
Capítulo 24
Capítulo Reescrito ✓
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Cuidar de Mayse não era um problema, pois Gulf gosta de crianças e diferente de Mew, tem muito jeito com elas. A "sobrinha" dos dois é uma criança de cinco anos muito hiperativa que ama desenhar, tanto que agora mesmo brincava com algumas canetinhas coloridas.
— O que está fazendo querida? — Gulf se ajoelha ao lado da menina verificando seu desenho.
— É a Lauren. — Disse concentrada em terminar de pintar os fios loiros da menina em seu desenho.
— Lauren? Aquela sua amiga?
— Sim! Esse é o meu presente para ela. — Disse trocando as canetinhas.
— Ficou muito bonito, você é uma artista! — Mayse abriu um sorriso feliz pelo elogio.
— Quem é uma artista? — Mew apareceu na sala.
— Olha tio Mew! Eu fiz um presente para a Lauren! — A garotinha mostrou seu desenho e Mew também se sentou no chão observando a folha.
— Que desenho mais lindo, May. Queria saber desenhar como você. — Disse fingindo estar triste.
— Eu faço um pra você também! — Mayse se levantou e saiu correndo até onde sabia que seus tios guardavam papéis em branco.
— O tempo passa voando... eu ainda me lembro de quando ela era apenas um bebê. — Mew se lembra de acompanhar de perto seu primo saindo com a recém nascido no colo.
— Dá para acreditar que esse toco de gente está pra fazer seis anos? — Gulf disse rindo um pouco.
As lembranças de uma Mayse bebê ainda eram muito clara na memória dos dois.
— Sabe quem mais estará fazendo seis anos? — Mew pergunta e Gulf fica confuso durante alguns segundos, mas só até notar seu parceiro tocando o pingente de sol do colar que ele ainda usava.
— Não acredito que eu quase esqueci nosso sexto aniversário! — Gulf jogou a cabeça para trás rindo. — Isso seria péssimo!
— Eu ficaria chateado, por sorte um dos dois tem a memória boa. — Se gabou e Gulf negou com a cabeça.
— Que presente está pensando em me dar esse ano? — Gulf questionou curioso.
— Nã-ãn, não posso contar, assim a surpresa seria estragada. — Riu ao ver o bico que Gulf fez.
— Certo, parece justo... Eu também vou pensar em um presente bom, um muito bom! — Deixou claro.
— Tão bom que supere o ano passado? — Mew perguntou erguendo uma sobrancelha. Gulf negou com a cabeça ao lembrar que seu presente no último ano havia sido seu próprio corpo.
— Eu não fui muito criativo... Mas esse ano eu prometo que serei mais atento. — Disse convicto de suas palavras.
— Tudo bem, eu não me importo se o presente desse ano for igual o do ano passado, e nem se o dos anos seguintes forem a mesma coisa. — Disse puxando Gulf para deixar um beijo em sua testa.
— Tisk, assim você enjoa de mim, prefiro me preservar!
— Impossível enjoar de você, você é o meu companheiro, escolhido por Luna, lembra disso?
— Own, que fofo. — Gulf sorri antes de selarem os lábios.
— Ei! Tem criança em casa! — Mayse fala após flagrar os dois se beijando.
O casal se separara rindo da pequena que se enfiou no meio dos dois e se sentou na perna de Gulf.
— Ouviu Mew? Sem beijos na frente da criança! — Gulf ajeitou Mayse em sua perna e ouviu Mew reclamar baixinho.
— Francamente, vocês não tem jeito... — Disse suspirando muito indignada com os tios que não sabiam se comportar.
[...]
Depois que fizeram desenhos, Gulf preparou um lanche para todos e brincaram mais um pouco com a menina até que Mew sugeriu que fossem ver um filme na TV da sala, mas eles fizeram um mini cinema em trio e viram vários filmes animados que Mayse gostava.
Acabou que no meio do longa de a branca de neve, Mayse capotou e Mew se disponibilizou para levá-la até o quarto onde a menina dormia. Como tiveram um dia agitado, Gulf se sentiu cansado e quis tomar um banho quente antes de querer descansar os ossos em sua cama.
Gulf se enfiou no chuveiro e ficou de molho debaixo da água quente. Sua mente vagava sobre os assuntos do bando e no treinamento padrão que teria que repassar com alguns adolescentes. Antes de tirar um mês de folga para curtir com seu parceiro e dar dores de cabeça para os amigos, Gulf deixaria tudo em ordem para que seus eles não tivessem problemas. Samantha e Niall junto de outros a qual Gulf não tinha tanta intimidade.
— Tudo bem por aqui? — Mew pergunta entrando na ducha com Gulf.
— Na mais perfeita ordem. — Se virou para ele. — O que faz invadindo meu banho? Conselheiro Suppasit. — Mew revirou os olhos pelo nome exagerado.
Gulf não iria deixa-lo em paz por um bom tempo.
— A porta estava aberta, achei que fosse um convite. — Gulf riu fraco enlaçando seus braços ao redor do pescoço do outro.
— Não vejo a hora desse mês inteiro livre, vamos aproveitar ao máximo! — Disse feliz.
— E visitar nossos pais. Faz algum tempo desde a última vez que vimos eles, temos que separar alguns dias para fazer uma visita.
— Só não me venha querer passar o mês inteiro na casa dos nossos pais! Quase não temos tempo pra gente depois que você se juntou com Nathan.
— Está sendo exagerado — Mew disse e Gulf fez que não com a cabeça. —, temos a noite todo apenas para nós, uh? — Disse beijando o pescoço do Kanawut.
— É, mas você esquece que voltamos só o pó. Nós praticamente só usamos nossa cama para o que ela foi feita, dormir. — Disse de cenho franzido.
As vezes queriam só aproveitar uma noite sozinhos em casa como nos primeiros dias, mas quase nunca isso era possível, os deveres como membros do bando os deixavam cansados e ocupados.
— Com o tempo essas responsabilidades vão diminuir, só temos que dar tempo ao tempo. — Gulf torceu a boca ao pensar em quanto tempo levaria dar tempo ao tempo.
— Não sei se gosto disso, parece que vai levar uma eternidade! Você quase não para em casa, é frustrante.
— Você anda bem ansioso ultimamente, quer me contar algo? — Mew perguntou e Gulf deu um tapa em seu peito.
— Besta! Mas estou ficando estressado, precisamos desse mês como um descanso merecido. — Disse convicto.
— Certo — Mew carregou Gulf deixando que o chuveiro molhe ambos. —, merecemos um descanso. — Disse beijando Gulf em seguida.
— Mew! Mayse está no quarto ao lado! — Avisou preocupado com o que Mew estaria pensando.
Não que não tivesse gostado, mas sua sobrinha estava do outro lado do corredor, no quarto em frente ao do casal.
— Então fique quieto. — Beijou o parceiro o erguendo um pouco para poder segura-lo melhor. — Eu prometi que iria recompensa-lo, não foi?
— Como você é besta! Eu disse que não faríamos nada com uma criança em casa!
— Apenas me deixe beijar você, ou esqueceu que fomos interrompidos hoje? — Gulf riu se lembrando de todas as vezes que Mayse impediu que pudessem se beijar.
Seja chamando a atenção deles, ou seja se enfiando no meio dos dois.
— Certo, apenas alguns beijinhos e vamos para a cama, amanhã o dia vai ser longo. — Avisou soando sério, mas Mew apenas sorriu e tomou os lábios do parceiro sem pudor.
[...]
Mew estava nas bocas do fogão, e Gulf preparava a lancheira de Mayse para que ela levasse à escola. Logo a menina desceu as escadas muito alegre e se jogou no colo de Gulf dando bom dia.
— Bom dia meu amor, pronta pra aula? — Gulf perguntou tocando seu narizinho.
— Sim! Vou entregar meu presente pra Lauren hoje, eu espero que ela goste.
— Ela vai amar. — Gulf a levou até a cadeira e a sentou em frente ao seu café da manhã.
— E então, o que achou das estrelas que colamos no teto? — Mew perguntou para Mayse servindo avos mexidos e duas torradas para Gulf.
— Eu gostei muito! Obrigado tio Mew, prometo que vou dormir mais vezes aqui pra vê-las sempre, muitos, muitos dias!
— Seus pais não vão sentir sua falta se dormir tantas vezes aqui? — Gulf pergunta.
— Não... Eles são bem ocupados! Papai sempre está com papéis na mão, e mamãe sempre está visitando lugares onde não posso ir por ser uma filhote.
— Mas eles sentem sua falta. Você pode dormir aqui sempre que quiser, mas lembre-se que tem que voltar para seus pais, okay? — Mew lembrou.
— "uhum!" — Respondeu com um som. — Gostei muito das estrelinhas — Disse comendo suas frutas. —, mas tem um probleminha.
— Uh? Qual o problema?
— Ah, ontem quando eu estava quase dormindo, mas ouvi alguns barulhinhos. . . — Gulf tossiu um pouco limpando a garganta e Mew se segurou para não rir da cara que Gulf fez. — Tudo bem tio Gulf!?
— S-sim! Vamos pra aula? Acho que já está na hora! — Gulf disse apressado. — Mew, feche a casa. — Beijou ele rápido e pegou a mochila de Mayse e sua lancheira. — Sua mãe vai te buscar na escola hoje, okay? Levo sua mochila com roupas na sua casa mais tarde.
— 'Tá"— Foi sua resposta sem entender nada.
[...]
A essa hora, Gulf já estava no galpão, e como sempre, ajudava alguns adolescentes a treinarem de acordo com sua classe. Alguns já sabiam o que eram, outros ainda iriam se revelar então treinavam de acordo com seu gênero para não haver problemas. Samantha ajudava um grupo de ômegas e Niall organizava pequenas lutas entre alguns alfas e betas mais velhos para testa-los em combate. Gulf no momento segurava o saco de areia para que o mais velho de sua pequena equipe pudesse soca-lo quantas vezes quisesse sem problemas.
Ele mesmo que pediu esse auxílio.
— Queria lutar contra alguém, sabe, para mostrar do que sou capaz. — O garoto disse parando de atacar o saco de areia.
— Você está indo muito bem, não precisa provar nada. — Disse Gulf.
— Mas eu quero! Assim quem sabe não posso evoluir mais rápido, uh? — O menino limpa o suor da testa.
— Gabriel, não seja apressado. Você só tem 14 anos, você no mínimo tem que esperar até os 15-16 para poder entrar na arena sem problemas.
— Mas eu já sou forte! Posso derrotar meus inimigos sem problemas! — Disse convencido e Gulf cruzou os braços.
— Você acha mesmo que está pronto? Você ainda tem dificuldades na sua defesa, sabe que deve trabalhar ela bem. — Gulf avisou, mas o menino não parecia muito atento a isso.
— Não preciso trabalhar minha defesa se eu for perfeito no ataque! — Falou alto chamando a atenção de algumas pessoas.
— Você ainda nem se revelou, e pelo seu jeito, eu diria que é um ômega assim como eu, então tente me-
Foi interrompido pelo garoto.
— Não sou um ômega! Eu claramente sou um alfa! — Disse de nariz em pé e Gulf apenas revirou os olhos rindo um pouco.
Gabriel era confiante até de mais, e ele poderia se arrepender dessa confiança mais tarde caso não fosse um alfa.
— Certo, você com certeza será um alfa. — Gulf disse e Gabriel ficou calado, abaixou a bola. — Mas não está pronto para a arena, então deixa de ideia maluca e vamos passar pra sua defesa. Prometi que iria ajudá-lo nisso.
Gulf se virou para arrumar o tapete quando Gabriel simplesmente tentou lhe acertar um chute para mostrar que podia derrotar até mesmo seu professor, mas ele foi parado por Mew que chegou na hora e segurou a perna do garoto a centímetros de acertar Gulf. O que o Suppasit estaria fazendo ali? Bem, ele tinha algo para fazer no galpão, e felizmente chegou bem a tempo de presenciar uma atitude estúpida.
— O que acha que está fazendo? — Mew perguntou deixado claro em seu tom usado que não gostou nada da cena que viu.
Nesse momento Gulf estava com uma mão na cintura e outra na testa pedindo baixinho para que Gabriel não fosse idiota o suficiente para tentar bater boca com Mew.
Seu alfa não era um poço de paciência, principalmente no trabalho.
— Esse instrutor não é qualificado para me treinar! — Gabriel disse estufando o peito.
Isso finalmente chamou a atenção de todos do galpão que pararam para ver o que iria acontecer.
— E por que ele não seria? — Mew cruzou os braços dividido entre olhar para Gulf e para o menino.
— Não é óbvio? O que um ômega poderia ensinar para um alfa! — Pronto, foi o suficiente para que Gulf tivesse que intervir quando Mew ameaçou chegar mais perto do garoto.
Ele não faria nada além de repreende-lo a sua maneira, mas Gulf preferia não arriscar que ele deixe Gabriel afugentado.
— Ok! Chega disso. Gabriel! Vá para minha sala AGORA e me espera lá.
— Eu não-
— É melhor obedecer, porque não sou tão paciente quanto o meu ômega. — Mew direcionava um olhar frio para Gabriel.
O garoto arregalou os olhos e engoliu em seco por um momento. Gulf apenas indicou com a cabeça e o garoto saiu bufando até a sala.
— É por esse tipo de coisa que você tem que passar? — Mew perguntou de cenho franzido.
— Não, olha... É a primeira vez, Gabriel é um garoto difícil, ele só estava com a cabeça quente.
— Que seja... Você não tem que lidar com ele se ele não te respeitar. Quando algo assim acontecer, apenas mande ele pro casarão e eu resolvo.
— Você já tem problemas de mais para lidar, deixa que com meus garotos eu me entendo.
Mew ainda ficou indignado, mas logo teve que se encontrar com Wendy e Tainara e deixou Gulf para cuidar de Gabriel. Os dois tiveram uma conversa, e nela, Gulf explicou sobre o quão errado Gabriel foi ao falar daquela forma sobre um ômega.
Gulf foi muito paciente, bem mais do que Mew seria e isso se deve ao fato de que trabalha com crianças de todas as idades, então teve que aprender a ser mais tranquilo.
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Continua...
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