0.9 | 𝗣𝗜𝗖𝗔𝗡𝗧𝗘 𝗝𝗘𝗡𝗞𝗜𝗡𝗦
𝖲𝖯𝖱𝖠𝖸 𝖣𝖤 𝖯𝖨𝖬𝖤𝖭𝖳𝖠
OS RAIOS alaranjados cobriam o céu de Miami, tingindo tudo com um brilho melancólico. O vento balançava suavemente as palmeiras, criando um clima calmo, mas ao mesmo tempo, triste. O som solene de uma gaita escocesa preenchia o ambiente naquela tarde, adicionando uma nota de luto e reverência à despedida do eterno Capitão Howard.
— Preparar, apontar, fogo! — gritou um homem em uniforme de gala, a voz ressoando com autoridade.
Holly sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha ao ouvir os tiros de salva se misturarem com a melodia da gaita, cada disparo reverberando como um eco de honra e despedida. Os tiros cortavam o ar, reverberando entre as árvores e lembrando a todos da solenidade do momento.
— Preparar, apontar, fogo! — A ordem foi repetida, seguida por mais uma salva de tiros.
A cerimônia continuou por mais alguns minutos, cada segundo carregado de emoção e respeito. Holly olhou para o horizonte, tentando encontrar algum conforto na vastidão do céu, onde as cores alaranjadas começavam a se fundir com os tons de azul profundo do entardecer. Ela sentiu a brisa salgada do mar em seu rosto, um contraste com as lágrimas quentes que ainda escorriam.
Seus tios estavam em pé em frente ao caixão do Capitão, abraçados, suas cabeças próximas enquanto murmuravam palavras de consolo um ao outro. A dor em seus rostos era palpável, cada linha e ruga acentuadas pela tristeza. Eles pareciam estar conversando.
A princípio, Holly quis ir até eles, oferecer algum consolo, mas hesitou. Ela sabia que precisavam daquele momento a sós para processar a dor. O Capitão Howard significava muito para todos eles, mas a perda para seus tios era especialmente profunda e pessoal. A presença dela poderia esperar um pouco mais.
Com um suspiro pesado, Holly colocou os óculos escuros no rosto novamente, ocultando os olhos marejados. Ela começou a caminhar em direção ao seu carro, cada passo ecoando a tristeza que sentia. Ao se aproximar do veículo, parou por um instante, permitindo-se uma última olhada na cerimônia que havia acabado de terminar. Viu os colegas e familiares do Capitão saindo, muitos deles com expressões solenes e olhos vermelhos de lágrimas contidas.
Já sentada no banco do motorista, ela respirou fundo, sentindo a determinação crescer dentro dela. Sabia que a missão estava longe de terminar. Na verdade, para Holly, ela estava apenas começando.
O som do motor do carro roncava pelas ruas de Miami, um som profundo e constante que combinava perfeitamente com a determinação que Holly sentia. Ela estava ao volante, com os olhos fixos na estrada à sua frente, mas seus ouvidos estavam atentos à chamada que estava tendo com seus tios, que estavam no carro à frente dela.
A cidade passava rapidamente pelos dois carros, transformando-se em um borrão de luzes e cores. O sol brilhava no horizonte, tingindo o céu com um tom dourado, enquanto as palmeiras balançavam suavemente ao longo da estrada. O som distante das ondas do mar se misturava com o barulho dos motores, criando uma sinfonia urbana que refletia a beleza e a intensidade de Miami.
— Encontramos uma informação suspeita nas finanças do Booker. As empresas-fantasma dele têm o mesmo contador, — a voz de Mike soava clara e precisa pelo alto-falante do carro de Holly.
Ela podia sentir a seriedade na voz dele, refletindo a importância da descoberta. Essa informação poderia ser crucial para a investigação.Holly ajustou o espelho retrovisor, observando a cidade passar enquanto seus pensamentos se concentravam nas inúmeras possibilidades que sua mente estava criando. A ideia de que estavam perto de uma grande revelação a deixava alerta e esperançosa.
— Picante Jenkins, contador,— Marcus falou, imitando uma voz engraçada para aliviar a tensão. Holly sorriu ligeiramente, apreciando o momento de leveza em meio à seriedade da situação.
— Não foi difícil de achar, afinal, não existem tantos Picantes por aí,— Holly comentou, com um tom irônico.Ela pensava nas implicações da descoberta. Se todas as empresas-fantasma estavam ligadas ao mesmo contador, isso poderia ser a chave para descobrir o que precisavam saber sobre quem era o atirador.
Não demorou muito para eles chegarem ao bairro onde Picante Jenkins morava, um bairro de classe média em Miami. Holly desligou o motor do carro, respirou fundo e saiu do veículo, caminhando até onde seus tios a esperavam.
— É só bater na porta e conversar, — disse seu tio Marcus, com um tom que tentava ser tranquilizador.
— É, — respondeu Mike, enquanto abria o porta-malas da Porsche, revelando um pequeno arsenal. — Mas nunca se sabe.
— Estou no paraíso,— Holly exclamou, seus olhos brilhando de excitação ao ver a variedade de armas.
— Eii, pra que isso tudo? — Marcus perguntou, incrédulo.
— Tá falando do quê? — Mike parou de mexer no porta-malas e olhou para Marcus.
— Mike, não precisamos de um lança-granadas,— Marcus disse, com um tom de voz que misturava seriedade e diversão.
— Tá, mas eu quero, — Mike respondeu, balançando a cabeça afirmativamente.
— Eu adorei o lança-granadas, — Holly disse, divertida.
— Holly, — seu tio Marcus a olhou seriamente, — é um contador, pelo amor de Deus.— Ele fechou o porta-malas com um estalo firme.
— Só porque eu gostei do lança-granadas e queria usá-lo, — Holly respondeu, com um leve tom de desapontamento enquanto começavam a andar em direção à entrada do apartamento de Jenkins.
— A gente não vai chegar assim, — Marcus disse, segurando no corrimão da escada.
— Assim como? — Mike perguntou, confuso.
— Olha, a vida toda nós fomos Bad Boys, né? Tá na hora de ser Goodman,— Marcus falou, tentando colocar seriedade na situação.
Holly prendeu um riso ao ver seu tio Mike parar e se virar para trás com uma expressão cômica.
— E quem você acha que vai cantar essa música? Goodman, Goodman, whatcha gonna do? — Mike cantou com ironia, balançando a cabeça negativamente antes de se virar e continuar andando.
— Se cantasse a música com um pouco de vontade talvez pegasse, — Marcus retrucou.
— Na minha opinião, essa música não colocaria medo, e muito menos credibilidade, — Holly disse, parando em frente à porta do apartamento de Picante Jenkins.
— Vai,— Mike diz enquanto se posiciona em frente à porta, empunhando sua arma, o olhar fixo e determinado.
— Não, é para bater e conversar, — Marcus insiste, colocando-se na frente de Mike, tentando evitar a confrontação.
— Eu vou bater,— responde Mike com determinação, a tensão no ar aumentando.
Holly arregala os olhos quando seu tio Mike chuta a porta, arrombando-a com força. A porta voa aberta, batendo na parede com um estrondo.
— Meu Deus, —murmura a morena, surpresa com a força bruta.
— Mike! — grita Marcus, alarmado indo até o parceiro.
— Polícia de Miami! Deita no chão, deita no chão! — ordena Mike, apontando a arma para Picante Jenkins, cuja expressão muda de confusa para alarmada.
— Mike, Mike,— implora Marcus, desesperado para acalmar a situação.
— O que está acontecendo? — pergunta Picante Jenkins, levantando os braços, visivelmente nervoso.
— Não era para bater na porta e conversar? — questiona Marcus, agora ao lado de Mike, tentando recuperar algum controle sobre a situação.
— Você quebrou a minha porta! Quebrou a minha porta! — reclama Picante Jenkins, apontando para a porta destruída, sua voz cheia de indignação.
— Olha, senhor, desculpa pela porta. Acho que uma colinha já conserta legal, — tenta amenizar Marcus, gesticulando conciliatoriamente.
— Cadê o mandato? — Jenkins pergunta, segurando um pedaço de cano como se fosse uma arma, o olhar desafiador.
— Eu quero você de joelhos, com as mãos na cabeça, agora, — ordena Mike, sem dar margem para discussão.
Holly observa enquanto Picante Jenkins, visivelmente alterado e com movimentos descoordenados, derruba uma prateleira no chão. O som dos objetos caindo ecoa pela sala, aumentando a tensão. O homem claramente estava chapado, dificultando ainda mais a situação.
— Senhor, se você continuar se mexendo, eu atiro bem na sua cara, — Mike avisa, com os olhos fixos em Jenkins.
— Não vai não,— Marcus intervém, tentando acalmar a situação.
— Claro que eu vou! — Mike grita, a tensão aumentando.
— Mike, o cara é contador, é só a gente conversar com ele, — Marcus diz, tentando trazer a razão à situação.
— E sério que você quer conversar com uma montanha ruiva cheia de pó? — Mike retruca, incrédulo.
De repente, Jenkins joga uma pilha de papel em cima deles, os papéis voando por toda parte.
— Tá de sacanagem com a minha cara, — Holly exclama, abismada com a audácia dele.
— Esperem aí, eu resolvo isso. Relaxem,— Marcus. garante, tentando acalmar a situação. —Eu vou penetrar a alma desse homem com o meu coração.
Holly e Mike se entreolham, ambos com uma expressão engraçada e incrédula.
— O quê? — os dois falam juntos, surpresos.
— É, observem e aprendam, Marcus se vira para Jenkins, com um olhar confiante.
— Ah, Zé ruela, eu vou te comer de porrada agora, — Jenkins ameaça, com os punhos cerrados.
— Senhor, não coma nada não. Eu reconheço que é uma situação difícil, — Marcus começa a se aproximar de Jenkins, tentando acalmá-lo enquanto o homem soca um saco de boxe.
— Vai dar merda,— Holly murmura, sentindo a tensão no ar. — Que aposta que ele vai levar um soco?20 dólares. — ela pergunta para o tio Mike, tentando aliviar a tensão com humor.
— Fechado,— responde Mike, os dois assistindo. enquanto Marcus tenta, de forma desesperada, resolver a situação com palavras.
— Não chega perto, Marcus,— Mike orienta com firmeza, preocupado com a segurança do parceiro.
— Me dá as notas do seu cliente,— Marcus insiste, tentando uma abordagem mais direta.
— O quê? — Jenkins para de socar o saco e olha para o detetive, confuso e irritado.
— Booker Grassie, algum registro...—sua fala é interrompida por um soco rápido e potente de Jenkins, que atinge seu rosto em cheio.
— Mike,— Marcus exclama, cambaleando e se apoiando na mesa, sentindo a dor pulsar no local do impacto.
— Doeu,— ele murmura, ainda atordoado.
— Penetrou fundo a alma dele? —Mike pergunta, se aproximando e colocando a mão no ombro de Marcus, um toque misto de preocupação e humor.
— Às vezes, temos que sofrer pelo que é certo,— responde Marcus, tentando manter a dignidade e demonstrar que ainda está no controle da situação.
Holly, já ficando cansada, observa Jenkins dar tapas na própria cara, seu comportamento cada vez mais errático e preocupante.
— Não, de outra face não, Marcus,— Mike fala com um tom de deboche, tentando aliviar a tensão.
— Me larga,— Marcus pede, frustrado e tentando se recompor.
— Tá legal,— Mike se afasta, deixando Marcus lidar com a situação à sua maneira.
—Senhor, eu sei que você está com medo,— Marcus começa a se aproximar de Jenkins novamente, tentando manter a calma e mostrar empatia.
— De novo não,— Holly balança a cabeça, negando. Ela estava começando a achar que seu tio havia enlouquecido ou perdido completamente a noção do perigo.
— Todo mundo tem medo, mas às vezes o medo é...— Jenkins interrompe Marcus com outro soco, que o faz voar para cima de uma mesa.
Holly observa a cena, preocupada com seu tio.
— E agora, o que você acha? — Mike pergunta a Marcus.
— Acho que você resolve essa,— Marcus responde, ofegante e visivelmente abalado.
— Não, garotos, eu resolvo essa,— Holly fala com determinação e começa a se aproximar de Jenkins. — Senhor Picante!
— Quem é você? — Jenkins para de andar de um lado para o outro e olha para Holly, confuso.
— Diga X,— Holly ordena com um tom confiante.
— O quê? — Jenkins pergunta com uma expressão engraçada. Nesse momento, Holly se aproxima rapidamente e aperta o spray de pimenta no rosto dele, fazendo-o gritar de dor.
Aproveitando a distração, Holly chuta as pernas de Jenkins, fazendo-o cair no chão. Rapidamente, ela pega um par de algemas e prende a montanha ruiva caída ao chão.
— Você não é tão picante assim,— Holly comenta enquanto se levanta, satisfeita com a resolução rápida da situação.
Nesse exato momento, Rafe e Kelly entram na sala, armas em punho.
— Esquerda liberada,— Kelly fala, apontando a arma para verificar a área.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Mike pergunta, surpreso ao ver os dois.
— Eu chamei eles, —Marcus confessa enquanto Rita entra pela porta da frente.
— O quê? Que aconteceu com Bad Boys uma última vez? — Mike pergunta, parecendo incrédulo e frustrado.
— Essa é a última vez, só que vai ser o remix, Mike, — Marcus responde. — Estamos com a AMMO agora.
— Para de besteira,— Mike diz, apontando o dedo para o rosto de Marcus, claramente irritado.
— Tem três segundos até eu morder esse dedo aí,— Marcus avisa. —Tira esse dedo mole da minha cara,— ele diz, dando um tapa na mão de Mike.
Holly observava a cena e balança a cabeça com um sorriso no rosto. — Ele é todo de vocês,— ela diz, olhando para Rafe e Kelly.
—Às vezes, um pouco de spray pimenta é tudo que precisamos, —ela responde com um piscar de olhos.
。・゚000 ゚・。 • Mais uma atualização concluída com sucesso!Espero que tenham gostado, porque no próximo capítulo vamos ter uma cena imperdível na boate e na ponte. É aí que a Holly vai cruzar o caminho do Armando(novamente)... só um pequeno spoiler para deixar vocês na expectativa!
🍒 。・゚001 ゚・。 • Lembram-se, meninas? Como diz a nossa querida Holizita, um spray de pimenta e tudo o que precisamos!
🍒 。・゚002 ゚・。 • E não se esqueçam, o nosso latino preferido vai dar as caras no próximo capítulo.
🍒 。・゚003 ゚・。 • Espero que tenham gostado deste capítulo! Até o próximo.
🍒 。・゚004 ゚・。 • Andamos juntos, morremos juntos. Bad Boys para sempre!
2024©
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