Animais, quando encurralados, fazem o possível para sobreviver. Eles fogem. Ou atacam.

    Minha pequena Vênus preferiu me atacar. Ou melhor, pôr uma arma em meu peito.

    Inclino a cabeça para o lado, encarando-a.

— Achei que já tínhamos passado dessa fase — sussurro.

— Tire. Suas. Mãos. De. Mim! — Apesar de cada palavra carregar uma dose de raiva, suas mãos não tremem enquanto seguram o revólver.

    Afasto minhas mãos do seu corpo. Eu estava preocupado que ela tivesse quebrado o braço na queda. Não era minha intenção puxá-la daquele jeito.

    Minha Vênus fica de pé em um movimento fluído, apontando sua arma para minha cabeça agora.

— Tire sua máscara.

— Não.

— Vou atirar em você.

— Não, você não vai.

    É fofo a forma como seu rosto fica vermelho de raiva. Eu não deveria ter tanta certeza assim sobre o que ela vai fazer ou não já que é ela quem está armada, mas eu conheço minha pequena Vênus. Ela não atiraria em um homem desarmado.

— Por quê? Por que você tem me perseguido? O que você quer?

— Você.

    A peguei de surpresa. Está lá, nas cinco vezes que ela pisca os olhos, como se não conseguisse acreditar.

— Vai dizer que está apaixonado por mim também? — Arqueia a sobrancelha.

— Acha que eu estaria aqui se apenas achasse você linda?

    Minha pequena Vênus revira os olhos.

— Não acredito em nada do que você diz.

— Entendo. As pessoas geralmente preferem acreditar no que é conveniente para elas.

— Perseguidor, filósofo… O que mais você é? Além de psicopata, é claro. — Ela não me dá chance de responder, fazendo outra pergunta em seguida. — Há quanto tempo você me persegue?

— Se não acredita em nada do que eu digo, por que eu deveria continuar respondendo suas perguntas?

     Minha Vênus se irrita e dá um passo à frente, encostando a arma na minha máscara.

— Porque eu estou apontando uma arma para você, babaca.

— Não, não está. — Mesmo sabendo que ela vai me odiar por isso, passo minha perna por trás das suas, lhe dando uma rasteira.

    Já estou lá para pegá-la quando cai, amortecendo sua queda como não pude fazer momentos antes.

    Quando percebe que está em meus braços, minha pequena Vênus tenta fugir para longe, provavelmente para rastejar até onde sua arma derrapou no piso, mas eu a detenho. Chega de fugir.

— Deixe isso. Nós dois sabemos que você não usaria essa arma mesmo. — Puxo suas pernas, impedindo que ela continue rastejando e viro seu corpo.

— Eu vou te matar! Eu juro por Deus que vou colocar uma bala na sua cabeça! — Ela está gritando e tentando me chutar, mas já tenho uma certa noção de como ela se move.

    Consigo montar em cima dela sem que chute minhas bolas. Enquanto pressiono firme meus joelhos no chão para que ela não fuja, agarro seus pulsos também.

— PARE! — ordeno.

    Minha pequena Vênus obedece, mas isso só a enfurece mais.

— Por que lutar comigo quando você quer isso tanto quanto eu?

— Eu não quero nada que venha de você.

— Eu teria acreditado em você se não tivesse gozado em meus dedos.

— Eu estava bêbada.

— Sabe que não é verdade.

— Não importa. Eu quero me deixe em paz de agora em diante. Prometo não chamar a polícia.

    Não digo nada. Deixo ela achar que estou considerando, quando na verdade nem preciso pensar no assunto. Eu não vou deixá-la. Mas também não vou fazer o que planejei para ela essa noite. Vi quando ela chorou. Tive que ficar e olhar ela desmoronar, porque sabia que se tivesse me aproximado, teria sido pior. Estava planejando ir embora, quando ela me viu.

    Por mais que eu goste de empurrar minha Vênus ao limite, ela não está bem. Jogar com ela agora pode ser arriscado.

    Me afasto, então, ficando de pé.

— Cuide-se, pequena Vênus. Vejo você em breve.

    Não é sábio lhe dar as costas, já que ela pode correr até a sua arma, mas eu me arrisco, me dirigindo até a saída.

    Até logo, meu amor.

☠️

Feliz dia 17, 8 anos🖤✨

Oi genteeee. Foi mal o sumiço.

Sei q o capítulo é pequeno, por isso tô postando outro ✨

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2bjs, môres♥