
Capítulo 40
A sensação de alívio era enriquecedora, nós finalmente estávamos livres de quaisquer inimigos. Isto até a dona do restaurante se aproximar e tocar meu braço. A encarei, e ela nos lançou uma informação que desfez quaisquer sentimentos.
— A marinha?! — Usopp e eu gritamos juntos, ela franziu o cenho preocupada.
— Achamos que seria melhor chamá-los pra ajudar a lidar com estes piratas... mas não sabíamos que também eram. — A senhora dizia, Usopp cruzou os braços.
— Ainda pedimos pra não fazer nada. — Resmungou para si mesmo, estiquei os lábios gentilmente.
— Tudo bem. — A respondi, os outros me encararam. — Acho que dá tempo de ajudar a ajeitar a cidade, poderiam por favor trazer água quente pra que não tenham que queimar toda a cera?
— Sim senhorita, vamos fazer isso! — Respondeu e pediu aos outros para acompanhá-la.
— Aqui! Parece que tem pessoas presas nessa casa! — Sanji gritou, corri na direção da casa e parei em frente.
— Tudo bem. Vamos fazer isso. — Alonguei meus braços e me ajeitei, apontei as mãos para a casa e fiz a água quente fluir de baixo para cima envolvendo-a em um tipo de bolha. Logo toda a parafina foi conduzida em forma líquida até se desfazer no chão.
— Ual. Incrível senhorita Minnie! — Sanji disse boquiaberto, sorri, quando me virei Luffy, Usopp, Chopper e Nami estavam tão surpresos quanto ele.
— Obrigada. — Cocei a nuca sem jeito, Luffy me abraçou por cima dos ombros.
— Mandou bem companheira. — Ele disse animado, corei.
— Escuta Luffy. Vamos partir ao por do Sol está bem? — O encarei, ele afirmou e ajeitou seu chapéu. — Temos muita coisa ainda para arrumar por aqui.
Suspirei e então olhei em volta, o povo da pequena cidade já começara a jogar água e usar pequenas tochas para derreter a parafina, e aos poucos trazer a cidade ao seu estado normal.
— Nossa que fome. — Usopp resmungou, um senhor usando um avental não contou tempo e trouxe uma cesta com alguns bolinhos. — Isso parece muito bom.
— Podem ficar, em agradecimento por salvarem a cidade.
— Teria mais desses? — Perguntei segurando dois bolinhos e mastigando outro, ele afirmou.
— É pra já senhorita.
— Luffyzinho, você quer? — Ofereci enquanto o seguia, Luffy e Zoro estava carregando madeira para ajudar a refazer uma pequena barraquinha. Ele abriu a boca e coloquei o bolinho.
— Nossa. Que delícia. — Disse enquanto mastigava, sorri de orelha a orelha.
— Não é? — Afirmei, Zoro bufou irritado com a atenção repentina.
— Olha só, me trás uma cerveja já que está distribuindo comida. Eu to cheio de sede.
— Eu não. Pega você. — Retruquei, ele riu desacreditado. Como previsto, passamos o resto do dia ajudando a reconstruir a cidade. Por sorte, não havia nenhum sinal da marinha.
— Esperem! Por favor fiquem e comemorem mais uma vez. Queremos agradecer pela ajuda. — A senhora pediu, trocamos olhares.
— Se tiver comida eu topo. — Luffy disse animado, Nami o fuzilou com os olhos.
— Vamos ficar só um pouco. Há essa hora a Marinha já devia estar aqui. — Nami sugeriu e tocou o próprio queixo, Luffy a abraçou de lado.
— Vamos nos divertir hoje, e eu to cheio de fome! — Ele disse, a garota revirou os olhos mas sorriu.
— Você sempre ta com fome.
— O que? Claro que não. — Respondeu e então gargalhou alto. — Ta legal. Mas eu gosto de comer.
— Isso a gente já entendeu. — Zoro resmungou, puxei Luffy pelo braço.
— Então vamos aproveitar logo, não sabemos quando a Marinha vai chegar. — Afirmei, o chapéu de palha concordou e ajeitou sua postura.
O puxei até o centro da cidade onde os moradores começaram o pequeno evento, as barraquinhas foram reabertas em perfeito estado. Sanji ajudou alguns cozinheiros do restaurante para que houvesse comida para todos. Havia um grupo com alguns instrumentos tocando uma música oriental agradável e animada, levei Luffy até o centro e começamos a dançar junto com as crianças.
— Não acredito. — Nami se aproximou e cruzou os braços enquanto nos observava. — Esses dois, eles finalmente sabem o que um sente pelo outro. Só espero que saibam lidar com tudo.
— Eles são tão jovens, imagina serem capturados pela Marinha para serem executados juntos. — Robin disse, Nami arregalou os olhos na sua direção, ela esticou os lábios. — Brincadeira.
— B-Brincadeira? — Ela disse assustada, Robin riu deixando-a ainda mais preocupada.
— Devia ver a sua cara agora.
— Eu nunca vou me acostumar com esse senso de humor. — Ela negou e voltou a observar, Usopp passou por nós com um prato com comida, Luffy parou tudo que estava fazendo para ir até o restaurante.
— Luffyzinho espera! — O segui, Usopp riu e então foi até Nami, Robin e Zoro.
— Aí. O que faremos agora que a Minniezita tem o poder de controlar a água? Será que ela pode controlar os mares também? — Ele perguntou enquanto mastigava, Nami encarou o chão pensativa.
— Creio que não, o mar não pode ser controlado por uma akuma no mi. É impossível.
— Impossível como a fruta que ela comeu? — Zoro acrescentou, a ruiva engoliu em seco sem resposta.
— Bom, vamos descobrir. — Ela disse depois de uma pausa, Zoro apoiou as mãos em suas espadas no cinto. — Seja como for, vamos protegê-la.
— É mais fácil ela proteger vocês. — Robin afirmou, Nami riu.
— É mesmo.
Levei uma bandeja com comida até a mesa de Luffy, ele arregalou os olhos maravilhado, me sentei e então dividimos a refeição. Chopper veio até nós e se sentou perto da mesa, Sanji fez o mesmo depois de ajudar na cozinha.
— E então? Pra onde agora? — Perguntei enquanto mastigava, Luffy deu de ombros.
— Qualquer lugar.
— Adoro essa resposta. — Afirmei, Sanji sorriu animado.
— Vocês não se machucaram não é? — Chopper perguntou, todos ali negamos em resposta. — Senhorita Minnie deve estar cansada, devíamos voltar logo ao Merry.
— Eu estou bem Chop, posso dormir durante a nossa partida. — Sugeri, ele concordou. Zoro, Nami, Robin e Usopp entraram pelas portas do restaurante e nos avistaram.
— Um segundo por favor! — A senhora do restaurante nos pediu, todos pararam o que estavam fazendo para prestar atenção. — Queremos agradecê-los por salvar nossa cidade, por isso vamos lhes presentear com um de nossos barcos.
Ela apontou para os barcos flutuando na pequena ponte dentro do restaurante, pulei do meu lugar e puxei Luffy comigo para perto da senhora. Ele pegou um dos pães e enfiou na boca mastigando rapidamente. A senhora riu e então recebeu uma pequena caixa, e dentro havia um navio.
— Luffy olha! É lindo! — Apontei, ela sorriu tão alegre quanto eu e então nos entregou. — Vêm, vamos fazer isso juntos.
— Espera aí. — Ele disse terminando de mastigar, assim que engoliu, esticamos os braços e colocamos juntos o pequeno barco na água. Os cidadãos aplaudiram e gritaram animados, pulei em Luffy e o abracei animada.
— Mais uma vez muito obrigada por nos salvarem e ajudarem nossa cidade, agora são oficialmente nossos heróis. — A senhora disse, aplaudi junto dos outros.
— Nós que agradecemos senhora, pela refeição maravilhosa e pela estadia na cidade. — Luffy disse e a cumprimentou, ela sorriu de orelha a orelha. — Qualquer dia nós voltaremos.
— Sabe garoto, você me lembra um pirata que passou por aqui uma vez. Ele usava este mesmo chapéu e era tão gentil quanto você. — Ela disse, Luffy arregalou os olhos e então corou emocionado.
— Se ele aparecer por aí. Diz que o chapéu de palha mandou um oi. — Sugeri e dei uma piscadela, Luffy riu orgulhoso do pedido. Olhei por cima do seu ombro. — Não podemos ficar infelizmente, porque meu capitão tem que se tornar o rei dos piratas.
— Eu entendo. — Ela respondeu, acenei em despedida, e então finalmente deixamos o restaurante.
Recebemos presentes e suprimentos para mais dias de viajem, com isso, voltamos ao cais naquele fim de tarde. Era quase noite, entramos no navio e então deixamos a cidadezinha. Me apoiei na borda do navio e a observei ficar cada vez menor até tomar o formato de um grão de areia no horizonte, suspirei aliviada e então olhei para os céus. As estrelas se espalhavam feito conchas na areia da praia, cada uma com uma luminosidade única.
— Mãe. Pai. — Sussurrei, o silêncio serviu-me de resposta. Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha. — Podem ter orgulho de mim agora. Eu prometo continuar me esforçando ao máximo pra salvar todos que eu amo.
Apontei a mão para a gotícula de água e a fiz flutuar até a altura dos meus olhos, a sensação de controlar algo era diferente, não era ruim. Fui até a borda novamente e apontei as mãos para o mar, pensando na ideia de conduzir a água.
— Testando as novas habilidades? — Zoro me assustou, me virei e escondi as mãos.
— N-não é isso. — Respondi, me senti culpada por um breve momento. Ele bocejou e então se virou. — Zorinho.
— O que foi? — Ele se virou de volta, me aproximei e o encarei nos olhos. O abracei, surpreendo-o pela demonstração tão repentina.
— Obrigada.
— Por que isso agora? — Ele não retribuiu o abraço, continuei o segurando entre meus braços.
— Eu só me dei conta de que não te agradeci por tudo que fez por mim. — Respondi e me afastei, ele soltou um riso frouxo.
— Vê se não se mete em problemas, pra eu não precisar te salvar toda vez. — Resmungou e entrou no Merry, o segui saltitando.
— Então você admite que me salvou daquela vez. — Afirmei, Zoro negou sem hesitar. — Qual é. Daquela vez que entrei no bar e você atacou aqueles piratas por mim.
— Eles estavam me incomodando. — Respondeu e se virou para mim outra vez. — E estavam incomodando uma coelha desajeitada.
— O que? Eu? Desajeitada?! — Me perguntei, ele se virou e voltou a andar. Aproveitou que estava de costas para rir da situação. — Eu não sou desajeitada.
— É encrenca. — Acrescentou e então entrou no quarto e foi até sua rede, minhas orelhas baixaram, segui o corredor até o meu quarto.
Luffy estava terminando de ajeitar seu chapéu de palha, assim que o fez, ele bocejou e então se jogou na cama. Me sentei, ele franziu o cenho e se sentou.
— Não vai dormir?
— Vou sim. Só estou feliz. — Me virei, ele notou uma expressão alegre em meu rosto e então se sentou.
— Eu também. Aquilo foi incrível, como você usou os raios pra explodir tudo e aí fez a água derreter aquela cera! — Ele narrava imaginando a cena diante dos seus olhos, soltei uma risada. — Você foi incrível.
— Obrigada Luffy. — Juntei as mãos, roubei um selinho e me virei envergonhada, ele aproveitou para me puxar e roubar outro beijo. Soltei uma risada sincera, Luffy me beijou outra vez, e outra, puxei seu rosto e usei minha língua para sentir a sua. Ele parou e analisou cada detalhe no meu rosto, depois afastou a mecha de cabelo para ver os meus olhos.
— São azuis como o mar, eu sempre gostei. — Sussurrou, senti meu corpo vibrar, minhas bochechas ficaram avermelhadas. Toquei o seu rosto, usei meus polegares para sentir suas bochechas quentes.
— Eu te amo rei dos piratas. — Sussurrei de volta, ele piscou duas vezes com uma expressão de surpresa, e então sorriu.
— Eu também. Também amo você Minnie. — Respondeu com sinceridade e sem hesitar, meus olhos se iluminaram diante dos seus. Luffy roubou outro beijo, seus lábios estavam quentes e a respiração pesada sobre o meu rosto. Toquei o seu peito e senti a batida forte do seu coração, ele se deitou ao lado e entrelaçou nossas mãos. Sorri, trocamos olhares, naquele momento não precisávamos falar, conseguíamos facilmente nos entender apenas com a conexão dos nossos olhos. Encostei a cabeça em seu peito, e ele me abraçou garantindo meu conforto. Foi uma noite calma, nem mesmo as pequenas ondas batendo na borda atrapalharam nosso descanso.
Quando acordamos naquela manhã, Nami já estava de pé navegando. Comi algo antes de sair, cumprimentei Sanji e então fui para fora pegar um ar. O dia estava normal, ensolarado, um clima perfeito pela primeira vez navegando na Grand Line.
— Dormiu bem? — Nami perguntou, afirmei e deixei uma tangerina em cima do banquinho perto do leme, ela sorriu.
— Se o Luffy não roncasse tanto eu poderia dormir melhor. — Respondi, ela negou.
— Se quiser eu vou lá e chuto ele da sua cama.
— Como uma boa companheira e namorada, acho que vou fazer esse favor de ceder minha cama e conforto, não acha? — Brinquei, trocamos risadas.
Me alonguei e então sentei ali mesmo no deck, Usopp saiu do Merry analisando algo em seu estilingue, ele logo bocejou também indicando sonolência. Luffy abriu a porta e saiu animado.
— Mas que dia! — Ele disse e se alongou, o mesmo caminhou até a ponta do navio e analisou o horizonte, depois ele se virou e voltou. — Bom dia. Dormiram bem?
— Com certeza. — Afirmei, Nami sorriu acima de nós. Luffy tirou uma tangerina do bolso e se deitou ali mesmo e encostou a cabeça no meu colo. Sorri surpresa com a ação, ele nem se importou.
— Nem um pouco. — Usopp resmungou e coçou as costas. — Sonhei que a Marinha estava nos perseguindo.
— Você se preocupa demais Usopp. Estamos bem. — Afirmei e voltei a olhar para Luffy logo abaixo, concentrado descascando a tangerina.
— Mas temos que tomar cuidado, só pode ser um aviso.
— Um aviso de quem? — Perguntei curiosa, ele colocou as mãos na cintura e olhou em volta.
— Não sei. Dos mares. — Chutou qualquer coisa, soltei um riso. De repente algo atingiu o navio fazendo-me quase cair para frente, Luffy se levantou e mordeu metade da tangerina. — Eu avisei! Eu sabia!
— Navio pirata à frente capitão! — Nami gritou, Zoro e Sanji saíram de dentro do Merry preocupados. — Estão nos atacando! Se preparem!
— Todos ao convés! Vamos lutar! — Luffy avisou, correu até a borda e se pendurou em uma das cordas. — Joguem a ancora! Minnie, Usopp, vamos carregar os canhões!
— Entendido! — Usopp afirmou, estiquei os lábios e concordei junto, Luffy sorriu animado.
— Entendido capitão!
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