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𝘇𝗲𝗿𝗼. 𝙷𝚄𝙽𝚃 𝚃𝙷𝙴 𝚃𝚁𝙰𝙸𝚃𝙾𝚁

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༊ ˖ ࣪ 𖥨 ࣪ ❪ 𝚁𝙴𝚅𝙴𝙽𝙰𝙽𝚃 ━ act one ❫ ₊˚.༄
𝒐𝒐𝒐. caçando o traidor. ༉‧₊˚

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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤEM ALGUM LUGAR NO ESPAÇO, POR VOLTA DE 2014.

Já faz um bom tempo desde que Oksana Kozlova havia tido uma boa noite de sono. Desde que se lembrava, sua mente sempre esteve ocupada demais com sonhos e pesadelos de uma realidade que não parecia em nada com a dela. Uma em que ela, apesar dos desafios, tinha amigos, pessoas que se importavam com seu bem estar - um grande diferencial dos saqueadores com quem estava acostumada a conviver.

Normalmente, ela fecharia os olhos e se forçaria a dormir novamente, deixando os pesadelos lhe atormentarem enquanto ela tenta se apegar naquele único momento em que ela sabe que vai ter algum descanso. Oksana sabe que, assim que ela colocar os pés para fora daquela cama, suas únicas horas de paz seriam retiradas e ela precisaria enfrentar aqueles seres repugnantes que pareciam gostar de lhe chamar de 'Inferna', em substituição de 'Mercenária', ambos apelidos sempre ditos em forma de zombar delas - o que era engraçado pois, no fim, eles sempre precisavam dela e de seus serviços.

Para eles, ela era apenas isso: uma ferramenta, uma peça descartável; talvez não um peão, ela sabia reconhecer seu próprio valor. Talvez um cavalo, movendo-se de maneira imprevisível e atacando onde eles menos esperam. Cada missão concluída com sucesso, cada alvo que lhe era entregue e eliminado com uma precisão absurda - era tudo em uma louca tentativa de preencher as lacunas em sua memória, de juntar as peças espalhadas do quebra-cabeça que um dia formaram a pessoa que ela era antes de sua nave cair em um planeta desconhecido.

Com um suspiro, ela jogou as pernas para fora da cama, seus músculos tensos após uma terrível noite de sono. Era costumeiro, mas não significava que ela gostava. Seus pés tocaram o chão frio e metálico da nave espacial, um arrepiante lembrete do vazio que a cercava. Oksana se permitiu alguns segundos de silêncio, olhos fechados enquanto soltava lentamente o ar pela boca, como se esperasse por... alguma coisa. Ela não sabia o que era, mas sentia falta de algo. Algo quente e reconfortante, capaz de afastar o peso de seus ombros e a dor em sua cabeça.

Você está atrasada. ━ ouviu através do comunicador da nave, se contendo para não revirar os olhos. Era um aviso padrão que tocava sempre que os sensores de movimento do pequeno cômodo estavam ativados durante aquelas horas, mas para Oksana, era como se estivessem secretamente lhe julgando.

Ela detestava aquilo.

━ Já tô indo. ━ resmungou para ninguém em específico, vestindo-se com a agilidade de quem estava acostumada a levantar-se às pressas.

Ela saiu enquanto vestia uma jaqueta preta, as solas de suas botas ecoando nos corredores vazios enquanto fazia seu caminho até o centro de reuniões. Apenas Yondu e Kraglin estavam lá, para seu descontentamento.

Não que ela os detestasse, mas quando haviam poucas pessoas por perto, Yondu parecia manter um foco maior nela, o que a mulher detestava; talvez ele esperasse que ela fosse atrás de vingança, retribuição pelo o que ele fez com sua antiga equipe.

Antes de se juntar a Yondu, Oksana estava presa a um outro grupo de saqueadores, menos... generosos, se é possível dizer. Eles a mantinham presa, o contato com o exterior era restrito e ela se via, constantemente, sendo acompanhada por um cara estranho que parecia ser a única coisa a falar a mesma língua que ela. Quando eles decidiram ir atrás o que um dia foi Lofurenignis, um planega há muito tempo dizimado por um titã chamado Thanos, a fim de ver o que poderia ser saqueado e vendido, Yondu apareceu. Como sua frota era bem maior e mais poderosa da que estava mantendo Oksana de refém, a luta foi rápida, mas com apenas um lado vitorioso: com exceção de Oksana, todos os outros morreram, sendo queimados, esquartejados ou dramaticamente perfurados pela flecha de Yondu.

Havia sido um momento tenso. Oksana, ferida e desorientada, não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo e, quando Yondu tentou conversar com a mesma, eram apenas sons estranhos que ela escutava. Foi quando Peter Quill apareceu e interviu, crente de que sabia como ajudá-la.

Os acontecimentos seguintes foram dolorosos pois, apesar de Peter Quill lhe dizer que não precisava se preocupar, era difícil conter o desespero quando quatro homens seguravam seus braços e pernas e Yondu mantinha sua cabeça firme, fazendo uma perfuração atrás de sua orelha e retirando o que parecia ser um chip - que horas depois Oksana descobriu ser de rastreamento, da nave-mãe da antiga frota que lhe manteve como refém.

Após isso, ela permaneceu com os Ravagers, mas não por gratidão e sim por necessidade; ela não tinha para onde ir. O espaço era vasto e impiedoso para aqueles que vagavam sem um propósito ou sem companhia, e Oksana sabia que, por conta própria, não duraria muito tempo. Os Ravagers não eram exatamente a companhia ideal, mas eram melhores do que sua última "família". Aqui, pelo menos, ela tinha um tradutor universal e não estava acorrentada.

Ainda assim, a desconfiança nunca a abandonou. Yondu pode ter arrancado o rastreador de seu crânio, mas Oksana nunca se enganou achando que ele fez isso por bondade. Ele viu potencial nela, uma ferramenta útil para as missões mais perigosas, que necessitavam de execuções precisas. Peter era o único que, ao menos, parecia se importar de verdade, embora ela não soubesse dizer se era por genuíno altruísmo ou apenas porque se via nela de alguma forma: ambos perdidos, tentando entender seu propósito no espaço.

Ali, parada na sala de reuniões, seu olhar pairava entre os únicos seres no local: Yondu e Kraglin, um baba-ovo de Yondu que seguia até mesmo suas ordens mais estúpidas.

━ Qual o problema dessa vez? ━ a mulher questionou, mãos na cintura enquanto olhava entre os dois.

Yondu abriu um sorriso carregado de malícia, girando a flecha em seu dedo como se aquilo fosse um jogo para ele.

━ Ah, essa missão vai ser do seu gosto, Inferna. Você já sabe sobre o orbe, lá em Morag. Tão dizendo valer mais que qualquer coisa que a gente já pegou antes. ━ Ele inclinou a cabeça, observando-a. ━ Mas também tem um pequeno problema...

Ela franziu as sobrancelhas, encostando-se na parede metálica.

━ Morag? Não era o trabalho que você decidiu dar pro Peter?

O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Oksana não piscou, mas internamente, sua mente trabalhava rápido. A Kozlova sabia que Peter era... competente. Não conseguia pensar em nenhum motivo para Quill necessitar de ajuda; apesar de ouvir os rumores que Ronan - um ser perigoso que aparentava estar trabalhando com Thanos - tinha interesse no orbe, Oksana imaginava que Peter pudesse ser capaz de evitar ser capturado ou de perder o objeto.

Mas, claro, ele também era um idiota e vivia mencionando querer seguir o próprio caminho, mas ele não seria estúpido o suficiente para...

Talvez ele fosse.

━ O que foi dessa vez? ━ questionou com falso tédio.

Kraglin, quieto até então, limpou a garganta e desviou o olhar para Yondu, como se temesse que a notícia a seguir pudesse ser impactante para a mulher.

━ Quill... bom, ele pegou o orbe.

Ela ergueu uma sobrancelha, esperando que qualquer um dos dois explicasse melhor a situação, mencionasse um detalhe extra que fizesse aquilo parecer menos estúpido, mas logo percebeu que nenhum dos dois iria dizer algo.

━ Não era esse o plano? Pegar o orbe? O que ele fez? Pegou o orbe e tá trazendo? Pegou o orbe e perdeu? Pegou o orbe e já vendeu?

Yondu sorriu de lado.

━ Pegou o orbe e fugiu.

━ Ele pegou o orbe e fugiu? ━ repetiu, a voz carregada de irritação e... surpresa.

Oksana não deveria estar surpresa. Na verdade, ela deveria ter previsto que Peter faria algo assim mais cedo ou mais tarde. Ele sempre falou demais para ela sobre como queria sair da sombra de Yondu e seguir carreira solo. Mas bancar o rebelde e fugir com um artefato que valia uma fortuna e que claramente atraía atenção perigosa - a atenção de Ronan? Logo agora?

Ela imaginou que ele fosse ser um pouco mais esperto que aquilo.

Peter Quill era um imbecil.

━ Ele "não respondeu o comunicador". ━ Yondu corrigiu. ━ Mas eu e você sabemos muito bem o que isso significa.

━ É... ━ sussurrou, olhando para baixo por um instante. ━ Imagino que queira que eu vá atrás dele. ━ apontou, sua voz ainda baixa, exalando lentamente pelo nariz.

Yondu sorriu, apontando a flecha para ela de forma descontraída.

━ Bingo. Você é rápida, esperta e, o mais importante, ele confia em você mais do que em qualquer um de nós.

━ E se ele já tiver vendido? ━ ela deu de ombros.

Yondu revirou os olhos, como se estivesse escutando a pergunta mais estúpida de todas.

━ Então você descobre para quem e pega de volta. Aparentemente ele tá indo pra Xandar, ouvi dizer que tem um colecionador lá. Pode ser que ele tente vender o orbe, então dê seu jeitinho e traga os dois de volta.

Oksana fechou os olhos por um segundo, respirando fundo. Ela detestava seguir ordens de Yondu, mas também sabia que Peter Quill era um burro sem-noção; deixar ele por conta própria poderia criar ainda mais problemas - e não só para ele. Se Ronan estava atrás do maldito orbe, então Peter estava brincando com fogo.

E ele estava muito perto das chamas, ainda mais em Xandar, diante de toda a problemática que o planeta estava tendo com Ronan.

Apesar de tudo, ela estava curiosa. Yondu sempre teve um ponto fraco por Peter, ela queria saber até onde ele iria para trazê-lo de volta.

━ E se eu decidir não ir? ━ questionou com um arquear de sobrancelha.

━ Não tem problema. ━ ele se inclinou para a frente, apoiando seus cotovelos nas pernas. ━ Eu mando outros atrás dele. Mas você sabe que não vão ser tão... cuidadosos. Talvez alguns dedos cortados, olhos arrancados. Mas se você for uma boa garota e trouxer ele o mais rápido possível, as consequências serão menores... para os dois.

Oksana apertou os punhos; era uma jogada suja, mas não estava surpresa: era Yondu, afinal, e se havia algo que ela aprendeu era que ele sempre tinha uma vantagem, uma carta na manga.

E ela não pretendia perder um dedo por causa de Peter.

Oksana cruzou os braços, encarando-o por um momento antes de soltar um suspiro derrotado.

━ Eu vou trazer ele de volta. Mas se ele e fizer de otária, eu não vou ter um pingo de cuidado.

━ Justo.

━ E se eu tiver que arrancar o orbe das mãos de algum colecionador esquisito ou de um Kree lunático, eu vou cobrar dobrado.

Yondu sorriu, satisfeito.

━ Parece que temos um acordo. Agora vá, antes que aquele moleque nos meta em mais confusão.

Sem dizer mais uma palavra, Oksana se virou e saiu da sala, sentindo os olhares de Yondu e Kraglin queimarem sua costas.

Oksana sabia que aquilo seria um pesadelo, sua mente já formulando um plano. Peter Quill havia se tornado seu maior problema e, conhecendo o homem, sabia que a tendência era piorar.

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