um frio percorrer sua espinha. Seus olhos quase se arregalaram, mas ela conteve a reação, engolindo em seco. A cena parecia surreal.

Bellamy trocou um olhar preocupado com Clarke, enquanto Octavia cerrava os punhos, claramente tensa com a situação.

— O que quer que tenha acontecido lá fora, definitivamente não é bom — Olivia murmurou, sua voz baixa e carregada de nervosismo.

Clarke se levantou lentamente, seu olhar fixo na porta aberta do contêiner.

— E também não será fácil de lidar — completou, o tom sério anunciando que mais problemas estavam à espreita.

Eles se entreolharam por um breve momento, com a tensão pairando no ar como uma nuvem pesada.

— Vamos logo — afirmou Clarke.

Sem mais palavras, os quatro dispararam em direção ao local mencionado pela jovem caída. Eles não tinham um plano claro, mas a urgência queimava em seus passos. As paredes metálicas refletiam ecos de seus movimentos enquanto corriam, o som de suas respirações ofegantes preenchendo o espaço.

Quando finalmente chegaram ao destino, pararam abruptamente diante de um cenário que fez seus corações pesarem. O caos reinava.

Luna estava ajoelhada sobre um dos seus amigos, uma faca cravada no peito do homem que agora não passava de um corpo imóvel. Sangue tingia suas mãos e o chão ao seu redor. A uma curta distância, uma criança estava parada, os olhos arregalados de puro terror. Jasper estava pendurado, amarrado com os braços erguidos acima da cabeça. Ele parecia exausto, mas vivo.

Olivia foi a primeira a reagir. Seus olhos se arregalaram ao ver Jasper, e ela correu até ele sem pensar duas vezes. Suas mãos, ágeis e determinadas, trabalharam para soltar as cordas que o mantinham preso.

— Estou bem. Não me quebraram — Jasper resmungou com um sorriso desajeitado, tentando amenizar a situação. Sua voz era fraca, mas carregada de sua típica ironia.

Então ele olhou para Olivia com uma expressão de súbita preocupação.

— Shay? — perguntou, quase em um sussurro.

A menção ao nome foi como uma faca invisível para Olivia. Seus olhos tremeram por um momento antes de ela desviar o olhar. Ela reprimiu os lábios, respirando fundo, e balançou a cabeça em negação.

— Sinto muito — respondeu baixinho, com sinceridade.

Jasper piscou algumas vezes, como se tentasse processar as palavras.

Os braços de Olivia se abriram um pouco, o suficiente para que ele pudesse se aproximar. Sem resistência, Jasper afundou no abraço, e os dois permaneceram assim por um momento carregado de tristeza silenciosa.

— É o nosso destino —  murmurou ele, a voz quebrada pelo peso das perdas.

[...]

Os olhos de Olivia se abriram com dificuldade, piscando contra a claridade surpreendente. Ela ergueu uma das mãos para proteger o rosto da luz do sol que se derramava. Levou alguns segundos para que sua visão se ajustasse, mas a sensação de areia sob seus dedos e o som rítmico das ondas não deixavam dúvidas: eles estavam de volta à praia.

Confusa, Olivia franziu a testa, seus olhos varrendo o local ao redor. A praia estava vazia, exceto por eles. Não havia sinal do povo de Luna ou de qualquer outro movimento. Tudo estava quieto, quase silencioso demais, exceto pelo mar que batia incessantemente contra as pedras próximas.

Liv? — a voz de Bellamy chamou sua atenção.

Ela ergueu o olhar e encontrou a mão estendida dele em sua direção. A hesitação durou apenas um instante antes que ela segurasse a mão do Blake com firmeza. Ele a ajudou a se levantar, seus olhos brevemente se cruzando.

O silêncio entre eles foi quebrado por Clarke, que estava logo atrás, também se levantando e limpando a areia das roupas. Octavia e Jasper estavam alguns passos adiante, olhando para o horizonte com as mandíbulas cerradas.

Olivia virou-se para observar o local onde estiveram momentos antes, na plataforma, agora invisível. Seus pensamentos giravam, tentando entender como tudo havia mudado tão rápido. Um memorial havia sido preparado para os mortos, mas os Arkadianos não tiveram permissão de ficar. Tudo terminou com o mesmo líquido que os levou até lá sendo usado novamente, dessa vez para mandá-los embora — sem aviso, sem despedidas.

Ela apertou os lábios, o gosto amargo da derrota misturando-se com a sensação de abandono. O vento carregava o cheiro da maresia, mas também parecia trazer uma espécie de vazio que ela não sabia nomear.

Bellamy estava ao lado dela, seus olhos castanhos agora voltados para o mar. Ele respirou fundo, os ombros se levantando e caindo lentamente.

— E agora? — Olivia murmurou, a voz baixa, quase como se não esperasse uma resposta.

Bellamy a encarou por um momento, o peso das últimas horas refletido em sua expressão cansada. Ele abriu a boca, como se fosse dizer algo, mas hesitou. No final, foi Clarke quem respondeu, sua voz carregada de determinação, embora a exaustão ainda fosse visível em seu rosto.

— Agora, seguimos em frente. Não temos escolha.

Olivia desviou o olhar, observando o mar mais uma vez. As ondas pareciam infinitas, uma lembrança cruel de que o mundo continuava, mesmo que dentro dela tudo parecesse tão estático e incerto.

— Seguimos em frente... — ela repetiu baixinho, mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa.

E então, com os pés ainda afundando na areia e o vento brincando com seus cabelos, eles começaram a caminhar, deixando para trás mais do que apenas uma praia.

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