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³³|Sexta porta

    Nos juntamos a Genevieve e Eros depois daquele episódio estranho. Khalil não falou muito. E talvez eu nem tivesse notado que há algo errado com ele caso não tivéssemos passado a última semana usando o corpo um do outro. Estou tão consciente da sua presença quanto de mim mesma.

    Ele não me apresentou mais como sua namorada – caso contrário eu o teria matado –, dizendo apenas que trabalhávamos juntos quando alguém perguntava. Não foram muitas pessoas. A maioria só olhou para mim e tirou suas próprias conclusões, achando que sou apenas um caso de uma noite para um homem rico e importante como Khalil. Que se dane. Não tenho lugar no meu cérebro para me importar com o que essas pessoas pensam de mim.

— Então ela é uma modelo? — pergunto a Genevieve, nós duas observando Anthony e o seu encontro. A mulher tinha sido educada quando fomos apresentadas uma hora atrás e Anthony não disse muito sobre o relacionamento dos dois.

— Sim. Vi o rosto dela estampado num telão semana passada — minha amiga responde.

— Será que é sério?

— Não sei. Talvez ele só precisasse de um par essa noite?

    Nós ficamos em silêncio.

    Em algum momento, meus olhos deslizam para o outro lado do salão, onde o homem que mede mais de 1,80cm está conversando com alguém. Apesar de tudo indicar que Khalil não queria estar aqui, ele está socializando e falando com as pessoas, provando o seu comprometimento com seu cargo na empresa. Ele também não tocou em uma única taça de champanhe. Eu fico tensa toda vez que um garçom passa por ele com uma bandeja, mas Khalil nem olha na direção dela.

— Eros está desconfiando de vocês.

— O quê? — Endireito minha coluna, encarando Genevieve.

— Se você não quer que ninguém saiba, tente tirar esse olhar do rosto.

— Que olhar? — Que olhar?

— Você estava olhando para ele como se mal pudesse esperar para ficarem sozinhos. — Suas palavras e seu olhar malicioso me fazem revirar os olhos.

    Desvio e então meu olhar colide com o dele. Arrepios correm por meu corpo. Aquele maldito olhar me causando coisas outra vez. Eu sempre fui confiante e controlada quando se tratava dos meus parceiros sexuais, mas é só Khalil olhar para mim que eu quero tirar suas roupas e montá-lo como uma cadela no cio.

— De novo. — Ouço Genevieve murmurar. Acho que Khalil não é o único com o lance dos olhares.

     Depois de mais uma hora, o leilão começa e os convidados são levados para outro salão, estes com mesas e um pequeno palco. Nós ficamos todos na mesma mesa, Khalil do meu lado esquerdo e Genevieve do lado direito.

    Um garçom entrega uma taça de champanhe para cada um, dizendo que é cortesia de Victoria. Eu não toco na minha taça. Eu não estou bebendo essa noite.

     Olho para o copo de Khalil. Copo, não taça. Água, não champanhe. Ela sabe que ele está limpo e sobre sua doença?

    Ainda estou franzindo as sobrancelhas quando o leilão começa, finalmente.

    É quando um quadro – que eu particularmente acho horroroso –, está sendo leiloado que Khalil se abaixa. Parece que ele deixou algo cair no chão, mas então, enquanto se ergue novamente, sinto seus dedos em minha perna, subindo, subindo, até sua mão estar na minha coxa, debaixo do vestido.

    Olho para seu perfil, estreitando meus olhos. Khalil continua olhando para frente. Quero chamá-lo de idiota, mas isso atrairia atenção para nós, então permito seu toque. Com tanto que ele não faça mais nada, está tudo bem.

    Porém, é óbvio, ele não se contenta apenas em manter sua mão em minha coxa, Khalil começa a me acariciar também. Seu polegar faz círculos suaves em minha pele, quase uma carícia inocente. No entanto, não consigo mais prestar atenção no homem no pequeno palco ou ouvir o que ele diz no microfone. Todo meu cérebro – e outras partes realmente necessitadas – estão focadas nessas carícias.

    Sinto meus mamilos enrijecerem. Minhas bochechas ganham cor. Eu não estou usando sutiã por causa do modelo do vestido, então qualquer pessoa que olhar para mim agora, verá meus mamilos traidores tentando perfurar a seda do vestido. Khalil me paga por isso. Primeiro sua performance de calçar meus sapatos, depois aquele pequeno discurso. Agora, ele quer que todos vejam a bagunça desejosa que eu me torno quando se trata dele e de seus dedos… ou de seu pau.

— Pare — sussurro apenas para Khalil ouvir.

— Hum? — O desgraçado se inclina para mim e dois dedos escorregam entre minhas pernas, atingindo meu clítoris.

    Expiro entre os dentes. Eu o odeio tanto, mas, Deus, como eu queria poder abrir minhas pernas para ele e deixá-lo me satisfazer.

    Khalil pega seu copo de água, dando um gole e depois me oferece.

— Você está um pouco vermelha. Quer um pouco de água?

     Filho da puta.

— Não? — arrisca e depois dá de ombros, tomando outro longo gole.

    Pelos próximos minutos, ele fica me torturando, esfregando meu clítoris através da minha calcinha. É o suficiente para me deixar quente e levemente ofegante, mas não o bastante para me satisfazer totalmente.

    Uma olhada para o colo de Khalil me diz que ele está tão excitado quanto eu.

    Eu preciso fazê-lo parar ou deixarei que ele me puxe para uma sala aleatória para uma foda rápida.

— … eu ouvi duzentos e cinquenta? — Ouço o locutor perguntar.

    Sem pensar duas vezes, ergo minha plaquinha que até então estava servindo de decoração na mesa.

    Vários pares de olhos estão em mim, incluindo dos meus amigos. Eu não sei o que está sendo leiloado, mas é apenas duzentos e cinquenta… dólares, certo?

— Dou-lhe uma, dou-lhe duas e… vendido para a dama de branco. — O locutor anuncia, seguido de palmas dos convidados.

    Forço um sorriso.

— Não são duzentos e cinquenta dólares, né? — pergunto sem deixar meu sorriso cair.

— Não — Khalil responde. Tenho a impressão que ele está se divertindo.

— O que eu acabei de comprar?

— Um chalé, em Jones.

    Que ótimo, comprei um chalé em Michigan, estado vizinho de Illinois.

    Viro meu rosto para Khalil.

— A culpa é sua — sussurro. — Pode mexer os pauzinhos e desfazer isso.

— Por que eu faria isso?

    Após me certificar de que ninguém está olhando para nós, pego sua mão e tiro da minha coxa.

— Lembra o que você disse sobre querer me foder? — Meu tom é tão baixo que nem uma mosca seria capaz de ouvir, apenas Khalil. — Pode esquecer.

— É um desafio?

— Me teste.

    Volto a olhar para frente, vitoriosa.

   
☠️

    Pouco mais de uma hora depois, me assusto com o baque surdo que chacoalha a mesa quando Khalil bate seu joelho nela. Lhe dou um olhar de interrogação, mas ele não percebe, remexendo em sua gravata.

     Acho graça, no início, pois é claro que ele não é um homem de gravata borboleta. Mas quando Khalil fica de pé, usando a mesa como apoio, franzo as sobrancelhas.

    Ele diz algo como "vou ao banheiro", mas não tenho certeza.

    Eu observo ir, de qualquer modo, seus passos lentos.

— O que há de errado? — Eros se inclina para frente ao perguntar.

— Ele foi ao banheiro.

    Meu melhor amigo franze o cenho também, mas Genevieve diz algo que não consigo ouvir, mas que faz Eros relaxar.

    Minha tensão, no entanto, só aumenta quando dez minutos passam e Khalil não retorna. Para onde ele foi? Quero acreditar que ele está no banheiro, mas faz muito tempo. E se ele teve uma reca… Não. Não vou lá. Com certeza estou pirando à toa. Khalil não faria isso. Ele não pode, certo? Ele deve estar apenas, sei lá, fumando em algum lugar. Ele tem fumado muito mais cigarro agora que está limpo, acho que para compensar.

   Puxo meu celular da minha bolsa e meus dedos voam sobre o teclado quando começo a digitar.

Tudo bem aí????

Você se perdeu ou algo assim????

Vc pode fazer melhor do que
me largar aqui

Mande um 👍 se você estiver apenas
com uma dor de barriga muito ruim

    Espero por dois minutos inteiros, mas ele não responde.

Agora é sério.

Vc está me deixando nervosa

Onde. Você. Está. Porra???????

    Nada. Nenhuma porra de palavra.

    Engolindo a bile, guardo meu celular na minha bolsa e me inclino para Genevieve.

— Vou ver se está tudo bem com Khalil. Mantenha Eros calmo, por favor. — Ela sabe o que quero dizer com esse apelo. Se Eros interferir e não for nada demais, vai gerar uma discussão.

    Genevieve assente.

    Eu saio do salão em poucos segundos, então me vejo no corredor e sem saber para onde ir.

    Ele disse que estava no banheiro. Melhor começar por lá.

    O universo está do meu lado, pois o mesmo mordomo que nos recebeu, vira o corredor.

    Após perguntar onde é o banheiro, sigo a direção que ele indicou. Quando acho, imediatamente tento abrir a porta, mas está trancada, o que significa que está ocupado.

    Meus ombros desabam de alívio e eu tiro minha máscara. Khalil estava aqui o tempo todo. Vou matá-lo por ele não responder minhas mensagens, mas pelo menos ele não…

     A porta do banheiro abre quando estou prestes a bater e chamar seu nome. A mulher sai. Ela para, olhando para mim em confusão, mas segue caminho pelo corredor.

    Quando olho para dentro do banheiro, está vazio.

    Eu não sei o que pensaria se ele estivesse nesse banheiro com outra pessoa, mas não importa. Não apenas porque realmente não importa pelo simples motivo de não termos nada além de um arranjo de sexo casual. Mas principalmente porque não é hora de pensar nisso. Khalil não está aqui.

    Talvez ele esteja em outro banheiro?

    Sim, pode ser isso.

    Eu abro cada porta desse corredor. Ele não está em nenhum cômodo.

    Essa casa tem outros andares. A escada principal fica na sala, então é para lá que eu vou. Não encontro nenhum empregado no caminho, o que é um alívio.

   Seguro um punhado do meu vestido com ambas as mãos para poder subir os lances de escada. Quando chego no topo, me deparo com dois corredores.

    Esquerda ou direita. Direita ou esquerda.

    Escolho a esquerda.

    Portas e mais portas, eu abro. Ele não está em nenhum desses quartos. Na quinta, eu reconheço que estou desesperada. Eu não vou me perdoar se ele tiver uma recaída. Eu deveria estar de olho nele. Sou sua assistente pessoal. Deveria me certificar que ele não ficaria sozinho em um lugar com tanto álcool quando ele claramente estava tenso sobre alguma coisa.

    A caminho da sexta porta, eu começo a abrir minha bolsa para pegar meu celular e ligar para um dos irmãos.

    Mas paro quando ouço uma voz familiar.

    O sexto quarto está com a porta destrancada, facilitando que as palavras cheguem até meus ouvidos.

— Senti sua falta. — É a voz de Victoria. — Quando vi você, meses atrás, todas as nossas boas lembranças voltaram. Eu disse a Richard, então, que precisávamos entrar em contato com você de novo. Ele também sentiu sua falta.

    Com quem ela está falando?

    Eu não espero muito para descobrir, espiando pela porta entreaberta. O que eu vejo faz meu estômago embrulhar.

    Khalil está deitado na cama, sua camisa aberta enquanto, Victoria, montando em seu colo, passa as mãos por seu peitoral.

— Agora você é um homem, cheio de músculos. — Ela dá uma risadinha. Tento ver o rosto de Khalil, ter alguma ideia do que diabos ele acha que está fazendo, mas Victoria está bloqueando minha visão. — Nada daquele garoto tímido, não é?

     Eu pisco. Suas palavras não estavam sendo minha prioridade, mas paro por um segundo, analisando tudo o que ela disse.

    Oh, Deus, não.

    A forma que ele está falando sobre ele ter sido um garoto tímido…
  
— Meu menino. Agora todo homem. Eu mudei um pouco também. Você gosta deles? — Victoria leva as mãos de Khalil até seus seios.

    Então eu percebo algo ainda mais perturbador. Khalil não falando. Ele nem está se mexendo. Por que ele não está se mexendo?

— Richard já deve estar chegando. Vamos nos divertir muito hoje.

    Quando ela rasteja pelo corpo dele até estar entre suas pernas e tirando seu cinto, é que dou uma boa olhada no rosto de Khalil. Seus olhos estão fechados. Ele franze as sobrancelhas, sua mão se movendo, mas parando, como se ele não tivesse forças para completar o movimento.

    Eu sinto aquela coisa subindo por meu corpo. A raiva queima meu estômago como ácido, mas me dá forças para empurrar a porta e andar em passos tão rápidos que quando Victoria olha por cima do ombro, já é tarde demais.

    Ouço seu grito, mas não paro enquanto puxo-a pelo  cabelo para fora da cama.

     Eu não consigo falar. Meu corpo treme de raiva dessa mulher e minha mente acelerada profere xingamentos, mas nada sai.

— Saia daqui. Você está invadindo… — Victoria começa.

    Eu dou um soco nessa cadela. Ela grita novamente, cambaleando enquanto segura seu nariz.

    Lhe dou as costas. Eu faria muito mais que isso, mas existe essa coisa magnética me puxando em direção a Khalil.

    Eu o alcanço pelo lado da cama, precisando subir porque ele está no meio dela. Meu coração aperta. Ele está miserável. Seu paletó se foi junto a gravata e a máscara, e sua camisa está totalmente aberta, expondo seu peito tatuado.

— Khalil. — Minhas mãos estão tremendo quando toco seu rosto. Afasto a mecha suada de seu cabelo do seu rosto. Ele não responde. — Khalil, você pode me ouvir? É a Kathryn.

   Ele faz um barulho, mexendo a cabeça. Suas pálpebras tremem, mas ele consegue abrir os olhos. A confusão neles é tão dolorosa. Ele claramente foi drogado.

— Kathryn — murmura.

— Sim. Sim, sou seu. — Começo a abotoar sua camisa. Faço um trabalho ruim, mas pelo menos consigo fechar alguns botões. — Vamos tirar você daqui. Está tudo bem.

— Não é o que você está pensando — Victoria diz.

    Ergo meus olhos para ela e juro por Deus que os cantos da minha visão ficam escuros quando encaro a cadela.

— Eu estou pensando muitas coisas. Como o fato de você ter abusado de uma criança e então tentar repetir de novo essa noite.

    O horror em seu rosto é quase real.

— Do que você está falando? Ele não era uma criança. Você não sabe de nada…

— Quantos anos ele tinha Victoria? Treze? Quatorze? — Nojo transparece em cada palavra. Nojo dessa mulher. Nojo do que ela fez. Nojo do que ela ia fazer.

— Acredite ou não, mas Khalil era um garoto bastante desenvolvido. Ele gostava de nós tanto gostávamos dele.

    "Nós". Sim. Ela falou sobre Richard sentir falta de Khalil, o que significa…

    Eu vou vomitar.

— Você é doente. Vocês dois. — Virando para Khalil, suavizo minha voz. — Acha que consegue andar?

    Eu não espero sua resposta. Nós precisamos sair daqui. Ou irei matar essa mulher.

    Puxo suas pernas para fora da cama e consigo fazê-lo sentar. Seu corpo está pesado. Sua cabeça mal consegue ficar erguida.

    Abraço seu lado, então levanto nós dois. Foi uma péssima ideia. Khalil é muito maior que eu e mais pesado também. E ele está quase sem nenhum controle sobre si mesmo.

    É por isso que nós dois tropeçamos. Meus joelhos doem ao baterem no chão, mas mal registro a dor, mais preocupada em segurar Khalil para que ele não caia de cara no chão.

— Desculpe — sussurro quando consigo sentar e trazer a parte superior do seu corpo para o meu colo. Suas costas pressionam meu peito e sua cabeça cai em meu ombro. Ele não parece se machucado com a queda. Menos mal.

    Victoria dá um passo à frente. Como ela ousa…

— Encoste nele de novo e eu arranco suas mãos — rosno, todo meu corpo tremendo.

     Poderia ser um blefe. Algo dito no calor do momento. Mas quando Victoria olha em meus olhos, ela vê a verdade: eu não estou blefando, porra.

    Ela engole em seco, mas depois nos dá as costas e sai correndo do quarto.

    É um pequeno alívio. Ainda preciso tirar Khalil daqui.

— Vamos precisar de ajuda. Eu sinto muito. — Eu sei que Khalil não gostaria que o que aconteceu aqui, saísse daqui. Não sem a sua permissão. Mas eu não sou capaz de carregá-lo sozinha, então minha única alternativa é pedir ajuda.

     O nome de Anthony vem primeiro na minha agenda telefônica, então é para ele que eu ligo.

Kate? Tudo bem? Onde vo…

— Segundo andar, corredor da esquerda, sexta porta. Rápido. Traga Eros.

Estamos indo.

    Desligo meu celular e seguro Khalil enquanto espero.

    Eu deveria ter vindo antes. O que mais aquela filha da puta fez antes de eu chegar? As calças dele ainda estão no lugar, mas ela o tocou, tirou sua camisa. Apenas o fato de que Victoria teve suas mãos no corpo dele me enfurece. E também faz minha culpa aumentar. Eu poderia ter evitado isso se não tivesse simplesmente ficado lá sentada.

    Não é hora para isso.

     Não, não é. Por isso me controlo poucos segundos antes de dois rostos conhecidos aparecerem.

    Anthony xinga baixinho assim que nos vê, mas logo corre para ajudar. Eros, no entanto, para abruptamente na porta.

— Ele está bem — garanto aos dois. É uma meia verdade.

— Ele bebeu? — Anthony pergunta baixinho, me ajudando a sentar Khalil.

    Faço que não. Mas também não dou mais explicações.

— Vamos sair pelos fundos. Ainda pode haver fotógrafos lá fora. — A imprensa é o que menos importa para mim agora, mas preciso ser racional.

— O que aconteceu? — Eros se junta ao irmão mais novo. Juntos, eles conseguem colocar Khalil de pé, os braços dele no ombro de cada um, a cabeça caída entre os ombros.

— Depois eu explico.

— Kate — Eros pressiona. Meu olhar é gelado ao encará-lo.

— Eu disse que depois eu explico. Vamos tirá-lo daqui primeiro.

    Tensiona a mandíbula, mas anue.

     Ele e Anthony carregam Khalil enquanto eu mando uma rápida mensagem para Genevieve, avisando-a para nos encontrar.

— Merda.

    Eros tem a mesma reação de Anthony ao ver as escadas.

— Você pega os braços e eu as pernas — Eros instrui.

     Assim, nós descemos.

☠️

     Eu encontrei aquele mordomo de novo, que nos escoltou até a garagem. Ele trouxe as chaves dos carros na mesma hora que Genevieve apareceu. Minha amiga não disse nada quando viu Khalil, mas a preocupação em seu rosto foi o suficiente.

— Eu levo o carro de Khalil — diz. — Anthony leva Khalil e Kate, e você vai com seu carro — a última parte é direcionada a Eros. Ele não gosta muito da ideia, mas não diz nada sobre isso ao ajudar Anthony a por Khalil no banco de trás, como Genevieve instruiu.

    Khalil não está consciente o suficiente para conseguir se manter sentado, então eu me acomodo no banco de trás também, deitando cuidadosamente sua cabeça em meu colo. Ele faz alguns sons ilegíveis, mas é tudo.

— Estaremos logo atrás de vocês — Genevieve informa antes de fechar a porta. Conforme Anthony ocupa o banco do motorista, flagro o olhar de Eros. Ele parece derrotado. Se ele soubesse tudo o que aconteceu…

    Poucos momentos depois, Anthony está nos tirando da garagem, deixando nossa família e amigos para trás.

    Concentro-me em Khalil. Ele está suando, então peço a Anthony para ligar o ar-condicionado. Queria poder fazer mais, mas no momento, tudo o que está ao meu alcance é acariciar seu cabelo e rezar para que ele se recupere logo.

     Qual foi o sedativo que Victoria deu a ele? A única vez que se aproximou dele foi quando chegamos, mas lembro do garçom nos servindo e dizendo ser cortesia de Victoria. Ela deve ter colocado algo na água. Recordo-me de Khalil tomando apenas dois goles. Ele deve ter começado a se sentir zonzo, então saiu do salão. Victoria provavelmente já está esperando isso e conseguiu conduzi-lo para o andar de cima antes do sedativo derrubar Khalil de vez.

    Minha raiva por ela apenas aumenta. Eu deveria ter feito mais do que lhe dado um soco. Tento não imaginar o que teria acontecido naquele quarto, mas as imagens vêm mesmo assim. Eu quase vomito no Porsche de Anthony.

— Você está bem?

    Encaro meu amigo através do espelho ao ouvir sua pergunta. Ele também está preocupado. Diria que até com medo.

— Não.

    Anthony anue e não faz mais perguntas.

    Esperemos por Eros e Genevieve no estacionamento do prédio de Khalil porque Anthony e eu não seríamos capazes de carregá-lo sozinhos. Felizmente eles não demoraram a chegar.

    Eu abri a porta do apartamento quando chegamos, depois de uma viagem de elevador cheia de tensão onde ninguém disse uma palavra.

    Os irmãos o colocam na cama, em seu quarto. Eu ajeito o travesseiro debaixo de sua cabeça para que ele fique confortável e tiro seus sapatos. Ainda bem que Dean está ficando com Carlota e Enrico. Khalil se odiaria se o garoto o visse nesse estado, mesmo que o próprio Khalil não tenha culpa de nada.

    Depois de ter certeza que o deixei confortável, saio do quarto, fechando a porta atrás de mim. Encontro os outros na sala. Genevieve está perto da porta, olhando preocupada para o noivo, que está andando de um lado para o outro. Já Anthony, está perto das janelas envidraçadas, os braços cruzados e tão tenso quanto os outros.

    Quando me notam, todos os olhos estão transmitindo perguntas que não poderei responder.

— Então? — Eros quebra o silêncio, suas mãos na cintura. — O que diabos foi isso? O que aconteceu lá?

— Ele passou mal — minto. Eu não precisei pensar muito sobre isso. Eu sei que Khalil me odiaria se eu contasse o que vi e ouvi. Mesmo que essa seja a sua família. E a minha. Mas a ideia de trair a confiança dele embrulha meu estômago.

    As nariz de Eros se dilatam. Ele não acredita em mim.

— Não minta para mim para poder protegê-lo.

— Não é isso que estou…

— Ele bebeu? Se drogou?

— Não.

— Você está mentindo.

— Eu não estou.

     Eros balança a cabeça, passando a mão pelo rosto. Me sinto péssima pela tensão em seus ombros e pelas noites de sono que ele irá perder, mas não posso contar. Nunca menti para Eros. Somos amigos há quase dez anos e confio cegamente nele, mas estou em uma situação complicada.

    Quando abaixa a mão para me encarar, não é mais meu melhor amigo que está olhando para mim. É aquele homem frio e impassível que tomou seu lugar durante três anos. Aquela pessoa que ele finalmente tinha deixado de ser quando sua noiva e sua filha entraram em sua vida.

— O que foi? Começou a transar com ele e agora perdeu o juízo? — As palavras duras me atingem como pedras.

— Eros — Genevieve o repreende, surpresa.

   Ergo a mão, um sinal para Genevieve deixar para lá.

    A Eros, eu dou um olhar gelado.

— Se estou ou não transando com ele, não precisa se preocupar, meu julgamento continua o mesmo. E o que eu quero dizer é que se fosse você no lugar dele, eu estaria tomando a mesma decisão.

— Então você está mentindo.

— É a vida dele. Se ele quiser te contar…

— Ah, por favor. — Faz um som desagradável de desdém. — Ele não vai me contar porra alguma, então eu terei que interferir quando ele mais uma vez ferrar com tudo.

    Sinto uma coisa estranha. Um tipo de proteção pelo homem a poucos metros de nós, inconsciente em sua cama. Eu sei que Khalil não precisa de mim para defendê-lo, mas tente dizer isso para minha mente que só consegue ouvir as palavras duras de Eros.

— Você sempre espera ele errar, não é? — pergunto. Pareço calma, mas minhas mãos estão fechadas em punhos.

— É tudo o que ele sabe fazer.

— Não, não é. Faz mais de seis meses que Khalil tem trabalhado incansavelmente para melhorar. Sim, ele tem o apoio da família, mas agora eu me pergunto se você o está apoiando ou só esperando ele errar de novo porque você não tem fé o suficiente nele para esperar que ele acerte, que se torne alguém melhor.

— Isso não é verdade.

— Não? Você é como um gavião, Eros, cercando Khalil o tempo todo, sempre cobrando ele e quase não lhe dando espaço para tomar as próprias decisões.

— Eu estou tentando protegê-lo…

— Você o sufoca! — Minha voz se eleva. Tenho impressão que Genevieve deu um passo para trás, assustada. Eros, no entanto, ainda me encara. — Todo mundo vê isso, mas ninguém tem coragem de falar. Eu sei, você esteve lá por ele todos esses anos. Você limpou a bagunça dele diversas vezes. E eu tenho certeza que Khalil é grato por isso, mas se você não parar de tentar estar um passo à frente, presumindo que ele vai cair, Khalil vai afastar você de vez.

    Paro para respirar, percebendo que estou um pouco ofegante.

    Ninguém diz nada. Talvez eu tenha me excedido, mas não retiro minhas palavras. Eu não menti, também. E eu não posso ouvir ele falar essas coisas de Khalil. Eu o detesto, é verdade, mas eu não sou cega. Eu vejo o esforço dele para manter a empresa, para não decepcionar sua família. Então Eros vem aqui e diz que tudo o que Khalil sabe fazer é errar? Eu não posso me calar sobre isso.

— Foi longa noite pra todo mundo — digo com mais calma. — Você está certo, estou protegendo Khalil, mas não é nada do que você está pensando, eu garanto. Ele não bebeu, nem se drogou. Ele vai ficar bem. Só dê espaço a ele.

— Kate está certa. Foi uma longa noite e é melhor nós irmos. — Genevieve se aproxima de Eros, que ainda está calado. Apesar de tudo, queria dar uma abraço no meu melhor amigo. Odeio quando brigamos. E essa com certeza foi a nossa maior briga, tudo antes disso foram apenas discussões.

    Eu observo eles saírem pela porta sem nenhuma outra palavra além de um breve aceno de Genevieve.

    Olho para Anthony se aproximando de mim.

— Você sempre sai ileso, não é? — brinco, mas minhas palavras não tem o humor habitual.

    Anthony encolhe os ombros, suas mãos dentro dos bolsos da calça.

— Sei escolher minhas batalhas. E, sinceramente, eu cresci com Eros. Eu conheço aquele dali. É inútil conversar com ele quando está de cabeça quente.

— Isso é verdade. Acha que fui muito dura? — Abraço meu próprio corpo, sentindo a culpa como uma âncora me arrastando para baixo.

— As emoções se alteraram. Eros também disse coisas no calor do momento. Não se preocupe com isso.

    Anuo apenas para encerrar o assunto. Com certeza vou remoer isso por um bom tempo.

— Você vai ficar? — pergunta, olhando para o corredor, onde o quarto do seu irmão fica no final. — Posso dormir aqui, se você quiser ir para casa descansar.

— Eu vou ficar. — Não tinha sido uma opção ir embora.

    Anthony assente e me dá um beijo na bochecha de boa noite. Ele me pede para dar notícias também, assim quando Khalil acordar.

    Depois que ele vai embora, volto para o quarto, largando meus saltos num canto.

     Khalil ainda está desacordo. Eu acaricio seu rosto, meu coração fazendo aquela coisa de novo de apertar até parecer que estou tendo um infarto. Nunca senti isso antes. Não quando se trata de Khalil. Mas depois dessa noite eu só queria colocá-lo em um potinho. É tão estranho ter esse tipo de sentimento em relação a ele.

    Odeio ser invasiva, mas não é confortável dormir com essas roupas que ele está usando. Eu murmuro um pedido de desculpas por estar invadindo sua privacidade e tiro sua calça e sua camisa. Depois, eu o visto com uma calça moletom e uma camisa mais confortável que eu achei no seu closet.

    Ele não acorda em momento algum. Ele não bebeu muito da água, então o efeito do sedativo deve durar mais algumas horas.
   
    Como estou de mãos atadas, troco meu vestido por uma camisa sua. Também tiro as joias. Para a maquiagem, eu uso sabonete líquido e água. É péssimo para minha pele, mas não é como se Khalil tivesse removedor de maquiagem por aqui.

    Após isso, me deito ao seu lado. Não exatamente tocando-o, mas perto o suficiente para sentir seu calor.

     Encaro seu rosto até o sono me vencer.


☠️

Esse foi um dos capítulos mais tensos que escrevi até agora. E o próximo é realmente de partir o coração...

Oq vcs têm a dizer sobre isso??👀

Enfim, até terça-feira 🖤

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2bjs, môres♥

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