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⁴²|Pode fazer isso por mim?

Leia as notas finais!!!!!

     O leve incômodo se transforma em uma dor aguda.

    Por um momento, eu não ouço nada. Toco meu abdômen e sangue quente cobre meus dedos. Meu sangue. A cada respiração, a dor intensa se espalha ainda mais pela barriga. Pânico e medo me envolve quando minha visão começa a ficar turva. Estou perdendo muito sangue. Eu consigo sentir, encharcando minha camisa branca.

    Como em um estalar de dedos, meus outros sentidos voltam a funcionar. Eu encaro os olhos arregalados de Khalil. Ele está segurando meus braços, e seus lábios estão se movendo enquanto ele fala comigo.

— Hospital… sangue… está me ouvindo?

    Fecho meus olhos e conto até três. Já levei um tiro antes. Eu posso lidar com isso. Está tudo bem. Eu posso consertar.

— Leve-me para dentro — peço, minha voz saindo arranhada. Olho em volta, mas não tem ninguém por perto. Isso é bom.

— O quê? Você precisa de um médico…

— O hospital é obrigado a relatar quando um paciente com ferimento de bala dá entrada. Isso tem a ver com meu passado, não pode envolver a polícia. — Agarro seu braço, buscando apoio. Cada palavra, cada respiração, dói. — Me leve para dentro. Agora.

    Khalil pragueja, mas me pega no colo. Dói como um inferno e eu mordo minha língua para não gritar. Coloco o código para entrar no prédio e seguimos para o elevador. Tento ignorar a dor. Tento não pensar no sangue transferindo para Khalil. A luz do elevador é forte demais. Eu apoio minha cabeça no ombro de Khalil. Me concentro em respirar. Se alguém entrar aqui, estamos ferrados. Não há como esconder o sangue. É tanto sangue…

— Kathryn. Kate! — A voz de Khalil me assusta. Abro os olhos. Estamos dentro do meu apartamento. Eu não lembro de como chegamos aqui, mas aponto para o banheiro.

— Me põe na banheira — murmuro.

    O mármore frio não me dá nenhum conforto, mas faz menos sujeira. Porque essa é a coisa mais importante para você se preocupar agora, não é, Kate?

— Kathryn. Ei. — Khalil segura meu rosto, dando uma leve sacudida. Ele está ajoelhado ao meu lado, me olhando com preocupação. Pareço tão mal quanto me sinto? Quanto tempo já passou? Três minutos? Cinco?

— Caixa de primeiros socorros… debaixo da pia — arranjo forças para pedir. — Água limpa… panos… e preciso que você pegue uma garrafa de whisky dentro do armário na cozinha.

    Khalil corre para fazer essas coisas. Ele leva poucos minutos. Eu mal percebo. Passo o tempo todo olhando para o teto do banheiro, piscando várias vezes para manter meus olhos abertos. Eu sei que se eu fechar meus olhos por mais três minutos, não serei capaz de acordar sozinha.

    Khalil traz tudo o que eu pedi, inclusive uma tesoura para cortar minha blusa ao meio, revelando o horrível ferimento de bala.

— A bala não atravessou. — Explico, engolindo em seco. — Não atingiu nenhum órgão também, mas eu… Eu vou precisar retirá-la.

— O quê? — Ele está assustado. Isso está na forma como suas mãos estão trêmulas e em como suas íris verdes parecem maiores do que são.

— Tudo bem. Eu já fiz isso antes. Me passa a água.

— Kathryn… Temos que ir para o hospital…

     Balanço a cabeça, estremecendo ao despejar a água da garrafa plástica em meu abdômen. Não impeço o grito dessa vez. Eu imagino que deve ser assim que o fogo do inferno parece. Tinha esquecido como é torturante pra caralho.

— Whisky. — Sinto-me mal por fazê-lo ficar tão perto da bebida e ainda ter que abrir para mim, mas Khalil não parece nem perceber o que está fazendo. Ele apenas abre a garrafa e põe com cuidado em meus lábios, me ajudando a beber. A queimação é muito bem vinda. Pode não aliviar a dor, mas relaxa um pouco meus músculos.

    Depois de ter o suficiente, me afasto. Enquanto estanco o sangue o máximo que posso com uma toalha, observo Khalil pôr a garrafa no chão, mal dando atenção para ela. Isso também me tranquiliza.

— O que mais eu posso fazer? — pergunta, tirando sua jaqueta.

— Preciso do espelho do meu quarto.

    Khalil não questiona. Quando volta, o oriento a pôr o objeto na banheira, na minha frente. Preciso ver o que estou fazendo.

— Faca — cuspo a palavra. Falar está ficando cada vez mais difícil.

    Ele tira um canivete do bolso e depois despeja whisky na lâmina, para esterilizar. Estou em um estado tão crítico que esterelizar de forma correta está fora de questão. Estou perdendo mais sangue a cada minuto, esperar mais não é uma opção.

   Com as mãos firmes e o coração acelerado, seguro com força o canivete, cada músculo do meu corpo tenso e preparado.

     Respiro fundo, a familiaridade com a sensação do metal gélido em minhas mãos traz uma estranha calma. Olho para o espelho, encarando o reflexo decidido que retorna meu olhar. É preciso coragem para enfrentar a dor que está por vir. Khalil não sai do meu lado. Sua mão descansa em minha nuca e eu encontro conforto em seu toque para finalmente começar.

    Com cuidado, pressiono a ponta da lâmina contra minha pele, sentindo a resistência ceder lentamente. A dor é uma lança afiada que atravessa meu corpo, mas não posso hesitar. Com movimentos precisos, abro caminho, mantendo o foco mesmo enquanto o sangue começa a brotar, rubro e pulsante, escorrendo e fazendo uma poça na banheira.

    A bala está ali, um intruso metálico que não pertence ao meu corpo. Com dedos ágeis, sinto a superfície lisa e fria, a gravidade de sua presença. Com uma pincelada de força e determinação, ela cede, libertando-se do tecido que está lhe aprisionando.

— Porra. — Solto um respiração profunda, desabando contra a parede. Entre meus dedos ensanguentados, seguro o pequeno projétil filho da puta. Deixo cair na palma aberta de Khalil. — Whisky.

    Tomo quase metade da garrafa. A batalha ainda não acabou. Khalil me entrega a agulha com linha e cuidadosamente, suturo os tecidos, fechando a ferida que criei para expulsar a bala. A cada ponto, sinto o alívio tomar conta de mim por ter conseguido fazer isso mais uma vez. Graças a Deus não perdi a prática.

    Finalmente, após terminar e cortar a linha, recuo, permitindo-me um momento de respiração profunda, deixando a adrenalina ceder espaço para a exaustão.

    Khalil me ajuda a fazer o curativo porque minhas mãos perderam a firmeza de antes.

— Como você está se sentindo? — Ele afasta meu cabelo suado do meu rosto. — Tem certeza que não precisa de um médico?

— Eu estou bem. Só preciso de um banho e remédios.

    Ele não gosta disso. Sua mandíbula está cerrada e seus olhos são intensos e calculistas. Apesar da situação, sinto meu coração aquecer com sua preocupação.

    Khalil me ajuda a ficar de pé. Eu me apoio na parede, enquanto ele tira minhas roupas ensanguentadas. Não tenho forças para ficar com vergonha da minha situação ou de estar sendo dependente dele nesse momento. Eu sei que posso fazer isso sozinha, mas Khalil está comigo e eu confio nele para me ajudar.

    Provando que estou certa, ele tira suas próprias roupas para me ajudar a me dar banho. Eu não desmaio por muito pouco, me apoiando em Khalil o tempo inteiro. Ele toma cuidado em me secar e ao me ajudar a me vestir. Depois, me acomoda na cama. Solto um suspiro, relaxando entre os meus travesseiros. Tomei dois Ibuprofeno, então só preciso esperar que faça efeito.

— Kathryn.

— Hum? — Abro os olhos, não percebendo que havia fechado. Khalil está sentado na beira da cama. Suas sobrancelhas estão profundamente franzidas.

— Quem eram as pessoas na moto? Por que atiraram em você? O que está acontecendo?

— Cedric… — Pisco lentamente, sentindo a exaustão afundar suas garras na minha consciência. — Foi o Cedric…

    Tudo fica escuro depois.

☠️

    Enquanto a sopa não fica pronta, vou até o quarto de Kathryn, provavelmente pela quinta vez em dez minutos. Ela ainda está dormindo, como da última vez. Sua respiração está estável e não há sinal de febre. Sua pele está corada, mas nada muito preocupante – não que isso me impeça de me preocupar. Segundo o Google, devo ficar de olho nessas coisas.

    Passo a mão pelo seu cabelo, ainda observando-a. As duas únicas vezes que senti meu sangue gelar em minhas veias, foram quando Olivia quase levou Eros embora e quando meu pai foi internado às pressas. E hoje, quando Kathryn cambaleou e uma mancha vermelha surgiu na frente do seu suéter. O medo frio e cru penetrou em meu ser. Achei que ela fosse morrer. Porra, achei que eu poderia morrer com o susto. Mas Kathryn é forte. Ela conseguiu sair dessa, e agora está bem.

    Eu fico repetindo as duas últimas frases para mim mesmo durante os minutos que leva para a sopa ficar pronta. Eu sirvo um pouco para Kathryn e depois ponho o prato, a colher e um copo de suco com uma mistura de laranja, cenoura e gengibre na bandeja. Novamente, o Google disse que essa combinação de sabores pode ajudar Kathryn a se recuperar.

    Volto para o quarto e ponho a bandeja na cama.

— Kathryn — chamo baixinho, passando os nós dos meus dedos em sua bochecha. — Querida, acorde. Você precisa comer um pouco.

    Seus olhos se movem atrás das suas pálpebras, mas ela não acorda. Começo a ficar nervoso outra vez. Faz uma hora que ela adormeceu. Três horas desde que ela disse que esse tal de Cedric tentou matá-la. Eu liguei o nome ao dia que fomos à casa de Alexander. Não sei por que pensei que assunto já estava encerrado.

    Finalmente, Kathryn abre os olhos. Suspiro aliviado. Ela estreita os olhos, depois faz uma careta, levando a mão à barriga, onde está o curativo.

— Ei. — Forço um sorriso. — Fiz sopa. Você precisa se alimentar.

— Não estou com fome. — Diz, sua voz é rouca, como se estivesse lutando para sair da sua garganta.

— Mas você vai comer. — Ajudo-a a se sentar, não lhe dando tempo de refutar. Ajeito os travesseiros em suas costas e apenas depois de me certificar de que ela está confortável, ponho a bandeja em seu colo. — Como você está se sentindo?

— Eu disse que estou bem. — Ela encara a colher com sopa que eu estou lhe oferecendo, depois arqueia a sobrancelha para mim. — Você não precisa me dar comida na boca.

— Eu sei. Agora abra.

— Isso é ridículo. — Mesmo assim, ela abre.

    Ela franze as sobrancelhas praticamente a cada respiração que dá. Algo está me dizendo que eu deveria insistir para irmos ao hospital. Foda-se se os médicos chamarem a polícia, nós inventamos alguma coisa, mas Kathryn não pode se curar apenas com sopa e analgésicos. Claro, falar isso para ela está fora de questão porque ela é teimosa pra caralho e não me dará ouvidos.

    Ela já fez isso antes, você sabe. Precisa confiar no julgamento dela sobre a situação.

    Eu percebi pela forma como ela lidou com a situação. Kathryn estava sangrando, mas ela ficou consciente o suficiente para me instruir a não levá-la ao hospital e o porquê. Depois, com uma destreza impressionante, ela retirou a bala de si mesma e se costurou. Ela não chorou uma só vez. Será que ela percebeu isso, que é capaz de chorar quando está de TPM, mas não derrama uma só lágrima após levar um tiro? Se ela não está impressionada, eu estou. Eu sabia do seu passado, mesmo ela não tendo entrado em detalhes, imaginei o tipo de coisa que ela precisou vivenciar enquanto morava com Alexander, mas nunca teria imaginado uma cena dessas, sua total calma ao ser baleada.

    Enquanto ela come, repasso a cena na minha cabeça várias vezes. Eu estava de costas, não vi a moto se aproximar, mas Kathryn, sim. Então ela já estava se movendo e…

    Paro, olhando para ela como se eu pudesse a achar a resposta para minhas suspeitas em seu olhar contorcido de dor. Mas Kathryn não precisa dizer. Na minha memória, está claro como o nascer do sol. Sim, Kathryn entrou na minha frente. E tomou o tiro que deveria ser para mim.

   Depois de algumas colheradas em que ela come sem reclamar e eu processo o que acabei de descobrir, sou o primeiro a quebrar o silêncio, começando do início.

— Alguém pode ter visto. — Ela sabe que estou falando do momento que foi atingida.

— Direi que foi uma brincadeira. Tem um episódio de CSI onde uma mulher paga para ser sequestrada porque gosta da adrenalina. Isso é mais comum na vida real do que você pode imaginar.

    Lhe dou mais sopa, não impressionado que ela já tenha pensado nisso.

— O que você disse antes de desmaiar… sobre o Cedric. — Não é exatamente uma pergunta. Kathryn suspira, não dizendo nada no primeiro momento enquanto acaricia Warrick, que não saiu do lado dela.

— Lembra-se do que Alex disse no jantar? — pergunta, então. Anuo.

— Aceitei me juntar a ele para vingar meus pais. — Não digo nada. — As coisas têm estado corridas, então não tenho falado com Alex, não sei o que ele fez sem mim, mas alguma coisa deve ter acontecido para Cedric vir atrás de nós.

— Então você resolve se jogar na frente de uma arma por mim? — questiono calmamente, mas por dentro estou me controlando para não gritar com ela. Quer dizer, o que ela estava pensando?

    Kathryn endurece. Acho que meu tom não foi muito calmo como imaginei.

— Eles teriam matado você. Agora mesmo você podia estar morto. — Assim que diz isso, se retrai.

Você podia estar morta. — Por que ela não está vendo isso do mesmo jeito que eu?

— Mas não estou, não é? — Cruza os braços. Sei no momento que ela se arrepende disso, porque sua expressão revela sua dor.

    Tiro a bandeja do seu colo, colocando na poltrona. Depois, vou ao banheiro e pego o kit de primeiros socorros.

— Precisamos trocar seu curativo — aviso, ocupando de volta meu lugar na beira da cama.

    Não falamos nada pelos próximos minutos. Eu preciso me acalmar para que a gente não discuta de novo e trocar seu curativo é uma forma de distração.

    É assim que relacionamento são? A outra pessoa leva um tiro por você, então você fica puto porque ela podia ter morrido? Por que diabos as pessoas escolhem isso, afinal? Está claro que é apenas dor de cabeça.

    No entanto, você não retiraria todas as palavras que disse a ela horas antes, quando finalmente confessou alguns dos seus sentimentos.

    Não, eu não mudaria isso. Depois de tantos anos cobiçando-a de longe, então começando a gostar dela e precisando manter isso em segredo e me manter afastado, contar a Kathryn foi mais do que um alívio. Foi perceber que ela também sente essa coisa entre nós e que eu não estava louco. Talvez louco por ela, sim, mas não o tipo de louco que criou uma paixão platônica. E Kathryn confessou que gosta de mim também, ela decidiu dar uma chance para nós. Mesmo estando com medo e não sabendo como fazer isso – somos dois, aliás –, ela está se arriscando porque sente que o que tem entre nós, vale a pena o risco.

    Achei que eu seria o primeiro a pisar na bola, porque de acordo com o meu histórico, sou muito bom nisso, mas não foi o que aconteceu. Kathryn sabe sobre Victoria e Richard. Isso me pegou tão desprevenido que eu não sabia o que fazer. Ela ouviu tudo o que eu contei. Meu segredo mais sujo. A parte mais suja da minha alma. Eu me senti exposto, vulnerável. Mas depois que a abracei, percebi que bem lá no fundo, eu queria que ela soubesse. Percebi que, inconsistentemente, eu desejei que ela estivesse acordada para me ouvir. E mesmo tendo ouvido tudo, seu olhar sobre mim não mudou. Não sei o que eu achei que poderia acontecer, mas eu fiquei aliviado em não ver o olhar de pena em seu rosto. Isso eu não teria aguentado.

    Enquanto eu trocava seu curativo, lhe dei o suco e fico orgulhoso ao ver que ela bebeu tudo sem reclamar.

   Coloco a louça suja na cozinha e apago as luzes antes de voltar para o quarto. Kathryn já está deitada outra vez, com Warrick sentado perto da sua cabeça.

— Como você está se sentindo? — pelas minhas contas, essa é a terceira vez que pergunto isso. Kathryn, para seu crédito, apenas sorri, sabendo disso também.

— Bem. Obrigada pela sopa. Estava uma delícia.

   Deito ao seu lado, ajeitando as cobertas ao seu redor.

— Está confortável? Você quer que eu…

— Khalil. — Sua mão pousa na minha e então ela está me puxando para um beijo.

    Lembro de pôr minha mão ao lado da sua cabeça e não em seu corpo. Estou com medo de tocá-la e acabar lhe machucando mais. Pela primeira vez estou muito consciente da nossa diferença de tamanho e peso. Sempre usei isso para provocá-la, mas agora está realmente me preocupando. E se eu rolar durante o sono e acabar tocando sem querer no seu curativo? É melhor eu dormir no chão, apenas para prevenir.

    Como se pudesse ler minha mente, Kathryn quebra o beijo. Suas mãos estão em meu rosto, acariciando minha barba.

— Eu estou bem. Relaxe. Pode fazer isso por mim?

    Fecho os olhos, soltando uma respiração trêmula. Apoio minha testa na sua e deixo meus pulmões respirarem seu cheiro. Eu ouço e sinto sua respiração. Eu catálogo todos os sons e movimentos que ela faz, buscando por alguma mudança. Mas Kathryn está certa. Ela parece bem.

    Meus ombros relaxam levemente.

— Você me deu um susto do caralho, porra — deixo sair, me afastando um pouco para olhá-la. Meu coração dispara visivelmente. Tenho certeza que ela pode ouvi-lo. — Sinceramente? Não sei se te encho de beijos ou de tapas.

— Isso deveria ser uma ameaça? — A filha da puta sorri. Como ela consegue continuar linda mesmo depois de levar um tiro?

— Às vezes eu realmente te odeio. — Balanço a cabeça, lutando contra um sorriso.

    Kathryn bufa.

— Odeia nada. Você está louco por mim. Mas tudo bem, vou fingir que acredito nisso. — Ela sorri, sem fazer ideia que nunca esteve tão certa. Ou talvez ela saiba, eu não tenho sido muito discreto sobre isso ultimamente, de qualquer maneira. — Mas então… Ouvi dizer que temos planos envolvendo palmadas e beijos?

    Afasto-me dela antes que seu feitiço me faça perder a razão.

— Sem sexo até segunda ordem.

— O quê? Por quê?! Todas as minhas partes importantes estão inteiras.

— Pensasse nisso antes de se jogar na frente de uma arma.

    Ela me mostra a língua.

— Salvo sua vida e é assim que você me agradece? Saiba que isso se chama ingratidão.

— Não se preocupe, eu tenho planos para quando você estiver melhor.

    Kathryn realmente sorri com isso.

☠️

    Ela dormiu antes do primeiro episódio de Downton Abbey acabar. Kathryn que queria assistir porque já assisti CSI com ela. Eu concordei, colocando o primeiro episódio que eu já vi várias vezes, mas que não me importo de assistir outra vez com ela. Acontece que Kathryn dormiu na metade do episódio. Prefiro acreditar que ela adormeceu porque estava cansada e por causa dos remédios e não porque ela achou a série chata. Teremos um problema se for o segundo caso.

    Eu não dormi. É difícil quando a sua namorada está com o abdômen costurado e você precisa monitorar os sinais vitais dela. Ainda não é nem meia noite, então, conforme ouço sua respiração, desenho um pouco. Enquanto meu irmão se aventurou nos designs de joias, eu fiquei com os desenhos sombrios. Meu "trabalho" no estúdio de tatuagens do Dick apesar de não ser exatamente um trabalho, mas sim um hobbie, me motiva a continuar pondo minhas ideias no papel. Algumas dessas ideias estão tatuadas nos corpos de alguns clientes do Dick.

    Depois de um desenho especialmente detalhado e que pretendo mostrar para Dick em breve, percebo a mudança na respiração de Kathryn. Ela está respirando um pouco rápido demais para ser normal. Acendo a luz do quarto, pois estava usando apenas a do abajur para não incomodá-la.

    Com a ajuda da luz, noto a segunda coisa errada nela: está pálida. Muito pálida. O tipo que não é saudável.

    Eu afasto as cobertas para checar seu curativo, mas não há nada anormal. Decido acordá-la então. Chamo seu nome e depois sacudo um pouco seus ombros quando ela não responde.

— Kathryn. Kathryn! — Devo estar gritando. Sinto como se estivesse. Há algo muito errado aqui. — KATE!

    Lentamente, quase em câmera lenta, ela abre os olhos. Meu alívio dura pouco. Ver seus olhos fora de foco é ainda pior.

— Vou levá-la ao hospital. Está me ouvindo? Você precisa de ajuda. Ajuda de verdade. — Termino de tirar as cobertas, pronto para pegá-la no colo, mas Kathryn agarra meu pulso. Ela está tão fraca que parece que está apenas me segurando suavemente.

— Não. Não… Eu não posso…

— Se chamarem a polícia, eu digo que foi um assalto. Vai ficar tudo bem. Mas precisamos ir agora…

— NÃO! — Como se tivesse uma súbita descarga de adrenalina, seus olhos parecem lúcidos outra vez. — Não posso… Não me leve lá… Por favor, eu não quero… não quero vê-la… Não quero ver seu corpo.

    Ela está chorando. Kathryn não chorou ao levar um tiro, mas está chorando ao implorar para não levá-la ao hospital. Eu sabia que ela tinha um trauma com isso, mas não achei que fosse tão profundo. Eu percebo também que ela está alucinando. Buscando o que sei sobre ela, suponho que ela não quer ir ao hospital porque imagina que sua mãe estará lá. Achei que sabia tudo sobre ela, mas há tantas coisas que eu ainda não sei.

— Tudo bem. Está tudo bem. — Não tento pegá-la outra vez. Não quero piorar seu estado.

    Ao perceber que não estamos saindo, seu corpo relaxa de volta no colchão e seus olhos começam a se fechar de novo.

— Querida. Ei. — Seguro seu rosto, dando uma leve sacudida. — Fique acordada, por favor. Pode fazer isso por mim?

    É quase imperceptível, mas ela assente, piscando. Sua palidez não melhorou, no entanto.

    Pego a água que deixei na mesa de cabeceira e faço-a beber um pouco. Enquanto observo Kathryn ter dificuldade para a engolir, me pergunto por que não escolhi medicina. Porra.

    Deixo a garrafa de água de lado e acaricio seu cabelo.

— Eu já volto. Não durma, ok? Vou buscar ajuda.

    Novamente, aquela concordância quase imperceptível. Ela está começando a piscar mais lentamente. O medo gela meu sangue novamente. Não sou médico, mas eu simplesmente sei: Kathryn não tem muito tempo.




☠️

FOI AQUI QUE PODERIAM UM GRUPO??????

Calma que explico. Primeiro: vamos falar da aflição que foi esse capítulo??? Eu tava muito ansiosa pra mostrar a Kate "em ação", então se preparem que nos próximos capítulos tem mais...

E esse final????? Sei que vcs vão me pedir outro capítulo pra ontem, mas infelizmente só vou poder postar sexta mesmo💋.

Sobre sobre o GRUPO NO TELEGRAM.
Faz tempo que vcs vem pedindo
um grupo e eu finalmente resolvi fazer,
porém, como algumas pessoas podem
não ficar confortáveis com o whatsapp,
eu fiz no telegram!
Caso vc n tenha telegram mas queira entrar no grupo, é muito fácil baixar:
• Pesquisa o APK no Google pra download;
• Baixa
• Põe as informações necessárias (número de telefone e o código que eles vão mandar por SMS);
• E pronto!

Vou deixar o link no meu MURAL e
dps eu coloco na Bio. Também deixarei disponível no meu INSTAGRAM (AUTOR.STELLA) nos STORIES de HOJE.

Qualquer coisa é só ir na DM do ig e me pedir o link!

ESPERO VCS LÁ, HEIN✨🤭

Para que preferir não participar... Até sexta💋

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Meu perfil: autora.stella
2bjs, môres♥

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