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011 ➼ 𝘳𝘦𝘴𝘵𝘢𝘳𝘵𝘴.

O restaurante onde John Kreese, ––– Antigo sensei do Jhonny que teria voltado para a cidade no dia anterior quando decidiu se encontrar com Jhonny. ––– teria pedido para Jhonny encontrá-lo era similar aos restaurantes que existiam no passado.

Jhonny ainda receoso foi encontrá-lo. Kreese aparentava já estar esperando a algum tempo quando Lawrence chegou.

Jhonny andou decisivo até à mesa onde Kreese estava sentado, se sentando à sua frente pousando sua jaqueta do seu lado.

––– Obrigado por vir! ––– O mais velho exclamou.

––– Vamo resolver logo. ––– Jhonny quis ser direto.

––– Bom dia, senhores! ––– A garçonete os saudou chegando perto da mesa dos dois com um sorriso. A voz da garçonete soava familiar para Jhonny que ainda não teria olhado para a garota. ––– Ah, tá de brincadeira! ––– Ela exclamou revirando os olhos quando viu a figura de Jhonny sentado na mesa. Jhonny a olhou com repulsa após a sua exclamação.

––– O que você tá fazendo aqui? ––– Jhonny a questionou.

––– Eu venho aqui pra me divertir, não é óbvio? Me visto de garçonete, finjo simpatia, anoto os pedidos dos clientes, saio daqui tarde da noite tudo por diversão. ––– Ela ironizou. ––– Eu trabalho aqui, cachinhos.

––– Ah, agora eu entendi de onde veio esse apelido ridículo. ––– Jhonny murmurou.

––– O quê você disse? ––– A garota juntou o cenho parecendo ofendida.

––– Vocês se conhecem? ––– Kreese percebeu o conforto que os dois tinham para se ofender.

––– Infelizmente sim. ––– Os dois disseram juntos logo se entreolharam ofendidos.

––– E você é?

––– John Kreese. ––– O homem pegou na mão vaga da garçonete e deixou um rápido selar. ––– E você é?

––– Brianna. ––– A garota respondeu analisando o homem, limpando discretamente o local onde o homem havia beijado sua mão. ––– E eu não tenho um bom pressentimento sobre você. ––– Murmurou.

––– Disse alguma coisa?

A garota balançou negativamente a cabeça recompondo sua postura e colocando um sorriso falso no rosto.

––– Perguntei se iriam querer pedir algo. ––– A garota disfarçou com o sorriso mais falso que pôde.

––– To sem fome. ––– Jhonny disse em um tom indiferente.

––– Como tá o picadinho? ––– Kreese perguntou.

––– Tá ótimo! ––– Brianna exclamou.

––– Quero um no capricho. ––– Exigiu. ––– E uma xícara de café bem gostosa, igual a você, boneca. ––– Brianna levantou o olhar com aversão.

––– Qual é o seu problema, cara? ––– Jhonny sussurrou indo em defesa da garota.

A garota fechou os olhos com raiva se lembrando que não poderia rebater a fala de Kreese, não queria ser demitida de outro trabalho pelo seu comportamento. Soltou um suspiro fundo e recolocou o sorriso no rosto.

––– Tá bom! ––– Exclamou falsamente. ––– Eu volto daqui a pouco com o seu pedido, senhor.

Brown saiu de perto da mesa dos dois mas ainda podia sentir Kreese olhando-a.

A conversa entre os dois durou apenas o tempo de Brianna ir até à cozinha referir o pedido de Kreese. Quando voltou para atender as restantes mesas Johnny já estava indo embora mas se obrigou a parar quando percebeu a figura de Brianna saindo da cozinha.

––– Me desculpa por ele. ––– Johnny pediu quando a garota chegou perto o suficiente para conseguir escutá-lo. ––– Ele pode ser bem..

––– Babaca? Nojento? Idiota? ––– Brianna tentou concluir os pensamentos de Johnny.

––– É.. ––– O loiro concordou quase em um sussurro. ––– Eu não devia nem ter vindo aqui. Isso foi uma perda de tempo. ––– O homem comentou andando em direção à porta.

––– Ei, espera! ––– Brianna o parou ralando em
seu braço.

––– Esse pedido é pra qual mesa? ––– Uma outra garçonete se aproximou de Brianna e logo foi embora quando a mesma apontou em direção à mesa de Kreese.

––– Como ela tá? ––– Ela perguntou sem delongas. Johnny sabia perfeitamente de quem ela estava se referindo.

––– Ela tá bem, eu acho. ––– O loiro respondeu sem convicção. ––– Ela tá treinando com o LaRusso. A gente não se fala desde o torneio. Eu que eu acho que-

––– Ela deixou o Miguel vencer. ––– Brianna confirmou os pensamentos de Johnny.

––– Você também achou isso? ––– Ele arqueou uma sobrancelha.

––– Eu sei que ela deixou ele vencer. ––– Falou como se fosse óbvio. ––– Eu vi eles praticando aquele golpe por horas durante diversos dias quando ela ia na casa dele. Ela sabia que ele ia tentar aquele golpe e usou isso pra deixar ele vencer.

––– Eu sabia. ––– Ele comemorou em um sussurro rapidamente. ––– Eu perguntei sobre isso pra ela e ela falou que não fazia ideia do que eu tava falando e-

––– Evitava o contacto visual? Tentava terminar rapidamente com a conversa? ––– A garota sugeriu.

––– É! Exatamente!

––– É, ela faz isso quando não quer falar sobre o assunto ou quando tá mentindo.

––– Mas porquê ela deixaria ele vencer? Ela voltou pro caratê agora. Ela devia querer vencer, não é? ––– Ele pensou alto.

––– Ela nunca gostou de vencer, cachinhos. ––– Brianna revelou.

––– Que tipo de campeã não gosta de vencer?

––– O tipo de campeã que só utilizava o caratê para dar orgulho aos pais. ––– Ela percebeu a expressão confusa do homem. ––– Ela entrou pro caratê para conseguir se defender do James. Mas depois percebeu que dava um pouco de orgulho aos dois quando vencia. Então prometeu a ela mesma que nunca mais perderia uma única luta. ––– Ela explicou. ––– Mas com o tempo o pouco de orgulho que eles sentiam foi sumindo e ela foi percebendo que eles já não se orgulhavam dela do mesmo jeito então foi quando ela tentou deixar a Ava vencer uma vez mas do mesmo jeito ela acabou vencendo sem fazer esforço algum.

––– Quem é essa Ava? ––– Ele ficou ainda mais confuso quando invés de uma resposta recebeu uma expressão assustada.

––– Você sabe porque ela deixou o caratê, não sabe? ––– Ela perguntou assustada.

––– Não. ––– Ele negou ainda sem entender a expressão assustada da garota. ––– Se ela ainda não está pronta para contar eu não vou forçar ela.

––– Tá. ––– Ela sussurrou em um suspiro culposo. ––– O que você precisa saber é, ela vai sempre fazer de tudo pra deixar os outros vencer para que pelo menos eles consigam o que ela tanto queria. ––– A garota tentou concertar o estrago que fez.

––– E o que ela queria? Dar orgulho àqueles babacas? ––– Ele insinuou.

––– Exatamente. Ela é uma ótima lutadora, Johnny. ––– Ela o olhava com sinceridade. ––– Sempre foi a melhor e no fundo ela sabe disso mas não se permite acreditar. E se há alguém capaz de fazer ela voltar a acreditar, é você. ––– Ela disse contrariada. ––– Por favor, faz ela voltar a acreditar. ––– Ela quase suplicou. ––– Eu quero voltar a ver a minha irmã feliz por ter vencido uma luta.

***

Kendall e Samantha decidiriam buscar Aisha no treino de caratê para que pudessem fazer algo as três juntas para ocupar a tarde, como nos velhos tempos.

Quando as duas chegaram no centro comercial onde se situava o dojo avistaram Aisha saindo. Samantha logo buzinou para chamar à atenção da garota.

––– Oi! ––– Robinson as cumprimentou com um sorriso surpreso. ––– Tão fazendo o quê aqui? Finalmente mudaram de ideia e vão entrar pro Cobra? ––– Brincou mesmo já sabendo a resposta. ––– Seria bom ter mais garotas.

––– Até parece. ––– Samantha respondeu rindo.

––– Eh, a gente veio ver se você quer fazer alguma coisa. ––– Kendall explicou com um sorriso.

––– O que acha da gente fazer uma caminhada até o clube de praia? ––– Samantha sugeriu.

––– Eu ia adorar! Mas vamos pra casa do Falcão pra ver o filme: Falcão: O campeão dos campeões. ––– Disse desinteressada. ––– O sensei quer falar sobre isso depois, então.

O sino da porta do dojo indicava que alguém estava saindo. Kendall automaticamente olhou naquela direção vendo a figura de Miguel, Falcão e Michaela saindo do dojo. Sua expressão se fechou logo em seguida.

––– Querem vir com a gente? ––– Aisha perguntou.

––– Éh que eu tava querendo fazer uma coisa, só nós três. ––– LaRusso explicou desconfortável quando viu a figura do ex namorado saindo do dojo.

––– Kendall? Quer vir?

––– Não. Eu tô de boa. E não acho que eles iriam me querer por perto depois do torneio. ––– Esclareceu com o olhar baixo para que o melhor amigo não a visse.

––– Aí, tá todo mundo de boa. É sério. ––– A de cabelos curtos esclareceu. ––– Mas se você viesse poderia ver com seus próprio olhos. E seria bom para vocês dois conversarem. ––– Comentou na direção de Samantha percebendo que a morena olhava o ex namorado. ––– Esclarecerem as coisas.

––– É melhor deixar pra outro dia. ––– Samantha disse com tristeza.

––– Tá legal. ––– Aisha disse indo embora de costas para não tirar os olhos das amigas. ––– Desculpem. Tchau.

––– A gente se vê.

Samantha e Kendall já estavam indo embora quando Michaela notou que as duas estavam ali. Miguel e Falcão estavam falando com Michaela sobre a aula de hoje quando os dois viram a garota acenando com um sorriso para um carro passando.

Os dois rapidamente olharam o carro observando Samantha e Kendall nele. Quando Falcão viu que se tratava apenas de Kendall rapidamente virou o rosto novamente para Michaela, já Miguel não conseguia parar de olhar a melhor amiga.

O garoto sabia que eles não estavam bem. Miguel nem deu pela presença de Samantha no carro também, apenas conseguiu se focar na figura de Kendall.

Kendall sabia que Michaela estava cumprimentando-a e logo a cumprimentou de volta retribuindo o sorriso quando percebeu o melhor amigo a olhando.

A morena sustentou a troca de olhares por alguns segundo mas rapidamente voltou o olhar para a frente tentando ignorar por completo a existência dos seus amigos, principalmente de Miguel.

No fundo os dois sabiam que a amizade não estava igual e queriam fazer algo em relação a isso porque sentiam falta um do outro. Mas sem morarem mais perto um do outro era difícil se encontrarem ou até conversarem.

Já a amizade de Michaela e Kendall continuava a mesma mesmo depois do torneio, aparentemente era a única que se manteve do mesmo jeito.

Os plano de Kendall para sua tarde não iriam mais acontecer, então apenas pediu a Samantha para a deixar na loja de materiais de construção onde Robby e Daniel teriam ido para pegarem algumas coisa para a reconstrução do dojo.

––– Oi gente! ––– Kendall os cumprimentou animada depois de os procurar por toda a loja. E finalmente os achar no corredor de parafusos.

––– Oi. ––– Robby a cumprimentou com um sorriso. ––– Tá fazendo o que aqui? Achei que ia passar a tarde com a Sam e a Aisha. ––– Ele comentou olhando o parafuso que segurava.

––– É, meu planos não correram como eu queria então estou aqui.

––– Então somos sua segunda opção? ––– Daniel brincou.

––– Claro que não. ––– O tranquilizou. ––– Já planejava encontrar vocês para ajudar a terminar o que resta pra deixar o dojo funcional. Só não queria vir na loja com vocês, porque não entendo nada de material de construção. ––– Explicou com naturalidade fazendo escapar um leve sorriso dos lábios de Daniel. ––– Mas o que estão fazendo? ––– Perguntou olhando o parafuso nas mãos de Robby.

––– O senhor LaRusso estava me falando que na vida eu não posso fazer tudo sozinho e que tenho que confiar em outras pessoas. ––– O adolescente explicitou brincando deixando Kendall confusa.

––– Na verdade, eu tava só falando de prateleiras, mesmo. ––– Daniel esclareceu após os olhares confusos de Kendall. ––– Mas, se ele viu uma metáfora é melhor aluno do que eu. ––– LaRusso adornou fazendo os dois adolescentes rirem.

––– Aí, cara do metálica. ––– Daniel e Kendall ouviram um vendedor chamando e automaticamente olharam. ––– Já separei um espelho pra você. Então é só vir aqui na frente pra pagar. ––– O sorriso de Daniel se desfez no mesmo instante quando viu Jhonny.

––– Jhonny. ––– LaRusso murmurou olhando para o outro lado.

––– Nossa! ––– O vendedor exclamou com surpresa. ––– LaRusso auto! ––– Exclamou novamente ao reconhecer o Daniel. ––– Cortando os preços. ––– O homem imitava os golpes de caratê que Daniel fazia em seus comerciais. ––– Adoro esse comercial. Também adoro o caratê. Eu nunca consegui fazer, minha mãe nunca deixou então. Aí vocês são bem parecidos, são seus filhos? ––– O homem se referia a Kendall e Robby. Kendall virou o rosto para não rir de constrangimento. ––– Tudo bem? Meu nome é Raimond.

––– Aí, cara. ––– Johnny chamou à atenção do homem. ––– Coloca o espelho no carrinho. E me dá um tempo. ––– Pedia apontando para os três no canto.

––– Ah, tá. ––– O vendedor falou já saindo.

––– Tão fazendo o quê aqui?

––– A gente tá trabalhando num projetinho, só isso. ––– Daniel respondeu sendo o mais raso possível. ––– E você?

––– Eu também.

Johnny intercalava o olhar entre Kendall e Robby dando a entender a Daniel que queria conversar com os dois.

––– Me dá isso aqui. ––– Daniel pedia enquanto tirava o parafuso das mãos de Robby. ––– Eu tô indo lá pagar. A gente se vê no carro. ––– Saiu com uma última troca de olhares com Johnny.

––– Eu vou com você. ––– Kendall já havia entendido que Johnny queria ficar sozinho com eles à muito tempo e não queria ficar no meio dele e do Robby novamente. A garota deu de costas dando a entender que iria embora também mas ficou estática quando escutou Johnny pedido para que ficasse.

––– Por favor, fica. ––– Johnny chegava mais perto do Robby. Kendall parou no mesmo segundo e cerrou os olhos já sabendo que iria se arrepender mais tarde. A morena se virou para os dos dois para escutar o que Johnny teria a dizer. ––– Como tá o ombro? ––– Ele perguntava a Robby.

––– Tá melhorando. ––– Robby respondeu curtamente. ––– Mas não por sua causa. ––– O garoto disparou.

––– Eu sei que tá chateado comigo. Tem o direito de estar. Mas eu tô tentando mudar.

––– Claro.

Kendall ficava cada vez mais incomodada a cada palavra que saia da boca dos dois. Johnny estava tentando mudar de verdade e ela sabia disso, mas também entendia porquê Robby não se permitia e nem queria acreditar nisso.

––– Eu não quero ressentimento entre nós dois.

––– Você meio que estragou isso quando pediu pro Diaz jogar sujo com ela. ––– O garota apontava na direção de Kendall que continuava estática no mesmo lugar.

––– Eu não pedi pro Miguel jogar sujo com ela.

––– Olha, eu sei que um dia eu tenho que te perdoar. Mas, agora tá meio difícil. ––– Robby era sincero em suas palavras. Ele queria perdoar o pai mas não conseguia.

––– Então vai ficar me torturando treinando com aquele idiota? ––– Johnny soltou.

Kendall suspirou percebendo que por muito que quisesse e implorasse aos dois eles nunca deixariam essa rixa de lado para conversarem e perceberem que tinham mais em comum do que achavam.

––– Você não conhece o senhor LaRusso. ––– Robby disparou com raiva. ––– Ele é um homem bem melhor do que você. ––– O garoto comentou não dando espaço para Johnny responder e logo foi embora em passos pesados.

Kendall já estava dando de costas para ir embora juntamente a Robby.

––– Não contou pra eles que deixou o Miguel vencer? ––– Johnny perguntou fazendo a garota parar e se virar lentamente para ele.

––– Eu não sei do que está falando. ––– Ela cruzou os braços vendo Johnny se aproximar.

––– Sua irmã me falou que viu vocês treinaram aquele último golpe por horas na casa do Miguel, Kendall. ––– Johnny chegava mais perto a cada palavra que dizia. ––– Era impossível você não saber como ia terminar.

A garota suspirou virando os rosto para não ter que olhar Johnny.

––– Tá, já entendi que não quer falar sobre isso. Mas, eu só queria você entendesse que merecia o primeiro lugar tanto como o Miguel. ––– Johnny comentou dando de costas e indo embora.

––– Aí, cachinhos. ––– Kendall o chamou receosa quando ele já não estava tão perto. ––– Quer um concelho? Se quer tanto assim reconquistar o Robby, deixa essa rivalidade com o Daniel um pouco de lado. ––– Ela comentou sem vacilar. ––– Ou então vai acabar perdendo seu filho pro seu maior inimigo exatamente do mesmo jeito que perdeu a Ali.

Kendall deu de costas e foi embora na direção da saída da loja não tão orgulhosa das palavras que acabara de proferir. Mas sabia que alguém precisava abrir os olhos de Johnny em relação à sua paternidade.

Quando chegou do lado de fora encontrou Daniel a esperando fora do carro. Enquanto Robby ainda aparentava estar chateado do lado de dentro.

––– Como foi lá dentro? ––– Daniel perguntou vendo a garota chegar perto.

––– Não quero falar sobre isso. ––– Ela rapidamente comentou ignorando a existência do homem e entrando no carro.

***

Já era tarde quando Kendall observava Robby colocando um grande círculo de madeira que identificaria que ali era o caratê Miyagi-do na entrada da casa.

Robby e a garota trocaram olhares que continham nada mais além de orgulho por estar passando por tudo isso juntos.

Sem trocarem uma única palavra eles caminharam juntos até ao dojo para noticiar a Daniel que já teriam terminado todas as tarefas daquele dia.

Na entrada do dojo os dois pararam vagarosamente assistindo a figura de Daniel iluminada pela porta principal do dojo.

––– O que ele tá fazendo? ––– O garoto perguntou confuso pela figura de Daniel fazendo algo parecido ao kata que lhes ensinara.

––– Eu não faço ideia. ––– Kendall respondeu em seu tom normal de confusão que se juntou ao seu tom de preocupação.

Kendall avançou primeiro sentindo os passos de Robby logo atrás dela.

Kendall abriu a porta sentindo Robby se posicionar ao seu lado. Os dois ficaram observando Daniel em silêncio por alguns segundos.

Os adolescentes perceberam que Daniel já teria sentindo a presença dos dois o observando quando o homem parou lentamente de fazer o que estava fazendo.

––– Desculpa. ––– Kendall foi a primeira a romper o silêncio. ––– A gente não queria atrapalhar.

––– Não. Tudo bem. ––– O homem falou calmamente.

––– Que tipo de kata era esse? ––– Robby perguntou ainda confuso.

––– Não era kata. ––– LaRusso respondeu tranquilamente. ––– Isso é só uma meditação que o senhor Miyagi me ensinou para quando eu perdesse o foco.

––– Você perdeu o foco? ––– Kendall o questionou preocupada. Ao ver o homem suspirar de alivio temeu que se relaxasse sua expressão ele lhe contaria algo detestável então apenas firmou ainda mais sua expressão preocupada.

––– Não perdi mais. ––– Daniel tentou tranquiliza lá vendo-a soltar o ar aliviada mas ainda tinha um pouco de preocupação em seu olhar.

Daniel dirigiu os dois até à parte traseira do dojo que os três estiveram reconstruindo durante esse tempo.

––– Olhem, desde o torneio eu tenho pensando em como vamos destruir o Cobra Kai. ––– Daniel começou assim que abriu a porta que dava para a parte de trás da casa percebendo que seus dois alunos o escutavam atentamente.

Kendall sempre soube que após o torneio Daniel iria tentar destruir o Cobra Kai mas ouvir aquilo sair pela primeira vez da boca do seu novo sensei a fez pensar em todos os seus amigos e em como nenhum deles era ruim ou que usariam o caratê para atacar alguém, nem mesmo Johnny.

A verdade era que todos tinham entrado no Cobra Kai pelo mesmo motivo: para se defenderem e se tornarem os durões que sempre quiseram ser.

Apesar de estarem no Cobra Kai eles ainda eram seus amigos, eles não eram seus inimigos e ela nunca os conseguiria ver como tal.

Quando ouviu Daniel admitir que queria acabar com o Cobra Kai um sentimento de desconforto percorreu todo o seu corpo baixando o rosto e cruzando os braços.

––– E agora você tem a resposta? ––– A pergunta de Robby a fez abanar a cabeça em negação para espantar o facto de que seus amigos dominavam seus pensamentos nesse momento. A garota percebeu que Robby e Daniel já estavam mais à frente enquanto ela estava estática ainda perto da porta. Kendall deu alguns passos e logo estava ao lado de Robby novamente.

––– Tenho. A resposta é que: nós não
vamos. ––– Os dois adolescentes se entreolharam confusos. Ao ver a expressão confusa no rosto do dois, Daniel tentou explicar seu raciocínio rapidamente. ––– O Cobra Kai não é o inimigo. Porque não há inimigos. ––– Declarou. ––– Seu pai, ––– O homem olhou o garoto e logo colocou o olhar em Kendall. ––– Os alunos dele. ––– Observava a expressão ainda um pouco confusa da garota. ––– Eles são como a gente. Só foram ensinados do jeito errado. O objetivo do Miyagi-do não é combater esses caras, mas mostrar um jeito diferente, um jeito melhor, pra eles e pra todos da cidade. ––– O homem viu um sorriso se formar nos lábios dos dois adolescentes.

––– Tem espaço pra mais uma? ––– A voz de Samantha se fez presente obrigando os três a olharem para a porta observando a figura da garota. O rosto de Kendall se iluminou ao ver a figura da melhor amiga.

––– Claro! ––– Daniel exclamou com fascínio ao vê-la.

––– O lugar tá ótimo. ––– A garota avançava alguns passos admirando o lugar. ––– Vocês já pintaram a casa, já lixaram o deck, já fizeram tudo?

––– Não.. ––– O homem respondia
pensativo. ––– Vamos achar alguma coisa pra você fazer, vem cá. ––– LaRusso a chamou e a garota logo se posicionou animada ao lado de Kendall não sem antes cumprimentar o pai e a amiga com um abraço acanhado. ––– Não faz nem vinte e quatro hora e já tem quase o dobro de alunos. ––– Brincou fazendo os três adolescentes darem uma leve risada. ––– Está na hora de um recomeço no Miyagi-Do. E vocês farão parte dele.

Fazer parte de um recomeço soava bem para Kendall. Sua vida estava prestes a mudar graças ao caratê, ela apenas não tinha certeza se gostaria da mudança, mas com certeza estava disposta a tentar e depois ela lidaria com as consequências.

A garota já estava acostumada a recomeçar sua vida mas nunca esteve tão animada como está agora. O caratê finalmente fazia parte da sua rotina novamente, mas dessa vez era apenas um hobby, não passava de passa tempo, algo que a fazia feliz e realizava, não era mais algo que utilizava para que seus pais se orgulhassem, mas ainda assim algo dentro dela no torneio desejava que seus pais estivessem lá assistindo para mesmo com a derrota chegassem perto dela orgulhosos.

––– Eu tô com um bom pressentimento. ––– Daniel declarava confiante observando o quintal da casa, mas rapidamente virava o rosto para os adolescentes novamente. ––– Vocês precisam descansar. Nesse verão, vamos passar muito tempo juntos. ––– Os três adolescentes trocaram olhares de cumplicidade.

***

Johnny escutou o som do sino da porta do dojo indicando que alguém estaria entrando. O loiro nem olhou para ver quem era, Kreese tinha acabado de sair apenas achou que o antigo sensei teria esquecido alguma coisa.

––– Esqueceu alguma coisa? ––– O homem perguntou sem olhar a pessoa que entrava apenas tentava fechar a lata de tinta que tinha passado a tarde toda usando.

––– Eu fui na sua casa. ––– Uma voz feminina se fez presente após alguns segundo de silêncio. Johnny reconhecia essa voz apenas não estava conseguindo associar a nenhuma garota que ele conhecesse. Os olhos do homem se arregalaram quando notou a figura feminina de Rhea na porta com algumas malas em suas mãos. ––– Você não estava lá. ––– Ela declarou vendo Johnny se levantar. ––– Então achei que estivesse aqui. ––– A garota deu de ombros.

––– O que tá fazendo aqui? ––– Foram a únicas palavras que o homem conseguiu dizer.

––– A Kendall e o Robby estão no
Miyagi-Do. ––– Rhea afirmou mesmo já sabendo que seu pai sabia. ––– A Kendall está dando uma segunda chance ao caratê. E o Robby está tentando provar alguma coisa pra você.
Então... ––– A garota suspirou pousando as malas de mão que trazia e avançando alguns passos. ––– Eu tô tentando fazer o mesmo. ––– A garota parou a alguns metros do pai.

––– O que isso quer dizer? ––– A expressão surpresa ainda era continua no rosto de Johnny, a diferença era que agora teria se misturado a confusão.

––– Eu quero entrar no Cobra Kai. ––– Ela falou ainda incerta se esse era realmente seu
desejo. ––– E estou pronta pra tentar te dar uma segunda chance.

––– Tá falando sério? ––– Johnny quase se permitiu a abrir um sorriso. Rhea apenas abanou positivamente a cabeça ainda incerta.

––– Eu percebi que tenho que perdoar você algum dia. E acho que nesse momento a única coisa que pode existir em comum entre a gente é o Cobra Kai. Então eu quero entrar. Eu posso?

––– Claro que pode! ––– Johnny abriu um sorriso empolgado. ––– Mas pra que são todas essas malas? ––– O sorriso de Johnny diminuiu quando olhou as malas novamente. A garota se remeteu ao silêncio por um tempo tentando encontrar a melhores palavras para falar.

––– Eu quero morar com você. ––– Ao ver que não encontraria jeito melhor de dizer resolveu ser direta e logo percebeu que não teria sido o melhor jeito ao ver a expressão assustada de Johnny.

––– O quê? ––– Sua expressão confusa e assustada fizeram Rhea repensar se isso realmente era uma boa ideia.

––– A minha mãe, ela... ––– A morena começou colocando as mãos nos bolsos da frente da calça. ––– sumiu já tem algum tempo com um homem pra outro país. Ela falou que voltava logo mas nós três estamos nos virando como podemos para cuidar de tudo. Mas, eu percebi que a gente ainda é adolescente, sabe? A gente não tem idade para lidar com toda essa responsabilidade. Eu e o Robby sempre falámos como seria quando ela abandonasse a gente por algum homem e eu sempre falei que viria até você pra pelo menos ter um adulto
responsável.. ––– A garota fez uma pausa olhando o pai dos pés à cabeça repensando a sua escolha de palavras. ––– pra pelo menos ter um adulto, ––– Ela corrigiu. ––– porque responsável você não é né. ––– Rhea murmurou.

––– Achei que tinha vindo aqui pra pedir pra morar comigo e não pra me insultar de
graça. ––– O homem comentou.

––– O que eu tô tentando dizer é que, nossa mãe nos largou e eu sempre deixei claro que viria morar com você se isso acontecesse. Então eu tô aqui. ––– A garota deu de ombros. ––– Mas se não quiser que eu vá morar com você, por mim tudo bem. ––– A garota desviou o olhar fingindo que não se importava com a opinião do pai.

––– Nunca falei que não queria que viesse morar comigo. ––– Johnny deixou claro vendo os olhos de Rhea encontrarem os seus com um brilho que ele nunca vira antes.

––– É sério que você quer que eu more com você? ––– Ela tentava esconder o entusiasmo.

––– Claro! –––A garota deixou escapar um sorriso de orelha a orelha quando ouviu a exclamação do pai. Johnny sorriu ao ver a garota feliz. ––– Eu sei que errei muito com vocês dois desde o primeiro dia, mas sempre falei que estava disposto a mudar isso se vocês me dessem uma chance. ––– O sorriso da garota logo se transformou em um suspiro pesado e o brilho em seu olhos se tornou longínquo enquanto ela desviava o olhar para outro lugar.

––– Será que pode me prometer uma
coisa? ––– Ela soltou para evitar que seu pai continuasse falando. Ela assistiu seu pai
assentir. ––– Daqui em diante, a gente não fala mais sobre esses anos que você não foi presente. Eu estou tentando te dar uma chance para um recomeço, pai. Vamos só nos focar no aqui e no agora. Beleza?

––– Por mim tudo bem. ––– Johnny sorriu em concordância e viu Rhea retribuir.

Ele não dava importância a mais nada. A única coisa que importava nesse momento era que sua filha decidira dar uma segunda chance a ele para se tornar um pai melhor, e dessa vez ele não iria desperdiça-la.

Johnny coreu para o escritório para pegar suas coisas para ir embora. O loiro já estava indo em direção à porta todo animado enquanto Rhea o olhava confusa.

––– O que está fazendo? ––– Perguntou vendo o pai pegar em uma das suas malas de mão.

––– A gente tem que preparar seu quarto. ––– Ele falou como se fosse óbvio.

––– Não vai arrumar tudo isso? ––– Ela se referia a toda a bagunça que o homem estava arrumando quando ela chegou.

––– Eu arrumo isso depois. Vem. ––– Ele a chamou animado vendo um pequeno sorriso surgir nos lábios da garota enquanto andava para pegar a outra mala de mão. ––– A gente ainda tem que passar no mercado. Não tem comida nenhuma lá em casa. ––– Comentou apagando a luz do dojo vendo Rhea soltar uma leve risada.

I. Muito obrigada pelos 12K de leituras, amo vocês.

II. Se preparem pra ver a Brianna querendo bater no Kreese pelo que ele vai fazer aos amigos da Kendall

III. A Rhea entrando no Cobra Kai era tudo o que eu precisava, mas vai ser a ruína dela.

IV. Não sei se já falei, mas vou tentar atualizar Daylight todas as sextas-feiras, então já coloquem no calendário de vocês para esquecerem de vir ler capítulo novo todas as semanas.

V. Não se esqueçam de votar e de comentar muito. E até o próximo capítulo.

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