Capítulo Repostado✓

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"— Não vão além do rio. Pela segurança de vocês, fiquem dentro dos limites. Uma equipe de sete vai segui-los, e se você quer um momento mais íntimo com seu parceiro, eles estarão longe, mas perto o suficiente caso necessário."

Foi o que Nathan disse a Mew antes do Suppasit abandonar sua sala.

— Não vejo necessidade de fazer isso aqui. — Mew estava de braços cruzados encarando Gulf que tirava as roupas para sua transformação.

Era uma zona aberta, e os betas que vão com eles estão espalhados ao redor.

— Não começa! Somos todos amigos, e é a coisa mais natural do mundo, ok? — Disse antes de tirar o shorts.

Mew apenas lançou um olhar de aviso e todos ao redor deles começaram a admirar a paisagem dando as costas ao ômega se despindo.

Certo que ninguém se importava com a nudez um do outro quando o assunto era transformação, mas Mew apenas não aprovava que outros além dele pudessem ver seu parceiro sem roupas.

Mew não entende como certos lobos marcados aceitam isso tranquilamente, mas a verdade é que ninguém aceita, eles só não reclamam porque acham que ninguém tem que se preocupar com isso, é algo profissional. Além disso, é um consenso mútuo que as pessoas tem de apenas não olhar de mais.

— Ainda assim não precisava ser aqui.

Mew tirou suas roupas as jogando no caixote que havia lá perto e se transformou em menos de um segundo. Gulf já era um lindo lobo ômega de pelagem cinza esbranquiçada.

O Suppasit não perdeu tempo e já saiu na frente com Gulf atrás para que os outros também tomassem suas formas. Curioso do jeito que é, Gulf olhou para trás por um milisegundo, e Mew emitiu um rosnado deixando claro que ele deveria olhar para frente e apenas para frente.

[...]

Foi uma caminhada curta até onde saiam do caminho de terra até chegar onde uma floresta se iniciava. Gulf se sentia muito animado e ansioso. O ômega não esperou ouvir alguma instrução e empurrou Mew para o lado batendo uma pata no chão curvando seu corpo o convidando para correr. Mew por outro lado negou veemente com a cabeça e Gulf começou a arranhar o chão revoltado.

Sendo o único lobo alfa ali no meio, Mew se virou para os outros avisando que eles deveriam se espelhar e cobrir toda a área ao redor deles. Os lobos se enfiaram na flores seguindo um para cada lado deixando os dois sozinhos. Gulf parou de arranhar o chão e olhou curioso para os lobos indo embora.

"Onde vão?"

O ômega sabia que eles estariam fazendo a segurança, e achava isso um exagero já que não pretendiam ir muito longe, mas ele não está ciente dos perigosos que Mew prefere esconder na intenção de não preocupa-lo.

"Nos dar privacidade."

Dito isso, Mew pulou floresta a dentro sendo seguido por Gulf. O ômega inicialmente estava apenas caminhando tranquilamente, farejando a floresta e fingindo se conformar com isso quando na verdade estava atento aos olhos treinados do alfa sobre si. Ele queria correr, mas Mew não parecia que iria deixar seu ômega carregando seu filhote se aventurar por troncos e barrancos de novo.

Gulf achou algumas pequenas flores perto de uma árvore, e lá foi ele quase saltitando sentir seu aroma. Mew ficou atrás, apenas o observando o ômega curiando as plantinhas e então, do nada o lobo cravou as garras no solo tencionando as patas traseiras dando alguns milésimos de segundo para Mew perceber que ele iria iniciar sua fuga. Dito e feito.

Gulf foi rápido em correr para qualquer lado afundando suas patas no chão para desviar das árvores. Ele sentia falta do vento balançando seu pelo, e principalmente daquele cheiro bom de floresta enquanto corria.

"O que acha que está fazendo!?"

Mew perguntou olhando de soslaio para os lados vendo que os betas estavam em volta deles fazendo seu trabalho.

"Viemos correr, certo!?"

Gulf respondeu apressando a passada para deixar Mew para trás.

O Kanawut estava se divertindo muito, não só por se sentir finalmente livre, mas também porque sabia que Mew estava um nervo só e isso era impagável. Estressar Mew de propósito soa infantil, mas Gulf não se importa desde que seu parceiro também não liga muito pra isso e eles conhecem bem a figura um do outro.

No fim tudo acaba bem, tirando quando Gulf faz coisas perigosas para testar sua paciência, aí Mew tem que assumir a identidade de adulto e alfa responsável pelo ômega e lhe dar um puxão de orelha... Atitude essa que não resolve nada já que Gulf depois volta a fazer traquinagens.

Como agora.

"Não vá tão rápido!"

Mew pediu vendo o ômega desviar das coisas por um tris. Sempre parecia que ele iria cair ou escorregar.

"Não consegue me pegar, alfa??"

Em outras circunstâncias, Mew iria aceitar o desafio e derrubar o ômega no chão para ensina-lo uma lição. Mas agora, Mew só estava preocupado com seu filhote e o seu papai ômega que parecia não ter desenvolvido o instinto protetor. Ômegas grávidos ficam realmente protetores e muito menos aventureiros, mas Gulf acelerando a cada segundo fazia Mew repensar essas afirmações.

"Você vai se machucar se continuar assim!!"

"Eu preciso disso Mew, por favor, não tente me parar!"

Gulf pediu quando notou os betas tentando fecha-lo.

Muito a contra gosto, Mew resolveu quebrar esse galho e ordenou que os betas voltassem a suas posições. Longe o suficiente para que eles não notem a presença deles, e perto o suficiente para que estejam ali se uma emergência surgir.

Os próximos segundos foram de pura liberdade. Gulf seguiu seu caminho por linhas tortas cheias de desvios ainda sendo seguido por Mew. Ele estava indo para o mesmo lugar de sempre. Quando o ômega de repente diminuiu a velocidade e parou escorado em um tronco, o alfa pôde finalmente ficar um pouco mais tranquilo e se aproximou do ômega que estava quietinho buscando ar fresco.

"Me sinto cansado..."

Disse permitindo seu corpo cair no chão por alguns segundos em que se recuperava.

Gulf não era tão pequeno, seu lobo era rápido e correr por vários quilômetros nunca foi difícil. Mas agora se sentiu sem baterias e precisou de uma pausa um pouco antes da metade do caminho que sempre fazia em apenas uma corrida.

"É por isso que eu pedi pra ir devagar! Ficar brincando de apostar corrida não é mais uma opção pra você."

"Eu só queria sentir o vento..."

Mew fuçou o pescoço do ômega algumas vezes o confortando, e depois desceu o focinho em sua barriga onde demorou algum tempo. Se Mew prestasse muita atenção, podia sentir aquele cheirinho bem fraco de filhote que todas as crianças tem, e ele adorava saber que seu bebê já podia exalar essa fragrância tão sutil e única.

"Se divertindo papai?"

Mew ouviu a risada de Gulf e relaxou, mas o Kanawut não deu folga e logo em seguida Mew presenciou o ômega voltando a sua forma humana. De imediato, Mew se posicionou a sua frente e se voltou para os lobos betas rosnando. Os pobrezinhos só queriam cumprir as ordens de seu líder, mas ficava difícil quando o ômega não facilitava a vida deles. 

"Por que fez isso?"

— Não foi de propósito, meu corpo me obrigou a isso.

Entre gastar energias para se manter em forma de lobo e guardar suas forças pro bebê, era óbvio que a programação no DNA de ômega escolheria a segurança do filhote.

— Veja, no mínimo chegamos onde eu queria! — Gulf indicou a cachoeira.

"Você sempre vem pra cá."

— É o meu lugar favorito! É óbvio que eu viria pra cá. — Se levantou com a ajuda de Mew. — Eu gosto daqui, e também é o único lugar dentro dos limites com um lago tão bonito e limpo!

"Pretende entrar na água?"

— É claro que sim, que graça teria vir na cachoeira e não dar um mergulho? — Gulf se separou de Mew e caminhou até a parte onde a areia era branquinha e cheia de galhos e folhas espalhadas. — Vamos trazer nosso filho aqui e ensina-lo a nadar como nossos pais fizeram com a gente! Assim esse lugar vai se tornar mais especial ainda, e depois ele poderá trazer sua pessoas especial pra cá, porque essa cachoeira é o melhor ponto de encontro de casais!

"Você pensou em tudo."

— Eu tive bastante tempo...

Gulf deu dos passos para dentro e se virou para Mew que assumia sua forma humana. Ele sorriu convidando o parceiro a segurar sua mão. Mew aceitou de bom grado e foram até onde seus pés não podiam mais tocar a areia fofa.

— Obrigado por conseguir essa permissão — Disse cercando seu pescoço. — Eu estava ficando louco dentro de casa!

— Louco está ficando eu de permitir que você saia correndo daquele jeito.

— Eu já disse, só queria sentir o vento.  — Sorriu cínico antes de beijar Mew. — Agora que estamos sozinhos, podíamos aproveitar um pouco mais da tranquilidade que a natureza oferece...

— Sozinhos entre aspas. — Mew o lembrou. — E não viemos até aqui pra isso.

— Você só pensa coisas erradas sobre mim!

— Você não é santo. — Mew apertou seu nariz e Gulf resmungou.

— Eu não tenho culpa se você é quente! — Disse descendo seus dedos pelo corpo do parceiro com muita vontade. — Isso deveria ser considerado crime contra a pureza de um ômega!!

— Você não é puro, é todo corrompido, não sobrou nada o que salvar. — Gulf iria protestar em sua defesa, mas se lembrou de que isso era tudo verdade e deu de ombros.

O Kanawut se soltou dele e nadou até umas pedras que formavam um vago próximo da queda d'água.

Ali o ômega percebeu que era uma parte mais discreta já que a água formava uma cortina que impedia de ver através dela. Com a cara mais inocente do mundo, Gulf fingiu surpresa com alguma coisa e chamou Mew para ver.

— Como eu nunca vi isso antes!? Mew! Vem aqui! — Dito isso, o Kanawut apenas se enfiou ali atrás e esperou Mew aparecer.

O Suppasit, que não desconfiava de nada que seu ômega travesso estava armando, foi atrás dele, e quando sentiu seus pés tocarem a areia detrás da queda, foi prensado contra a pedra úmida com a água batendo na cintura.

— Você não perde por esperar. — Mew disse roçando os lábios nos do parceiro que parecia muito tentado a beija-lo.

— A curiosidade matou o gato! — Disse Gulf muito feliz se agarrando nele.

— Não acredito que foi tão fácil me enganar. — Segurou a cintura do parceiro dando uma rápida conferida de que ninguém podia vê-los, e realmente não podiam.

— Eu consegui capturar o braço direito do supremo, acho que mereço alguma recompensa por isso. — Os olhos de Gulf estavam gritando suas intenções ao mesmo tempo que implorava por um sinal verde.

Mew sentia seu corpo se acender, e não podia levar isso adiante quando sabia que seria fácil os efeitos do supressor irem embora se possuísse seu ômega ali.

Gulf estava grávido, e por alguma razão ele parecia cada dia mais atraente desfilando por aí com sua barriguinha. Era difícil manter o controle e por isso tomou um supressor quando sua época estava chegando, seria um inferno na terra os dias tentando negar a companhia do parceiro quando seu corpo pedia por ele.

— Eu sei que você também quer... — Gulf usou um tom doce, tocando o rosto do parceiro que inutilmente tentava negar. — Não é nada de mais, é apenas... Eu preciso de você, por favor... — Pediu beijando seus lábios com leveza. — Alfa, você vai deixar seu ômega se humilhar dessa forma? Implorando por atenção?

Mew só sabia pensar o quanto aquele ômega era uma cobra venenosa que sabia muito bem usar esse veneno a seu favor. E Mew era sua pobre vítima que muitas vezes nem lutava contra.

— Você é terrível Gulf! — Mew o carregou no colo apoiando com cuidado suas costas na parede. — Você tem ideia do que tá fazendo comigo?

— Sim! E é exatamente essa atitude sua que eu esperava. — Mordeu os lábios o prendendo entre suas pernas para que não fuja.

— Tudo que eu faço é seguindo a risca o que a médica aconselhou sobre ter uma gestação tranquila.

— Não está sendo nada tranquila! Não quando meu alfa se recusa a me tocar! Eu fico frustrado com isso.

Gulf só queria sentir prazer um pouquinho, era difícil dar isso a ele?

— Não podemos-

— A doutora nunca disse que não podíamos, você quem decidiu isso sozinho... — Gulf fez carinha de cachorro sem dono e Mew suspirou.

Abandonar sua missão e ceder aos caprichos do ômega? Ou se manter firme e provavelmente trazer um climão para dentro de casa novamente? A última opção concerteza não.

Os feromônios de Gulf estavam deixando Mew louco ao ponto de sentir suas barreiras caindo, então como o último fio de resistência havia acabado de se romper, o Suppasit tomou os lábios do Kanawut para si, afogando-se nas várias sensações de quebrar as próprias regras mandando as cordialidades pra puta que pariu.

Ele sentia que era errado, mas Gulf lhe mostrava que era o certo devolvendo o beijo com muita luxúria. Seus corpos dominavam o calor um do outro, desejando mais contato a cada segundo. Era coisa de louco como uma simples fagulha entre eles poderia desencadear um incêndio em instantes.

A parede de pedra era desconfortável para Gulf, então eles buscavam algum lugar onde seria mais confortável continuar.

— Ali. — Gulf apontou os degraus de pedras formados pela erosão da água.

Não eram perfeitos, mas teria de servir.

Mew sentou-se apoiando as costas nas rochas com o parceiro em seu colo, deslizando seus dedos pelos fios úmidos do Kanawut o trazendo para um beijo quente. A água caindo da cachoeira camuflava os sons que os dois emitiam ao se tocarem. Gulf apoiava as mãos nos ombros do parceiro investindo mais seu corpo contra o dele, e rebolava sobre seu colo, deixando seu membro ereto pulsando em ansiedade.

— Devagar anjo, não quero que se machuque...  — Gulf riu anasalado descrente que Mew ainda estava pensando nisso.

— Está tudo bem, você não vai me machucar. — O confortou sobre isso antes de agarrar levar o membro do parceiro até sua entrada.

O Suppasit separou as negadas do Kanawut permitindo que seu ômega sentasse bem lentamente em seu membro, causando arrepios em sua pele quente ao sentir-se conectado com o interior do ômega. Mew segurou sua cintura e auxiliou o parceiro na subida e na descida, mantendo um ritmo lento mostrando que não era necessário pressa.

Gulf gemeu baixinho algumas vezes sentindo que estava nas nuvens, fazia muito tempo que não se sentia tão bem assim. Gulf mordeu o lábio inferior tentando contar seus gemidos sentindo a leve pressão que Mew fazia em seus quadris.

— Segure em mim. — O ômega obedeceu deitando seu rosto no ombro do alfa o segurando firme com os braços.

Mew afundou o rosto na curva do pescoço do parceiro e passou a investir mais fundo no ômega. A água naquela área estava mais turbulenta, e Gulf apertou mais ainda Mew quando sentiu seu ponto doce ser atingido. Mais algumas estocadas e o Kanawut estava mole nos braços do parceiro, se sentindo anestesiado liberando um aroma doce no ar.

— Acabou tão rápido... — Gulf lamentou que seu momento nas nuvens não durou tanto quanto gostaria.

Mas que culpa ele tem se estava tão sensível e necessitado? Ao mínimo toque ele acabaria gozando só pela falta disso naqueles messes. 

Mew que havia fechado os olhos abriu eles quando sentiu Gulf virar o rosto roçando os lábios em seu pescoço. Ele se afastou um pouco não deixando Gulf ver sua face a primeiro momento. Mew passava a língua nos caninos soltos tentando se controlar para que eles voltem ao normal.

— Você pode me prometer que não vai negar fazer amor comigo de novo? — Pediu manhoso se enroscando no alfa.

— Eu prometo, está bem assim? — Mew virou o rosto para ele acariciando suas costas.

— Sim. — Gulf respirou fundo o cheiro forte do parceiro.

Parece que Mew falou sério quando avisou sobre Gulf acabar com os efeitos do supressor.

— Mew

— Hm?

— Voce acha que eles sabem o que a gente...

— Estamos sem roupas atrás de uma cachoeira onde ninguém está nos vendo... É claro que eles sabem. — Gulf automaticamente ficou vermelho. — Não se preocupe, eles são discretos.

— Mas eles sabem!! — Gulf fez bico e Mew riu.

Depois que saíram da água, nenhum lobo estava avista e Mew agradecia que eles eram inteligentes o suficiente para não darem as caras, caso contrário e deixassem seu ômega tímido, Mew arrumaria problemas com esses betas.

Mesmo que eles fossem inocentes.

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Continua... (ㆆ_ㆆ)