
Capítulo 11
Capítulo Reescrito ✓
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Depois que o heat de Gulf passou, eles voltaram para casa e foram recebidos por duas mulheres mortas de saudades de seus filhotes. Hawa chegou apertando as bochechas do filho repetindo que seu bebê não era mais inocente e virou um homenzinho, e Gulf só queria enterrar a cara no jardim por ser abordado dessa forma por sua mãe após uma semana sem vê-la. Mew foi recebido em casa com uma mãe cheia de perguntas sobre o comportamento do filho e um pai orgulhoso da maturidade e da responsabilidade que ele assumiu.
"— Tem certeza que lidou bem com os instintos de ômega do Gulf? — Joel perguntou sério. — Um ômega em seu primeiro heat sempre vai deixar seu lobo falar por ele quando o assunto são seus filhos, então nunca ceda para ele caso filhotes não estejam nos planos.
Avisou pois ele se lembra de quando Heji quase conseguiu lhe persuadir no primeiro heat da esposa.
— Pai, está tudo bem, deu tudo certo. — Mew o confortou subindo as escadas até seu quarto."
Depois daquela semana agitada, quase todas as tardes Hawa ouvia seu filho informar que estava saindo para se encontrar com Mew, para que eles fossem correr em forma de lobo na floresta. Nem Hawa e nem Heji estranharam no início, afinal, eles sempre saiam juntos para correr e deveria ser natural que gostassem de passar um tempo juntos.
Mas a frequência com que faziam isso era muito maior, sem falar que eles pareciam cada vez mais unidos. Não precisou de muito para que os pais dos garotos entendessem essa necessidade, eles apenas não conseguiam se acostumar com a ideia de que seus filhos estavam crescendo e eram um par.
"— Olhe para ele Will, nosso filho está apaixonado e nem parece perceber... — Hawa comenta com o marido quando Gulf passa por eles trocando mensagens com Mew enquanto sorri bobo para o celular.
— Thomas disse que eles não sabem diferenciar um sentimento do outro porque são jovens e o primeiro um do outro. — Willian tinha muito ciúmes do filho, mas como era para Mew que estava o perdendo, então tudo bem. — Eles só precisam de tempo."
Ao que Gulf cruzava a porta de casa após avisar seus pais que estava saindo, Mew já o esperava com sua bicicleta para irem até a entrada da floresta. Após algum tempo fazendo o mesmo caminho de sempre, o Suppasit deixou sua bicicleta de lado em um árvore em uma zona que quase nenhum lobo vinha correr e retirou as roupas se transformando em lobo.
Após também se transformar, Gulf começou a correr em volta de Mew, e parecia um filhote brincando com o lobo alfa que apenas o seguia com a cabeça vendo o ômega curvar o corpo com as patas paga frente, e em seguida correr para a direita e voltar girando pela esquerda como se estivesse brincando de pega pega sozinho. Mew olhou para além dos raios de sol que penetravam a floresta e começou a correr sabendo que seria seguido por Gulf.
Quando o lobo cinza estava ao seu lado parecendo empenhado em alcança-lo e se manter no ritmo, ele acelerou a passada deixando Gulf para trás de propósito. Mew também aproveitou que estava sendo seguido incansavelmente pelo lobo ômega e pegou outro caminho que não eram acostumados a fazer e se aventurou por subidas e descidas arriscadas.
Gulf nem hesitou em o seguir através do novo caminho, tendo êxito nos obstáculos que passou. Não muito tempo depois, Mew saltou lindamente para fora da floresta, parando em um descampado bonito que ficava no limite do bando. Ele andou de cabeça erguida, como um rei admirando seu reino e se virou a tempo de ver apenas um lobo cinza saltar e cair em cima de si os fazendo rolar pela grama.
O lobo ômega parou com as patas por cima do alfa, como se tivesse o derrubado de propósito em uma luta acirrada. Ele olhou para Mew rosnando entre dentes enquanto o ameaçava, e Mew apenas ficou quieto gritando os olhos cor de gelo de Gulf. O ômega o observou por um momento antes de fuçar o pescoço do alfa e ele fazer o mesmo.
Isso era como demonstravam carinho.
O lobo alfa se rendeu ao ômega e se deixou ser dominado pelas patinhas do menor que segurava seu grande corpo no chão. Mas logo Gulf se levantou e, sozinho, correu no descampado, se jogando no chão e atacando alguns ramos que residiam ali perto. Ele parecia ter mais energia que Mew para gastar.
Mas na verdade o Suppasit apenas gostava de ver seu amigo se divertindo. Era gostoso correr com ele, mas naquele momento, era tão mais legal observar Gulf correr atrás de passarinhos que estavam longe de seu alcance e vê-lo se jogar no chão. O sol da tarde deixava o pelo cinza de Gulf bem reluzente, e seus olhos cor de gelo simplesmente magníficos quando se voltavam em sua direção. Mew apoiou a cabeça nas patas, e durante alguns minutos, ficou assim, observando Gulf correr de um lado para o outro como uma barata tonta muito feliz.
Trazer ele até ali foi uma ótima ideia, Mew sabia que Gulf iria gostar do descampado. Dentro da floresta haviam muitas árvores, e quase não dava para o lobo ômega "brincar" como gostaria. Quando Gulf veio correndo até o Suppasit empurrando Mew com a cabeça para ele também se levantar, o lobo alfa fez peso morto e ficou lá mesmo como se fosse um rei. Gulf usou as patas para das algumas patadas em Mew, mas o lobo não cedeu e ficou paradão com cara de tédio.
Gulf rodou Mew e ficou do mesmo jeito que ele, deitado no chão de patas cruzadas observando o descampado. Um pouco mais longe de onde Gulf estava brincando, havia um pequeno riacho, ali era onde acabava o limite do território. Do riacho para lá era terreno fora da proteção do bando, uma vez que fossem além dos limites, estariam a mercê dos perigos, sem a proteção de sua matilha.
Mas eles não tinham essa intenção, ir para fora dos limites era uma questão que nem existia na lista de afazeres. Claro, visitar outros bandos sim, mas somente com a permissão do supremo que garantia a segurança de ambos quando saíssem.
[...]
Gulf estava esperando Mew terminar de se vestir para saírem. Atarde passou voando, e quando perceberam, o céu já estava escurecendo. Os dois acabaram perdendo a hora, ficaram tanto tempo aproveitando a companhia um do outro que até esqueceram que eram humanos e não lobo. Tiveram que voltar correndo, no caso, apostando uma corrida até o ponto inicial que rendeu mais uma aventura.
— Anda Mew, temos que voltar logo! — Gulf o apressou.
— Te acalma... pronto! — Disse abaixando a barra da camisa no corpo.
— Ótimo, agora vamos! — Disse indo pegar a bicicleta, mas Mew o puxou pelo braço antes.
— Calma! Ainda falta uma coisa. — Segurou o rosto de Gulf e o beijou, um beijo simples e rápido pois estavam com pressa. — Pronto, agora podemos ir. — Sorriu quando Gulf ganhou cor.
— Besta... — Disse todo vermelho e meio rabugento.
A cada pedalada de bicicleta que Mew dava, Gulf pedia para ele ir mais rápido, mas era um pouco complicado quando havia uma pequena subida para chegarem até suas casas e Mew era o único trabalhando as penas para levá-los até em casa. Quando chegaram, eles apenas disseram tchau e correram até suas portas.
— Mãe! Pai! Eu cheguei! — Mew gritou da entrada retirando os sapatos sujos na porta.
— Tarde não é Mew? — Disse Heji saindo da cozinha com um pano de prato nos ombros. — Onde esteve o dia todo? — Perguntou batendo as unhas nos braços.
— Eu saí com o Gulf, a gente foi correr na floresta e perdemos a hora. — Foi até a mãe e deu um beijo na testa da ômega.
Heji permaneceu de braços cruzados e com um bico no rosto.
— E você não acha que estão indo rápido de mais? — Perguntou para Mew que seguia para o andar de cima.
— Indo rápido de mais com o que? — Parou no pé da escada olhando para a mãe.
— Não sei, me diz você! — Ditou desconfiada.
— Amor, você prometeu que não iria encher nosso filho com perguntas estranhas... — Joel apareceu saindo dos fundos da casa.
— Eu só estou preocupada, só isso... — Ela beijou o marido e voltou para a cozinha onde fazia o jantar pois aquele era o seu dia de cozinhar.
— Thomas passou aqui mais cedo procurando você garoto. — Joel avisou o filho que já ia sumindo pela curva do topo da escada.
— Ué, o que ele queria? — Mew franziu o cenho.
— Falar com você.
— Ele disse sobre o que era?
— Não, mas pediu para dizer que quer que você vá amanhã no conselho. — Se apoiou no corrimão da escadaria.
Mew bufou.
— Conselho é? Se ele vier falar comigo sobre liderança de novo, eu volto para casa na mesma hora!
— Mew Suppasit... — Seu pai usou tom de aviso. — Seja respeitoso com o seu tio, lembre—se que ele ainda é o supremo líder deste bando.
— Tudo bem, eu só não quero ter que dizer de novo meus motivos para não querer ser líder de nada.
[...]
— É sério!? — Perguntou Gulf para Mew pelo telefone.
— Sim, ele quer me ver e não sei para que ainda...
— Bom, você vai saber quando for lá... No casarão... No conselho... Com o supremo líder... — Gulf dizia soando sonhador como tantas outras vezes.
— Eu já entendi já Gulf! Não precisa jogar verde! — Disse indignado. — Você quer ir comigo até lá?
— Ôh minha Luna! Eu não esperava por seu convite, claro que vou!
— Falso. Bem, então é isso, amanhã nós vamos no conselho falar com meu tio.
— E se o assunto não for sobre ser líder? — Gulf perguntou curioso. — Acha que seria o que?
— Não sei, eu não faço ideia. Para mim, a única coisa que me vem na cabeça é que ele quer me treinar. Meu tio sempre disse que eu poderia ser líder se desejasse, mas ele nunca me ouve quando digo que não quero. Ele definitivamente me quer como próximo líder.
— Que luna te ouça!
— Não vem não, eu já disse que não quero ser líder de nada.
— Aish, você é chato..
Mew ficou em silêncio por um momento.
— Mew?
— Mamãe estava no meu quarto, ela disse para desligar as luzes do meu quarto logo.
— Você já vai dormir?
— Sim... Mas eu queria ver você antes, apenas para dizer boa noite.
Gulf pensou um pouco.
— Mew eu tive uma ideia ruim. — O silêncio do outro lado o deu coragem para ele continuar. — Sua janela não é alta, a minha também não... Acho que-
— Sim! Me espere no jardim.
E Mew só desligou e Gulf correu para fora da cama.
O Kanawut não entendia por que de uma hora para outra sentia tanta falta de Mew. Eles se viam praticamente o dia todo, e ainda se falavam no telefone antes de dormir, mas parece que ultimamente isso não tem sido o suficiente. Gulf sabia que precisava somente vê-lo de novo para ter uma noite de sono tranquila, somente dizer boa noite pessoalmente deveria bastar para acalmar seu coração ansioso.
Agora mesmo, Gulf abriu sua janela e saiu por ela dando a volta na casa encontrando Mew chegando ali agora. Assim que se viram, foi instantâneo o sorriso travesso que deram e Gulf já correu para abraçar Mew e matar a saudade de poucas horas.
— Oi Mew...
— Olá Gulf... — Ambos respiraram fundo o aroma um do outro.
— Eu acho que a gente deve tá ficando dependente um do outro. — Disse Gulf sorrindo para Mew, que sorriu de volta.
— Você acha? Pois eu tenho certeza, mas não me importo com isso, sempre fomos grudados. — Os dois riram baixo pois é verdade.
— Eu nem consigo mais dormir direito por sua causa... — Deu um soquinho no peito de Mew. — Demoro até pegar no sono.
— Isso é verdade? — Gulf confirmou. — Que bom... Digo, é bom que eu não sou o único passando por isso.
— Humm... — Gulf começou a pensar no problema e apertou um pouco a camisa do Suppasit. — Mew, tenho uma ideia. — Gulf se desvencilhou dos braços de Mew e começou a tirar a camisa moletom que usava.
— O que você tá fazendo? Aqui fora faz frio! Vista a camisa Gulf! — Mew tentou impedi-lo, mas era tarde de mais, Gulf já havia tirado.
— Toma aqui. — Entregou para Mew. — Eu não lavo ela a duas noites, e só uso para dormir.
— Que nojo seu seboso... — Mew disse baixo fazendo Gulf ficar indignado.
— Para! É que meu cheiro ficou preso nele, e acho que assim você pode dormir se fingir que estou com bice... — Disse um pouco envergonhado.
Era uma ideia estranha, mas ele achava que poderia funcionar. Ao menos ele se contentaria se tivesse ao menos o cheiro do alfa no quarto.
— Ôh... — Mew cheirou a camisa para ver se era verdade, e seu lobo chegava a dar sinais de que habitava seu corpo quando o fez. — É verdade! Parece funcionar...
Mew então tirou a sua própria camisa e Gulf desviou algumas vezes o olhar para não ser pego encarando.
— Você pode ficar com a minha também... Não usei por duas noites, mas consigo aromatizar.
— Obrigado! Juro que amanhã eu te devolvo, assim já é uma desculpa para sair de casa. — Disse Gulf se afastando para voltar pro quarto.
— Tá bom, boa noite Gulf. — Mew acenou.
— Boa noite Mew. — Gulf acenou de volta vendo Mew seguir seu caminho.
Gulf ia entrar em casa pela porta de trás quando subitamente sentiu como se algo estivesse errado, e se virando, encontrou Mew escorado na árvore do jardim batendo o indicar no lábio como se também tivesse se lembrado de algo. Gulf olhou para os dois lados só para ter certeza de que nenhum vizinho estava observando, e então atravessou o jardim correndo e se jogou nos braços de Mew para se beijarem uma última vez e enfim desejar boa noite da maneira que queriam.
— Achei que tinha esquecido... — Mew se perdia momentaneamente nos olhos de mel do Kanawut.
— Mas eu tinha! — Gulf riu deixando um último beijinho na bochecha de Mew, saindo correndo logo em seguida.
Mew ficou ali, sorrindo bobo até decidir voltar para sua casa assim que Gulf saiu de seu campo de visão. Eles dormiram agarrados às roupas que trocaram, Gulf vestiu a camisa de Mew e abraçou o próprio corpo e Mew vestiu a de Gulf em seu travesseiro e o abraçou também.
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Continua...
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