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↳Cɑpítulo 16

─ Você não sabe o que ouvi hoje - riu aquele de óculos.

─ Agora que porra você quer Kisaki? Espero que seja importante o suficiente para me ligar "com urgência".

─ Ei, não se preocupe, você teve um dia ruim? - ele perguntou zombeteiro.

─ É, merda, a última coisa que eu queria era que os pais da Anna-chan se envolvessem na vida dela e agora eles parecem sanguessugas perto dela.

─ Bem, já que adoro estragar o dia das outras pessoas, farei isso com você também - disse ele. ─ É sobre a sua namorada. Hoje eu estava muito tranquilo em uma lanchonete e ouvi aquela amiga falando dela e do que acredito ser o irmão dela, um menino com mechas brancas.

─ Escute Kisaki, é melhor você não andar tanto por aí.

─ Ah! Ok, resumindo a história, os dois perceberam que Annaisha mudou e estão culpando você, estão procurando evidências para culpar você ou fazer algo a respeito.

Kazutora ficou completamente tenso, não queria continuar manchando as mãos de sangue porque elas estavam atrapalhando, principalmente se fossem pessoas próximas da pessoa que ele amava, mas se ficassem metendo o nariz onde não era chamado, ele não hesitaria em eliminar os obstáculos.

Kazutora apenas acenou com a cabeça agradecido pela informação e partiu para o apartamento de sua amada, pensando todo o caminho em alguma solução que não usasse violência, ele não mancharia as mãos de sangue porque é um santo, mas porque o cheiro e o toque dele completamente não gosta desse líquido.

(...)

No dia seguinte, uma mulher de cabelos pretos entrava na recepção do prédio onde mora até que uma voz familiar a deteve.

─ Isha!

─ Ah... hum Olá? O que há de errado Rumi?

─ Olhar! Trouxe seus doces e bebidas favoritos! Que tal termos uma noite de cinema como antes? Vamos lá, não é?

A garota pensou um pouco e finalmente concordou, afinal ela sentia falta do amiga de toda a vida.

As duas entraram no quarto da menina e arrumaram tudo na cama.

─ Ei Isha, quero que conversemos hoje, o cinema pode esperar - ela comentou séria.

─ Está bem. Mas vamos comer isso, certo? -perguntou com estrelas nos olhos, pois Rumi havia atendido todos os seus gostos.

A morena sorriu feliz e assentiu. Ela respirou fundo porque a pergunta que iria fazer, por mais fácil que fosse, era difícil na situação dela.

─ Como você está, Isha? Ou seja, com a escola, sua família e amigos... Faz muito tempo que não nos falamos e quero saber como está tudo -  disse ela, tentando parecer normal.

A mulher de cabelos negros ficou tensa em seu lugar e começou a se sentir incomodada com a presença da amiga, algo que lhe pareceu estranho já que nunca havia se sentia assim com ela, como se Rumi Ken já tivesse visto sua alma completamente.

─ Está tudo ótimo - ela respondeu calmamente após alguns segundos de silêncio - Faz um tempo que não conversamos com meus pais mas tudo bem, preciso de um pouco de espaço.

─ E a escola?

─ Ainda sou o melhor da turma e você? - Ela tentou mudar de assunto, ela sabia para onde essa conversa estava indo, Tora já havia avisado.

─ Oh! Brilhante! Embora eu tenha baixado minhas notas, não tenho mais você ao meu lado para me repreender por ter desperdiçado meu tempo - ri para aliviar o clima e ao mesmo tempo convencê-la a deixar escapar algo do que procurava ─ Você sabe ? Amanhã à noite haverá uma festa em um clube próximo. Que tal irmos juntas?

─ Não sei, não estou com vontade de ir e é meu aniversário com a Tora – mentiu.

─ Oh vamos! Só desta vez, estamos perto de nos formar, devemos nos divertir antes de entrar no mundo do trabalho aproveitar nossa juventude. Vamos ! Sim? Você pode passar a manhã inteira e quase a tarde com ele, depois à noite você passa comigo - ela tentou convencê-la.

Annaisha pensou sobre isso, ela estava parcialmente certa, não era necessário passar o dia inteiro com o namorado, ela queria sair com a melhor amiga como antes e ela faria isso, só que dessa vez ela quer voltar para o passado.

─ Então vamos.

(...)

─E-ei Ru, você não acha que isso revela muita coisa? - Ela perguntou corando de vergonha ao se olhar no espelho.

─ Não Isha, você está linda.

A mulher de cabelos negros usava um vestido amarelo sem mangas que chegava a três dedos acima do joelho, e estava acompanhada por uma jaqueta de couro branca e sapatos não tão altos. E para sua surpresa, ela adorou sua aparência, lembrou-se de sua “época” em que se vestia assim, e por um momento ela sentiu falta de ser assim, mas depois se lembrou das palavras do namorado e esqueceu.

esqueceu.

Anteriormente, a Annaisha havia passado a manhã com Kazutora e disse a ele que sairia com a sua melhor amiga à noite, e ele aceitou com a condição de que ela lhe dissesse onde estaria caso algo acontecesse e que ela o avisasse. se ela está bem ou não, sempre. E agora as duas partiam para o evento para se divertirem a noite toda como antes.

(...)

As de sobrenome Abe e Ken estavam rindo no táxi, aquela noite tinha sido a melhor das duas em muito tempo.

Annaisha até tinha bebido a água dos vasos, mas Rumi não, ela fingiu a noite toda que estava bebendo e esperou a amiga ficar bêbada para tirar informações dela, pois algo que ela aprendeu ao longo dos anos foi que quando ela estava bêbada é que ela se transforma um livro aberto.

─ Ei Isha, posso te fazer uma pergunta?

─ Você já fez isso - ela começou a rir e então se agarrou à amiga como um bebê, sendo retribuída ─ por isso senti tanto a sua falta, Ru.

─ Eu também Isha... Por que você se afastou de mim?

─ É que você estava com raiva porque eu mudei.

─ Quando fiquei com raiva? Quem lhe disse?

─ Tora disse isso - e soltou um bocejo - Ele disse que você não era um boa amiga porque não me apoiou na minha mudança e só ficou com raiva... e ele me disse que eu deveria ficar longe de você, porque você não estava me fazendo bem porque você me distrairia.

Rumi apenas ficou em silêncio enquanto tentava absorver o que tinha ouvido, ela não conseguia acreditar que sempre estava certa sobre Hanemiya.

─ É o mesmo com sua família?

─ Sim mas não se preocupe, é para o meu bem e sei que o que estou fazendo é o certo.

Essa resposta foi suficiente para ela, embora o namorado não tenha batido nela, ele estava a manipulando, e foi muito pior porque o dano físico melhorou, mas o dano mental não.

Após aquele momento de tensão chegaram na residência da mulher de cabelos negros que chegou em segurança ao seu quarto com a ajuda da morena.

Ken voltou ao táxi para lhe dizer seu endereço, mas não antes de enviar sua localização atual para Baji, que estava namorando. A viagem foi curta, ela desceu do veículo e pagou, como não o viu novamente subiu para seu apartamento.

Quando chegou à porta percebeu que estava aberta, o que era estranho, pois tinha certeza de que estava trancada. Antes de entrar ela ligou para Baji, porque estava começando a ficar com medo e queria que alguém a segurasse.

─ Sim?... - uma voz sonolenta foi ouvida do outro lado.

─ Kei-kun... estou com receio... meu apartamento está aberto.

─ Me escute bem Umi, não entre, me espere um pouco, já estou indo, ok?

─ Ok, espero você aqui.

Ela desligou após se despedir e ficou no seu lugar sem tocar em nada, ela iria ouvir o conselho de seu namorado. Porém, não se passaram mais de cinco minutos quando a porta da frente se abriu lentamente, sem fazer barulho, revelando a silhueta de um homem.

A menina deu um pulo de susto e estava prestes a gritar, mas o indivíduo rapidamente cobriu sua boca e a levou para seu quarto, onde a amarrou em uma cadeira e colocou uma fita adesiva em sua boca.

─ Shhhhh, não faça barulho Rumi-chan, não torne isso mais difícil.

Ela só conseguiu soltar lágrimas de medo enquanto tentava lutar.

─ Só vamos conversar, mas se você não me ouvir será pior para você.

Ela assentiu freneticamente. O medo dela só aumentou porque ela não conseguiu reconhecer o homem, ele estava todo vestido de preto com capuz e máscara da mesma cor, e sua voz não foi registrada. Mas algo que a aliviou foi que seu salvador estava prestes a chegar e que o sequestrador não sabia de nada, pois senão não estaria ocupando todo esse tempo do mundo.

─ Ok, vou ser direto, não quero mais que você seja amiga da Anna-chan, fique longe dela completamente.

Ela não conseguia acreditar, nunca lhe ocorreu que esse assunto tivesse algo a ver com sua amiga. Ela só conseguiu fazer uma cara confusa, embora tivesse ficado bem claro para ela, ele só queria obter informações dela.

─ É fácil, sua amizade está arruinando completamente meu plano de ficar sozinho com ela, você a influencia de uma forma que não gosto nada, assim como a família dela. Apenas fique longe do lado dela e isso não irá mais longe.

Ela não se mexeu, estava louco se pensava que iria sair do lado da pessoa que mais ama, e menos ainda agora que estava tão perto de saber a verdade. Ela estava com medo, sim, mas queria ajuda  a amiga.

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