Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

02 ₃

──── Wanheda pt. 2


Não lhes restava outra alternativa senão observar ao redor e continuar caminhando.

Caminhavam sem rumo definido, sem saber exatamente para onde se dirigiam, enquanto as pegadas que Monty havia encontrado já haviam desaparecido há alguns minutos.

Marcus e Olivia avançavam à frente do grupo, ambos em um silêncio absoluto. Olivia não conseguia ceder. Sua experiência anterior com os terráqueos não havia sido muito boa, mas agora era necessário que houvesse respeito mútuo entre os Arkadianos e eles.

Algo com que Pike, evidentemente, não concordava.

Olivia engoliu em seco, apertando os olhos devido à intensa luz solar.

— O que está pensando? — perguntou o mais velho, sua voz baixa o suficiente para que apenas a filha pudesse ouvi-lo.

— Nada — respondeu ela prontamente.

— Sabe que pode me falar — Marcus lançou-lhe um olhar de soslaio.

Ela revirou os olhos antes de olhar rapidamente para trás, voltando logo seu olhar para a frente.

— O que acha sobre o Pike chamar os terráqueos de assassinos? — indagou, engolindo em seco.

— Extremamente preocupante. Mas não é nossa maior prioridade no momento — afirmou Marcus.

— Está brincando? — Olivia arregalou os olhos brevemente, fitando o homem sem interromper a caminhada. — Ele não parece alguém que aceitará a trégua.

— Podemos tentar controlar essa situação, e apenas isso — o Kane mais velho franziu os lábios. — E espero sinceramente que funcione.

Em poucos segundos, Indra parou abruptamente à frente do grupo, erguendo a mão esquerda.

— Silêncio — ela ordenou com firmeza.

Olivia olhou ao redor, tentando compreender a razão da súbita interrupção.

— Ouçam.

A jovem Kane franziu as sobrancelhas, concentrando-se intensamente para descobrir o que Indra mencionava.

— Tambores de guerra — murmurou Marcus.

— Azgeda — Indra declarou, impassível.

— Reconhece a Nação do Gelo pelo som? — perguntou Monty, descrente, com uma expressão de perplexidade.

— Não — respondeu a mulher, girando a cabeça em outra direção — Por eles.

Haviam corpos sem vida de homens da Nação do Gelo no chão, não muito longe deles.

Olivia nem sequer se permitiu arregalar os olhos; já estavam se acostumando com tais cenas. Ela apertou os dedos ao redor do arco, observando os arredores.

— Precisamos remover esses corpos do campo, a menos que não se importe que pensem que fomos nós — disse Pike a Marcus.

Olivia se conteve para não lançar um olhar arrogante a Pike, fechando os olhos por alguns segundos para manter a compostura.

— Vá. Depressa — ordenou Marcus a Pike.

— Esperem. Há pessoas à frente — afirmou Bellamy, levando a mira de sua arma aos olhos.

Olivia olhou na direção que Bellamy indicava, sem conseguir enxergar nada.

— Consegue ver quem são? — ela perguntou.

Bellamy afastou a mira dos olhos e fixou seu olhar na morena por alguns milésimos de segundo.

— É a Clarke.

Imediatamente, Olivia fitou seu pai, que balançou a cabeça negativamente ao perceber a intenção no olhar da filha. Em seguida, ela voltou seu olhar para Bellamy. Ambos assentiram com a cabeça e tentaram se aproximar de Clarke.

Infelizmente, foram interrompidos. Pike segurou Bellamy pelos ombros, afirmando que ele não chegaria a tempo. Marcus agarrou o braço de Olivia, puxando-a para o lado.

— Pare com isso! — ela exclamou, franzindo o nariz.

— Você não vai até lá, não agora! — retrucou ele. — Olhe!

Quando Olivia direcionou seu olhar para onde seu pai apontava, viu um exército de Azgeda.

— Não conseguiremos chegar até ela sem sermos vistos, Liv — assegurou Marcus.

O olhar dela alternava entre seu pai e o exército, antes de finalmente assentir com a cabeça e bufar.

— Gente, há uma caverna — Monty chamou a atenção de todos.

— Tivemos sorte. Vamos — Pike deu dois tapinhas no ombro de Bellamy.

Monty, Bellamy e Pike correram até os corpos no chão com a intenção de retirá-los dali.

— Não posso ir — declarou Indra, aproximando-se de Marcus e Olivia.

— Por quê? — questionou Marcus.

— A Nação do Gelo cruzou a fronteira. Marcham contra minha comandante. Eu preciso avisá-la — afirmou Indra.

— Vamos encontrar a Clarke — assentiu Kane.

— É o melhor que podem fazer — disse Indra com convicção. — Se a Rainha do Gelo a encontrar, ela a matará. E entraremos em guerra.

[...]

Bellamy andava de um lado para o outro dentro da caverna, enquanto Pike e Kane tentavam em vão acalmá-lo. Nada parecia fazer efeito, o garoto continuava visivelmente aflito.

Olivia sentou-se em uma das pedras ali, encostando a cabeça na parede úmida, indiferente ao desconforto.

Sem aviso prévio, Bellamy se sentou ao lado dela, apoiando a cabeça nas mãos. Ele encarava os corpos dos soldados de Azgeda, que haviam levado consigo, refletindo.

Olivia arqueou uma sobrancelha ao perceber sua inquietação. Inclinou-se para frente, aproximando-se de Bellamy para falar sem que os outros ouvissem.

— O que está pensando em fazer? — ela questionou em um sussurro.

— Nada — respondeu Bellamy, passando a mão esquerda pelo braço direito em um gesto nervoso.

Olivia observou-o atentamente, notando sua respiração tensa e o toque rápido em si mesmo.

— Está mentindo — afirmou ela com convicção.

Bellamy olhou rapidamente para ela, mexendo o ombro de forma desconfortável.

— Não estou — ele negou.

— Bellamy, eu li livros de psicologia na Arca — ela fez uma careta — Sei quando alguém está mentindo. O que está planejando?

Ele manteve a postura, balançando a cabeça negativamente.

— Não estou planejando nada. Você está ficando louca, Liv — ele fez uma careta, balançando a cabeça.

— Primeiro, não estou louca — ela apontou o dedo indicador para ele — Segundo, eu te conheço.

Bellamy tentou desviar o olhar, mas os olhos castanhos de Olivia pareciam penetrar sua alma, revelando seus segredos e inseguranças. Ele bufou, franzindo o nariz.

— Meu Deus, eu te odeio — murmurou Bellamy, cruzando os braços, arrancando uma risada irônica de Olivia.

— Eu sabia! — ela comemorou em silêncio — Me explique o plano, posso te ajudar.

— De jeito nenhum, você vai ficar aqui.

— Por quê? — ela franziu a testa.

— Eu vou vestir a roupa de um desses soldados, me infiltrar no exército e encontrar Clarke.

Do jeito que ele falava, parecia uma tarefa simples.

— Você está louco? — Olivia ergueu as sobrancelhas — Como assim eu não posso ir junto?

— É perigoso demais! — ele afirmou, olhando ao redor para se certificar de que ninguém estava escutando.

Olivia revirou os olhos e soltou um suspiro.

— Certo, geralmente eu não apoiaria você em uma missão quase suicida, mas posso distraí-los — ela apontou com a cabeça em direção aos outros Arkadianos na caverna.

Bellamy exibiu um sorriso largo, embora ainda estivesse aflito.

— Obrigado, princesa — ele piscou para ela.

— Ainda me odeia? — ela perguntou, cruzando os braços.

— Sempre — ele ironizou, como se fosse óbvio.

— Ótimo.

Olivia assentiu com a cabeça e, soltando um longo suspiro, levantou-se. Quando parou ao lado de seu pai, forçou um sorriso discreto, sem mostrar os dentes.

— Como ele está? — perguntou Marcus, virando-se para Olivia.

Ela se esforçou para não demonstrar surpresa diante de como seria fácil distrair seu pai.

— Ele está... — ela engoliu em seco, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta da guarda. — Nervoso. Ele realmente se importa com a Clarke, você sabe como é.

— Todos nos importamos, mas não podemos nos deixar levar pela impulsividade — afirmou Marcus. — Mas e vocês?

Olivia franziu o cenho.

— Quem?

— Você e Bellamy — o mais velho soltou uma risada leve. — Já se resolveram?

— Nunca houve nada para resolver — ela umedeceu os lábios com a língua. — Estamos bem.

— Mas não juntos — Marcus pressionou os lábios.

— Claro que não — Olivia arregalou os olhos, soltando uma risada nervosa. — Bellamy tem Gina. E eu... não quero.

Marcus arqueou uma sobrancelha e soltou uma risada irônica.

— Até parece — ele rolou os olhos para Olivia, examinando-a de cima a baixo.

— Acho que já passou da época de termos esse tipo de conversa. E você está errado — ela abaixou o tom de voz ao longo de sua fala.

— Isso não me faz um profissional em psicologia, mas também li os livros — Marcus cruzou os braços.

— E o que isso quer dizer?

— Você baixou o tom de voz, está mentindo — o mais velho sorriu com sagacidade.

Olivia abriu e fechou a boca várias vezes, tentando formular uma resposta, mas nada saiu. Ela apenas esboçou um sorriso de canto, balançou a cabeça e suspirou.

— Completamente errado. Você está completamente errado.

Olivia e Marcus foram interrompidos pela conversa entre Hannah e Monty, que discutiam como o pai do garoto havia encontrado a morte. O nome que ecoava em suas mentes era claro: os Terráqueos da Nação do Gelo. Era por isso que o ódio por eles era tão intenso.

— Desde então, estamos em guerra com os Terráqueos — afirmou Pike, a voz carregada de ressentimento.

— Mas foi a Nação do Gelo — replicou Marcus, balançando a cabeça em negação. — Nem todos os Terráqueos são iguais.

Olivia esboçou um leve sorriso ao ouvir seu pai dizer isso. Olhando discretamente para baixo, esperava que Bellamy já tivesse partido.

— Para mim, todos são — determinou Pike com firmeza.

A jovem repetia mentalmente que essa visão era pura teimosia, um erro grotesco de julgamento. Generalizar era irracional; eles mal conheciam todos os Terráqueos.

Um nó formou-se em sua garganta quando Hannah questionou o que realmente havia ocorrido em Mount Weather. Monty, hesitante, apenas respondeu: "Fizemos o que precisávamos fazer", após admitir que haviam matado todos os montanheses.

— Você fez a escolha certa. Matar ou morrer — disse Pike com convicção, atraindo a atenção de Olivia, que levantou a cabeça ao ouvi-lo. — Então, Mount Weather é nosso agora?

Olivia arqueou uma sobrancelha, lançando um olhar de canto para seu pai.

— Sim — confirmou Kane. — Vamos usá-lo para obter suprimentos.

— "Suprimentos"? — Pike respondeu, desdenhoso. — É uma cidade subterrânea dentro de um abrigo nuclear.

— Estabelecemos uma trégua. Precisamos considerar como isso será percebido pelos outros.

Olivia cerrou os punhos quando percebeu Monty se levantar do lugar onde estava, uma expressão curiosa no rosto. Ela seguiu seus movimentos com os olhos, ignorando a crescente tensão na discussão.

— Não, você precisa pensar no que acontecerá quando os Terráqueos romperem a trégua, porque eles vão romper — afirmou Pike.

— Ah, droga! — exclamou Monty de repente.

— O que aconteceu? — Marcus se virou rapidamente para o garoto.

— Bellamy não está aqui. Ele pegou a roupa de um daqueles soldados — disse Monty, olhando preocupado para os mais velhos. — Acho que ele se infiltrou no exército de Azgeda.

Olivia coçou a nuca disfarçadamente, erguendo as sobrancelhas em um gesto de inocência. Sem hesitar, Marcus lançou-lhe um olhar acusador.

— O quê? — exclamou Olivia, fingindo surpresa. — Eu não sei de nada!

— E eu não disse nada — respondeu Marcus, ainda a observando de perto.

Pike arqueou uma sobrancelha, fixando o olhar em Olivia enquanto cruzava os braços.

— Você sabia disso? — Monty perguntou, apontando para o soldado sem o uniforme. — Deixou Bellamy se arriscar dessa forma?

— Está brincando? Eu jamais faria isso — retrucou Olivia, com a voz firme. — Eu também me preocupo com ele, você sabe disso.

— Que tal deixarmos as discussões de lado e irmos atrás de Bellamy? — sugeriu Kane, a voz firme e decidida.

— Uma excelente sugestão — respondeu Olivia, ainda fitando Monty com um olhar penetrante. — Obrigada, pai.

[...]

Enquanto avançavam pela floresta em uma busca frenética por Bellamy, Olivia estreitava os olhos, tentando distinguir qualquer sinal entre as sombras das árvores. Seus dedos estavam firmemente envoltos em torno do arco, e as flechas balançavam em uma pequena mochila presa às suas costas.

— Bellamy! — gritou Monty, apontando para um ponto à frente. — Ele está ferido!

O jovem asiático não hesitou e disparou em direção a Bellamy, seguido de perto pelos outros. Bellamy estava encostado em uma árvore, gemendo de dor, com uma mão pressionando a perna ferida.

Olivia e Monty foram os primeiros a alcançá-lo, posicionando-se um de cada lado do rapaz.

— Você não esperou o exército passar! — exclamou Marcus, a incredulidade evidente em sua voz.

— O que aconteceu? — perguntou Monty, preocupado.

Bellamy estava suando, e havia sangue manchando seu rosto. A respiração ofegante de Bellamy indicava a gravidade de seu estado, que ficou ainda mais clara para Olivia quando ela avistou o profundo corte em sua perna esquerda.

— Quase consegui alcançá-la — murmurou Bellamy, referindo-se a Clarke.

— Pike, encontre o rastro deles — ordenou Marcus.

— Não adianta, eles sabem que estão sendo seguidos agora — respondeu Bellamy, a frustração evidente.

Quando Bellamy tentou avançar, Olivia balançou a cabeça em negação e, com firmeza, empurrou-o de volta contra a árvore.

— Você mal consegue ficar de pé — afirmou ela, com seriedade.

— E daí? Vamos desistir? — Bellamy retrucou, a voz carregada de dor e determinação. — Deixar que eles a matem?

Apesar da tentativa de Olivia de mantê-lo parado, Bellamy deu mais um passo à frente, mas foi contido por Monty.

— Bellamy! — exclamou Monty. — Também quero encontrá-la, mas olhe para a sua perna. Você pode morrer aqui, e não temos pista alguma...

— Não podemos perder Clarke! — Bellamy gritou, o desespero transparecendo em sua voz.

Marcus engoliu em seco, lançando um olhar de preocupação para Olivia, que observava os demais Arkadianos à sua frente.

Bellamy, ainda determinado, fixou seu olhar em Monty novamente.

— Não podemos perdê-la — repetiu ele.

Olivia suspirou profundamente e, com passos decididos, aproximou-se de Bellamy. Ele soltou um gemido de dor quando ela ergueu seu braço, apoiando-o sobre os ombros dela, e o encarou com firmeza.

— Nós a encontraremos, está bem? — assegurou Olivia, sua voz baixa, mas resoluta. — Vamos pensar em um plano, eu prometo. Mas este não é o caminho certo, Bell.

Monty assentiu em concordância, quando Olivia o olhou rapidamente.

Bellamy estudou a expressão determinada de Olivia, demorando alguns segundos antes de ceder. Respirou fundo, resignado.

— Está bem.

— Certo — murmurou Olivia. — Vamos sair daqui.

[...]

Assim que chegaram a Arkadia, a prioridade foi levar Bellamy à enfermaria. Marcus se encarregou de informar Abby sobre tudo que havia ocorrido, especialmente sobre Clarke.

Olivia, por outro lado, encontrou Lincoln pelo caminho. Ele abriu um sorriso caloroso ao vê-la.

— Noite difícil? — ele indagou.

— Pode apostar que sim — respondeu ela, com uma leve exaustão na voz — E Octavia, como está?

— Ainda resistindo à ideia de eu vestir a jaqueta da Guarda — admitiu Lincoln, franzindo os lábios.

— Ela vai mudar de ideia, confie em mim — assegurou Olivia, esboçando um sorriso discreto.

— Vou confiar na sua palavra, Kane — assentiu o terráqueo — Tenho que começar a aula de combate de hoje. Vai participar?

— Ah, não — ela riu suavemente — Hoje vou passar.

Lincoln fez uma expressão de desapontamento, mas acenou em compreensão antes de se afastar com passos largos.

Olivia foi distraída por um leve impacto em seu pé esquerdo. Ao olhar para baixo, avistou uma bola rolando até parar à sua frente. Erguendo os olhos, deparou-se com Violet, uma garotinha que não via há muito tempo.

— Desculpa, eu não sabia que conseguia chutar tão forte — lamentou Violet, com uma expressão preocupada.

— Não precisa se desculpar — disse Olivia, sorrindo enquanto se ajoelhava para ficar na altura da menina — Como você está?

— Estou bem. Minha mãe está doente, mas a doutora Abby disse que logo ela vai melhorar — respondeu Violet, com um sorriso esperançoso.

— Tenho certeza de que ela vai ficar bem — afirmou Olivia, com uma gentileza que transmitia confiança.

Olivia sorriu, balançando a cabeça suavemente enquanto se levantava, ainda mantendo os olhos em Violet.

— Você tem um chute poderoso, hein? — Olivia comentou, tentando disfarçar a preocupação — Está praticando para se tornar uma guerreira como o Lincoln?

— Talvez! — Violet respondeu com um brilho travesso nos olhos — Mas ainda preciso melhorar.

Olivia riu, sentindo uma conexão especial com a menina, algo que não conseguia explicar, mas que a fazia querer sempre estar por perto, como se tivesse que cuidar de Violet.

— Tenho certeza de que você será ótima no que decidir fazer — disse Olivia, com um tom encorajador — E se precisar de alguma ajuda, sabe onde me encontrar.

Violet sorriu amplamente, pegando a bola novamente.

— Obrigada, Olivia. Você é a melhor.

Olivia apenas acenou com a cabeça, observando Violet correr de volta para sua brincadeira. Havia algo na simplicidade daquela interação que aquecia seu coração, algo que fazia Violet se sentir como parte de sua vida de um jeito que ia além de qualquer explicação.

Após Violet se afastar, Olivia fez uma careta, soltando um resmungo baixo. Ela relutava em admitir, mas a dor em seu quadril persistia, incomodando-a mais do que gostaria de reconhecer.

Com um suspiro frustrado, Olivia dirigiu-se à enfermaria. Ao chegar, não pôde evitar um breve revirar de olhos ao avistar Gina sentada ao lado da maca onde Bellamy estava. Sem perder tempo, aproximou-se de Abby, que deu um leve sobressalto ao notar a presença da garota.

— Acho que vou precisar daquele medicamento que você me receitou — Olivia admitiu, com um tom relutante.

— Está com dor? — Abby ergueu as sobrancelhas, surpresa — Não havia me dito que as dores tinham passado?

Olivia soltou um suspiro, revirando os olhos ao admitir a verdade.

— Eu menti. Queria poder voltar às missões, parar de tomar remédios e me sentir completamente inútil aqui dentro.

Abby a observou por um momento, compreendendo a frustração da jovem. Sem mais perguntas, entregou-lhe um pequeno frasco com as pílulas analgésicas.

— Tome sempre que sentir aquela dor aguda que me descreveu na última vez — instruiu Abby, com a voz firme.

— Certo, obrigada.

— Cuide-se, Olivia — disse Abby, dessa vez com a preocupação de uma médica, não apenas como Chanceler.

— Pode deixar.

Olivia guardou o frasco no bolso, forçando um sorriso enquanto disfarçava o desconforto da dor em seu quadril. Não queria que seu pai se preocupasse com mais um problema.

Ao se afastar de Abby, Olivia cumprimentou Gina, que estava saindo da enfermaria. Logo em seguida, seu olhar voltou-se para Bellamy, sentado na maca com uma expressão de dor.

— Está sentindo dor? — Bellamy perguntou, observando-a com atenção.

— Você foi quem levou uma facada na perna — respondeu Olivia, franzindo o nariz.

— Não fui perfurado no quadril — retrucou Bellamy.

— Não estou com dor — Olivia mentiu, tentando manter a compostura — E você, como está?

— Obviamente, estou com dor. Fui esfaqueado na perna — respondeu ele, irônico, antes de continuar: — Vem aqui.

Olivia franziu a testa, hesitante, mas obedeceu. Sentou-se ao lado dele na maca, disfarçando a dor que sentiu ao fazê-lo.

— Não tinha parado de tomar remédios? — Bellamy perguntou, estudando a expressão da garota.

Olivia desviou o olhar, procurando uma desculpa, mas nada surgiu. Mentir para Bellamy era quase impossível.

— Parei, sim — respondeu ela, tentando parecer convincente — Abby só me deu esses por precaução.

— Mentira. Você está sentindo dor novamente e não quer que ninguém se preocupe — Bellamy afirmou, analisando-a — Kane sabe?

— Não, e ele não vai saber — Olivia respondeu rapidamente, fitando Bellamy com determinação — E você também não vai contar. A dor passa rápido com os remédios. Preocupante mesmo é você estar mancando.

— Eu não estou mancando, posso me mover facilmente — retrucou Bellamy, dando de ombros — E não fuja do assunto. Você deveria contar para alguém além da Abby que está com dor.

— Já te contei, e acho que isso é suficiente — murmurou Olivia, inclinando a cabeça, sem encará-lo.

Olivia quase deu um salto quando sentiu o toque sutil dos dedos de Bellamy, puxando sua roupa para cima, revelando a área onde havia sido realizada a cirurgia.

— O que está fazendo? — ela questionou, lançando-lhe um olhar sério.

— O hematoma ainda está aqui — ele comentou, com a testa franzida em preocupação.

— Sim, está — ela respondeu, puxando a roupa para baixo novamente — É algo comum, considerando a profundidade da lesão. Hematomas assim podem ser mais resistentes a desaparecer.

— E você está simplesmente ignorando isso, agindo como se nada estivesse errado? — Bellamy replicou, com um tom de reprovação — Isso é perigoso, Olivia, até mesmo para você.

— Isso é um exagero — ela resmungou, desviando o olhar — Você não é meu pai.

— Eu fiquei ao seu lado por várias semanas, te consolando depois dos pesadelos — ele replicou, comprimindo os lábios em um leve sorriso, tentando provocá-la.

Olivia lançou-lhe um olhar irritado, franzindo o nariz. Após alguns segundos, ela se levantou, tirando as mãos dos bolsos.

— Acho que não te contarei mais nada — ela afirmou, arqueando uma sobrancelha.

— Você sabe que isso é impossível — Bellamy respondeu com um sorriso confiante.

Um pequeno sorriso escapou dos lábios de Olivia, mas logo foi substituído por uma expressão séria, embora seu tom de voz traísse a leveza que ela ainda sentia.

— Veremos — ela respondeu, com uma leveza velada na voz.

Ela deu as costas, balançando a cabeça em negação para evitar um sorriso.

— Até logo, princesa — Bellamy comentou com um tom leve e divertido.

Ela lançou um olhar de esguelha para ele.

— Tchau, manco — respondeu com uma ironia sutil, mantendo o sorriso contido.

Os resmungos de Bellamy chegaram até ela, mas foram ignorados enquanto ela se dirigia para a saída da enfermaria.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro