𝑽𝒊𝒄𝒕𝒐𝒓.

Pedi para que Marcos me acompanhasse para fazer algumas compras, vou aproveitar e comprar o que é necessário para fazer o que planejo para Leila.

- É a quinta vez que você tropeça no cacete da bengala, você está bêbado? - Reclamo porque ele está quase me fazendo cair também, todo atrapalhado.

- Eu não estou bom da cabeça hoje. - Justifica Marcos em tom tenso.

- E quando você foi? - Provoco-o, Marcos resmunga incomodado e seguimos em frente. Irei falar com ele à respeito de algum assuntos. Preciso de ajuda para andar em lugares públicos, Leila está ocupada com a mãe dela hoje, então tive que aceitar o lesado do meu irmão.

- Você sabe por quê a Leila não te quer perto da Isabel, né? - Jogo verde para colher maduro, Marcos sabe ser sonso quando quer. Fazendo-se de desentendido.

Marcos não responde.

- Além do fato de você dormir com tanta gente, que me faz questionar como ainda não pegou uma doença sexualmente transmissível, nós sabemos que os lugares que frequenta, não são apropriados para uma garota tão nova quanto a Bel. - Digo em tom sério, isso é muito sério.

Marcos suspira profundo.

- Olha Victor, eu realmente estou tentando mudar, e sobre isso... Eu sempre me protegi ok? Não dá uma de doido não. - Marcos fica indignado com a verdade dita.

- Está tentando mudar, mas ainda corre atrás da Júlia, estou errado? - Soube disso porque minha mãe andou stalkeando o perfil do Marcos, descobriu que ele curtiu várias fotos postadas recentemente da minha ex-namorada. Júlia ficou enterrada no meu passado, portanto, posso falar sobre ela tranquilamente agora, embora ainda tenha vontade de chutar meu irmão.

- Não vamos falar disso, sei que você ainda não me perdoou. - Marcos murmura, pelo que sinto já estamos perto da fila do caixa, compramos tudo o que é necessário, mandei ele pegar o dinheiro no meu bolso. Minha mãe vai sentir-se bem quando souber que estamos nos entendendo. Leila disse que havia algo importante para dizer-me, então espero que seja uma notícia boa. Estou com dor de cabeça e entediado nos últimos dias.

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Como Marcos será meus olhos hoje, pedi ajuda dele para fazer a surpresa para Le, ela não faz ideia do que eu preparei. Espero que tenha ficado bom, porquê foi o meu irmão quem organizou a maioria das coisas, aliás, não sei como ele não colocou fogo na casa acendendo as velas.

- Obrigado, você é legal, às vezes. - Brinco com ele, Marcos dá risada se exibindo. Alcanço o braço dele e o puxo sutilmente, dando um abração no meu irmão. Isso o surpreende tanto que ele fica sem reação por minutos, mas, logo retribui.

- Eu te perdoo irmão. - Estou sendo sincero como nunca fui com Marcos. Não quero que minha mãe veja os filhos dela nessa distância tão grande, também faço isso por mim, é aliviante perdoar. Tirar um peso das costas, após tanto tempo guardado. Marcos acaba ficando emocionado e chorando no meu ombro.

Minutos depois.

Já sinto a Le, vindo com o auxílio do Marcos, provavelmente ele está tampando os olhos dela, afinal, é uma surpresa o que fiz. Minha mãe deposita um beijo em minha bochecha e diz que irá sair, deixando nós dois à sós na sala de jantar.

- Se eu cair por sua causa, vou te bater hein, Marcos! - Reclama Leila, com medo de tropeçar em algo, Marcos apenas gargalha em resposta e continua guiando ela. Leila parou em frente à mesa.

- Pronto maninho, sua garota está entregue. - Diz ele em tom orgulhoso.

- Pode deixar que agora eu, cuido dela. - Sorrio sabendo que Leila está animada, consigo sentir as emoções dela. Marcos dá dois tapinhas no meu ombro e se vai.

- Posso abrir os olhos já? - A ansiedade dela é empolgante, espero que esteja tudo perfeito para Le. Ela merece o melhor que eu puder proporcionar.

- Agora pode, Le. - Digo após dar a volta na mesa que já sei onde está posicionada, pegando a mão dela com carinho.

Leila está sem palavras, no sentido físico.

- Gostou? - Pergunto dando um selinho na bochecha dela, Leila apenas tenta resmungar um sim, está bem satisfeita com o resultado pelo visto. Sinto a mão dela arrepiada. Não consigo ver, mas sinto quando minha namorada fica boquiaberta.

- Eu amei! Fez tudo isso para mim? Está perfeito Victor. - A voz dela fica mais suave quando está emocionada.

- Fiz com ajuda do meu irmão, mas é especialmente feito para você, amor. - Sorrio ao receber beijos agitados dela, por toda extensão da bochecha. Leila me dá um abraço de doer os ossos, entusiasmada com o que tem à nossa frente.

- Vamos sentar, tenho mais uma coisa para te mostrar. - Preparei um jantar à luz de velas, não sou romântico, mas sei usar o que tenho e fazer ser agradável aos olhos.

Sentamos e eu pego a mão dela sob a mesa, esperando que o vinho seja servido por um dos cozinheiros. minha mãe o escolheu, sempre teve bom gosto para vinhos.

O aroma do prato feito, invade meu nariz e já sinto que o gosto, está divino também.

- Eu estou curiosa, o quê irá me mostrar? - Diz ela em tom ansiosa, eu dou risada, estou tanto nervoso quanto ela, minhas mãos estão formigando muito.

- Bom apetite. - Deseja o cozinheiro, retirando-se da sala, depois de servir a comida, carne de cordeiro com molho.

- O cheiro disso está delicioso. - Leila elogia, ansiosa para provar o prato feito.

Iremos comer primeiro, após isso, irei fazer o que pretendo, estou tão inseguro, porém, vou criar coragem e fazer mesmo assim.

Pouco depois.

Terminamos de jantar, agora preciso respirar fundo e criar coragem.

Daria tudo para ver a expressão da Le, quando contemplar o que eu vou mostrar.

- Amor. - Chamo a atenção dela, estou procurando no meu bolso a segunda surpresa. Leila me dá atenção, colocando a mão sob meu pulso coberto pelo terno preto. Não sou muito delicado e acabo quebrando coisas pequenas demais.

- Fecha os olhos e abre a mão. - Peço já com a surpresa pronta para tirar do bolso.

Leila solta um grunhido empolgada, sei que está curiosa demais. Retiro a surpresa de dentro da calça preta, e coloco na palma dela, com toda delicadeza possível.

- Estou morrendo de ansiedade, posso abrir os olhos? - Leila analisa o tecido com os dedos, é sério que ela não suspeita?

- Hm, vou parar de torturar, pode abrir os olhos. - Dou risada vendo o quão curiosa ela está, o silêncio toma conta do ambiente.

Quase sinto meu coração sair pela boca.

Espero que ela tenha gostado. Dediquei todo meu bom gosto para escolher, baseando-me nos gostos da Le. Acredito que seja algo que vai agradá-la.

- Diz algo por favor, estou curioso. - Digo em tom bem-humorado, querendo rir, Leila apenas emiti um suspiro indecifrável.

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Lᴇɪʟᴀ.

Estou entrando em surto, colapso, como quiser chamar, apenas estou sem saber o que dizer. É um anel de noivado! Um anel!

Eu me emociono fácil, e isso é suficiente para que eu fique criando várias mensagens na minha mente agitada.

- Eu sei que ainda pode ser precipitado, entretanto, quero perguntar; casa comigo Leila? - O perfeito sorriso, agora mostra a timidez e nervosismo do Victor. Eu nem consigo acreditar, vendo esse anel tão lindo e que deve ter custado o olho da cara.

Victor me pediu em casamento? Victor me pediu em casamento!

- Leila, eu vou ter um surto se você não disser pelo menos um a. - Estou com a visão até embaçada de tão nervosa que estou, isso é tão lindo, me sinto feliz em poder ser a pivor de um pedido especial assim. Embora, não tivesse preparada, imaginei que seria algo bem sério.

Victor estava muito misterioso, desde que voltamos.

- Me dá três minutos? - Peço levantando da cadeira, Victor franzi o cenho, preocupado devido à minha reação.

Preciso digerir isso, sozinha.

- É claro. - Ele responde de maneira tensa, desfazendo o sorriso animado. Não é que eu não queira, o problema foi que deixei de contar sobre a mãe dele. Causando assim, uma insegurança entre nós. Uma ponte ergueu-se, não quero esconder nada dele, mesmo se for uma promessa à Carlota. Não é justo que isso atrapalhe nós dois, ainda mais agora.

Respira Leila, afasta esses pensamentos ruins. Eis a oportunidade de fazer as coisas da maneira correta. Agarra ela!

- Aconteceu algo? - Ouço a voz calma da minha sogra, Carlota entra no banheiro aberto e vê a imagem dela e a minha refletida no espelho em cima da pia.

- Desculpe Carlota, mas não vou esconder mais nada do seu filho. Vou contar sobre seu problema. - Falo com peso, ajeitando os cachos escuros do meu cabelo.

Carlota segura a respiração por segundos.

O olhar não é de decepção, mas outro sentimento, não tem reversão.

- Assim é melhor querida, eu ficaria imensamente feliz e satisfeita, se já pudesse pelo menos, ver o casamento de vocês. Apenas peço que espere mais alguns dias. - A mulher de cabelos loiros diz, em tom entristecido, olhando as próprias mãos.

Não posso prometer que iremos casar em dias, então, serei sincera.

- Você sabia do pedido de casamento? - Pensei que ela não sabia de nada até agora.

Carlota dá risada, agora mais leve.

- Eu sabia sim, fui eu quem ajudou a escolher o anel para você. - A mulher de blazer preto, parece ter adotado fazer isso. Não tenho dúvidas de que o bom gosto dos Avelar, é hereditário. O anel de ouro com uma joia roxa-escura na ponta, é espetacular. Nunca imaginei ter algo assim.

- Eu não deveria ter pedido algo tão difícil para você, irei assumir esta responsabilidade, não os quero em desavença por minha causa. - Transparece em suas íris castanhas, o quanto nos quer bem, e como sente-se culpada por ter pedido isto à mim.

- Nós fizemos isso, então, também contarei para ele, não preocupe-se... Agora tenho que voltar, Victor espera uma resposta e eu, já tenho uma. - Digo segurando suas mãos com carinho, logo as solta e me despeço da mulher elegante.

Victor está batendo os dedos de maneira aflita sob a mesa coberta pela toalha cor vinho, o cotovelo apoiado e a mão fechada sustentado o maxilar.

- Eu já tenho uma resposta. - Digo aproximando-me dele à passos calmos. O rosto dele fica com a expressão amenizada.

Victor ergue as sobrancelhas, ansioso devido ao mistério que estou fazendo.

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Leila na mídia.

Próximo capítulo, tentarei postar ainda essa semana 💙