
Capítulo 27
Capítulo Reescrito ✓
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Limpar as estradas realmente não era um trabalho pra lá de divertido, mas fazia parte das obrigações, e como a temporada de chuva já havia passado e ela foi bem pesada, algumas árvores caíram e todas as passagens de acesso para o bando Suppasit precisavam ser limpos. Sim, existiam pessoas que eram pagas para fazer isso, não necessariamente precisava ser pessoas que faziam parte da guarda... Mas como esse trabalho era fora dos muros do bando, bem afundo próximo a saída, era melhor deixar essa tarefa para quem tinha permissão para estar lá.
— Você não é nem louco de fazer isso comigo Gulf! — Mild aponta o dedo na cara do amigo com muito ódio emanando dos olhos.
— Você age como se eu tivesse te traindo...
— E você está NOS traindo! — Samantha aparece com as mãos na cintura. — Porra Gulf! É sério que vai abandonar a gente pra viver uma lua de mel?
— Não estou abandonando ninguém, quanto exagero da parte de vocês! — Gulf gesticula com as mãos.
— Ah! Então você sair por um mês não é nada para você? Você esqueceu que VOCÊ é o gerente do nosso galpão!? Da nossa equipe! — Mild bota as mãos na testa para tentar se manter calmo.
Ele não podia acreditar que Gulf seria capaz de deixá-los sozinhos para cuidar de uns moleques.
Não que Mild odiasse as crianças, mas ele não tinha tanto amor e cuidado quanto Gulf, e nem Samantha era muito paciente. Digamos que a dupla de amigos estavam ali porque era isso ou trabalhar em um emprego comum.
— Não é o fim do mundo!
— É sim! — Samantha põe as mãos nos ombros de Gulf e o balança. — Você não pode nos abandonar! Gabriel só ouve você! Se você sair esse pirralho vai tocar o terror!
— Se continuar me chacoalhando assim vou vomitar! — Disse um pouco tanto. Samantha era bem forte, ser sacudido por ela não era legal. — E por favor, não falem assim dele. Gabriel não está longe, e se ele ouvir vocês falando assim é capaz que ele fique recluso de novo.
— Sério Gulf, eu não sei como você tem paciência com ele! — Mild diz esticando os braços. — Contigo ele é um amor de pessoa, com a gente nem Luna na causa.
Gulf bufa e se senta pois ficar em pé cansa. Principalmente discutindo com os dois.
— Vocês só são rudes de mais, lembrem-se que ele ainda é um garoto!
— Um garoto irritante de 14 anos que tem complexo de superioridade de alfa precoce!! — Samantha estava um pouco vermelha. — Que Luna queira que ele não seja um alfa, se não, não tem quem me impeça de corrigir ele!
— Que isso Samantha! Ele é uma criança!
— Nós também éramos, e crescemos, logo a fase adulta chega, e ele não vai escapar... — Falou com uma aura sombria.
— ... Ok? — Mild disse se afastando um pouco da amiga maluca. — Mudando de assunto, você vai mesmo tirar esse tempo para ficar de boa?
— Não é para ficar de boa... Bem, tecnicamente é, mas não do jeito que vocês pensam! Não é como se eu fosse apenas abandonar tudo para nunca mais voltar.
— É sério? Porque parece que é exatamente isso!
— Mew vai com Nathan até o bando Jeon, e quando voltar, vai tirar um sossego, e eu vou aproveitar isso para poder passar um tempo com meu parceiro. — Cruzou os braços.
— Bom, amém né? Mew vive enfiado naquele escritório o dia todo. — Samantha suspira pois seu irmão também vivia enfiado no casarão e quase não voltava para casa.
A Melanie gosta muito do irmão mais velho, Danilo.
— Se é assim, então eu estou de mãos atadas! Nem posso reclamar sobre isso. Liam, por mais que viva pelos arredores do casarão, ainda consegue algumas semanas livres.
— Eu não fazia ideia de que estar lá era tão frustrante assim, agora eu entendo porque raramente víamos Wendy, Tainara Josh e Jhon no mesmo recinto.
— Vem cá, e onde esse quarteto fantástico se meteu? Não vi eles mais nenhuma vez!
— Provavelmente curtindo agora que seus "pupilos" estão sabendo lidar muito bem com seus trabalhos... Wendy foi tão cruel em apenas me abandonar e dizer que eu estava apto para gerenciar um galpão inteiro. — Gulf se lembra do dia que recebeu essa promoção do nada.
Aquele galpão era de Wendy, e quando ela saiu, deixou Gulf no comando e vida que segue. Irresponsável? Talvez se Gulf realmente não fosse qualificado.
— Ninguém mandou se destacar tanto nos combates, senhor punho de ferro.
Gulf iria protestar sobre as risadas que eles deram do apelido que Gulf ganhou por nocautear alfas, mas Gabriel aparece ali, bem frustrado aparentando estar irritado.
— Gabriel? O que houve?
— O que houve? O que houve que esse trabalho é um saco! — Franziu o cenho demonstrando que estava com raiva. — Por que exatamente estamos fazendo isso? Isso não é coisa de membro da guarda! Nós não treinamos pra isso! — Ele aponta para onde as pessoas estão se revezando para cortar e remover alguns troncos de árvore que estão bloqueando o caminho.
Samantha revira os olhos e Mild vira o rosto para não mostrar sua cara de nojo pro moleque.
Gulf é o único que tenta explicar.
— Essa é a estrada principal, precisamos dela para irmos em segurança até outras terras! — Gulf explica com paciência. — Certo que o trabalho da guarda não é exatamente esse... Mas também faz parte da nossa obrigação garantir que o caminho esteja seguro, ou seja, limpar a estrada vai impedir que algum imprevisto atrapalhe a viagem a carro que o supremo vai fazer amanhã.
— E por que nós? Por que não outros!? Existem tantas pessoas, por que tem que ser a gente!?
— Gabr-
Gulf ia falar quando é interrompido por Samantha.
— Pra começo de conversa, o Gulf já foi muito legal com você em te convidar para vir aqui, sabia? Não existe nós garoto, você não está fazendo nada além de ser um pé no saco.
— Samantha! — Gulf se levanta repreendendo a amiga.
Gabriel, que já estava de cabeça quente, apenas dá de ombros e bufa.
— Isso aqui é perda de tempo! Podíamos fazer algo realmente útil! Como caçar os exilados!
— Não é assim que funciona, eu já te expliquei que os exilados andam em grupo! Eles são bons em se esconder, e não faz parte do nosso trabalho rastrea-los.
Gabriel não parecia muito feliz, pois estava animado em sair para fora dos muros do bando unicamente na esperança de alguma ação acontecer e ele mostrar seu valor.
— Você sempre diz que não é assim que funciona, que não fazemos isso, que não é nossa obrigação aquilo... — Dizia tudo deixando claro o que achava. — É por causa disso que o bando foi invadido no passado! Porque todos são covardes!
Mesmo que pudesse não parecer nada, foi algo que irritou profundamente os que viveram aquele episódio.
— Agora você foi longe de mais moleque! — Mild se irritou com a constatação do adolescente. Gulf o segurou, mas também estava irritado agora.
— O que? Não gostam de ouvir a verdade, é isso!? — Ele continua a provocar.
— Vou levar em consideração que você é pavio curto e que também era muito pequeno quando aconteceu, então se pedir desculpas agora eu deixo essa passar. — Disse Gulf respirando fundo.
— Não vou me desculpar com nada! Os membros desse bando morrem de medo dos exilados! Tanto que se baterem de frente com um vão sair correndo com o rabinho entre as pernas porque são fracos!!
— Pra mim já chega. — Mild apenas passou por Gulf, que estava chocado, e agarrou a orelha de Gabriel e saiu o puxando em meio aos protestos do garoto. — Praguinha! Você não sabe de nada e deveria rever essas suas palavras antes que eu decida te dar um corretivo a altura da estupidez que sai da sua boca!!
O menino pediu ajuda a Gulf e dizia que Mild deveria solta-lo, pois ele não tinha esse direito e ele poderia denuncia-lo por maus tratos.
Gulf permaneceu ali, observando Mild levar Gabriel de maneira nem um pouco delicada enquanto jogava na cara dele algumas verdades. O Kanawut não podia acreditar que Gabriel pôde ser tão cruel ao ponto de dizer aqueles absurdos.
Covardes?
Os lobos e membros da guarda lutaram contra vários e vários lobos renegados, e mesmo que estivessem feridos, não fugiram e fizeram o possível para manter todos a salvo para eliminar o perigo. E Mew era um dos bons exemplos de coragem naquele dia, pois lutou contra lobos mais velhos para salvar seu parceiro, e mesmo esgotado e assustado, estava disposto a enfrentar qualquer ameaça se necessário.
Gulf se lembra desse dia que literalmente quase morreu por conta de um ferimento grave nas costas, ferimento esse que deixou cicatrizes e existe até hoje.
— Nós vamos enviar esse garoto pro Mew, e eu espero que agora você não tente amenizar a situação. — Samantha disse e saiu andando.
É, dessa vez Gulf não iria passar a mão na cabeça dele.
[...]
Gulf se manteve cabisbaixo o resto do dia, pois ver que seu esforço foi em vão o deixava triste. Gabriel tinha tudo para ser o pupilo de Gulf, quem sabe não o substituiria no futuro? Mas não, ele tinha que ser inconsequente de mais.Talvez daqui um tempo, quando ele for mais crescido isso mude.
Mew, infelizmente não conseguiu seu tempo livre para ver Gulf, já que magicamente o fedelho que o desafiou apareceu em sua sala escoltado por um Mild vermelho e bem bravo pelo desrespeito do garoto com quem perdeu a vida naquele dia.
Incluindo os pais dele que o deixaram seguro para proteger seu bando.
~
Quando era noite e Gulf finalmente estava em casa, estranhou ver Mew bem ali, escorado na entrada da cozinha o esperando voltar. Normalmente quem voltava primeiro era Gulf e não Mew.
— Que surpresa você aqui antes de mim.
— Graças a um moleque irritante eu consegui perder nossa tarde livre, sabia disso?
— É, tô sabendo sim. — Gulf estava com os olhos baixos parecendo chateado.
Mew se aproximou para lhe receber nos braços e o confortar para poder relaxar.
— Não fique triste, ele não é mais responsabilidade sua.
— Que tipo de puxão de orelha vocês deram nele? — Perguntou realmente curioso.
— Eu não ia ter paciência por muito tempo, o garoto já me odiava por ser seu parceiro, e depois que eu o mandei até Nathan, acredito que seu ódio só aumentou.
— Por que exatamente ele te odiaria por ser meu parceiro?
Mew riu ao se lembrar da pequena rinha com o moleque.
— Acredita que ele teve a coragem de vir aqui, na nossa casa apontar o dedo para mim e dizer que no futuro você seria o ômega dele?
Gulf arregalou os olhos antes de começar a rir alto.
— É sério isso? Ele realmente disse isso!?
— Por que você me parece tão feliz em saber disso? Hein? — Estreitou os olhos, e Gulf apenas riu batendo em seu peito.
— Perdão, mas imaginar que você estava estranho de dia por ciúmes de uma criança é engraçado. — Mew parou de rir e fez careta.
— Não, eu não senti ciúmes de ninguém, até parece que eu ia te perder para um pirralho imaturo feito aquele. Acredita que ele estava me desafiando na nossa casa? — Disse indignado.
— Não venha com essa Mew! Você estava se trocando com uma criança! — Gulf acusou divertido.
— Não estava não.
— Estava sim! — Mew negou com a cabeça e o ômega riu de novo pois seu alfa nunca poderia engana-lo.
O Suppasit bufou, e Gulf o beijou se afastando antes que Mew pudesse ser ganancioso e se soltou do abraço.
— Vou tomar um banho. Se você ainda não tiver tido tempo para se lavar, a porta vai estar aberta. — Disse retirando a camisa do corpo e deixando jogada na escada.
Mew que o observava sumir, apenas negou com a cabeça indo recolher a peça de roupa. Ele catou a camisa de Gulf da escada e não resistiu em sentir seu perfume. O cheiro de Gulf estava nela, e ele era inebriante de mais, Mew nunca resistia e não seria agora a primeira vez.
— Me espere... — Mew também subiu as escadas tirando a camisa começando a desabotoar a calça.
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Continua...
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