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vinte e nove - a pilha de papéis

(Jack)


Umas horas antes...

Eu saio. Festa de merda. Gente de merda. Quem aquele merdinha do Alex pensa que é? Eu tô com vontade de ferrar aquele idiota! Eu sei como foder com a vida dele, mostrar para ele que não pode fazer o que fez comigo. Então, eu saio. Eu saio para não fazer a porra de uma besteira!

Merda!

— MEEERDAAA!!!! — grito.

— Jack! — Anne me segura.

— Eu tô bem, tá legal? Eu tô bem!

— Você definitivamente não está bem! Vou chamar um táxi.

— Não! Já disse que tô legal!

— Jack!...

— Eu quero ficar só, Anne. Me deixa sozinho. Desculpa. Tá tudo uma merda pra mim agora. Desculpa...

Ela coça os braços, desvia o olhar do meu e se afasta. Ainda hesita um tempo, parada, como que esperando eu dizer alguma coisa, mas eu só quero ficar sozinho nessa merda. Ela finalmente volta para o baile e me deixa sob a escuridão do túnel de árvores na entrada da escola.

Finalmente, só.

Eu fecho os olhos e os aperto soltando o ar preso nos pulmões devagar. Por dentro, estou estourando. Isso nunca aconteceu comigo. Não sei o que é isso, que merda é essa. Não tenho lágrimas nos olhos, para chorar, mas tem alguém apertando minhas tripas, meu coração por dentro.

Começo a andar. Não sei o que fazer. Penso. Tanta coisa passando na cabeça... Já sei o que fazer. A cidade é pequena e as ruas estão vazias. Só eu e a noite, mas ele não sai da minha cabeça. Não me deixa um só segundo. Ele ama você. Como assim ele ama você? Que porra é essa?

— ME DEIXA EM PAZ, PORRA! — grito para a rua vazia. Assusto um gato que dispara correndo.

Todas as perguntas do mundo se acumulam nos meus ombros. A dúvida pesa. Em trinta minutos, estou parado igual a um idiota na frente da casa 829 da Chamberlain Street, o coração pulando, esmagado, apertado, o dedo parado no ar hesitando em apertar a campainha.

Aperto.

— Oi, Jack — a Sra. Wendy Urrea me atende, atrás da porta entreaberta.

Eu não sei em que estado deplorável eu me apresento agora, mas, logo que ela me olha por inteiro, o seu rosto se comprime. É uma mulher amável, eu sei. Eu sinto assim que bato o olho nela. Amável igual o filho dela.

— Você está bem, Jack?

— Tô — minto.

— Quer entrar? — Ela se afasta, me dando espaço para passar.

Eu entro. Olho em volta. Inspiro até encher os pulmões. A casa tem o cheiro dele. Dou alguns passos, reparo nas molduras com retratos perto dos sofás. Retratos do Nolan quando criança. É a primeira vez que entro na casa dele. Coço os braços. De repente, me sinto meio deslocado. Parece a sensação que tive quando pisei nessa merda de cidade.

— Pensei que você e o Nolan estivessem juntos.

Eu me volto para a Sra. Urrea.

— Não — digo. — Ele ficou no baile. Posso ficar aqui até ele chegar?

— Claro. Você pode esperá-lo aqui — aponta os sofás — ou lá em cima. Sabe onde fica o quarto do Nolan, não? Fique à vontade, você está em casa.

Mas eu não me sinto em casa. Quero, mas está tudo uma bagunça. Ele me ama. Ele me ama? Mas desde quando ele passou a me amar? E se tudo não passar de um blefe daquele otário do Alex? Um blefe para se vingar de mim por tê-lo exposto mamando a pica do Bailey?

— Bem, Jack, se precisar de mim, só me chamar — a Sra. Urrea diz com sua voz adocicada de anjo, e me deixa.

Acompanho os passos dela até ficar só, e desabo no sofá. Meu Deus, ele me ama? A dúvida pesa. É horrível. Que bagunça. Não sei porque isso me abala tanto. Será que eu o amo de volta? A dúvida pesa, sinto-a esmagando meus ombros. Preciso perguntar ao Nolan. Olho no olho. Sentir o nervosismo dele ao ser confrontado. Ouvir da boca dele.

A boca dele... Por que estou pensando na boca dele agora?

Deixo a cabeça cair entre as mãos. Uma ideia fixa me toma. Ergo os olhos para a escadaria. Por que essa ideia justo agora? Eu nunca entrei no quarto do Nolan. Ele já invadiu todas as minhas privacidades, sabe tudo sobre mim. Sabe onde moro, quem amo e quem odeio, já me viu até pelado, mas eu não sei nada sobre ele, e só percebo agora...

Levanto do sofá com o olhar fixo no alto da escadaria. Espio antes se a Sra. Urrea não está por perto. Sinto uma coisa estranha. Até parece que estou prestes a cometer algum crime. Subo os degraus. Lá em cima, a porta do quarto do Nolan está fechada como um mistério. Um mistério que arrepia os pelos dos meus braços.

Giro a maçaneta e entro.

O cheiro do Nolan me recebe. O cheiro do perfume que ele usa. Passo os olhos pelas coisas dele, intactas, organizadas, e sorrio. É como conhecer um bocado dele, mas sem perguntar nada. Fecho a porta e sento na beirada da cama. Tem ursinhos para todo lado perto dos travesseiros.

Olho os posters de artistas que ele tem na parede. Michael Jackson, Britney, Justin Bieber, Lady Gaga, Now United. Ele nunca me disse que curtia essas músicas. A gente teria conversado tanto. Ele tem ainda uma bandeira do Canadá ao lado de outra do Brasil. Será que é por minha causa? Eu sorrio. Eu já contei a ele da minha dupla nacionalidade, mas não imaginei que ele fosse guardar isso com tanto carinho no quarto dele.

Olho a mesa do computador dele. Tem florzinhas e corações colados na parede para todo lado. Pilhas de papéis e livros. Ele parece adorar Jack London e Joseph Conrad. Levanto, pego o volume de Coração das Trevas e o folheio até notar a pilha de papéis junto do computador. São desenhos que o Nolan faz. Um deles tem o meu rosto...

Eu o pego. Sou eu mesmo. Estou pelado, em pé dentro de uma banheira. Parece o dia em que tomei banho na frente dele. Eu estava vulnerável, e ele me sexualizando. Pego outros desenhos da pilha, são vários e eu estou em todos eles. De cueca, pelado, jogando futebol, sorrindo, de costas, de frente. Que merda é essa? Ele me desenhou de todos os ângulos, como se me observasse o tempo inteiro, de todos os jeitos, por todos os lados. Solto os papéis em cima do teclado. Meu corpo congela. Que tipo de psicopata o Nolan é?

Ele ama você. E passa as madrugadas desenhando a porra do meu pênis? Sonhando com isso escondido? Meu estômago embrulha. Como alguém assim pode me amar?

Como alguém assim pode amar alguém?

Eu solto os papéis e me afasto. Foi uma péssima ideia entrar no quarto do Nolan. Foi uma péssima ideia achar que eu ia conhecer o lado bom do meu melhor amigo olhando as suas coisas privadas. Foi uma péssima ideia achar que eu já o conhecia. Meu estômago está revirando. Que nojo de mim por ter deixado esse cara se aproximar tanto. Por ter deixado que ele soubesse dos meus segredos, das minhas fraquezas. Que nojo...

Desço a escadaria e ando direto para a porta de saída, mas a Sra. Urrea me interpela antes que chegue à porta.

— Já vai, Jack? — Ela segura uma caneca fumegando em uma mão, e um prato com cookies na outra.

— Preciso ir. Não vai dar pra esperar o Nolan.

— Fiz para você.

— Obrigado, mas tenho mesmo que ir.

E saio.

A minha cabeça está fervendo. Não me conformo. Por que, Nolan? Por que caralho você tinha que gostar de mim desse jeito? Não podia ter acabado assim. Você era tão próximo de mim. Eu confiava tanto em você... Que nojo.

Lá fora, quando piso na rua, ouço alguém me chamar. Olho para trás, é a sombra do Nolan. Não... Não! Definitivamente, não quero olhar para você. Eu o ignoro e volto a andar. Só quero sair daqui. Ficar só. Eu, a rua, a noite e as decepções. Ouço Nolan me chamando de novo, mas sigo meu caminho sem olhar para trás.

Das decepções desta noite, Nolan, você é a maior delas.

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