00.6 ︴a mesa de pedra
00.6, THE STONE TABLE
a mesa de pedra
EVEN IF WE ARE APART
SENTADOS NA MESA baixa com vários tipos de aperitivos diferentes – para a felicidade de Edmundo e Louise – O irmão mais novo que agora está com uma túnica como a de Pedro, mastigando evidentemente a torrada de mel. O sentimento reconfortante de que finalmente estão todos juntos não é o suficiente para tranquilizar a francesa que, mesmo assim, decide ignorar e continuar a comer. Ela sabe que irá acontecer uma guerra agora que Ed está com eles, a Feiticeira Branca não é alguma bruxa má dos livros infantis que ela estava acostumada a ler no conforto de casa ao lado de seus avós. E Pedro reparou a estranheza na menina desde o momento que ela mordeu os lábios nervosa até o momento que empurrou diversas torradas para dentro da boca da forma mais ansiosa possível, mas ainda assim, continuava sendo a garota mais linda que já viu.
⎯⎯⎯ Ela vai desaparecer se você continuar olhando assim, Pedro.⎯⎯Susana disse baixo apenas para o irmão.
⎯⎯⎯ Quem disse que eu estou olhando ela? ⎯⎯ respondeu nervoso, olhando para a própria comida ouvindo um pequeno riso da irmã.
⎯⎯⎯ Narnia não vai ficar sem torradas Lou, Ed. ⎯⎯ Lúcia riu.
⎯⎯⎯ Tenho certeza que eles vão arrumar alguma coisa para a viagem de volta. ⎯⎯ Pedro disse de repente, atraindo a atenção de todos.
⎯⎯⎯ Vamos para casa? ⎯⎯ Susana perguntou.
⎯⎯⎯ Vocês vão. Prometi à mamãe que manteria vocês três a salvo, e não quero que Louise se machuque. ⎯⎯ Disse ⎯⎯ Mas isso não significa que não posso ficar para trás e ajudar.
Louise ergueu a sobrancelha, irritada.
⎯⎯⎯ Você não vai me impedir de ficar aqui e lutar contra aquela bruxa, Pevensie. ⎯⎯ respondeu olhando diretamente para o loiro.
⎯⎯⎯ Mas eles precisam de nós. Nós cinco. ⎯⎯ a irmã mais nova disse.
⎯⎯⎯ Lúcia, é muito perigoso. Você e Louise quase se afogaram! Edmundo quase foi morto!
⎯⎯⎯ É por isso mesmo que temos que ficar. ⎯⎯ Todos olham para Edmudo ⎯⎯ Eu vi o que a Feiticeira Branca pode fazer. E eu a ajudei a fazer isso. E nós não podemos deixar essas pessoas para trás para sofrer por isso.
Susana se levanta, pegando o arco e a aljava que Papai-Noel deu.
⎯⎯⎯ Onde você vai? ⎯⎯ Pedro perguntou.
⎯⎯⎯ Praticar um pouco.
SUSANA, LÚCIA E LOUISE estão praticando, as duas irmãs atirando flechas e adagas no centro do alvo e a francesa tentando descobrir a melhor maneira de manusear sua alabarda. Mesmo sendo uma arma pesada, a menina não demonstrou dificuldades ao usá-la e isso surpreendeu não só ela, como os diversos guerreiros do acampamento. A maneira como ela se movimenta tão graciosamente não condiz com a arma pesada e bruta que carrega nas mãos que nunca seguraram algo tão letal, mas ainda sim, seu sorriso continua trazendo um calor inexplicável e os olhos azuis continuam brilhando mais do que a estrela mais brilhante no céu. E isso, obviamente, não passou despercebido por o Pevensie mais velho, que admirou Louise rodando com a arma girando em suas mãos.
⎯⎯⎯ Vamos Ed! Espada apontada para cima, como Oreius nos mostrou. ⎯⎯ Voltou sua atenção para o irmão.
⎯⎯⎯ En garde! ⎯⎯ respondeu.
A luta foi interrompida pelo Sr.Castor correndo, fazendo com que o cavalo de Edmundo empine quase derrubando o garoto.
⎯⎯⎯ Pedro! Edmundo! ⎯⎯ disse o animal.
⎯⎯⎯ Uau, cavalinho! ⎯⎯ Edmundo segurou no pescoço do cavalo.
⎯⎯⎯ Meu nome é Philip. ⎯⎯ responde o cavalo, deixando Edmundo chocado.
⎯⎯⎯ A Bruxa exigiu uma reunião com Aslam. Ela está vindo para cá. ⎯⎯ Senhor castor gritou, chamando a atenção dos irmãos.
O acampamento todo se reuniu de frente para a entrada da floresta, formando uma massa de Narnianos determinados e corajosos. O som da liteira branca, ricamente ornamentada, da Feiticeira Branca ecoa pelos arredores, mesclado ao triste e angustiante som das chicotadas nos pobres cavalos brancos que puxam a carruagem. Um sentimento de indignação e revolta se espalha rapidamente entre os Narnianos, que começam a vaiar e ofender a mulher com suas palavras de desafio. As vozes dos Narnianos se erguem em uma cacofonia de reprovação, ecoando por todo o acampamento.
Palavras de resistência e coragem são proferidas, reafirmando a determinação daqueles que estão reunidos ali. Os insultos e xingamentos são lançados à Feiticeira Branca, ecoando o repúdio do povo de Nárnia por suas ações malévolas e opressivas. O espírito de união e resistência se fortalece enquanto os Narnianos, com suas vozes coletivas, enfrentam a presença maligna da Feiticeira Branca. Eles se unem na luta pela liberdade e pela defesa de seu amado reino, prontos para desafiar a tirania e o poder sombrio que tentam dominá-los. A atmosfera é carregada de coragem e determinação, à medida que os Narnianos erguem suas vozes e mostram seu apoio uns aos outros, preparados para enfrentar qualquer desafio que esteja por vir.ária! ⎯⎯ diz o anão Ginarrbrik.
⎯⎯⎯ Vá embora, Bruxa!
⎯⎯⎯ Imperatriz das Ilhas Solitárias! ⎯⎯ continuou ignorando todos os protestos.
⎯⎯⎯ Você não pertence a este lugar! Vá embora!
Jadis desce da liteira, e caminha em direção de Aslam. Todo o acampamento, incluindo as crianças estão reunidos na frente da tenta do leão.
⎯⎯⎯ Você tem um traidor em seu meio, Aslam. ⎯⎯ A enorme Bruxa diz.
⎯⎯⎯ A ofensa dele não foi contra você. ⎯⎯ O leão respondeu.
⎯⎯⎯ Você esqueceu as leis sobre as quais Nárnia foi construída?
⎯⎯⎯ Não cite a Magia Profunda para mim, Bruxa. Eu estava lá quando foi escrito. ⎯⎯ o leão rugiu, Jadis estremeceu e recuou levemente.
⎯⎯⎯ Então você vai se lembrar bem que todo traidor me pertence.
Pedro deu um passo à frente, desembainhando sua espada e na tentativa de parecer um pouco assustador, fez uma careta irritada apontando a espada em direção a Bruxa.
⎯⎯⎯ Você acha que a mera força vai negar meu direito... ...pequeno rei? Aslam sabe que a menos que eu tenha sangue, como exige a lei, ⎯⎯ se virou para toda a multidão ⎯⎯ toda Nárnia será virado e perecer no fogo e na água. ⎯⎯ aponta para Edmundo ⎯⎯ Aquele menino morrerá na Mesa de Pedra... como é tradição, não se atreva a me recusar.
⎯⎯⎯ Chega, vou falar com você a sós. ⎯⎯ Aslam se dirige a sua tenda, sendo seguido pela Feiticeira.
O tempo que se arrastou enquanto o leão e a bruxa permaneceram dentro da tenda parecia interminável. As crianças, sentadas no chão, estavam impacientes e angustiadas, tentando imaginar qual seria o destino de Edmundo. O silêncio pairava no ar, e nenhum deles ousava pronunciar uma palavra. Cada som suspeito fazia com que se tornassem alertas, prontos para se levantarem assim que as cortinas da tenda se abrissem, revelando o desfecho daquela tensa conversa. Depois de um tempo que pareceu se arrastar, finalmente a gigantesca mulher gelada e o felino saíram da barraca. As crianças se levantaram rapidamente, seus corações acelerados, enquanto a bruxa caminhava de volta para o seu lugar, lançando um olhar gélido diretamente para Edmundo. A intensidade do olhar frio da Feiticeira Branca fez com que um arrepio percorresse o corpo do garoto, deixando-o perturbado e inquieto.
⎯⎯⎯ Ela renunciou ao direito ao sangue do Filho de Adão.
⎯⎯⎯ Como vou saber que sua promessa será cumprida? ⎯⎯⎯ Aslam ruge, assustada, a bruxa se senta de repente e o acampamento ri.
SUSANA, LÚCIA E LOUISE seguem furtivamente Aslam pelas sombras da floresta, movendo-se com cuidado para não fazer barulho. Elas sussurram o nome uma da outra, buscando conforto e segurança na união do grupo. Seus corações estão repletos de determinação enquanto avançam, conscientes de que estão adentrando um território perigoso. Mas a conexão entre elas e a confiança em Aslam as impulsionam a continuar. Em um momento, Aslam parece sentir a presença das meninas e para seus passos. Ele se vira lentamente, fitando-as com seus olhos imponentes. O brilho de sua juba reflete a luz da lua, criando um halo de majestade ao seu redor.
Aslam reconhece a coragem e a lealdade das meninas, e seu olhar transmite uma mistura de serenidade e desafio. As três garotas, apesar de sentirem um leve tremor de medo, retribuem o olhar de Aslam com determinação. Elas sabem que estão prestes a testemunhar algo extraordinário e perigoso, mas estão dispostas a enfrentar os desafios ao lado do leão, confiando em sua liderança e proteção. O encontro com Aslam naquela noite marcará o início de uma jornada que moldará seus destinos e os destinos de Nárnia.
⎯⎯⎯ Não deveriam estar na cama? ⎯⎯ disse o leão.
⎯⎯⎯ Não conseguimos dormir. Estamos preocupadas com o que vai acontecer. ⎯⎯ Louise responde honestamente.
⎯⎯⎯ Por favor, Aslam. Deixe-nos ir com você. ⎯⎯ Susana suplica.
⎯⎯⎯ Ficaria grato com a companhia por um tempo. Venham, sigam-me.
As meninas agarram a juba majestosa de Aslam, sentindo sua textura suave e reconfortante, e caminham ao seu lado, imersas em uma mistura de medo e coragem. Louise, com uma sensação horrível na boca do estômago, o amargo gosto da morte se espalhando por seu paladar, acaricia a pelugem do felino com tristeza, ciente de que não possui nenhum poder capaz de ajudar o leão em sua iminente jornada. Enquanto seguem pelo caminho sombrio, Lúcia se aproxima de Aslam, sentindo uma conexão especial com ele, e sussurra suavemente:
⎯⎯⎯ Aslam, por que você não luta contra a Feiticeira Branca? Por que permite que ela faça essas coisas horríveis?
Aslam olha para Lúcia com um olhar triste e gentil.
⎯⎯⎯ Há coisas que não posso evitar, minha querida. Mas tudo acontece por um motivo. Vocês precisam confiar em mim.
Chegando à clareira da Mesa de Pedra, a cena se desenrola diante dos olhos das meninas, que observam atentamente. Aslam, com sua imponente presença, instrui-as a se esconderem em algum lugar seguro, enfatizando a importância de não serem vistas a qualquer custo. A Feiticeira Branca, com sua aparência gélida e um sorriso maldoso estampado no rosto, está cercada por suas criaturas, formando uma sinistra assembleia ao seu redor. Enquanto isso, Aslam, com passos firmes e determinados, caminha em direção à Mesa de Pedra.
A tensão no ar é palpável, carregada com a energia do confronto iminente entre o leão e a Feiticeira Branca. Os olhares das criaturas ao redor da bruxa estão repletos de malícia e devaneio, enquanto Aslam avança com serenidade, enfrentando o desafio de frente. As meninas, ocultas em sua posição de observação, sentem o coração acelerar em seus peitos, conscientes de que estão testemunhando um momento crucial na história de Nárnia.
O ambiente está impregnado de uma atmosfera sombria, onde o bem e o mal se encontram em uma batalha épica. Aslam, o símbolo de esperança e justiça, enfrenta a Feiticeira Branca, personificação do poder maligno e da opressão. As meninas sabem que tudo está em jogo e que o destino de Nárnia será decidido nesse momento. E, apesar do medo que as envolve, elas encontram coragem e determinação para permanecerem ocultas e observarem a luta iminente com o coração cheio de esperança.
⎯⎯⎯ Vejam, o grande leão. ⎯⎯ A bruxa diz.
Otmin, um dos seguidores da Bruxa, dá uma cutucada com o machado em Aslam, derrubando-o no chão. O coração das meninas se aperta ao verem a crueldade que está prestes a acontecer.
⎯⎯⎯Quer um pouco de leite? ⎯⎯ Ginnarbrick diz.
⎯⎯⎯ Por que Aslam não está lutando de volta? ⎯⎯ a pequena Lúcia sussurra.
⎯⎯⎯ Amordacem-no! ⎯⎯ a Feiticeira grita.
⎯⎯⎯ Amarrem-no! Peguem ele! ⎯⎯ Alguma criatura disse mais ao fundo.
As criaturas amarram Aslam, deixando-o imóvel diante da Bruxa. A tensão cresce à medida que a faca de pedra é levantada.
⎯⎯⎯ Agora... ele será raspado.
Enquanto a juba majestosa de Aslam é cruelmente cortada, um arrepio percorre a espinha das meninas, misturando tristeza e indignação em seus corações. O brilho do pelo dourado que antes exibia a grandiosidade e a majestade do leão agora é substituído por uma marca de crueldade. A Bruxa, com um sorriso satisfeito em seu rosto pálido, dá a ordem para que tragam Aslam até ela. Com uma brutalidade impiedosa, as criaturas arrastam o leão ferido para a imponente Mesa de Pedra, onde ele é depositado aos pés da Feiticeira, como um troféu de sua vilania. As meninas, apertando as mãos uma da outra em desespero, testemunham a agonia de seu amado protetor, sentindo a dor profunda de sua perda iminente.
⎯⎯⎯ Você realmente achou que poderia salvar o traidor humano com tudo isso? Você está entregando sua vida e não salvando ninguém. Hoje à noite... a Magia Profunda será aplacada! Mas amanhã, nós tomaremos Nárnia para sempre!
Com um gesto rápido e implacável, a Feiticeira Branca afunda a afiada faca de pedra no peito de Aslam, fazendo com que um gemido doloroso escape dos lábios do leão. O olhar de dor e surpresa preenche seus olhos, refletindo a injustiça e a tristeza do momento. O corpo majestoso de Aslam treme enquanto a vida escapa de suas feridas, e as meninas, consumidas pelo desespero e pela impotência, não conseguem conter as lágrimas que correm descontroladamente por seus rostos. Cada lágrima é uma homenagem silenciosa à nobreza e ao sacrifício de Aslam, enquanto seu espírito nobre se despede deste mundo cruel. O coração das meninas se quebra em pedaços, pois testemunham a perda de um amigo tão querido e corajoso.
⎯⎯⎯ O Grande Leão... está morto! ⎯⎯ gritou a bruxa.
As palavras da Bruxa, cheias de arrogância e triunfo, ecoam pelo ar, sendo seguidas pelos aplausos sombrios das criaturas ao seu redor. O som soturno ressoa na clareira, agravando ainda mais o sofrimento das meninas. Inconsoláveis, elas se aproximam de Aslam com passos pesados, ajoelhando-se ao lado dele, sem conseguir conter a torrente de lágrimas que escorrem silenciosamente por seus rostos. Cada lágrima é um tributo emocional, uma despedida carregada de amor e gratidão ao leão nobre que tanto amaram. Seus corações estão dilacerados pela dor da perda, mas também preenchidos com a força de um vínculo inquebrável. Em meio à tristeza, elas encontram conforto na presença de Aslam, oferecendo-lhe seu amor e gratidão naquele momento de despedida.
Enquanto isso, os meninos são despertados pela presença de uma Dríade que traz notícias tristes sobre suas irmãs. Pedro, com a dor da perda refletida em seus olhos, sente o peso da responsabilidade se intensificar sobre seus ombros. Sua preocupação se intensifica ainda mais ao deparar-se com Louise, sentada no canto de um tronco de madeira, enquanto Susana envolve delicadamente seus ombros, fazendo com que pareçam mais frágeis do que nunca. Ao se aproximar, Pedro percebe a profunda tristeza nos olhos da garota, e Susana se retira para que ele possa ocupar seu lugar ao lado de Louise. Com delicadeza, o garoto envolve o braço no mesmo lugar que há pouco abrigava a francesa, e, assim que Louise sente o calor familiar, ela se entrega aos braços de Pedro, buscando consolo em meio à sua dor avassaladora.
"Vai ficar tudo bem", sussurra ele suavemente próximo ao ouvido da garota, oferecendo-lhe um abraço reconfortante. Em seguida, Pedro se levanta e se vira para encarar o restante do acampamento, consciente de sua nova e imensa responsabilidade.
⎯⎯⎯ Ele se foi... Aslam se sacrificou por nós ⎯⎯, diz Pedro, sua voz carregada de emoção e pesar.
⎯⎯⎯ Agora, cabe a você nos liderar. Pedro, há um exército lá fora pronto para seguir suas ordens ⎯⎯, afirma o irmão mais novo, demonstrando confiança em sua capacidade.
⎯⎯⎯ O exército da Bruxa está se aproximando. O que faremos, meu rei? ⎯⎯, questiona Oreius, preocupado com o perigo iminente.
Pedro fixa seu olhar nos companheiros, encontrando força e determinação em seus olhares. Ele compreende que não há tempo para lamentar, pois a hora de agir chegou.
⎯⎯ Vamos nos preparar para a batalha. Nárnia precisa de nós. Honraremos o sacrifício de Aslam e lutaremos pela liberdade e justiça ⎯⎯, declara Pedro, inspirado pela coragem que emana de sua voz. Seu coração, embora abalado pela perda, está repleto de coragem e determinação para liderar seus irmãos e o exército de Nárnia contra a ameaça da Feiticeira Branca, protegendo o reino que tanto amam. Unidos, eles serão a esperança de Nárnia nos momentos mais sombrios.
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